domingo, julho 29, 2007

Os Simpsons no grande ecra

Fui ontem ver o filme mais aguardado dos ultimos meses (pelo menos para mim...) - The Simpsons Movie. Para quem e' fa dos Simpsons como eu, nao pode esperar deste filme algo de novo ou genialmente inovador. Nada disso. Os Simpsons estao no ar ha 18 anos (sendo a mais longa serie em exibicao neste momento em prime time aqui nos Estados Unidos), e durante todo esse tempo ja' nos deram tudo o que poderiam dar - ja fizeram de tudo, ja foram simplesmente geniais, ja nos supreenderam com quase tudo. Assim, uma versao longa metragem da familia mais amarela de Springfield, nao poderia ser outra coisa senao mais do mesmo. Sendo que o mesmo e' muito, muito bom.
O filme tem algumas (pequenas) diferencas em relacao a' serie televisiva, nomeadamente nos planos e na cinematografia. Tirando isso esta la' tudo - o ritmo alucinante a que os acontecimentos se desenrolam, as satiras a' politica desinteressada, a' incompetencia e a estupidez americana, ao consumismo desenfreado e a' hipocrisia religiosa, tudo combinado em dezenas de gags muito inspirados e divertidissimos. A historia volta a estar centrada nas consequencias impensadas de mais uma accao do azelha do Homer, que cego pelo seu amor aos donuts, gera uma catastrofe ecologica que ameaca retirar Springfield do mapa.

Podem dizer que o filme nao e' mais do que um episodio XL. Sim, e depois, que mal e' que isso tem? Alias, essa e' logo a primeira frase chave do filme, quando Homer diz: "Porque pagar por uma coisa que se pode ver em casa de borla?". E no meio deste episodio XL, ha momentos dignos de detaque - a comecar pela versao Rock dos Green Day do tema dos Simpsons, a cena do Bart a andar de skate (nu) e a cena intima entre Homer e Marge e mais uma bonecada estilo Disney. Ah, e se forem ver o filme, deixem-se ficar ate ao fim - mesmo ate ao fim. O generico final esta tambem cheio de pequenos gags.

A proposito do filme, uma grande campanha de Marketing invadiu o mercado americano. Nada de novidade - canecas, bones, T-shirts, burgers - tudo serve para ajudar a vender o filme. O curioso nesta accao de marketing foi o facto de algumas das lojas da cadeia '7 Eleven' se terem transformado em autenticos 'Quick-e-Mart' (so falta mesmo o Apu a atender o pessoal). Esta-me ca a parecer que tenho que ir la fazer uma visita...

A terminar, como sempre, aqui ficam umas imagens para agucar a curiosidade:


sexta-feira, julho 27, 2007

Musicas - III

Ja' ha' algum tempo que aqui nao falo de musica. Prometi ha alguns meses atras fazer desta rubrica algo regular aqui no blog, mas a coisa nao tem corrido como previsto... ha sempre outra coisa sobre que falar e isto la' vai ficando para depois. Hoje resolvi repesca-la, aproveitando para destacar um album que me acompanhou durante muitos veroes.

Recuemos entao no tempo... ate ao ano de 1989, onde se deu inicio aquilo que se tornaria um habito na minha vida e que se iria prolongar durante 14 anos - o de passar ferias no Algarve, sempre em Vilamoura, sempre em Setembro, sempre em familia. Avos, mae, irma, primos e tios. Todos juntos num T1 com vista para a piscina, la nos acomodavamos como podiamos - uns a dormir pelo chao, outros no sofa, tudo servia desde que servisse o objectivo de estarmos juntos. Foram veroes muito divertidos, muito bem passados, em que muitas experiencias foram partilhadas.

