quinta-feira, junho 04, 2009

Boa Onda

Para terminar a semana em beleza! Som bem alto nessas colunas, phones, ou lá o que seja...


"Oh love don't let me go... Won't you take me where the street lights glow?... I can hear rain coming, like a serenade of sound... Now my feet won't touch the ground..."

Bom Fim de Semana!

sexta-feira, maio 29, 2009

Sobre o passar do tempo

Velhice. Chega normalmente sem ser convidada e instala-se devagarinho. Nao damos por ela, nao vemos os seus sintomas, tratamo-la como um virus ao qual somos imunes. Passados uns anos vamos vendo, aqui e ali, os primeiros sinais da sua presenca, as primeiras marcas do avancar do tempo. Cada traco conta uma história, cada cabelo branco relembra um momento duro, cada ruga traz à lembranca que nao somos imortais e que o tempo tambem já passou por nós. Nao ligamos, nao fazemos caso, tentamos provar a nos mesmos que ainda é cedo para se pensar nisso. E assim continuamos em frente.

Depois vêm os dias em que o físico deixa, aos poucos, de acompanhar a mente. Em que nos rendemos às evidencias de que ja nao podemos subir umas escadas sem perder o folego, de que nao podemos estar muito tempo de pé sem que os rins comecem a doer, ou simplesmente de que já nao conseguimos fazer algo tao simples como abotoar uma camisa. Mas nao damos parte de fracos. Fazemos ginastica, tomamos vitaminas, fazemos tratamentos de rejuvenescimento, tudo com o objectivo de retardar o natural percurso do passar do tempo. Resistimos com todas as forcas. Provamos a nos mesmos que nao é verdade. Arranjamos factos que nos garantam que ainda "estamos aqui para as curvas". E assim continuamos em frente.

E por fim, vem o tempo em que nos tornamos um resto do que fomos. Uma chama timida duma vela que ardeu quase por completo. Em que nos consciencializamos de que o fim esta proximo, e em que vivemos um dia de cada vez à espera do inevitavel. Em que nos deitamos cada noite apenas a esperar levantarmo-nos na manha seguinte. Em que nos tornamos, uma vez mais dependentes do cuidado dos outros... como se voltassemos a ser criancas, dentro de um corpo que usámos e que agora se vira contra nós... O tempo em que finalmente aceitamos que já nao ha como continuar em frente...

Admito que esta talvez seja uma visao pessimista deste assunto. Sei também que ha quem diga e pense que a idade está na mente! Que só é velho quem quer! Que a idade está "cá dentro", onde quer que isso seja! Que enquanto nos mantivermos activos seremos sempre capazes de afastar esse fantasma que é a morte. Sim, talvez. Mas a realidade que me rodeia mostra-me que isso sao mais frases feitas arranjadas para nos iludir e desviar a atencao do que outra coisa qualquer. E nao pensem que me assusta envelhecer. Nada disso. Acho algo normal e aceito-o sem qualquer tipo de preocupacao. E estou convicto de que envelhecer nao tem que ser algo triste e sombrio... Assusta-me sim o que nos tornamos quando deixamos de poder absorver o que nos rodeia ou de nos relacionarmos com que esta ao nosso lado. Assusta-me acordar um dia preso dentro de um corpo que insiste em resistir quando a mente partiu há muito. Assusta-me ficar com o olhar vago e distante, preso num tempo que só existe dentro de mim, numa realidade em que só eu sobrevivo...

E, acima de tudo, assusta-me o nao conseguir fazer uso das memorias e recordacoes que definiram a minha vida. Sem isso, o passar do tempo torna-se... inútil!


quarta-feira, maio 27, 2009

A Vida que Temos

Primeiro sao os sonhos. O que idealizamos para a nossa existencia futura. O que gostariamos de ser. Os ideais que pretendemos abracar e defender. Planeamos tudo, o que vamos fazer, como e com quem viver, o que nao vamos admitir que nos facam ou digam... Fervilhamos de energias, conceitos e ambicoes, cuidadosamente misturadas num conceito de que tudo é eterno e nada è impossível...

