quarta-feira, dezembro 31, 2008

Vício

Aqui há dias assustei-me ao entrar na cozinha, ao dar de caras com o meu frigorifico. Esta coisa de coleccionar Imans tem muito que se lhe diga... é muito giro e tal e coisa, sim senhor, mas é viciante, no minimo. Ainda para mais, sendo eu uma daquelas pessoas que nao consegue comprar só um Iman - tem que ser vários, do mesmo sitio, uns coloridos, outros mais artesanais, uns de borracha, outros de madeira.... enfim, nao ha como resistir!

Depois, dá nisto:

Imans

Um frigorifico ao qual fica bem o premio "Deixa-ver-quantos-imans-é-possivel-colocar-nesta-geringonca". Sao ao todo, mais de 120 - nao sei ao certo porque nunca me dei ao trabalho de os contar. Quase todos vieram de sitios por mim visitados, com algumas excepcoes (gracas aos amigos que contribuem generosamente para que a coleccao aumente). Agora, como ja devem ter percebido, estou com um dilema grande - paro com a coleccao ou compro um segundo frigorifico?

Eu acho que vou mais na segunda hipotese... afinal, frigorificos é coisa que da sempre jeito ter um de sobra. Nao é? Pois é.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Brinquedo Novo

Mais um resultado da recente passagem pelos States:

USAGE: For internal presentation and comp use by Apple Computer only. No other use is granted at this time, but can be negotiated at a later date. This use is non-exclusive and non-transferable, all rights are reserved except those specifically granted by this invoice.

I-Pod Touch. Em duas palavras: Brutalmente Giro!

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Habitos a que nao nos habituamos

O homem é uma criatura de habitos - nao ha como negar-lo. Desde o momento em que nos conhecemos como gente até ao momento em que perdemos a lucidez, a nossa vida é controlada por habitos, que nos dominam o dia a dia e que de uma forma estranha, nos impelem a seguir em frente. O que é certo é que, enquanto muitos desses habitos sao normais, saudaveis e acima de tudo, aceitaveis a quem  nos rodeia, ha todo um conjunto de rotinas ou maneirismos, se preferirem, que irritam e perturbam solenemente quem connosco partilha o nosso dia. E se bem que no seio familiar esses maus habitos tendem a ser ignorados ou tolerados, a coisa piora substancialmente quando falamos do ambiente no qual passamos grande parte da nossa vida adulta - o trabalho.

Antes de mais, é importante salientar que ninguem é perfeito - TODOS nos temos um lado negro que nao desejamos ver exposto. Mas se é certo que a maioria de nos está consciente disso, há por aí muito boa gente que nao tem consciencia de que os habitos que demonstram ter nao sao assim tao inocentes - e o mais grave é que nao tem nocao nenhuma que estao a incomodar o proximo.

Vejamos alguns exemplos. Escarafunchar o nariz, á procura de... voces sabem. Comer com as maos. Fazer barulho ao sorver bebidas. Falar alto ao telefone. Falar sozinho ou para o computador, á espera de uma resposta que nao vem. Falar por cima das outras pessoas. Quem de vos nao teve ja um ou varios colegas com estes habitos lindos? Eu nao digo que tirar um macaquito ou outro do nariz nao seja prazeroso uma vez por outra, mas daí a faze-lo à frente de outros como se fosse a coisa mais natural do mundo, vai uma grande diferenca... E o que dizer desse mundo vasto que é o odor corporal - mais comummente designado "pivete"? Aqui incluem-se habitos lindos como cheirar mal dos sovacos (logo às 8 da manha), mau halito (ou, como diria uma amiga minha dos States, "halitosis from the ass"), cheirar a chulé (sim, é possivel perceber que alguem tem um problema nesta area, mesmo estando calcado - que o diga a minha amiga S., que coitada tinha dias de sair verde do trabalho) ou simplesmente cheirar a... "lelo" (fruto de uma lareira que constantemente fuma mal) a nafetalina ou a gorduranga.

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Tudo isto a proposito de um artigo que li aqui ha tempos sobre este tema, que veio a ser provado absolutamente real nesta minha curta passagem pelos States, em que conheci dois cromos, com alguns dos piores habitos que ja vi. Um deles passou o tempo da formacao a explorar as cavidades nasais à procura de tesouros escondidos. Nao de uma forma superficial ou disfarcada, mas de uma forma obvia e descarada - os tesouros estavam la bem escondidos, havia que escavar bem fundo! À hora de almoco, esta mesma criatura resolvia aquecer umas mistelas estranhas, que impestavam a sala durante o resto do dia, obrigando-me a fazer intervalos nao programados, só para vir respirar um pouco de ar fresco. Depois havia o outro cromo, o engraxador por natureza, que tinha a mania de falar por cima das outras pessoas, mesmo que nao percebesse um boi do que se estava a discutir. Isto ja para nao falar na mania que tinha de falar sozinho com o computador, numa estrategia estranha que, pensaria ele, iria levar outros a perguntar "Precisas de ajuda?". Nao ha pachorra...

Enfim, este é daqueles temas que, por mais que se escreva ou fale sobre ele, nunca se esgota. E o que me dizem voces? Quais os habitos que vos deixam realmente a espumar e a desejar espetar duas galhetas no vizinho do lado? Vá, toca a partilhar experiencias - sem nomes, claro!

terça-feira, dezembro 09, 2008

Propostas musicais e cinematograficas

Ainda no rescaldo da viagem pelos Estados Unidos, e tambem como consequencia das belas pechinchas de que aqui falei no post anterior, foi inevitavel uma passagem pela Best Buy, uma especie de Fnac - sem os livros e com os precos baixinhos, baixinhos. Como de costume, deambulei pelo meio da seccao de CD's, sem procurar nada em particular, apenas vendo despreocupadamente o que por ali havia. E foi assim, mais ou menos por acaso, que descobri estas duas novidades bem bonitas.

A primeira é o mais recente album desta senhora:

Dido

É o terceiro album de originais desta senhora britanica e chama-se "Safe Trip Home". Quem ja conhece a musicalidade de Dido vai achar este album muito bom - na mesma onda dos anteriores, com a mesma voz envolvente e acima de tudo com letras lindissimas e sons reconfortantes. "Mais do mesmo" diz a critica. Eu digo que quando "o mesmo" é desta qualidade, que continue a vir. Aqui fica um cheirinho - nao é a musica que passa nas radios, mas é de longe a de que mais gosto:

A outra proposta no campo da música, vai para uma verdadeira surpresa:

soul_album

Nao faco ideia quando isto foi lancado: Seal canta Soul. Senhor de uma voz poderosissima, pegou no talento inegavel que tem e re-criou alguns dos intemporais temas da Soul norte-americana. Temas popularizados por James Brown, Ben E. King, Otis Redding e muitos outros, que deixaram a sua marca na historia da musica do seculo passado, e que todos de uma forma ou de outra todos conhecemos. Para se gostar deste album ajuda conhecer algumas das musicas (que recebem uma nova interpretacao na voz de Seal) e, claro, gostar do género. Nao é album que se oica todos os dias, mas sabe muito bem ouvi-lo de vez em quando. Se procuram algo diferente para a vossa coleccao, aqui fica a sugestao. Ah, e ja agora, mais um cheirinho:

Deixemo-nos de musicas e passemos entao ao cinema. Com a fome de cinema com que ando (fruto de viver num pais em que ir ao cinema é praticamente um desporto radical), nao perdi a oportunidade de o fazer nos States. As escolhas podiam ter sido melhores, é certo, mas nao havia grande tempo para escolhas. De modos que o que vi foi isto:

200px-Four_Christmases-Movie_Poster

4 Christmases conta a historia alucinante de um casal de namorados que, num unico dia, tem de celebrar 4 Natais - um com a mae dele, outro com a mae dela, mais um com o pai dele e ainda outro com o pai dela (!). Todos eles, claro, familias disfuncionais e um pouco estranhas. É uma comedia romantica, que nos ensina sobretudo que so se conhece alguem quando se passa pela experiencia (por vezes dolorosa) de conhecer e conviver com a respectiva familia. Vince Vaughn e Reese Witherspoon fazem um par interessante e a coisa até nao resulta mal. Nao é uma obra prima, mas é levezinho e ve-se bem.