Uma parte muito caracteristica destas aventuras rumo ao sul eram as viagens, em especial nos primeiros anos, em que os mais novos nao tinham carta e muito menos carro. Relembremos que ha 14 anos nao era comum ter-se ar condicionado nos carros... a A2 ainda nao estava completa, pelo que a estrada nacional era a melhor opcao... os carros tambem nao eram potentes o suficiente, pelo que fazer a viagem Setubal-Vilamoura demorava longas horas. Agora a isto tudo juntem um avo que insistia que abrir as janelas do carro gastava mais gasolina e temos as condicoes reunidas para passar a viagem inteira... a destilar. Com a agravante de que viajamos quase sempre a seguir ao almoco, altura de maior calor... Como unico escape possivel para sobreviver as viagens mais ou menos tenebrosas, eu e o meu primo (companheiro de longa data nestas travessias) usavamos o belo do walkman, que sempre nos levava para outras paragens atraves da musica. E um dos albuns que ouviamos insistentemente, meus amigos, era este:


Xutos e Pontapes - 88. Um dos melhores da carreira dos Xutos, em minha opiniao. Creio que nunca mais voltaram a reunir um leque de cancoes tao simples e ao mesmo tempo tao potentes e intemporais. Lembro que compramos a cassete num qualquer cafe a' beira de estrada, onde era tipico haver um escaparate com cassetes a 400 paus, algumas de gosto duvidoso... A cassete la tinha que ser partilhada pelos dois, pelo que deve ter tocado ai' umas 1000 vezes em cada walkman... nao sei o que e' feito dela... as tantas, desintegrou-se de tanto uso. Enfim, e' neste album que estao cancoes como A' Minha Maneira, Para ti Maria, Enquanto a Noite Cai ou Minha Casinha, que ainda hoje sao estandartes na carreira dos Xutos. De tanto as ouvirmos, ja conheciamos as letras de tras para a frente. Sabiamos cada acorde, cada ritmo, cada inflexao da voz. Lembram-se disto?:




Intemporal. Na minha memoria, estas musicas estarao para sempre associadas aqueles veroes, aquelas viagens, aquele tempo em que nao tinhamos nada que nos preocupasse, em que o mais importante era, simplesmente, aproveitar a vida, acompanhados por uma boa banda sonora.

terça-feira, julho 24, 2007

'Tou Xim?'

Falar ao telefone e' algo de universal. Por muito que se mude de pais ou cultura, o telefone faz parte das nossas vidas. Mais. Domina as nossas vidas. Em especial, depois da massificacao dessa coisa chamada telemovel. Permite saber onde estamos, como estamos, com quem estamos, para onde vamos, a que horas la estaremos, por quando tempo vamos ficar. Tem um lado bom, porem. Encurta distancias. Junta as pessoas. Mata saudades. Permite que recebamos consolo por meio de uma voz amiga.

Mas falar ao telefone e' tambem algo de muito proprio dentro de cada pais. Cada povo tem habitos muito seus, que passaram de geracao em geracao e que marcam o quotidiano de quem os vive. E aqui os Estados Unidos nao sao excepcao. Deixem-me que vos de um exemplo.

Uma das coisas que mais chama a atencao quando se fala ao telefone e' a forma como diferentes pessoas atendem uma chamada. Nos em Portugal temos o 'Tou?', que serve virtualmente para atender qualquer chamada. Ha uma ou outra variacao a' volta do 'Tou' como o 'Ta'?' ou 'Tou sim?', mas a coisa nao foge muito disso. Quando conhecemos quem esta do outro lado, um 'Ola!' tambem serve. Ou ha quem prefira um simples 'Sim?', que tambem se aplica a qualquer situacao. Ora aqui nos States, a coisa varia muito. O mais comum e' dizer o apelido (nunca o nome propio) quando atende (exemplos: 'Jones!' ou 'Hi, this is Jones!'). Ou entao usam um simples 'Hello', amigavel e cordial. Eu confesso que nunca me senti confortavel com nenhum dos dois metodos. Nao sei muito bem porque, mas dizer 'Hello, this is Santos', era coisa que nao me soava minimamente bem... Dai' que tenha decido optar por atender o telefone com um simples 'Yes?'. Assim. Sem mais nada. Dito de forma cordial, sem qualquer segundo sentido.

