Vi este fim de semana o "Match Point", do Woddy Allen. Ha muito tempo que nao via um filme dele tao bom (talvez desde o 'Poderosa Afrodite'). O argumento esta muito bem construido, inteligente e bem encadeado. A historia comeca aparentemente banal, com personagens muito caracteristicas do universo de Allen, mas a' medida que os minutos passam e as personagens se comecam a definir melhor, a enredo vai-se transformando, num crescendo que culmina com um final surpreendente - que nos deixa, no minimo, a pensar durante umas horas.
A historia mexe num ponto muito sensivel - o sermos capazes de aceitar que existe uma grande dose de acaso e de sorte no rumo das nossas vidas, que escapa completamente a tudo o que pensamos controlar e dominar. Mostra-nos que por muito bem pensada que seja uma accao, um plano ou um projecto, ha variaveis que nos fogem ao controlo e que dependem as vezes de estarmos no lugar certo, a' hora certa. Ou se preferirem, dependem de grandezas que nos superam como a gravidade, a fisica ou a dinamica - tal como uma bola de tenis quando bate na rede e fica como que a pairar... 'as vezes cai para a frente e ganhamos o ponto, outras vezes cai no nosso lado e enfrentamos a derrota...
Esta falta de controlo custa a engolir, mas é algo muito presente nas nossas vidas, que muitos de nos ignora ou prefere reduzir a algo residual. Apesar de tudo, resta-nos continuar a tentar viver a nossa vida como achamos que ela faz sentido, dando-lhe rumo em todos os gestos e momentos e a esperar que, em cada jogada que planeamos, a bola caia do lado certo da rede.
terça-feira, janeiro 30, 2007
quinta-feira, janeiro 25, 2007
Mais uma vez - o Gelo!
Ca' estou eu outra vez a falar de gelo. Nao, desta vez nao e' para me queixar do frio que ainda faz. Desta vez falo de Gelo, tudo por causa do evento que teve lugar numa cidadezinha aqui da zona, de seu nome Plymouth - 25th Annual Plymouth International Ice Sculpture . Diz quem aqui vive que o envento tem prestigio, uma vez que recebe a visita de muitos artistas internacionais. O que lhes e' pedido e' simples - que deem asas a' imaginacao e que facam de um (ou varios) bloco de gelo de 15o Kg, o que lhes der na real gana. As escolas da zona podem tambem concorrer, havendo premios simbolicos para os vencedores.
E eles assim fizeram. O resultado, devo dizer, ficou aquem das minhas expectativas, mas entre muita escultura experimental, la descobri algumas coisas interessantes. Valeu pelo passeio e pelo ambiente de feira que se la vivia (muita barraquinha de comes e bebes - parecia eu que estava na feira popular...), que sempre compensou o frio de rachar que passei.
Aqui ficam algumas imagens... a qualidade nao e' das melhores, porque para alem de ser dificil encontrar angulos sem pessoas, fotografar gelo sobre uma paisagem quase branca, convenhamos, e' dificil.
segunda-feira, janeiro 22, 2007
Em Busca da Felicidade
Ser feliz! Nao ha ninguem que nao o queira. E nao ha ninguem que nao o persiga. Uns com mais esforco do que outros, todos tentam atingir o supremo estado de Felicidade. Eu pessoalmente nao acredito que se possa ser inteiramente feliz! Pode-se ter momentos de muita felicidade, aqueles momentos Kodak que para sempre ficam marcados na nossa memoria, mas SER feliz sempre... nao e' possivel. Por isso fazemos o que podemos, e tentamos a todo o custo multiplicar esses instantes preciosos, para que os dias maus nao nos toldem a vista e nos dominem por completo.