Numa onda diferente, fui tambem ver isto:

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Ora Madagascar, o primeiro, foi um filme muito giro - pela historia, pelos personagens, pelas situacoes. Como muitas sequelas que por aí andam, Madagascar 2 é giro, mas... nao tanto. A animacao é da mais alta qualidade (nao fosse essa uma aposta da Pixar), mas o que é certo é que lhe falta o factor X que poderia fazer deste um grande filme. Mas nao me interpretem mal - é giro e divertido, mas sabe a pouco. Excepcao feita para a personagem do Rei (cujo nome nao me lembro), um Lemur absolutamente marado e divertido.

Pelo meio destes filmes, tive a oportunidade de ver alguns traillers que me pareceram bem jeitosos. Um deles é este:

Promete, sem duvida! O outro, num tom diferente, é este:

A mesma historia de sempre, vista de um prisma novo e perturbante. A nao perder!

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Comprinhas...

Vir aos States e' sinonimo de vir as compras. Nao e' possivel evitar. E' verdade que o dolar ja nao esta ao preco da chuva, mas o que e' certo e' que ainda se encontram por aqui bons negocios. Ou nao fosse esta a altura comercial mais animada do ano, a comecar com a Black Friday (o dia a seguir ao Thanksgiving), a semana passada, acabando na Cyber Monday, na passada segunda feira, o dia em que mais compras se fazem on-line. A isto juntem os cupoes maravilha que reduzem a conta a pagar em 20, 30 ou 40% e temos as condicoes ideais para... gastar. E muito.

E e' precisamente isso que tenho feito desde que cheguei. Em especial no Sabado... era uma loja atras da outra, onde apetecia trazer tudo e mais alguma coisa. O pior vai ser para arrumar isto tudo... eu bem que trouxe uma mala quase vazia, mas nao sei se vai chegar para as mais de 30 (!) pecas que acabei por comprar... e ainda faltam uns dias para me ir embora, pelo que me parece que esse numero ainda vai aumentar.

Querem o que? A culpa nao e' minha, e' dos cupoes. Cum caneco...


sábado, novembro 29, 2008

Regressar

Regressar e' sempre bom. Ou pelo menos, assim o e' quando o regresso signifca voltarmos a ficar perto de algo ou alguem que nos faz sentir bem. Regressar e' poder voltar a lugares e pessoas que em nos deixaram a sua marca indelevel. Ja ca estou ha uma semana e nao tenho feito outra coisa senao rever pessoas, lugares, imagens, sons e sabores que me eram tao familiares e proximos ate ha bem pouco tempo. Uma "trip down memory lane", um regresso ao passado recente que me permite recordar com carinho o tempo que aqui passei. As pessoas continuam simpaticas, desde os colegas que me receberam de bracos abertos, aos amigos de sempre que continuam mais genuinos e proximos do que nunca, apesar do tempo e da distancia. Os lugares, alguns deles mudaram, mas o essencial esta la, nos mesmos tons, nos mesmos caminhos, com a mesma intensidade. E e' tao bom estar de volta a isto tudo e poder apreciar tudo isto com um sorriso nos labios, invisivel a quem nos rodeia...

E este regresso veio mesmo a calhar... bem numa altura que se adivinha incerta e imprevisivel, em que tudo pode mudar de um momento para o outro, este regresso veio como uma lufada de ar fresco, uma oportunidade para por de lado as ansiedades e as angustias e apenas... aproveitar. Rir. Conversar. Contar historias sobre tudo e sobre nada. Partilhar experiencias, vivencias, sentimentos. E, acima de tudo, recordar. Recordar que, um dia, se foi feliz, aqui por estas bandas...

sábado, novembro 22, 2008

Amanha...

... o Regresso, 10 meses depois!

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Ao frio e à neve. Aos lugares de sempre. Às pessoas que nao esqueci!

Áquela que é tambem, e será sempre, a minha casa!

Vai ser bom.

quarta-feira, novembro 12, 2008

O que por aqui se bebe...

Desde que vim aqui para a Alemanha, que nao paro de descobrir cenas maradas para comer e, em especial, para beber. Como certamente sabem, os alemaes sao conhecidos pela cerveja, que aqui se bebe (literalmente) ás toneladas. E o mais engracado é que cerveja, ha para todos os gostos - desde a versao para gravidas (preta, sem alcool e rica em cevada), á cerveja com sabor a limao, laranja, frutos silvestres, e outras tantas frutas, cerveja verde com sabor a... erva, e mais nao sei quantas especialidades, cada uma mais estranha do que a outra, ha mercado para tudo, ninguem se chateia. Ha quem diga que a pouco e pouco ja vai sendo dificil encontrar o verdadeiro sabor da cerveja, tal é a adulteracao que permeia a oferta. Mas o que é certo é que ainda continua a ser a bebida preferida aqui dos mocos.

Depois há as outras bebidas mais fortes, entre as quais se destaca o famoso shnapps, uma bomba alcoolica de 40 graus e o nao menos tradicional Jägermeister, um licor com ar de xarope para a tosse, que deve ser consumido muito frio. Confesso que nada disso me impressionou verdadeiramente. Mas ha por aqui algo que me deixou agarrado (literalmente) desde o primeiro minuto em que o provei. Trata-se, meus amigos, disto:

 Bionade

Bionade - bebida nao alcoolica, em versao bio. Ora "Bio" toda a gente sabe, é normalmente bom. Faz bem á saude. É, dentro do genero artificial, aquilo que faz menos mal. É um conceito que chegou ha muito às batatas e às cenouras, mas que agora assume toda uma outra dimensao e chega a esse mundo fascinante que é o dos refrigerantes. Bionade é uma bebida gasosa (uma coisa altamente "bio"), com sabores absolutamente "verdes" - Holunder (uma cena vermelha estilo bagas que parecem amoras), Kräuter (ninguem me consegue traduzir isto, mas todos me dizem que é uma erva), Litschi (pela cor, parece-me ser Lichias) e por ultimo Ginger-Orange (estilo ginger ale com sabor a laranja). Qualquer uma delas é muito boa. Sabem quase todas ao mesmo e vao com quase tudo - com pizza, com um belo bife, com uma sandocha a meio da tarde ou com um snack ao fim da noite. E, para alem do mais, é "bio", o que é sempre in. "Ah e tal, vais beber o que?" "Bionade". "Eh pa isso é tao gasoso...". "Nao é nada, nao vez que é Bio!"... Mas fora de brincadeiras, isto é mesmo bom. Talvez por seja algo que sai um pouco fora do comum...