Eis o meu espanto quando varias pessoas me perguntaram recentemente porque e' que eu atendia o telefone assim. 'Assim como?', perguntei. 'Assim, com um 'Yes!'. 'Mas que mal e' que tem? Nao posso?, disse eu, ja a ficar complexado. 'Soa agressivo'. 'What?'. Ora, agressivo e' coisa que eu nao sou, tirando um ou outro dia, quando me tiram do serio. Mas o meu estado normal e' de pessoa calma. Nao percebi. Dai' que lhes tenha pedido para me exlicarem como e' que um 'Yes?' pode ser agressivo. 'Parece que estas a atender o telefone com maus modos, fazendo parecer que e' um favor que estas a fazer a' pessoa que esta' a ligar!' 'What?' La lhes expliquei que nao, que era comum no meu pais, que nao tem nada de agressivo, pois se eu quisesse ser agressivo atenderia com um 'What the hell do you want?!'. Nao sei se ficaram convencidos. E' dificil convencer esta malta.

Mas sou so' eu ou isto sao hilacoes a mais de apenas um 'Yes!?. Estes americanos sao mesmo estranhos... o mais engracado e' que isto me foi dito por mais do que uma pessoa, pelo que tive que pensar ate' que ponto eles teriam razao. Dei voltas a' cabeca, e cheguei a' conclusao que... nao tem!!! Como nao consegui achar nenhum fundo de razao nos argumentos deles, vou continuar com o meu 'Yes?'... intercalado talvez com um ou outro 'Hi!'. Para nao parecer mal aos senhores.

domingo, julho 15, 2007

Evening

O anoitecer sempre foi a minha parte preferida do dia. Ha qualquer coisa no final de tarde que me fascina, sem perceber muito bem porque. Talvez porque esta altura do dia marca o fim de um dia mundano de stress, trabalho, pressao, transito e confusao e o inicio de algumas poucas horas do dia que sao so' nossas, para estarmos com os nossos, para desfrutarmos de algum descanso, ou simplesmente, para nao fazermos rigorosamente nada. Talvez porque e' nesta altura do dia que o ceu assume as cores mais belas e nos prezenteia com uma paleta de tons inigualaveis, capazes de nos hipnotizar e de nos levar para lugares distantes. Ou talvez porque o entardecer significa a passagem para a calma e o sossego que a noite nos proporciona...

A proposito disto, vi este fim de semana o filme Evening. Liderado por Claire Danes a' frente de um elenco feminino poderosissimo - Vanessa Redgrave, Toni Collette, Natasha Richardson, Eileen Atkins, Meryl Streep e Glenn Close - o filme conta a historia de Ann Lord, uma idosa senhora, que as portas da morte, revela as suas 2 filhas o seu mais secreto segredo: o amor que outrora sentiu por Harris, um amor nunca assumido, e que nunca mais foi igualado por nenhum outro. Entre momentos de lucidez e alucinacoes, somos transportados pelas memorias de Ann ate' ao fim de semana em que tudo aconteceu, 50 anos antes. O filme e' assim contado atraves de duas linhas narrativas, uma no presente, outra no passado.


Apesar de ter um grande elenco e de ter uma belissima historia, Evening fica um pouco aquem do que poderia ser. Ha personagens pouco exploradas e ha momentos um tanto ou quanto dispensaveis no desenrolar da historia (como a sequencia de Ann a perseguir uma borboleta imaginaria). Mas a historia composta por M. Cunningham (argumentista de 'As Horas') e' uma historia que prende e que nos envolve nos mais profundos sentimentos, levando-nos a pensar naquilo que poderia ter acontecido caso tivessemos tomado uma ou outra decisao de forma diferente. Ou, se preferirem, e' um filme sobre amores perdidos, que nos poe a reflectir como ha pessoas que nos marcam de uma forma indelevel, que ficam connosco para sempre mesmo que o seu caminho apenas se cruze com o nosso por alguns momentos.

As intepretacoes sao muito boas, no feminino e no masculino - destaque para Hugh Dancy (Buddy), que me surpreendeu pela positiva. A nivel tecnico, a realizacao e' segura, sem impressionar. A cinematografia e' do melhor, mostrando-nos planos belissimos, brincando com as cores de uma forma muito agradavel. Em suma, e' um filme claramente voltado para o publico feminino, a puxar as emocoes, mas que ninguem perde nada em ver (embora esteja a ser arrasado pela critica aqui nos EUA). Aqui fica o trailer.