Depois vem a realidade. Aquilo em que nos tornamos. Aquilo a que nos acomodamos. Aquilo a renunciamos em prol das mudancas que nao queremos fazer. Vêm os momentos em que dizemos SIM, quando na verdade nos apetece dizer NAO, os lugares em que nao queremos estar mas aos quais estamos confinados por uma razao ou outra mais ou menos inexplicável, as pessoas com quem nao quermos conviver, mas às quais nos colamos por forca das circunstâncias...


Esta é a dicotomia de todas as nossas vidas: a vida que temos vs a vida que gostariamos de ter. Embora muitos o neguem, poucos sao os que vivem verdadeiramente a vida que gostariam de viver... Tudo isto, vem a propósito do último filme de Sam Mendes (o mesmo senhor de American Beauty) que tive oportunidade de ver ha dias, algures enquanto sobrevoava a Russia, a caminho do Japao. Nao ha muito a dizer sobre este filme, a nao ser que é muito bom.



Tem uma história muito simples, passada nos anos 50, mas curiosamente muito actual, centrada nas esperancas e aspitacoes do casal Wheeler. Ela vive angustiada pelo seu papel redutor enquanto uma dona de casa de suburbios e ele abomina o emprego que o arrasta para a cidade todos os dias. Esta situacao de desconforto leva a que se auto-destruam aos poucos, criando uma amargura entre os dois, aparentemente invisivel a quem os rodeia. Quando uma oportunidade surge para quebrar com toda esta "monotonia da vida quotidiana", decidir mudar é bem mais díficil do que parece, mesmo quando se vive uma vida de que nao se gosta.


Kate Winslet está muito bem (melhor do que em "O Leitor"), Leonardo diCaprio (de quem nao sou grande fa) também nao vai nada mal. O argumento é bom e a realizacao excelente. Eu, se fosse a voces, dava uma espreitadela. Quanto mais nao seja para nos por a reflectir que a Vida que Temos nao tem, necessariamente, que ser tudo o que há!...



sexta-feira, maio 22, 2009

De molho... no Oriente!

24 horas de viagem. Um jet leg poderosissimo. Ar condicionado por todo o lado. Uma garganta que ja vinha a arranhar de Portugal. Resultado: uma brutal constipacao, daquelas em que parece que nos caiu um peso de 50 kilos na cabeca e por la ficou, a espera de melhores dias. Isso e mais um nariz que insiste em estar entupido o dia todo e que me deixa com uma voz igual a do Leonard Cohen (mas sem o talento artistico). No escritorio pergunto: "Ah e tal, um medico que fale uma lingua que se perceba, arranja-se?" Respondem-me: "Pois, nao, so no hospital. Mas nao devem falar ingles. E estao todos muito ocupados por causa da flu... pode demorar 2 ou 3 horas." Bonito. "E drogas, ha por ai alguma coisa?". "Vou comprar, ja volto!" Foi simpatica, a colega. Voltou com isto:



Suspeito, mas ja estou por tudo. Aproveito para ler a bula, que vem traduzida em ingles - muito positivo. Parece que e um composto de n cenas q fazem bem. Ate vitaminas contem, para compensar as que se perdem durante uma constipacao. E' muito a frente. Tomo 3 conforme indicado.

Se nao e uma bomba para la caminha. Ao fim de uma hora ja respirava melhor e as dores eram menores. Acho mas e' que vou ali tomar mais uma dose... Nao ha nada como estar doente num pais estrangeiro.
As melhoras!

terça-feira, maio 12, 2009

Perfeito

Ando há dias a ouvir isto na rádio, com grande insistência.

Amália, a grande senhora da música portuguesa, recauchutada nas vozes contemporâneas de Sónia Tavares (Gift), Fernando Ribeiro (Moonspell) e Paulo Praça. São canções de sempre, com um estilo absolutamente novo e uma qualidade acima da média. O fado, como como nunca o ouvimos. Porque, no fundo, Amália era uma artista Pop.