Tanto quanto diz o Site Oficial, isto é suposto tambem existir aí por essas bandas (se virem por aí à venda, digam). Ah, e ja agora experimentem e digam de vossa de justica.

sábado, novembro 08, 2008

Yokohama Skyline

Imagem do porto de Yokohama, vista do meu quarto de hotel, no 17 andar.

Yokohama Skyline

quinta-feira, novembro 06, 2008

Tokyo Disney Resort

As vindas ao Japao incluem sempre um fim de semana e fim de semana é sinónimo de descontraccao... só assim se conseguem libertar os stresses acumulados e encontrar as forcas para a semana seguinte. Desta vez, o destino escolhido foi a Tokyo Disney Resort. Eh pá, o que é que voces querem... eu no fundo sou mesmo é um puto em ponto grande... nao resisti quando soube que por aqui se situavam o terceiro e o quarto parque tematico mais visitado do mundo - ambos pertencentes á Disney. Um deles é o Clássico DisneyWorld, semelhante á EuroDisney, mas o outro é um parque unico no mundo Disney - o Tokyo Disney Sea (ou como dizem os locais "Dizinei Xiiii"). Optei por este ultimo para passar o dia de sabado.

Foto 021

O tema do parque é o Mar e o que o rodeia. O espaco esta organizado como qualquer outro parque temático. Existem varias areas, cada uma com a sua vertente - "Mediterranean Harbor" dedicado ao Mediterraneo, onde até uma Veneza em ponto pequeno existe; "American Waterfront", a fazer lembrar a Nova Iorque dos anos 50, com um barco gigante que domina por completo a área; "Port Discovery", uma visao futuristica de um porto de mar, algures no século XXII; "Lost River Delta", dedicado as culturas egipcias e mexicanas; "Arabian Coast", cujo nome diz tudo; "Mermaid Lagoon", o espaco de eleicao para a pequenada, onde a Pequena Sereia é rainha; e por ultimo a "Mysterious Land", inspirada nas 20.000 Leguas Submarinas de Julio Verne.

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Todas elas tem motivos de interesse... percorre-las é, ao mesmo tempo, um prazer e uma canseira. Canseira porque andamos até mais nao - o parque é gigante! Prazer porque uma vez mais a Disney nao deixou nada ao acaso e tudo está pensado nos mais pequenos detalhes. Os temas, as atraccoes, os cenários, as lojas, as decoracoes, até as fardas do pessoal, tudo estudado ao mais pequeno pormenor, para fazer as delicias de pequenos e graudos. As diversoes, muitas delas puxam pela adrenalina ao máximo - montanhas russas, com e sem loops, aventuras 3D, sentir os efeitos de uma tempestade, fazer de Indiana Jones atras de um tesouro qualquer ou andar num elevador que se "despenha" de uma altura de um 13 andar, sao apenas alguns dos exemplos. Eu, estava numa de ir a todas! Só vos tenho a dizer que saí de la podre, mas sem stress nenhum... Nao se percebe é nada das histórias que algumas atraccoes tentam contar, uma vez que infelizmente está tudo em japones... sem traducao!

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Estes sitios sao tambem locais ideais para observar pessoas - people watching. E a malta daqui, que representava seguramente mais de 95% dos visitantes, sao uns cromos que da gosto observar - pela maneira como andam, como se vestem, como dormem em tudo quanto é sitio (até sentados), pela maneira como falam, e pela maneira como gostam de usar acessórios. Mas quais acessórios? Bem, num parque Disney, os acessórios mais vistos sao estes, naturalmente:

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Era ve-los, a eles e a elas, com isto na cabeca, todos contentes. Enfim, manias. Voltando ao parque, o facto de este estar localizado bem pertinho da Baía de Tokyo, da-lhe um ar unico, com a brisa maritima a acompanhar o belo dia de sol que se fazia sentir. Á noite (que aqui cai nesta altura do ano por volta das 5 da tarde) o parque assume toda uma nova vida, com novos motivos de interesse - o maior dos quais reside no espectaculo BraviSeamo!, uma fusao de agua, luz, fogo e musica, belamente coreografada na lagoa principal do parque, que nos conta uma história de amor entre dois seres imaginários e que por momentos me fez lembrar os tempos da Expo 98 e do Aquamatrix. Sao ao todo 25 minutos de altíssima qualidade, capazes de atrair toda aquela massa de gente!

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Enfim, foi um dia muito bem passado. A mim faz-me sempre bem ir a locais destes. Esquecer tudo por umas horas. O stress, os problemas por resolver, as decisoes por tomar. Deixar de parte o quotidiano, deixar correr a adrenalina pelo corpo, gritar a plenos pulmoes. Regressar aos tempos em que nada nos incomodava e em que tudo fazia sentido. E sentir-me uma crianca, uma vez mais, nem que seja so por umas horas...

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(cliquem em cima da foto para ver o resto das imagens)

Licao de Japones

E depressa passaram mais duas semanas, aqui por estas bandas do país do sol nascente. Como de costume, cheias de trabalho, reunioes, formacao e alguns debates. Tudo acompanhado por um "jet leg" poderoso, que so passa ao fim de uns largos dias. Daqui a dias estou de regresso. E desta vez, stl foi a azafama que nem houve tempo para passar por aqui para largar umas bocas...

Por falar em bocas, reparo que ainda por aqui nao escrevi nada acerca da maneira de como esta malta fala. "Mas eles falam de uma maneira estranha?", perguntam voces. E eu respondo: "Estranha é apelido". Vejamos porque. Em cada 5 palavras que dizem, 3 sao para dizer "Arigato Gozaimasu", que é como quem diz "muito obrigado mesmo". Nas lojas, é impressionante a quantidade de vezes que isto é repetido até à exaustao. Assim que entramos, todos os empregados dizem um "Arigato Gozaimaaaaaaaaasu" bastante prolongado, acompanhado de muitos sorrisos e uma venia ou outra. Depois, quando saimos, a mesma coisa. Se comprarmos algo, idem. Se pedimos ajuda, tambem... é um nunca acabar! Normalmente vem tambem acompanhado de um "Sumimasen", tambem dito de uma forma prolongada - "Sumimaseeeeeeeeeeeeeeeen". Nao sei porque, mas prolongar as palavras é coisa que lhes da muito prazer (é sinonimo de uma forma educada de falar). A nós, que nao estamos habituados, chateia um bocado e ao fim de um tempo so lhes apetece dizer "Olhe, cale-se agora um bocadinho com isso, tá bem?".

Japanese_Katakana_ZA

Outra coisa gira na lingua japonesa, é que a mesma palavra, dita com intensidades diferentes, pode ter diferentes significados. Por exemplo, a palavra 'Sim' - Hai - pode ser dita de uma forma seca e curta ou de uma forma mais longa e repetida vezes, significando que a pessoa esta de acordo com o que se está a dizer. Ah, e muito importante, mesmo que um japones diga "Sim", isso nao significa que perceba o que se esta a dizer... significa apenas que está a seguir a conversa... Agora imaginem isso em reunioes de trabalho... eles va de dizer "Hai! Hai!" e a gente a pensar que eles estao a perceber tudo, para no fim fazermos uma pergunta e constatarmos que lhes passou tudo ao lado.