We are all mysterious creatures, aren't we? And in the end... so many things turn out to be of no importance...

sexta-feira, julho 13, 2007

Ainda sobre a renda da casa atrasada...

Entao nao e' que a culpa foi do SAP? Foi o que disse a senhora da Contabilidade.

- Ah, isto e' uma chatice... A gente nao recebe nenhuma factura destas despesas, depois nao se lembra de as pagar.
- Como? Explique la isso melhor... nao tem factura, entao como e' que isto e' pago?
- Pois. Todos os meses temos que nos lembrar de ir ao contrato e fazer o lancamento no SAP. E eu nao estava ca no fim do mes passado e ninguem se lembrou disto...
- Hummm... tou a ver...
- E o SAP tambem nao avisa que temos que fazer estes pagamentos... e' uma chatice!...Nao ha nada que voce possa fazer para o SAP nos dar um aviso para pagar isto?

Aqui tive que por a minha faceta de consultor a funcionar, quando o que me apetecia dizer era: 'Ouca la'... a minha amiga e' paga para se lembrar destas coisas, com ou sem sistema!!! Quer que eu acabe a dormir ao relento??? Veja la isso...'. Mas nao. Respondi apenas:

- Por acaso ate' ha' algo que pode ajudar. Quando tiver tempo, ponho isso a funcionar.

A senhora la me passou o belo do cheque, que foi entregue na primeira oportunidade possivel.
E pronto. Devo ser oficialmente o primeiro tipo que por ai' anda que quase foi despejado por causa do SAP - esse monstro azul e muito feio que nos persegue a todos com todos os seus piscos, dumps, BAPI's e afins. Mas pelo sim, pelo nao, la' vou investigar aquilo a' senhora, nao va' a coisa correr mal outra vez.

(Os leitores nao familiarizados com a terminologia SAP que me desculpem, isto hoje foi um bocado tecnico. Ha dias assim, deixem la'...)

quarta-feira, julho 11, 2007

Mais uma historia...

... para juntar as muitas que me vao acontecendo. Ja vai sendo habito acontecer-me um pouco de tudo. Torna a vida muito mais apetitosa. Desta vez, a noticia veio pelo correio.

Quarta feira e' dia de ir ao correio, ver o que por la' foi depositado. 'Mas entao nao ves o correio todos os dias?', perguntam. Nao - da' muito trabalho. Primeiro porque a caixa do correio fica longe como tudo, fora de mao e numa rua diferente da minha. Nao ha pachorra para ir la' todos os dias. Depois, porque recebo toneladas de lixo - publicidade, cupoes de desconto, noticias da cidade e la' no meio, ocasionalmente, uma ou outra carta realmente importante. Ao inves de ir ao correio buscar lixo todos os dias, resolvi optimizar a coisa de maneira a ir apenas 2 vezes por semana. De maneira que correio so' as quartas e aos sabados.

Ora hoje, no meio de uns panfletos da pizzaria aqui da esquina e da loja de Sofas onde so' se paga em 2012 (!), la' vinha uma carta realmente importante. O titulo era sui generis - 'Demand for Possession. Non Payment of Rent.' A principio nao estava a perceber - pensei que se tratasse de uma carta que explicava o que aconteceria se a malta nao pagasse a renda. Mas continuei a ler atentamente e la' descobri esta frase fantastica: 'Your landlord, River Oaks West Apartments, says that you owe $1993.07 rent'. "What the hell...?', pensei. Que' isto, meu? Eu nao devo nada a ninguem... Mas vinha mesmo dirigida a mim - o numero do apartamento estava correcto e no remetente vinha 'Karmann USA'. Nao ha engano, portanto.