Para ouvir com atenção!

segunda-feira, maio 11, 2009

Prazer Recente

Sempre fui amante de café. Para mim, beber um café é o perfeito estimulo sensorial – os aromas, as cores, os sabores, o quente da chávena… desde que me conheço por gente adulta que me revejo no hábito de beber o belo do cafezinho, em especial a seguir a um bom almoço. Confesso que nunca fui muito esquisito em relação ao tipo de café – sou daquelas pessoas que bebe qualquer surrapa, desde que tenha ar de café, mas tenho ficado ultimamente mais exigente. Tudo muito por culpa destes senhores:

nesp

Para os mais distraídos que não estão a ver muito bem do que se trata, falo-vos da Nespresso, essa bela marca que está em grande no mercado português como fornecedora de cafés de alta qualidade, num sistema de máquinas especificamente projectadas para as cápsulas mágicas. Aquelas do Clooney, ‘tão a ver? Pois, essa mesmo! Isto já cá anda há alguns anos em Portugal, embora exista há 10 na Suíça, o país de origem, mas o meu primeiro contacto com a marca foi no ano passado, em Paris, quando fui visitar o meu amigo D., e resolvemos ir beber o belo do expresso na Loja dos Champs Elysees. Largamos a módica quantia de 4 euros por café, mas a coisa era realmente muito boa! Fiquei fã desde esse momento… E depois, estando rodeados de um requinte a todos os níveis, é difícil resistir ao charme e glamour que a marca faz transparecer.

Mas apesar de ter ficado fã, pensei – ok, isto é só café, e então? A Delta e a Nicola também são boas e fazem o mesmo efeito. Com o tempo, cheguei à conclusão que sim, as outras marcas de café também são boas, mas não são Nespresso – é um bocado como os leitores de mp3: são todos iguais, mas o IPod é o IPod e o resto é conversa… No mundo dos cafés, a Nespresso é sinónimo de Café e o resto é paisagem… Depois, a forma como a marca se posiciona no mercado – as lojas não são lojas, são boutiques, os empregados não são empregados, são consultores – está muito bem conseguida, porque cativa e atrai qualquer amante do bom gosto!

Mas este meu prazer recente resume-se mesmo só ao café – todos os outros milhentos produtos da marca (açúcares, colheres, chávenas, máquinas XPTO) acho demasiado exagerados e over-priced. Onde é que já se viu um pacote de 2 biscoitos custar 19 euros? Não, a mim não me convencem… fico-me pelo café!

quarta-feira, abril 29, 2009

França - Um Domingo numa Cote D'Azur quase perfeita...

A visita ao sul de França - mais propriamente a Nice e ao Mónaco - fez-se já quase em fim de passeio. Um Domingo fantastico, cheio de um ceu azul imenso e de um sol daqueles que aquece a alma em dias de Inverno. Deu-me a sensaçao que quase toda a cidade saiu à rua naquela manha, para fazer desporto, para comprar algo no mercado semanal, ou simplesmente para passear junto ao Passeio dos Ingleses a apreciar o azul do Mediterraneo que, nesse dia, se mostrava especialmente esverdeado.

Foi uma boa maneira de acabar o longo passeio de mais ou menos 10 dias. 6000 e tal kilometros de muita estrada, 8 paises e muitas, muitas memorias! Como sempre, para mais tarde recordar.


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domingo, abril 26, 2009

Italia - oh, la bella Italia

É sempre um prazer voltar à Itália. É seguramente um dos países com mais motivos de interesse em toda a Europa. É bonita, é emocional (nao fosse ela latina), é verdadeira. Desta vez, optei por uma zona ainda desconhecida para mim, a Liguria, que tem em Génova a sua capital, encaixada entre o mar da Liguria e as montanhas Apennine. Génova em si nao será muito atraente - embora geograficamente seja muito interessante, uma vez que se estende por uma estreita de faixa de terra, entre o mar e as montanhas, com pelo menos 30 km. Isto confere-lhe uma geografia acidentada, com ruas estreitas e muito movimentadas, com subidas e descidas pronunciadas, fazendo, aqui e além, lembrar Lisboa.