E' precisamente este o tema do filme 'The Pursuit of happyness". Com Will Smith no principal papel e realizado pelo italiano Gabriele Muccino, o filme é baseado na história verídica de Chris Gardner, um talentoso e inteligente vendedor, que passa os dias a tentar vender medidores de densidade ossea, que ninguem quer comprar. Lutando arduamente para que a sua vida nao se desmorone, Gardner ve-se de repente sozinho, despejado do seu apartamento, sem sitio para onde ir. Quando Gardner 'aterra' num estagio numa prestigiada empresa de corretores bolsistas, ele e o seu filho tem que superar duras provas, incluindo viver em abrigos, sempre em busca de uma vida melhor para ambos.
Will Smith esta no melhor papel da sua carreira, embora num registo em que nao o estamos habituados a ver - o dramatico. O filme como um todo resulta muito bem, tendo algumas cenas particularmente fortes (a puxar para o dramatico), como a cena da casa de banho ou a cena final em que Gardner recebe a oferta de emprego. A banda sonora e' razoavel, e la' pelo meio ate' podemos encontrar uma belissima versao do 'Bridge Over Troubled Water'. Uma curiosidade - Jaden Smith, filho de Will, estreia-se no cinema também no papel de seu filho.
Vao ver! Nao e' que a vida de Gardner seja mais importante ou interessante do que tantas outras que por ai' existem (talvez mais merecedoras de serem contadas), mas a principal ideia e' de que todos podemos ter momentos de felicidade - basta que para isso nos empenhemos o suficiente.
domingo, janeiro 21, 2007
Friozinho
Tem estado fresco por aqui. Fresco assim na ordem dos negativos. Muitos Negativos. O termometro marca agora -10. E' fresco, nao e'? Pois, eu tinha avisado. Mas, afinal de contas, estamos no Inverno e isto fica no estado do Michigan, que nao sendo dos mais frios, e' bastante atingido por estas baixas temperaturas. Portanto, nao ha que estranhar. Temos de tudo: neve, vento gelido, chuva... e gelo, muito gelo!
E' verdade. No fim de semana passado, esta zona, bem como muitas outras nos EUA foi atingida por uma 'Ice Storm'. Ora, eu ja' tinha ouvido falar de muita coisa, no que diz respeito ao tempo - furacoes, nevoes, aguaceiros... mas de uma 'ice storm', nunca tinha ouvido falar, perdoem-me a ignorancia. Por isso, quando anunciaram o evento, fiquei curioso. E apreensivo tambem, uma vez que os avisos de estradas perigosas e acidentes multiplicaram-se grandemente. E o que e' afinal uma ice storm? Basicamente traduz-se numa chuvada que cai quando as temperaturas estao perto do ponto de congelacao, fazendo com que a agua se transforme em gelo, no exacto momento que toca qualquer superficie, criando uma camada de gelo, que vai aumentando com o aumento da precipitacao.
Os efeitos de uma brincadeira destas sao devastadores. O gelo, como sabemos, e' coisa para pesar um bocado, pelo que vem tudo abaixo quando este se acumula - arvores, telhados, cabos de electricidade. As colheitas vao para o galheiro, as estradas parecem manteiga, os passeios idem, os carros ficam com uma camada de gelo suficiente para servir 30 caipirinhas. Mas, a contrabalancar estes efeitos nefastos, a natureza serve-nos um espectaculo de beleza arrepiante. As arvores cobertas de gelo, parecem atenticos ornamentos de cristal quando o sol as decide visitar e o branco da neve fica de tal modo intenso, que quase nos encadeia.
Hoje decidi ir para a rua e captar algumas dessas imagens. Nem de perto consegui retratar a beleza que me rodeia, mas pelo menos podem ficar com uma ideia do que vos quero transmitir.