Depois temos as palavras que facilitam a comunicacao e que dao um ar de que somos altamente entendidos na matéria - Ohayo Gozaimasu (Bom dia), Konnichiwa (Boa tarde) ou Sayonara (Adeus)... ficam sempre contentes quando mandamos uma destas... até acham piada! Nos, por outro lado, achamos piada quando eles tem que pronunciar palavras ocidentais, de uma forma ajaponesada. Os enderecos de internet sao os mais hilariantes... Para dizerem um endereco que termine em ".net", eles dizem "Doto neto". Isto ja para nao falar na troca dos "r" pelos "l" (nao sao so os chineses...).

Por mais que tente, entender esta malta esta alem das minhas possibilidades... mas lá que sao engracados, até sao!

domingo, outubro 19, 2008

James Blunt, in concert

De regresso a terras germanicas, ainda com a cabeca a ajustar-se ao novo fuso horário, eis que chega o fim de semana e, ao mesmo tempo, a data para o primeiro concerto do ano. Pois é, 2008 tem sido uma pobreza no campo da musica - dos Coldplay aos REM, passando pela Allanis Morrissette, perdi todos os concertos possiveis e imaginaveis que por aqui passsram neste verao. Ou por ja nao haver bilhetes, ou porque o dia nao era o melhor, ou simplesmente porque era longe. Acontece. Mas quando soube que James Blunt ia tocar aqui bem perto, em Oberhausen (essa bela localidade), dei comigo a pensar "Ora aí está uma boa maneira de passar uma noite". Gosto bastante da musicalidade e das letras deste jovem, um ex-oficial do exercito ingles, que se resolveu dedicar à musica e que conheceu a fama em 2004, com o lancamento de "Back to Bedlam", pelo que resolvi nao deixar passar a oportunidade.

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E assim foi - ontem la estava, na König-Pilsener Arena, um espaco estilo Pavilhao Atlantico, so que com metade do tamanho. Casa cheia, muito animada, com pessoas de todas as faixas etárias, muitos casais, muitos grupos de senhoras sozinhas (gandas malukas!), muita gente de várias nacionalidades á espera de ver o que a noite prometia.

A primeira parte do concerto comecou cedo - ás 7 e 45 -  com um trio de jovens que, embora animados, ninguem conhecia. Os "Zés", como lhes vou chamar porque nao sei de quem se tratavam, tinham assim um som estilo musica rock portuguesa dos anos 80, na onda dos Taxi, dos Salada de Fruta e outros que tal. De aparencia, assemelhavam-se aos Beatles (!) e abanavam a cabeca como se dos Nirvana se tratassem. Combinacao interessante. A musica nao era ma de todo, mas os "Zés" nao agarraram a malta. Tocaram 45 minutos e bazaram. A malta agradeceu.

AS 9 em ponto, James Blunt e respectiva banda sobem ao palco, para aquele que seria um desfilar de temas bem conhecidos. A abertura foi algo inesperada, com uma musica nova, a que se seguiu "Wisemen", "High", "Billy" e um "I really want you" cantado quase á capela e propositadamente baixo, que o publico teve que se silenciar para poder ouvir. Algo bastante original, diga-se. Original e muito forte foi o momento de "No Bravery", tocado simplesmente ao piano, enquanto passvam nos dois videowalls imagens do Kosovo em 1999, aquando da passagem de Blunt pelo conflito.

Momentos mais animados regressaram com "Give me some love", "I'll take everything" e "Carry you home". Seguiram-se uma musica nova - Love, love, love - e "Cuz I love you" em que o senhor desata a dancar no cimo do piano e resolve, ja no final da musica, avancar literalmente para o meio da assistencia (passando a menos de 1 metro de mim), atravessar a arena inteira e ir instalar-se num piano colocado no meio do recinto. Aí contou  "You're beautiful", "Goodbye my Lover" e "Out of my mind". O publico, bem conhecedor das letras, acompanhava cada uma delas de forma animada e afinada... De regresso ao palco, e para terminar a parte principal do concerto, brindou-nos com um "So long Jimmy" bastante poderoso, umas decimas acimas do original. Para o encore, ficaram "One of the Brightest Stars" (a musica de que mais gosto), "Same Mistake" e 2 horas depois de comecar, o rapaz despediu-se com "1973", em que umas bolas de cristais prateadas, estilo anos 70, deram um ar muito disco ao recinto.

Valeu bem a pena. A terminar, aqui fica "Cuz I love you", uma cover dos Slade, e que me parece sinceramente uma boa aposta:

quarta-feira, outubro 15, 2008

Coisas Estranhas...

Aqui no Japao, ha... coisas estranhas, dificeis de explicar. Que só mesmo vendo! Nao, nao vou voltar a falar de casas de banho (embora seja um tema que goste especialmente e que daria para mais uns 20 posts, no minimo). Vou antes falar de coisas tao fantasticas como parques de estacionamento, pracas de taxis ou multidoes em paciente espera para entrar numa loja famosissima!

Comecemos pelos parques de estacionamento. Aqui, estacionar o carro, para alem de ser virtualmente impossivel, é algo que é feito... na vertical. Devido ao elevado preco dos terrenos, nao é possível ter parques de estacionamento na horizontal, como os conhecemos. Assim sendo, qualquer bocadinho de terra serve para fazer uma estrutura, estilo predio, com uns 8, 10, 12 andares, onde se arrumam carros, com a ajuda de um elevador altamente sofisticado. Quem ve de fora, ve apenas isto:

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Aquele "P" nao anuncia um estacionamento ali perto - aquele "P" é o estacionamento! Estao a ver a ideia? É muito á frente... eu é que nao sei se ficaria descansado em deixar ali o meu carro, arrumado numa prateleira (é disso que se trata), estilo despensa...

Continuemos. Vamos até aos Taxis - sao uma forma rapida e relativamente barata de nos deslocarmos aqui. E andam por todo o lado, em especial á saída dos grandes terminais de transportes publicos. Uma vez mais, o espaco é coisa que nao abunda, pelo que as cidades nao se podem dar ao luxo de ter assim uma praca de taxis como as nossas. O que ha, no entanto, é isto:

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Eu diria que a este cenario se aplica bem a expressao "todos ao molho". Taxis todos bem arrumadinhos, uns atras dos outros... só nao consegui perceber é como é que eles praticam o FIFO neste sistema, sem se atropelarem uns aos outros. Mas, mais uma vez, tudo funciona! E ninguem se chateia com ninguem... impressionante!

Por ultimo, falo-vos de uma cena que assisti em Tokyo, em plena zona comercial. Sabado á tarde, bom tempo - cenário ideal para ir ás compras. No meio de tantas, há uma loja que se destaca largamente de todas as outras. Uma multidao - seguramente umas 300, 400 pessoas, sem exageros - aguardava pacientemente em fila indiana que estendia a perder de vista, para entrar numa loja da... H&M! A foto nao é das melhores, mas este senhor com a placa estava no fim da fila, e a entrada da loja esta mais ou menos ao pe do candeeiro... tudo aquilo ali no meio sao pessoas que esperam para entrar...

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A questao que se poe é: porque? OK, a H&M é baratucha, acessivel a muita bolsa... mas porque esperar tanto para entrar, se ha tanta loja onde se pode encontrar o mesmo tipo de acessorios? E há que dizer que a loja NAO estava em saldos! Será fashion? Será stylish? Ou será apenas... japones?

Nao sei. Mas lá que é estranho, é!