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Apesar disso, Génova tem uma posicao privilegiada para se visitar o ponto alto desta zona - uma área chamada Cinque Terre, que como o nome indica, é composta por cinco cidades "excaixadas" (literalmente) entre o mar e as encostas extremamente pronunciadas da Riviera Italiana - Monterosso al Mare, Corniglia, Vernazza, Manarola e Riomaggiore.


Chegar até estas cidades é, por si só, uma aventura, nao para os fracos de coracao. O acesso faz-se por estradas estreitissimas, com dois sentidos, onde só passa um carro de cada vez. Em cerca de 4 kilometros, desce-se o equivalente a 750-1000 metros, gerando uma inclinacao nada meiga. Agora imaginem fazer isso com um carro absolutamente atascado até ao tecto e com um pavimento longe de estar seco. Agora que penso nisso, muita sorte tive eu em nao ter uma surpresa desagradavel... mas vale bem a pena o esforco. O que lá se pode encontrar (em qualquer destas cidades) é um aglomerado de casas (entre o caótico e o organizado), com ruelas estreitissimas e uma paleta de cores absolutamente cativantes. Tudo isto, abracado por um mar verde e agitado, faz desta zona uma pequena pérola a nao perder.


A poucos quilómetros, situa-se a elegantérrima Portofino, tornada famosa pelos ricos e poderosos. Aqui encontramos lojas de renome, restaurantes finos e um parque de estacionamento onde se pagam 10 euros à hora. Pois, o chique paga-se caro. Mas é mais uma sereia à beira mar plantada.



Vejam as fotos e tirem as vossas conclusoes...




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Próximo destino - a snobish Cote D'Azur, apreciada num Domingo de Inverno, com um céu azul e um sol imenso, que fizeram com que a vontade de partir fosse pouca, ou quase nenhuma...

sábado, abril 25, 2009

Suica - neutra, elegante e doce (humm... belos chocolates...)...

A passagem pela Suica mereceu a paragem em tres cidades - Berna (a capital), Zurique (a capital económica) e Basileia (só porque ficava estrategicamente colocada entre as duas primeiras). A primeira vez que visitei a Suica foi no longinquo ano de 1991 e tinha-me ficado apenas por Geneva. Já na altura tinha ficado com a ideia de que este era um país muito próprio, muito voltado para si mesmo, demasiado cool para se relacionar com o resto da Europa ou do mundo. A sensacao voltou a repetir-se agora, de uma forma mais reforcada. É efectivamente um país que tem orgulho em estar netro perante tudo e todos - o que por um lado é bastante positivo, pois uma atitude "tou-me a borrifar", nestes dias, vem bem a calhar. Berna é uma cidade que nem parece capital - pouco cosmopolita, pouco movimentada e muito típica; Zurique, por seu lado, tem tudo para ser rainha do país - é aqui que vivem os negócios, a agitacao, a cultura que se espera encontrar numa capital. Aqui respira-se riqueza - nao admira que esta seja considerada uma das cidades com maior qualidade de vida no mundo; Basileia, mesmo encostada a Franca, funciona como o polo industrial do país. Com menos motivos de interesse que as outras duas, merece uma visita breve, em especial junto á zona beira rio.

Aqui ficam umas pequenas amostras.

(Berna - cliquem na foto para verem o resto)

(Zurique - cliquem na foto para verem o resto)



(Basileia - cliquem na foto para verem o resto)

As waffles foram vistas (e saboreadas) pela última vez por estas bandas, até se chegar a Portugal... com muita pena minha. Próximo destino: ainda mais a sul, até às margens do Mar da Liguria... aqui mudou-se de iguaria - passou-se para a bela pizza! A verdadeira!

Luxemburgo - a prova de que o Alentejo tambem podia ser país...