Quem paga, efectivamente, a renda aqui da barraca e' a Karmann. Ora, a companhia anda mal de financas, com prejuizos na ordem dos milhoes, mas dai' ate' nao pagarem a renda da malta que para ca' trazem, vai uma grande distancia. Deve-se ter passado alguma coisa... algum cheque perdido, ou coisa parecida. Pelo menos assim espero. As tantas, estao mas e' a brincar ao jogo do 'Deixa ca' ver ate onde e' que a corda estica com estes tipos'! Por mim podem brincar a' vontade, desde que nao me ponham a dormir na rua. Sim, porque as opcoes que constam na carta sao duas:

a) 'Paga e nao bufes';
b) 'Caso nao cumpras a alinea a) poe-te a milhas ou a malta leva-te a tribunal para que te ponhas a milhas';

Em qualquer dos casos ha sempre que pagar o que se deve + os court costs + os lates fees. Ah, e o pagamento tem que ser feito em money ou numa especie de cheque visado. Concordo. Isto quando se brinca com caloteiros, nunca fiando.

A parte mais engracada da carta e' um paragrafo que transcrevo aqui na integra: "If you believe that there is a good reason why you do not owe the rent claimed by your landlord, you may ". E pronto, acaba aqui. Assim. E eu agora pergunto: "You may what, meus senhores?". Ignorar a carta? Deita-la fora? Processa-los por calunia? Posso o que, pa', digam-me? Agora fico na duvida... nao ha' direito em nao saber os direitos que me assistem...

Anyway, amanha la' vou descobrir o que se passa. Logo vos conto o desfecho.

terça-feira, julho 10, 2007

A bolacha mais famosa do mundo em versao After Eight

No fim de semana passado, enquanto deambulava por entre os infindaveis corredores do hipermercado onde normalmente faco as compras ca' para casa, eis que os meus olhos se cruzam com aquela que devera' ser a nova maravilha do mundo culinario. Sendo que nao resisto a uma boa novidade, em especial quando a embalagem e' promissora, peguei nela de imediato. Ora, de que se trata? Meus amigos, apresento-vos a bolhacha mais famosa do mundo - a Oreo - em versao a que resolvi chamar 'After Eight', por razoes obvias:


Pois e', a Nabisco Corporation pegou na bolachinha que ja tem mais de 90 anos (e' verdade!) e deu-lhe um novo flavour - nada mais nada menos do que o recheio de mint que encontramos nos mais variados produtos, nomeadamente no famoso After Eight. E assim, uma bolacha relativamente banal, e' transformada em toda uma nova experiencia, cujo resultado final e', asseguro-vos, do melhor. Dentro da embalagem, encontramos entao as belas das bolachas, muito bem arrumadas, a' espera de morrer na boca mais proxima (que neste caso e' a minha):


Confessem la': tem bom aspecto, nao tem? Isto, com essa coisa da globalizacao, ja deve ter chegado a Portugal. Meus amigos, nao percam isto, se da proxima vez que forem as compras, passarem por essa seccao fantastica que e' a das bolachas. No meu caso, tenho a dizer-vos que, juntamente com esta novidade, vieram tambem agarradas as Oreo versao choc, que tambem prometem (embora ainda nao as tenha provado). Tive que as trazer, nao fossem as outras sentirem-se sozinhas, coitadas!

sábado, julho 07, 2007

100

E' o numero de posts que ja' por aqui deixei! Tantos? E' o que dizem os senhores aqui do blogger... deve ser verdade!... Quando embarquei nesta coisa dos blogs, nunca pensei que tivesse tanto para dizer, em especial porque a escrita nunca foi o meu forte. Mas faco dela um escape, um hobbie, um divertimento, chamem-lhe o que quiserem! Mais nao e' um modo de estar mais proximo de todos, atraves destas curtas (!) mensagens. Quer isto dizer que ja arranjei 100 motivos, temas, situacoes ou desabafos para partilhar convosco. E eu a pensar que nao tinha nada para dizer... Mas isto da trabalho, meus senhores - pensar no que se vai dizer, como se vai dizer e quando, da que fazer, nao pensem. E quando a inspiracao anda na mo' de baixo, pior ainda.

Mas esta coisa de escrever, ou brincar com as palavras, e' uma coisa engracada. Houve alguem que me disse um dia que as palavras tem um efeito perverso. Por muito bem combinadas que estejam e por muito cuidada que tenha sido a sua preparacao, podem levar a interpretacoes erradas, ideias mal expressas, consequencias contrarias ao que se pretendia. Nada substitui o olhar nos olhos enquanto as palavras sao ditas. Concordo. So' que ha' coisas que nao se dizem - porque nao se tem tempo, porque nao se tem oportunidade, porque nao apetece ou nao se tem coragem. Assim, a palavra escrita toma toda uma nova dimensao, capaz de preencher a lacuna do silencio que as vezes se instala.