E assim termina a minha estada de 3 semanas por estas bandas. Estou de regresso a Alemanha amanha, para preparar o regresso a este lado, ja no fim do mes...

terça-feira, outubro 14, 2008

Tokyo in a Day

Mais um fim de semana, mais uma oportunidade para espairecer! Desta vez, o destino escolhido foi Tokyo, a capital. Ja por lá tinha passado aquando da primeira vez que ca estive, mas ficou muito por ver. E ha sempre tanta coisa ainda para ver...

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O roteiro comecou com uma viagem de Shinkansen, o "comboio bala" niponico. Eficaz, pontual, confortavel, com um design estiloso e, acima de tudo, muito muito rapido, faz os 120 km de viagem em menos de 50 minutos. Logo á saida da Tokyo Station, comecei por visitar os Jardins do Palacio Imperial, onde vive o actual imperador do Japao. O Palacio em si so abre 2 vezes por ano, no ano novo e no aniversario do Imperador, pelo que a área publica resume-se a pouco mais do que uns jardins com umas arvores que mais parecem uns bonsai em ponto grande... sao giros, mas estao longe de impressionar. La pelo meio encontra-se a ponte Nijubashi, do sec XIX, que constitui a principal entrada no palacio e ao mesmo tempo, o ponto alto deste espaco verde.

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Proxima paragem - Ginza District. Esta é, provavelmente, uma das zonas mais tipicas e agradaveis de Tokyo. Bem no centro da cidade, esta é a zona comercial de eleicao. Estao ca todas as lojas possiveis e imaginárias, da alta costura ao baratucho, do nacional ao internacional, do vestuario à electrónica. Loja que é loja esta aqui (até a Zara cá tem 2 lojas!). Isso, aliado ao facto de que a zona esta fechada ao transito ao fim de semana, faz convergir para aqui multidoes, que simplesmente passeiam na avenida, a aproveitar o bom tempo de outono e a fazer o que aqui se faz melhor - window shopping.

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A meio da tarde, paragem em Roppongi, o bairro de eleicao dos ocidentais, provavelmente a parte mais internacional da cidade. Dominada pelo complexo Roppongi Hills, é uma zona cheia de restaurantes, que sendo animada de dia, transforma-se de noite, tornando-se na 24 de Julho de Tokyo... em versao XL, claro.

Mori Towers, Roppongi

E porque a noite tambem ja se aproximava, apesar de serem apenas 5 da tarde, segui caminho para Shinjuku, na ala oeste da cidade. É aqui que se situam os grandes arranha ceus de Tokyo (e tambem os mais caros!). Estima-se que trabalham aqui mais de 250 mil pessoas diariamente, sendo uma das zonas mais movimentadas e yuppies da cidade. Lá pelo meio, estao as torres do Tokyo Metropolitan Offices, cujo observatório (gratis) no 45 andar, proporciona vistas fantasticas do city skyline.

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O passeio, terminou uma vez mais, na zona que melhor define Tokyo, e que resolvi explorar um pouco melhor - Shibuya. Neons, luzes, accao, pessoas, transito - uma autentica Times Square! Ora vejam:

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Lojas, gente, restaurantes, mais gente, mais lojas, mais neon, mais gente. La pelo meio, uma loja de CD's baratos a que nao resisti e um jantar com recordacoes americanas - aqui. Muito bom!

E assim foi.  A dor nos pés e nas pernas exigiu que o dia seguinte fosse passado a descansar... Mais fotos, aqui!

quinta-feira, outubro 09, 2008

Starbucks Experience

Acabei agora de vir de la. Eu e um belo Tall Cappuccino! Um clássico. Desde há muito que sou fa deste conceito a que chamaram de Starbucks. Primeiro comecou por ser uma extravagancia de férias, onde só se ia porque era giro e novo... mas, sobretudo durante a minha estada nos States, ir ao Starbucks beber qualquer coisa tornou-se algo de muito especial, um vicio, se quiserem... algo que vai deixar saudades!

Para quem nao conhece (e se calhar sao muitos!), o Starbucks nao é um café convencional, daqueles onde pedimos a bica e a bebemos ao balcao. Sim, é um lugar em que o café é claramente Rei, mas é muito mais do que isso... é um sítio para se estar. Para se ir com calma. Com tempo. Para apreciar. A ler um livro, a usar o computador, ou simplesmente a ouvir a musica calma que normalmente domina o ambiente. É um sitio que fica mais ou menos entre o stress do trabalho e o conforto do lar. É tipo de lugar em que se pode estar uma tarde inteira na palheta com uma boa companhia, comodamente instalados numa das muitas poltronas que decoram o espaco...com o café por companhia... Nao é, de todo, um lugar para toda a gente - a comecar pelos precos, que sao claramente inflaccionados e acima da média, mas tambem pelo status que transmite... ir ao Starbucks é sinal de classe, de estilo, de modernidade - pelo menos é esse o posicionamento da marca! Estou bastante curioso para visitar a loja de Alfragide, e sobretudo, de ver a reaccao do povo portugues a este conceito... pena é ficar tao longe de Setubal, senao estaria la sempre batido...

Starbucks

Aqui no Japao, tudo o que tenha um "cheirinho" a Ocidente, que nos soe familiar, é muito bem vindo. Por isso, ir ao Starbucks aqui é ainda mais significativo. É acolhedor. É como estar em casa, num país distante.

É bom, pronto! Se passarem pela loja de Alfragide, digam de vossa justica!

domingo, outubro 05, 2008

Nikko, Japan: World Heritage

Fim de semana é sinónimo de passeio. Depois de uma semana a conhecer apenas o caminho entre Hotel-Estacao-Fabrica-Estacao-Hotel, o fim de semana proporciona uma oportunidade para explorar o que há por estas bandas. Utsunomiya nao é uma cidade propriamente turistica, com grandes atraccoes (bem vistas as coisas, nao tem nenhuma!), mas aqui bem pertinho, a apenas 40 minutos de comboio, situa-se a pequena, mas bela cidade de Nikko, cujo património foi considerado pela Unesco como Heranca Mundial.

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Nikko (que traduzido, significa Luz do Sol) é conhecida essencialmente pelos muitos temples e shrines budistas - sao imensos, mais ou menos organizados em 3 grandes complexos, que atraem milhares de visitantes diariamente. Eu confesso que a grandiosidade de tais construcoes nao me atrai minimamente, pelo que decidi passar mais tempo a explorar o imenso Parque Natural que rodeia a cidade, mais propriamente a zona do lago Chuzenji e das Kegon Falls, uma das mais altas do Japao, com 97 metros, bastante popular entre os japoneses, em especial por aqueles que aqui se veem suicidar...

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A beleza de regiao é indiscritivel, em especial com os tons outonais a servir de cenário. Pena que o dia estivesse com algumas nuvens, o que mais uma vez, deu cabo das fotos. De qualquer das formas, podem espreita-las, aqui!

 

sexta-feira, outubro 03, 2008

Japao - O projecto, o cliente, as instalacoes...e uma vez mais, as casas de banho!

Como ja tive oportunidade de aqui dizer, as minhas visitas ao Japao sao, acima de tudo, motivadas pelo trabalho, mais propriamente porque estou envolvido na implementacao do SAP aqui na nossa jovem empresa nipónica. Até agora, tem sido uma experiencia muito interessante, esta de lidar com uma realidade profissional completamente diferente da que estamos habituados no mundo ocidental.