Luxemburgo foi a próxima paragem. Bem no centro da Europa, entalado entre meia dúzia de países, é uma nacao que quase passa despercebida... se nos descuidamos muito, upss, já passamos por ela e nao demos por nada. Segundo parece, terá cerca do tamanho do Alentejo... A capital (com o mesmo nome do país - que falta de imaginacao) ve-se em meia hora (ok, tou a exagerar... ve-se em 45 minutos) mas tem a sua piada uma vez que ainda mantem muito do seu estilo meio medieval. Uma waffle (sim, também por aqui as há) e um café depois, lá se continuou a viagem rumo a sul, ao país natal de um prazer descoberto recentemente (e que terá direito a um post próprio um destes dias...)

Apreciem.

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sexta-feira, abril 24, 2009

Belgica - onde as waffles sao mais que boas!...

Ora vamos la entao postar aqui sobre a viagem de regresso a Portugal. Prometo não ser exuastivo, porque para alem de maçador, a verdade é que também já não me lembro de todos os pormenores - parecendo que nao, já lá vao quase 3 meses. Vou antes aqui deixar uma ou outra curiosidade e esperar que as imagens falem por si.


A primeira etapa levou-me até à Belgica, país berco de Tim Tim, de milhentas rendinhas e bordados de gosto duvidoso e das melhores waffles que já provei até hoje! Hummm.... belos pequenos almocos.... Adiante. É um país pequeno, com uma capital vibrante - Bruxelas - que se conhece bem em poucos dias. Paragem obrigatória - o Atomium, uma representacao gigante de uma molécula de ferro (creio eu) que se tornou, de forma inesperada, no ícone representativo da capital, desde que serviu de emblema para a Exposicao universal de 1958.


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Curiosamente, o ponto alto deste país está na cidade de Brugges, bem ao norte, um verdadeiro refúgio medieval, em que o tudo parece ter parado há muito. O tempo passa devagar por aquelas ruas estreitas e cheias de história, que a UNESCO resolveu, e bem, catalogar como Património Mundial. Conhecida por muitos como a Veneza do Norte (devido aos seus muitos canais), merece uma visita demorada, com paragem obrigatória numa das muitas esplanadas da Grote Markt (se o tempo assim permitir, claro está).

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Proxima paragem: um dos paises mais piriri da Europa...

quinta-feira, março 26, 2009

Voltar

Finalmente consigo tirar tempo para voltar aqui. Já faz tanto tempo, que até já a password tinha esquecido. Isto de estar sempre a mudar de um lado para o outro revela-se mais complicado do que pode parecer à primeira vista. Nunca há tempo para nada, quer seja para ligar a quem nos vem à mente ao longo do dia ou simplesmente para vir aqui deixar um pensamento ou outro... mas agora as coisas estão a ficar mais calmas, espero poder vir aqui mais vezes.

Já estou em Portugal há quase mês e meio. Parece que ainda ontem chegei, mas isto do tempo é mesmo assim, passa cada vez mais depressa, infelizmente. Ainda me estou a habituar a muita coisa. Ou, melhor dizendo, estou a relembrar ou a reaprender a conhecer e a viver com uma série de coisas, lugares, pessoas e sentimentos que haviam ficado um pouco distantes. Afinal, sempre foram quase 2 anos e meio, um pouco alucinantes e altamente intensos. Mas é bom estar de volta... Voltar significa relembrar que havia tantas coisas que nos davam um prazer enorme e que haviam ficado esquecidas, significa regressar ao que é mais importante, significa o retorno às origens. E sabe tão bem!... Mas voltar tem um outro lado da moeda menos bom... significa tambem perceber que o tempo não perdoa e que hoje já não fazemos parte tão integrante da vida daqueles que outrora pensavamos muito próximos... significa perceber que perdemos muitos momentos, bons e maus, de que outros falam e com os quais, estranhamente, não nos conseguimos relacionar... significa perceber que se perderam cumplicidades, proximidades, certezas. No fim de contas, tudo se equilibra, num resultado nulo entre perdas e ganhos, em que ninguém fica a perder. Ou, pelo menos, assim se espera.