Esta ultima imagem foi tirada do mesmo sitio de outra que vos mostrei num post anterior - o lago gelou com as baixas temperaturas. Mas nao foi so o lago que gelou... vejam so como ficou a grelha da frente do meu carro, num desses dias gelados:
Se olharem com atencao, verao que ate' estalactites se formaram. Lindo! O bonito foi para raspar esta coisa do carro... As 8 da manha de uma segunda feira, com temperaturas perto dos 0. Brrr!!!sábado, janeiro 20, 2007
Idolos a' Americana
Comecou ha relativamente pouco tempo por aqui a nova temporada de 'American Idols', que e' como quem diz, a versao americana dos 'Idolos', que passou por Portugal ha' uns tempos atras. Pessoalmente nao ligo muito a este tipo de shows - achei piada quando foram novidade (estilo Chuva de Estrelas), mas depressa me cansei, tal foi a multiplicacao de formatos que apareceram, fruto da guerra das audiencias. Mas nao tenho nada contra. Pelo contrario, este tipo de programa tem tido um papel importante em trazer a' tona muito bom talento que para ai' anda escondido (veja-se o exemplo de Sara Tavares, ou da menina Jennifer Hudson, acabadinha de ganhar um globo de ouro).
So' que, no meio do talento que vem a' tona, vem tambem muito... como direi... muito limo! Muita azelhice! Muita vontade mas pouca queda para a musica! E, acima de tudo, muita gente a fazer figura triste. E, para mim, e' precisamente aqui reside a piada! Em ver aqueles que se consideram os melhores cantores do mundo, com immmmmeeeeennnnnnssssssooooo talento, mas que na verdade, apenas fazem figuras tristes!
Ora, na America, isto e' tudo em grande - as audicoes decorrem em 7 grandes cidades, com milhares de candidatos em cada uma. Depressa se conclui que a quantidade de cenas tristes que aparecem nas audicoes e' avassaladora - cada um mais comico que o outro. 'E com cada cromo que so' mesmo visto, contado nao tem piada. Mais uma vez, fui a' pesca no Tube, e la' encontrei os melhores momentos desta semana.
Vejam so este exemplo e digam-me se tenho ou nao razao.
Eu a principio pensei que o tipo estava a gozar com aquilo tudo, mas depressa cheguei a' conclusao que tal nao era assim! Enfim... escangalhei-me a rir! Para ajudar a' festa, a malta que edita e compila estes programas tem bastante talento... Ora vejam esta perola, que passou a semana passada.
E e' assim! Idolos a' Americana. Sempre da' para soltar umas gargalhadas! Bem sonoras!
So' que, no meio do talento que vem a' tona, vem tambem muito... como direi... muito limo! Muita azelhice! Muita vontade mas pouca queda para a musica! E, acima de tudo, muita gente a fazer figura triste. E, para mim, e' precisamente aqui reside a piada! Em ver aqueles que se consideram os melhores cantores do mundo, com immmmmeeeeennnnnnssssssooooo talento, mas que na verdade, apenas fazem figuras tristes!
Ora, na America, isto e' tudo em grande - as audicoes decorrem em 7 grandes cidades, com milhares de candidatos em cada uma. Depressa se conclui que a quantidade de cenas tristes que aparecem nas audicoes e' avassaladora - cada um mais comico que o outro. 'E com cada cromo que so' mesmo visto, contado nao tem piada. Mais uma vez, fui a' pesca no Tube, e la' encontrei os melhores momentos desta semana.
Vejam so este exemplo e digam-me se tenho ou nao razao.
Eu a principio pensei que o tipo estava a gozar com aquilo tudo, mas depressa cheguei a' conclusao que tal nao era assim! Enfim... escangalhei-me a rir! Para ajudar a' festa, a malta que edita e compila estes programas tem bastante talento... Ora vejam esta perola, que passou a semana passada.
E e' assim! Idolos a' Americana. Sempre da' para soltar umas gargalhadas! Bem sonoras!
sábado, janeiro 13, 2007
2007 Auto Show
Isto de pertencer a' Industria Automovel, mais cedo ou mais tarde, tinha que ter os seus beneficios. Nao, nao me deram nenhum carro (nem de miniatura). Tambem nao me concederam nenhum desconto chorudo no Audi mais recente... Tao pouco me foi estendida a possibilidade sequer de conduzir um topo de gama qualquer. Nada disso. Foi-me concedida sim a hipotese de visitar em dia especial para a industria automovel, o 2007 North America International Auto Show, aqui mesmo em Downtown Detroit.