Desta vez, estamos cá para arrancar com o projecto, e viemos para a nossa fabrica, aqui nos arredores de Utsunomyia, incorporada na fábrica do cliente - cujo nome nao posso dizer... posso so dizer que comeca e acaba com "N" e pelo meio tem, absolutamente de forma aleatórea, as letras "ISSA". Todo o complexo, que se extende ao longo de 3 km de comprimento e 1 de largura, é uma autentica cidade, com tudo e mais alguma coisa! Ao mesmo tempo, parece um autentico bunker, com 100 anos, mas nao, so tem 40, mais ano, menos ano. Tudo tem um ar velho e cinzento, mas nao é sujo, muito pelo contrario... tem é um ar de que se vai desmantelar a qualquer momento... Todo o complexo esta organizado da forma mais simples e eficaz, que até chateia. Tudo esta pensado por forma a que a producao dos cerca de 1000 carros que aqui se fazem diariamente, seja a mais cost-efficient de sempre, sem descorar no entanto a qualidade.

O nosso escritório situa-se no meio da producao, que é por norma, uma zona suja. Por isso, e como regra que todos cumprem, os sapatos ficam à porta! Lá dentro é só pé descalco, com peuginha ou chinelinho. Eu optei pelo chinelo, que trouxe de Portugal, uma vez que nao gosto de trabalhar de pes frios. Mas por muito estranha que possa parecer a ideia de trabalhar de peugas, tenho a dizer-vos que é um conforto que nao vos passa pela cabeca. Nao ter os pes constrangidos pelos sapatos dá-nos uma sensacao de liberdade, que apesar de estranha, é muito agradavel. Para alem disso, nao é incomum ver pessoas sentadas no chao ou agaichadas á beira das secretárias, tudo porque o chao está sempre impecavelmente limpo, uma vez que as sapatorras sao deixadas lá fora! Estou fa, e um dia que tiver a minha empresa, os sapatos ficam á porta. O cenario que se ve todos os dias é mais ou menos este (esta nao é uma foto de lá, uma vez que nao sao permitidas maquinas fotograficas na fabrica):

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O desafio diario, á saída, é saber onde param os vossos tamancos...

Mas, por muito que se possa descrever nas instalacoes que temos ao nosso dispor, as casas de banho, mais uma vez, sao o exlibris, e mais uma vez conseguiram surpreender-me. Ja aqui tinha falado acerca de quao estranhas sao as casas de banho japonesas, em especial, as sanitas. Mas isto, meus amigos, supera tudo:

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Sao chamadas "Squat Toilet", devido á posicao que o utilizador tem que adoptar para poder usar estas... coisas. Eu sinceramente nao as tentei usar, mas ja passei algumas horas a pensar em como raio se utilizam... acabei por encontrar na net uma descricao muito visual, estilo manual de instrucoes, para utilizar estas... coisas. E cheguei á conclusao que é só desvantagens: primeiro, a posicao é muito desconfortavel... nao ha quem aguente mais de 30 segundos "de cócoras", sem querer imediatamente assentar o rabo no chao. Depois, a ginastica que se deve ter que fazer para nao acertar com os "presentes" dentro das calcas é muito maior que qualquer sessao no ginásio. É esforco a mais. Por ultimo, a corrente de ar que se deve sentir com tudo ali ao relento, nao deve ser nada agradavel. Naaaa.... a mim nao me apanham lá. Tanto que nao me apanham que andei a ver todas as casas de banho la do sitio, em busca de uma sanita "ocidental"... depois de muito procurar, encontrei apenas 1, refundida la num WC atras do sol posto, mas que pelo menos condiz com os nossos padroes. Um alivio, meus amigos, um alivio!!!...

Enfim, este pais nao para de surpreender. Um destes dias vou falar-vos do significado da frase mais repetida (até à exaustao)por estas bandas: Arigato gozaimasu!

terça-feira, setembro 30, 2008

Japan, once more

Comecou no Domingo mais uma jornada aqui por estas bandas do país do Sol Nascente. Desta vez, resolvi trazer a reboque o meu portatil pessoal, para poder estar ligado ao mundo, sem restricoes parvas. Mas isto de vir carregado com 2 portateis tem que se lhe diga... uma dor de costas brutal e um olhar desconfiado da senhora da seguranca no aeroporto ("Para que é que este cromo precisa de 2 portateis?")... A viagem foi mais uma vez uma aventura, a comecar pelos 150 euros que tive que largar pelo excesso de bagagem... foram apenas 5 kg, cobrados a 30 euros o kg!!!! Deu-me vontade de la deixar a mala, mas pronto, reconsiderei...achei que era capaz de precisar do que la vinha dentro... Ainda estou aos papeis com o jet leg, que vai durar mais 2 ou 3 noites, nada de novo!... mas enfim, ja ca estou, para mais uma estadia de trabalho... 3 semanas para arrancar com um projecto que já se arrasta em demasia.

Desta vez vim parar á bela localidade de Utsunomiya. Utsuo-que? Nomiya. Onde é que isso fica? No meio do nada... ou melhor, no meio de campos e campos de arroz. Mas nao pensem que se trata duma aldeola estilo Santa Comba Dao. Nao, esta "aldeola" tem meio milhao de habitantes e é uma cidade tao pujante como tantas outras aqui no Japao, situando-se a apenas 1 hora de Tokio, via Shinkansen (comboio ultra rapido, estilo TGV). Nao é propriamente turistica, mas tambem nao estou aqui propriamente para turismo... mas cheira-me que esta vai ser uma viagem interessante...

Prometo ir deixando aqui algumas nuances do que por aqui se passa... Por agora, é só mesmo Sayonara!

sexta-feira, setembro 26, 2008

Mamma Mia!

Este ano tem sido fraco em idas ao cinema. Isto de estar num país em que nao se entende patavina do que se diz, nao ajuda. Para já nao dizer que por aqui sao raros os cinemas que exibem os filmes na versao original. Assim sendo, resta-me matar o bichinho da setima arte em duas situacoes - ou quando vou a Portugal, ou num desses voos intercontinentais em que de vez em quando embarco.

Ora, sendo que o passado fim de semana foi passado em Casa, é claro que nao perdi a oportunidade para ver mais um filme. A escolha, desta vez, recaiu no mais ou menos óbvio filme do momento:

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Mamma Mia!, a adaptacao ao cinema do musical com o mesmo nome, que desde a sua estreia, em 1999 em Londres, cativou audiencias um pouco por todo o mundo. Quando o vi no Pavilhao Atlantico aqui há uns anos, gostei imediatamente da história e do conceito. Contar uma história APENAS com as musicas de uma banda, seja ela qual for, é obra. É obra torna-la interessante, divertida, facil de seguir e acima de tudo, que seja puro entretenimento. Ora, Mamma Mia! reune isso tudo e muito mais. Com uma banda sonora que todos mais ou menos conhecemos (nem que seja como "guilty pleasure" ja todos cantarolamos as musicas dos ABBA - admitam!), nao ha musica que nao de vontade de saltar para as alas da sala e abanar o capacete. O entusiasmo da senhora que estava á minha frente era tanto que as tantas pensei que fosse bater palmas no final... Dancing Queen, Super Trouper, One of Us, Waterloo, The winner takes it all, e muitas muitas mais - estao la todas, é so conferir.