Nos próximos posts, vou tentar falar de algumas coisas que andam atrasadas... o relato da viagem de regresso, esta nova aventura de trabalhar em casa, os novos hábitos... não sei até quando irei manter este blog activo... ele foi essencial durante os últimos anos, para me ligar ao mundo, mas de repente parece ter perdido grande parte do seu objectivo... a julgar pelo número de comentários e visitas, também já teve dias melhores. Mas enfim, isso logo se vê. O que importa agora é aproveitar o momento. E voltar à escrita.

Voltem voces também.

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

So para dizer que...

... isto ainda mexe. Nao mexe grande coisa, mas ainda vive! A verdade e' que toda uma serie de acontecimentos (a viagem de regresso, o stress de chegar e arrumar tudo, o ter ficado sem net e depois sem computador, e uma viagem de trabalho ao Japao, onde me encontro) se precipitaram a uma velocidade louca e impederiam que aqui viesse antes contar coisas que nao interessam a ninguem. Tenho muito para contar e partilhar, a ver vamos quendo terei tempo para o fazer.

Stay tunned.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Itinerário

Osnabruck - Bruges - Bruxellas - Luxemburgo - Paris - Basileia - Zurique - Berna - Genova - Monaco - Nice - Barcelona - Setubal.

Em 12 dias. Com um carro cheio de tralha. E um Tom Tom a dizer onde virar.

Melhor que isto, so o Paris-Dakar.

Comeca hoje.

terça-feira, janeiro 27, 2009

O fim de mais uma etapa...

Por incrivel que pareca, lá se passou mais um ano. Confuso, cheio de peripécias, intenso. Ao mesmo tempo, foi mais uma etapa de aprendizagem, talvez mais dura e agreste que a anterior, mas igualmente recompensadora. Aprendeu-se muito, uma vez mais - a nivel pessoal, profissional e emocional. Aprendeu-se a reconhecer os limites do que pensamos ser e do que somos, de facto. Aprendeu-se que nem sempre se é bom naquilo que julgamos ser. Aprendeu-se que há coisas em que efectivamente nao gostamos de trabalhar.

Com esta etapa termina tambem a minha experiencia internacional. Estou de regresso a casa - e que bem que isso sabe. Depois de quase 2 anos e meio a correr de pais em pais e de continente em continente, vai ser bom voltar as raizes, ás pessoas de sempre, aos habitos de outrora. Vai ser bom voltar a sentir o reconforto do que é conhecido e familiar... as imagens, os sons, as pessoas, os lugares que fizeram todo este tempo trago-os comigo bem vivos. Para mais tarde recordar, claro. Cresci muito como pessoa, por influencia de todos os lugares que visitei e das pessoas que conheci. Creio que talvez tenha sido esse o maior dividendo que levo desta jornada.

A nivel profissional, comeco em breve outro desafio - o de trabalhar em casa. Nunca pensei que fosse passar por esta modalidade, mas confesso-me entusiasmado. Vai-me fazer falta o contacto humano, mas vai-me dar muito gozo poder trabalhar de pantufas! Nao ter que enfrentar o transito todas as manhas! Nao perder tempo em reunioes chatas! Nao aturar o chefe quando este está em dia nao! Vai ser diferente, apenas. E acima de tudo, algo diferente é tudo o que me apetece abracar neste momento. As viagens por esse mundo vao continuar, mais reduzidas, é certo, mas frequentes o suficiente para continuar a alimentar o espirito de globe trotter deste que vos escreve.

Hoje foi o ultimo dia, e como de costume, deixou um amargo de boca, misturado com um alivio temporário. Estou de regresso ao activo daqui a pouco mais de 2 semanas. Pelo meio, a viagem de regresso - longa, calma, sem pressas. Feita a visitar lugares que ainda nao se conhece, por estradas e caminhos que condizirao, eventualmente, a casa. E como numa viagem a musica é ingrediente indispensavel, nao me consigo lembrar de melhor musica para ilustrar este regresso, que esta:

Assim sendo, até breve, num lugar bem perto de si!