E o que e' isso, perguntam voces? Nada mais, nada menos do que um dos maiores e mais importantes saloes automoveis da America do Norte (nao comparavel, porem, ao de Frankfurt, que e' substancialmente maior do que este). Basicamente, e' O evento automovel do ano, onde tudo o que e' marca de automovel aparece com os novos lancamentos, os prototipos mais impensaveis e os 'concept cars' mais estranhos, mas que acabam por funcionar como pequenas previsoes de como sera' o automovel das proximas geracoes. Tudo isto, acompanhado por miudas giras, que apenas sao pagas para 'decorar' os carros, para "motivar" a venda (como se para vender um Ferrari ou coisa parecida fosse preciso la' meter uma senhora loura platinada, com uma saia estilo cinto e uma racha ate ao pescoco). Os primeiros dias sao dedicados a' imprensa, depois veem os dias para a industria automovel e so' depois os dias para o publico em geral (a partir deste sabado).
Anyway... estava la tudo (ou melhor quase tudo... dos pequenitos estilo Renault, Seat ou Citroen, nem sombra!) - desde a Audi a' Mercedes, da Toyota a' Ford, da Chrysler a' Chevy, da Ferrari a' Porche, da Rolls a' Mazerati. Isto para nao falar em marcas absolutamente estranhas, das quais nunca tinha ouvido falar. E o mais estimulante de tudo isto e' que em muitos dos carros a malta podia entrar e sentar o traseiro, sentindo-se um verdadeiro milionario a passear nas ruas de Monte Carlo. Tudo sem sair do mesmo sitio. Muito positivo!
Por la andavam tambem os carros cujas capotas fazemos aqui nos Estados Unidos - com alguma pena, nenhuma das capotas estava levantada, pelo que nao foi possivel avaliar a qualidade do produto... talvez seja melhor assim! Aqui ficam eles:
Uma nota final para um denominador comum a toda a exposicao... Brilho, muito brilho. Quase eram precisos oculos escuros para passear no meio daquilo tudo. Os carros, polidos ate mais nao, estao sob uma iluminacao cuidadosamente estudada para realcar o design do carro. Isto, a juntar a umas senhoras munidas de Ajax e muitos panos, que limpavam as nossas dedadas de 5 em 5 minutos, contribuiam para que o brilho fosse mais que muito.
Vejam mais algumas fotos e julguem por voces mesmos! Ah, e se vierem para estes lados, estas 'bombas' estao em exposicao ate' 21 deste mes.
E o que e' isso, perguntam voces? Nada mais, nada menos do que um dos maiores e mais importantes saloes automoveis da America do Norte (nao comparavel, porem, ao de Frankfurt, que e' substancialmente maior do que este). Basicamente, e' O evento automovel do ano, onde tudo o que e' marca de automovel aparece com os novos lancamentos, os prototipos mais impensaveis e os 'concept cars' mais estranhos, mas que acabam por funcionar como pequenas previsoes de como sera' o automovel das proximas geracoes. Tudo isto, acompanhado por miudas giras, que apenas sao pagas para 'decorar' os carros, para "motivar" a venda (como se para vender um Ferrari ou coisa parecida fosse preciso la' meter uma senhora loura platinada, com uma saia estilo cinto e uma racha ate ao pescoco). Os primeiros dias sao dedicados a' imprensa, depois veem os dias para a industria automovel e so' depois os dias para o publico em geral (a partir deste sabado).
Anyway... estava la tudo (ou melhor quase tudo... dos pequenitos estilo Renault, Seat ou Citroen, nem sombra!) - desde a Audi a' Mercedes, da Toyota a' Ford, da Chrysler a' Chevy, da Ferrari a' Porche, da Rolls a' Mazerati. Isto para nao falar em marcas absolutamente estranhas, das quais nunca tinha ouvido falar. E o mais estimulante de tudo isto e' que em muitos dos carros a malta podia entrar e sentar o traseiro, sentindo-se um verdadeiro milionario a passear nas ruas de Monte Carlo. Tudo sem sair do mesmo sitio. Muito positivo!