O mais interessante nisto tudo é a maneira como a historia foi criada por forma a incorporar tanta musica aparentemente diferente e sem ligacao. O argumento (tirado a papel quimico do musical original) roda em volta de uma jovem que tem o desejo de conhecer o pai, que nunca conheceu. Aproveitando a ocasiao do seu casamento, resolve convidar 3 potencias candidatos para serem seus pais, que entretanto descobriu num velho diario da sua mae. De forma um pouco inesperada, todos decidem aceitar o convite... e está armado o circo para a confusao...

O leque de actores é muito rico, a comecar com Meryl Streep, Colin Firth e Pierce Brosnan, todos eles com intrepertacoes muito simples, mas que funcionam muito bem. Todos se aventuram a cantar, uns mais que outros. Streep faz grande parte do trabalho de cantorias (e sai-se muito bem) sendo que Brosnan e Firth nao se arriscam muito, e a malta agradece, uma vez que os seus aparelhos vocais nao sao, digamos, potentes... Tambem nao deixa de ser interessante ver uma das melhores actrizes de todos os tempos, ja nao tao nova como isso, aos saltos que nem uma maluca em cima de uma cama, coberta de plumas ou envergando uns catitas trajes dos anos 70, com umas boots a condizer.

As paisagens sao lindissimas, ou nao fosse a accao passada numa das muitas ilhas gregas. As coreografias sao simples, mas entreteem, e no fundo, é isso é que interessa. Enfim, sao 100 minutos que valem os 5 euros e 30 centimos do bilhete. Para quem ainda tem duvidas, aqui fica um cheirinho:

quarta-feira, setembro 24, 2008

Aterrar em Lisboa

Aterrar em Lisboa é sempre uma experiencia unica. Por um lado, mais ou menos obvio, porque é um sinal de que nos estamos a aproximar da nossa casa, do nosso país, onde nos sentimos verdadeiramente mais perto do que é importante. Por outro lado, aterrar em Lisboa é algo que dificilmente é igualado noutro aeroporto qualquer. Seja de dia ou de noite, Lisboa vista de la bem de cima é uma cidade fantastica, linda, que se espalha por km e km ate se perder de vista. E depois, o facto de o aeroporto estar bem no meio da cidade, causa aquela sensacao estranha, mas ao mesmo tempo unica, de quase tocarmos o topo dos predios ou de aterrarmos bem no meio da 2 Circular ou da CRIL. Nos ultimos anos, nao foram poucos os aeroportos que conheci por esse mundo fora, mas nenhuma aterragem tem um encanto como a de Lisboa...

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No passado fim de semana, em mais um fugaz regresso a casa, voltei a sentir o mesmo. Só que ao mesmo tempo, aterrar em Lisboa nos tempos que correm, significa aterrar num aeroporto que mais parece um palco de guerra ou coisa parecida... escavacoes, buracos, maquinaria pesada, desvios forcados e rotundas improvisadas combinam esforcos para nos dar a sensacao que aterramos num  qualquer país sub-desenvolvido, tal é a deselegancia do ambiente que nos rodeia. Aquilo ja deve andar assim há uns tempos, mas confesso que nao tenho reparado ultimamente... mas desta vez, observei com atencao. E pus-me a pensar o que pensará um turista que pela primeira vez venha ao nosso pais e aterre no meio de tal "granel". "Eh la... qué isto pá?? Onde é que eu vim parar?!"

A chegada ao terminal nao contribui nada para mudar esta primeira impressao... la dentro, tudo parece ter parado algures nos anos 80. A decoracao, o mobiliario, os placards electronicos, o chao... tudo cheira um pouco a mofo, para nao dizer pior. Eles la inauguram mais uma ala de vez e quando, com umas lojecas todas bonitas e uns cafezinhos fashion, para ver se a coisa disfarca... mas o mofo continua la, agarrado a tudo o que nos rodeia...

Mas o cumulo da experiencia de aterrar em Lisboa está mesmo encerrado na recolha das bagagens... a minha experiencia diz-me que o tempo de espera está directa e proporcionalmente relacionado com a distancia a que o aviao foi estacionado. E em média estamos a falar de 30 minutos de espera, num dia bom. Num dia mau, já cheguei a esperar 1h e 15 minutos pela bagagem (que as vezes nao chega de todo, mas isso sao outros pormenores). A coisa é de tal forma caricata, que quando falo aqui com colegas alemaes que ja foram a Portugal, o que eles se lembram do aeroporto é que é pequeno (o que nao é necessariamente mau) e que se perdem horas à espera da bagagem...

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Assim sendo, e embora goste muito de aterrar na Portela, acho que a nossa capital merece uma melhor "primeira impressao" para quem vem pelos ares... é claro que, com a mania das grandezas, de certeza que o novo aeroporto vai ser de tal forma extraordinario e megalomano, que o vamos andar a pagar durante os proximos seculos. No minimo!

quarta-feira, setembro 10, 2008

Yokohama by night...

A última viagem ao Japao, como diria o meu amigo D., foi turbulenta, no minimo. Ossos do ofício. No meio de todo o stress, confusao e angustia, nao houve tempo nem disposicao para grande coisa. A desmotivacao do trabalho nao deixou espaco para que houvesse grande vontade de procurar novos lugares e exprimentar novas sensacoes.

A excepcao ocorreu apenas na última noite... em que se descomprimiu toda a contencao acumulada ao longo de 10 dias. Saí do escritório com uma vontade imensa de me atracar a um bife com batatas fritas! Ali por aquelas bandas, nao sao muitos os sítios em que se podem satisfazer tao simples desejo... por isso, saí em direccao ás luzes brilhantes do Porto de Yokohama, onde sabia existir o lugar perfieito para passar a noite (já cá faltava, certo :-) ? ).

Pelo caminho, tempo para captar as imagens que se seguem e que representam as unicas memórias boas desta jornada.

No fim do mes, estou de regresso...

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domingo, setembro 07, 2008

10 Anos

7 de Setembro de 1998. Faz hoje precisamente 10 anos que comecei a trabalhar. Acabadinho de sair da faculdade, sem experiencia nenhuma, e depois de ter tido um verao quente de muitas entrevistas, testes psico-tecnicos e provas de grupo, lá fui parar a uma empresa até aí desconhecida para mim, para desempenhar uma tarefa que eu nao fazia sequer ideia que existia - a de ser Consultor SAP. Verdade seja dita que eu nem sabia o que SAP era. Lembro-me perfeitamente quando comecei o processo de recrutamento para este emprego, tive a sensacao que o tipo que me estava a entrevistar me estava a vender o emprego e nao a avaliar se eu estava capacitado ou nao para o desempenhar. "Isto é giro, quero formar uma equipa jovem, com vontade de trabalhar, para lancar uma unidade nova dentro da empresa" dizia ele. Com condicoes salariais muito acima da média e com uma descricao muito, muito poética do que era o SAP, lá me convenci a assinar contrato, convencido de que "Isto até pode ser giro".

Depois de conseguir o emprego, comecou a dificuldade, que ainda hoje se mantem, em explicar ás pessoas o que faco. Conversas como esta repetiram-se incontaveis vezes ao longo destes 10 anos:

  • - Sou consultor SAP.
  • - Ah.... SAP, o que é isso?
  • - É um ERP que as empresas usam para suportar os seus negócios.
  • - ... (silencio)
  • - É um Sistema de Gestao Integrado.
  • - ... (mais silencio).
  • - É um software.
  • - Ah, entao trabalhas com computadores, é isso?
  • - Pois, é mais ou menos isso - digo, já mais ou menos em desespero de causa.
  • - Ainda bem que dizes isso, é que eu tenho um problema com o meu computador la de casa, nao sei se me podes ajudar....