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Planeta Milka

Se há coisa que apetece comer quando faz frio é chocolates! Reconforta e aquece por dentro, va-se la saber porque. Já é conhecida a minha fraqueza por M&M, em especial os de amendoim... mas eis que aqui por terras alemas desenvolvi toda uma nova dependencia no que toca a chocolates, que levou tudo para um nível que será dificil de ultrapassar. A culpa de tudo isto é da vaquinha.

"E quem é a vaquinha?", perguntam voces e bem. Nao, nao me estou a referir de forma amorosa a ninguem em especial, refiro-me sim á vaquinha mais conhecida do mundo do chocolate: a vaquinha da Milka, que em vez de ser preta e branca como as outras, é branca e lilás - alias, uma cor linda para vacas. Pois é verdade, aqui descobri toda uma parafrenália de produtos Milka, com tudo o que voces possam imaginar - desde o tradicional chocolate de leite, aos bombons para acompanhar o belo do café, ás tortas fofinhas de pao-de-lo, passando pelos chocolates de metro e meio, com todo o tipo de sabores. Há de tudo, para todas as carteiras e gostos.

Por falar em sabores, tenho a dizer-vos que a Milka esta muito á frente de qualquer outra concorrente. Nao sei porque carga de agua, os donos da vaquinha resolveram experimentar todo o tipo de combinacoes e sabores que lhes vieram à mona... Daí surgiram coisas absolutamente fantasticas como chocolate com sabor a iogurte, pudim flan, morango, frutos silvestres e, o meu preferido, com sabor a melancia. Nao acreditam? Ora vejam:

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É do melhor, só vos digo! E com tanta coisa boa para experimentar, digamos que os assaltos ao corredor Milka (sim, aqui nao é só uma prateleira de chocolates, é todo um corredor de produtos - todos lilases) tem sido mais que muitos. Há duas semanas, foi assim:

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No sabado, foi este o resultado:

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Digamos que ainda bem que me vou embora... nao sei muito bem onde isto iria parar. A culpa, mais uma vez, nao é minha - é da vaca!

sexta-feira, janeiro 23, 2009

SAPisses

Para todos aqueles que me perguntam "Ah e tal, e o SAP em Japones?", aqui fica uma amostra:

SAP

É nestas alturas, que mesmo nao percebendo rigorososamente nada do que se tem á frente, ainda assim se consegue trabalhar numa boa, que percebemos que já andamos nisto há demasiado tempo...

Valha-nos as transaccoes, que essas continuam no nosso bom alfabeto!

terça-feira, janeiro 13, 2009

Bremen, Germany

Bremen, cidade portuária, situa-se bem no norte da Alemanha, relativamente perto das margens do Mar do Norte, pertencendo ao estado alemao com o mesmo nome. Passear na Altstadt de Bremen é um prazer - em especial na zona de Schnoor, area que foi durante muito tempo o centro nevralgico e financeiro da cidade. Ruas estreitas, casas pequenas e coloridas e uma calcada de basalto como ja nao ha, fazem desta área uma das mais bonitas do Norte da Alemanha. Depois, ha ainda a Marktplatz, dominada pela fachada da City Hall, a Estatua do Roland, o protector da cidade, e uma estatua representativa da fabula dos irmaos Grimm que abraca a cidade - que mete um burro, um cao, um gato e um galo, todos ao barulho. É uma fabula engracada que merece ser descoberta aqui.

É mais um sitio que merece um passeio despreocupado, sem rumo, em que nos deixemos levar pelas gentes locais, descobrindo, a cada canto, mais um motivo para nos surpreender.

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domingo, janeiro 11, 2009

Cologne, Germany

Colonia é uma das maiores cidades alemas, fazendo parte de uma das maiores areas metropolitanas da Europa, que se estende de Bona a Dusseldorf. É uma cidade antiga, cheia de história, bem á beira do Rhine, o rio mais mítico (e castanho) da Alemanha. Famosa pela água (de colonia, claro), é uma cidade bastante cultural, ressurgindo da guerra com grande fulgor, apesar de ter ficado praticamente em ruinas. A Catedral de Colonia domina a lista de pontos a visitar (com uns 500 degraus que conduzem a uma bela vista panoramica de toda a cidade), mas ha outros motivos de igual interesse - em especial a zona á beira do rio, onde se podem encontrar casas muito tipicas, esplanadas, restaurantes, e muitos outros lugares cool, bem ao gosto do lifestyle alemao.