Por la andavam tambem os carros cujas capotas fazemos aqui nos Estados Unidos - com alguma pena, nenhuma das capotas estava levantada, pelo que nao foi possivel avaliar a qualidade do produto... talvez seja melhor assim! Aqui ficam eles:
Ford Mustang:
Chrysler Sebring
Pontiac G6
Uma nota final para um denominador comum a toda a exposicao... Brilho, muito brilho. Quase eram precisos oculos escuros para passear no meio daquilo tudo. Os carros, polidos ate mais nao, estao sob uma iluminacao cuidadosamente estudada para realcar o design do carro. Isto, a juntar a umas senhoras munidas de Ajax e muitos panos, que limpavam as nossas dedadas de 5 em 5 minutos, contribuiam para que o brilho fosse mais que muito.
Vejam mais algumas fotos e julguem por voces mesmos! Ah, e se vierem para estes lados, estas 'bombas' estao em exposicao ate' 21 deste mes.
segunda-feira, janeiro 08, 2007
At the Movies
Ha ja algum tempo que nao falo de cinema por aqui. Aproveitando a onda de bons filmes que tenho visto nos ultimos tempos, aqui ficam algumas ideias.
A Rainha (The Queen) - conta-nos a vivencia da familia real inglesa, na semana que se seguiu a' morte da princesa Diana, em Agosto de 1997. E' um olhar sobre como esta fragil familia reagiu aos acontecimentos, e sobre como os jogos de bastidores tem um papel fundamental nas decisoes politicas modernas. A batalha entre o dever publico perante a Nacao e a necessidade de manter a privacidade de um momento dificil. O filme vale essencialmente pelo argumento e pela interpretacao de Helen Mirror, que esta magnifica no papel de Elisabeth II, prometendo uma nomeacao ao Oscar. A realizacao e' de Stephen Frears, simples e muito discreta.
Happy Feet - O Moulin Rouge dos pinguins, como alguem lhe chamou. Boa disposicao, animacao realista, banda sonora do melhor, coreografias arrojadas, dialogos muito bem conseguidos e mensagem ecologica muito positiva. Uma combinacao que faz este um dos melhores filmes de animacao do ano. A historia e' muito simples - um pinguim imperador que nasce sem capacidade de cantar, mas que e' um as no sapateado. Considerado um 'outsider' pelos seus semelhantes, acaba por se juntar a uma outra tribo de pinguins mais 'groovy', lancando-se numa odisseia por forma a ter de volta o peixe que os 'aliens' lhes roubaram.
O Diabo veste Prada (The devil wears Prada) - Andrea e' uma jovem que consegue um emprego de sonho pelo qual "um milhao de jovens dariam a vida": ser a assistente de Miranda Priestly, a famosa editora de moda da revista "Runaway". Mas depressa Andrea percebe que nem tudo sao rosas. A implacavel directora faz dela gato-sapato, assistente para todo o serviço, desde encomendar o pequeno-almoço a tratar da roupa suja e passear o cão. Divertido, uma historia bem contada e Meryl Streep em grande, a juntar mais uma excelente interpretacao a' sua belissima carreira. Merecia mais uma nomeacao para o Oscar, mas e' pena que a academia nao goste de comedias.
Os Bastidores da Radio (A Prairie Home Companion) - ultimo filme de Robert Altman, conta a historia do programa de radio mais famoso dos EUA. Embora seja uma comedia, o filme aborda o tema da morte de uma forma muito seria, muito ao jeito de Altman. O elenco e' de luxo (Meryl Streep, Woody Harrelson, Kevin Kline e John C. Reiley, entre outros), as interpretacoes sao boas, o argumento e' inteligente e a realizacao, de mestre.