Continuarei a escrever? Sim. Porque ha sempre algo mais para partilhar. Porque ha' sempre mais alguem que nos le. Porque ha' sempre coisas que nao se conseguem dizer, a que so a escrita consegue dar vida.

terça-feira, julho 03, 2007

Pirilampos no quintal

Cheguei a casa hoje pouco passava das 9 e meia, depois de um dia relativamente banal, sem grandes novidades. Vespera de feriado, o dia fora mais ou menos puxado no trabalho, na tentativa de se compensar as horas que amanha nao serao de trabalho. Caminhava lentamente para a minha casa, aproveitando o ar quente do crepusculo que lentamente se instalava. Os meus olhos nao procuravam nada de especial, mas a certa altura, vejo sobre a relva e bem a' minha frente luzes amarelas. 'Eh pa, tas mesmo cansado, ja andas a ver pontos amarelos! Este feriado vem mesmo a calhar'!, pensei.

Um olhar mais atento para os pontos amarelos, revelou que estes se mexiam com uma graciosidade e com uma lentidao incomum. E tantos que eram... apareciam e desapareciam passados segundos, com uma suavidade e cadencia agradavel. Depressa percebi que nao eram fruto do meu cansaco - eram, na verdade Pirilampos. Foi a primeira vez que os vi. Ha muito que ouvia falar neles, mas eram para mim como uma lenda urbana - aquelas coisas de que ouvimos falar, mas que nunca tivemos o privilegio de ver de perto... e com o tempo, perdemos a esperanca de alguma vez vir a ver.

Fiquei parado nao sei quanto tempo, de chave na mao, a apreciar a danca das luzes que se desenrolava ali bem perto. Soube bem. Simples, autentico, unico. Uma memoria a reter.

domingo, julho 01, 2007

Toponimia Americana

Este fim de semana estive numa cidade chamada Toledo. Nao, nao fui a Espanha, foi aqui mesmo nos States, no estado vizinho de Ohio. Como ja ca estou ha algum tempo, ja me habituei a esta coisa de os americas baptizarem as suas cidades com nomes de outras cidades, nomeadamente, europeias. Ha um pouco de tudo - London, Rome, Paris, Athens, Madrid, Amsterdam, Lisbon - existem ca todas, em quantidades industriais. Sim, porque isto como e' um pais grande como tudo, repetir nomes e' o que esta a dar. Talvez por isso, quando se referem a uma cidade, indicam sempre o Estado a que se referem... 'Onde vive?' 'Novi, Michigan'.

Mas nao se pense que isto de roubar nomes fica por aqui. Tomemos 'Washington' como exemplo. Quando se ouve falar em Washington, pensamos na capital dos EUA, certo? Pois, mas sabem quantas cidades Washington existem por aqui? 35 ao todo. Confirmem aqui. New York, para alem da Big Apple, ha 4. Boston, ha 9. Podiamos continuar, os exemplos sao muitos. Mas ja deu para perceber a ideia - nao se pode dizer que que a imaginacao abunde por aqui, no que diz respeito a dar nomes aos sitios... como sera' o processo?...

- Entao e como e' que vamos chamar a este novo aglomerado?
- Eh pa isso agora...
- Abre ai' o Catalogo de nomes...
- Ok!
- Agora escolhe um numero de 1 a 545.
- 322.
- Ok, abre na pagina 322.
- E agora?
- Hummmm... quantos anos tens?
- 55.
- Escolhe o 55 nome.
- 'Portshire'.
- Temos alguma 'Portshire' neste estado?
- Nao, mas o estado vizinho tem uma.
- Nao interessa! 'Portshire' it is!!!

Nao deve fugir muito disto...

Se bem que os portugueses nao podem falar muito. Com lugares como 'Venda das Raparigas', 'Coina' ou 'Alhos Vedros' tambem nao mostramos grande ciencia...