Aqui fica uma amostra (isto estavamos em Agosto, mas mais parecia Dezembro, tal era o frio). 

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sexta-feira, janeiro 09, 2009

Münster, Germany

Münster, situada na Westphalia, é a cidade irma de Osnabrück. De igual tamanho e muito parecidas em termos arquitectonicos, partilham o mesmo aeroporto (um dos mais funcionais que conheco - talvez por ser minusculo - onde se pode fazer check in, passar a seguranca e entrar no aviao em 15 minutos!) e o facto se serem cidades jovens e universitárias (e por isso com culturas diferentes). Münster tem mais habitantes e será, a meu ver, mais elegante e um pouco mais upper class, enquanto Osnabrück é mais colarinho azul. Ah e esta deve ser a cidade que eu conheco, que mais bicicletas tem por centimetro quadrado - é uma aventura conduzir no centro da cidade, tentando nao mandar uma pazada num ciclista.

Enfim, é simpática. Aqui ficam umas imagens tiradas num Domingo solarengo de Agosto, em final de tarde... e parece-me que é por lá que amanha vou passear, numa tarde de sabado que se preve gélida...

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quarta-feira, janeiro 07, 2009

Osnabrück, Germany

Agora que se aproxima rapidamente o fim desta minha temporada por terras alemas, inicia-se aqui uma serie de posts sobre algumas cidades que por aqui tive a possibilidade de conhecer de perto. Comecemos pela cidade que me acolheu nestes ultimos 12 meses - Osnabrück.

Situada na Baixa-Saxonia, nao é uma cidade muito grande - talvez seja do tamanho de Coimbra, Aveiro ou Setubal. Por isso mesmo, tem o atractivo de manter ainda aquele ar de cidade tradicional, típica e acolhedora, o que dificilmente se encontra numa Berlim ou Hambrugo. É uma cidade cheia de locais tipicos, com uma Altstadt digna de se visitar com tempo. Cheia de estudantes, nao fosse ela uma cidade universitária. E cheia de boas esplanadas para se apreciar uma bela refeicao num fim de tarde de verao. 

Nao será propriamente um lugar turistico, por eleicao, mas merece uma visita. Se se perderem por ca (ou se ficar em caminho nalguma viagem que possam fazer), vao ver que vale a pena. Aqui ficam algumas imagens:

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segunda-feira, janeiro 05, 2009

Frio

Ora eis-nos entao em 2009. Com algum frio, ao que parece. Aqui nestas bandas a temperatura resolveu baixar assim para uns convidativos 11 graus... negativos. Coisa pouca. Ah e tal é ar polar, dizem. E a malta que aguente. Na verdade, até nem se sente muito... é um frio mais seco que em Portugal, pelo que nao é tao humido e nao entra pelos ossos dentro...

Rua

Eu confesso que acho piada a este tempo assim. O mal disto tudo é ter que sair de casa de manhazinha, para dentro de um carro que parece literalmente um bloco de gelo, que so descongela com muito raspar de gelo dos vidros e apos 15 minutos de AC ligado no maximo. Fazer a viagem casa-trabalho torna-se numa autentica aventura, em que cada travagem é uma incognita - tanto pode correr bem, como se pode aterrar na traseira do carro da frente... ou do lado, conforme onde haja mais gelo. Giro e radical.

Nem o meu Corolla escapou a impiedosa accao do tempo (sim, é verdade, a ultima viagem foi feita á bela moda do tipico emigrante - Portugal-Alemanha a conduzir, 24 horas de conducao e 2450 km de muita estrada). O resultado foi este:

Frio

Esta foto foi tirada ontem. Posso dizer-vos que hoje a coisa esta bem pior... dizem os senhores do tempo que isto vai durar até à proxima semana, altura que vamos ter finalmente temperaturas positivas.

Aí entao, pode ser que o carro finalmente derreta.