Pronto. A partir daqui é inutil qualquer explicacao adicional, porque ninguem vai mesmo perceber o que é ser um Consultor SAP. Ás vezes, confesso que nem eu ja percebo...

Mas voltemos entao 10 anos atras. O primeiro dia, bem como as primeiras semanas, foi passado em formacao, ali para os lados do Restelo. Eramos ao todo 30 os que embarcaram nesta jornada, sem saber muito bem o que esperar. Juntamo-nos aos 10 colegas que já tinham integrado a mesma area de negócio, mas 6 meses antes. Todos com experiencias e backgrounds diferentes - uns casados, outros solteiros, uns com anos de experiencia profissional, outros como eu, inexperientes da cabeca aos pes.

Depois dos meses iniciais sem grande actividade no escritório, comecaram os projectos, por esse Portugal fora - Lisboa, Porto, Funchal. A mim calhou-me Agueda, essa bela localidade, onde pouco ou nada acontecia depois das 8 da noite. Foram 9 meses muito intensos, em que se aprendeu muito - nao so profissionalmente, mas tambem a nivel pessoal. Aprendeu-se a partilhar vidas, sentimentos, vivencias diarias. Aprendeu-se a rir, a chorar e a sofrer em equipa. Aprendeu-se com os muitos erros cometidos, aprendeu-se a lidar com emocoes até aí desconhecidas. Depois do esforco, veio o sentimento de dever cumprido, com o primeiro arranque, a sensacao de que se tinha posto de pé um arranha-ceus, que finalmente ganhava forma e sentido.

Os mesmos momentos voltaram-se a repetir, noutros lugares, com outras pessoas, ao longo dos anos seguintes. Foram 10 anos em que conheci gente incrivel, em que fiz amigos que ainda hoje guardo com bastante carinho, em que tive a oportunidade de aprender e trabalhar com profissionais da mais alta competencia e qualidade. Foram 10 anos muito cheios, em que aprendi tudo o que sei e que hoje uso na minha vida profissional. É claro que nem tudo foram rosas. Tambem nestes 10 anos houve momentos menos bons: a vontade de desistir, os momentos de falta de confianca em nós proprios, o sentir-se injusticado, o desacreditar em promessas incumpridas Mas também isso acaba por ter o seu lado positivo. Torna-nos fortes, mais cautelosos.

Entretanto, é claro que, em 10 anos, as vidas profissionais trespassaram as suas fronteiras e depressa estavamos a partilhar lanches e jantares intimos nas casas uns dos outros, a presenciar casamentos, assistir ao nascimento dos filhos, ou simplesmente a apoiar emocialmente e em silencio quem entretanto se decidiu divorciar. Passamos incontaveis horas ao telemovel a escutar quem precisava de uma "orelha amiga" para os maus momentos, a rir uns dos outros, a partilhar pedacos de nos ... ou, simplesmente, a deitar conversa fora, como diz uma amiga minha. Tudo em prol de relacionamentos que cresceram mais sólidos, dia apos dia.

10 anos. Fogo, como o tempo passa. Parece que foi ontem... Eu sei que isto parece saudosismo barato, mas acho que entrei numa fase da minha vida em que há demasiadas coisas que ja aconteceram há pelo menos 10 anos. Será mau sinal? Nao sei. No fundo, acho que nao... é apenas sinal de que estou cada ano mais velho, mais experiente (assim se espera) e de que a lei normal e natural da vida está a tomar o seu curso... Quanto ao futuro... bem, nao sei muito bem o que trarao os proximos 10 anos, nem estou muito preocupado com isso. Mas... se nao for pedir muito, que sejam tao bons como estes ultimos foram.

Em 2018 voltamos a falar no assunto.

sábado, setembro 06, 2008

"Arbeit Macht Frei"

Marco de 1933. Abre em Dachau, uma pequena cidade nos arredores de Munique, aquele que seria o primeiro campo de concentracao do regime Nazi. Com este evento, estava posto em marcha um sistema que, durante os 12 anos que se seguiram, se iria espalhar a muitas outras partes da Europa. Um sistema usado pelos Nazis para suportar o deu idealismo, baseado em métodos tiranicos, através do qual os membros da SS torturaram milhoes de pessoas inocentes.

Entrada

Dachau tornou-se como que o campo "modelo" que serviu de inspiracao aos outros campos. Era tambem aqui que estava instalado o centro de treino e instrucao da SS, onde os jovens recrutas eram convertidos na mais negra doutrina de tortura, humilhacao e morte de prisioneiros, que marcou a história do século XX.

 

Visitar o Campo de Concentracao em Dachau é, acima de tudo, uma licao de história. Daquelas que dificilmente se esquece, pelas imagens que ficam, pelos relatos que se leem  ou simplesmente pelos sons que nao se ouvem, mas que se imaginam, ao percorrer as muitas áreas que hoje estao abertas ao publico, integradas num Memorial desde 1965. É dificil descrever o que se sente ao visitar um sitio como este. Ja se viram muitos filmes e documentarios sobre esta temática, mas poder percorrer todos estes lugares, dá às ideias preconcebidas e ao conhecimento que ja temos, toda uma outra dimensao. Uma dimensao mais humana, mais real, que ajuda a visualizar em concreto o que significa ter passado por um campo de concentracao, algo que filmes ou documentários dificilmente conseguem...

Separados da liberdade por um fragil arame...

Sem querer fazer uma descricao exaustiva de tudo o que la se pode ver e sentir, aqui ficam alguns destaques que a mim me marcaram mais.

 

"Arbeit Macht Frei" - "O Trabalho Liberta-vos".  Era com esta inscricao, desenhada no portao principal, que os prisioneiros eram recebidos em Dachau... naquilo que julgavam ser um campo de trabalhos forcados.

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Bunker (prisao) - centro do terror praticado no campo. Continha centenas de celas de punicao e isolamento, onde se praticaram incontáveis sessoes de chicoteamento, e execucoes sumárias.

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Área de "Chamada" - aqui eram reunidos todos os prisioneiros do campo, de manha e à noite, fossem quais fossem as condicoes climatéricas. O objectivo era fazer a "chamada", por forma a verificar a presenca de todos os prisioneiros. Caso algum deles faltasse, a tortura podia arrastar-se por horas a fio.

Camaratas - havia ao todo 34, hoje apenas restam duas, incluidas na exposicao. Desenhadas para albergarem 200 prisioneiros, ja perto do final da guerra, cada uma delas estava catastroficamente sobrelotada com cerca de 2000 prisioneiros. Por muito que tente, nao consigo imginar como cabiam ali 2000 pessoas...

3 destas barracas eram reservadas para as horrificas experiencias médicas, que o regime nazi realizava nos prisioneiros, em especial a partir de 1942.

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Crematório - construido em 1940, devido ao aumento constante do numero de mortos, primeiro como forma de se desfazerem dos corpos. Depressa o uso que se deu a estas instalacoes foi mudando, tornando-se o centro de morte em massa, preconizado pelos "duches" de gas.

Crematório

 

E, em jeito de sumário, aqui fica uma frase que resume bem o que se sente depois de se visitar Dachau, e que se pode ver à saída da exposicao..

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Mais imagens - aqui.

Para mais informacao sobre o campo, visitem o site oficial.