Babel - do mesmo realizador que nos trouxe o brilhante e perturbador '21 Gramas', chega este filme, curiosamente muito proximo do mesmo modelo: 4 historias separadas, embora ligadas entre si, contadas de forma paralela, com timmings baralhados. Tudo comeca com um disparo de uma arma, em Marrocos, tendo este simples gesto desencadeado uma serie de eventos que se espalham por 3 continentes e outros tantos ideomas. Confesso que este e' o meu tipo de filme, por isso posso ser suspeito. Gostei muito. Embora ache que o filme peca por ser uma torre de desgracas, empilhadas umas em cima das outras, chegando a ser um pouco angustiante em alguns momentos. Ha cenas que nao trazem nada de relevante a' historia, as ligacoes entre as varias historias sao as vezes fracas, mas esta mantem-se boa ate ao final. As interpretacoes sao muito boas (destaco Brad Pitt e Adriana Barraza, a ama). Em minha opiniao sera um filme com muitas nomeacoes aos Oscares, mas nao sei se vingara.
Se forem ver algum destes, depois digam-me de vossa justica.
A Rainha (The Queen) - conta-nos a vivencia da familia real inglesa, na semana que se seguiu a' morte da princesa Diana, em Agosto de 1997. E' um olhar sobre como esta fragil familia reagiu aos acontecimentos, e sobre como os jogos de bastidores tem um papel fundamental nas decisoes politicas modernas. A batalha entre o dever publico perante a Nacao e a necessidade de manter a privacidade de um momento dificil. O filme vale essencialmente pelo argumento e pela interpretacao de Helen Mirror, que esta magnifica no papel de Elisabeth II, prometendo uma nomeacao ao Oscar. A realizacao e' de Stephen Frears, simples e muito discreta.
Happy Feet - O Moulin Rouge dos pinguins, como alguem lhe chamou. Boa disposicao, animacao realista, banda sonora do melhor, coreografias arrojadas, dialogos muito bem conseguidos e mensagem ecologica muito positiva. Uma combinacao que faz este um dos melhores filmes de animacao do ano. A historia e' muito simples - um pinguim imperador que nasce sem capacidade de cantar, mas que e' um as no sapateado. Considerado um 'outsider' pelos seus semelhantes, acaba por se juntar a uma outra tribo de pinguins mais 'groovy', lancando-se numa odisseia por forma a ter de volta o peixe que os 'aliens' lhes roubaram.
O Diabo veste Prada (The devil wears Prada) - Andrea e' uma jovem que consegue um emprego de sonho pelo qual "um milhao de jovens dariam a vida": ser a assistente de Miranda Priestly, a famosa editora de moda da revista "Runaway". Mas depressa Andrea percebe que nem tudo sao rosas. A implacavel directora faz dela gato-sapato, assistente para todo o serviço, desde encomendar o pequeno-almoço a tratar da roupa suja e passear o cão. Divertido, uma historia bem contada e Meryl Streep em grande, a juntar mais uma excelente interpretacao a' sua belissima carreira. Merecia mais uma nomeacao para o Oscar, mas e' pena que a academia nao goste de comedias.
Os Bastidores da Radio (A Prairie Home Companion) - ultimo filme de Robert Altman, conta a historia do programa de radio mais famoso dos EUA. Embora seja uma comedia, o filme aborda o tema da morte de uma forma muito seria, muito ao jeito de Altman. O elenco e' de luxo (Meryl Streep, Woody Harrelson, Kevin Kline e John C. Reiley, entre outros), as interpretacoes sao boas, o argumento e' inteligente e a realizacao, de mestre.
Babel - do mesmo realizador que nos trouxe o brilhante e perturbador '21 Gramas', chega este filme, curiosamente muito proximo do mesmo modelo: 4 historias separadas, embora ligadas entre si, contadas de forma paralela, com timmings baralhados. Tudo comeca com um disparo de uma arma, em Marrocos, tendo este simples gesto desencadeado uma serie de eventos que se espalham por 3 continentes e outros tantos ideomas. Confesso que este e' o meu tipo de filme, por isso posso ser suspeito. Gostei muito. Embora ache que o filme peca por ser uma torre de desgracas, empilhadas umas em cima das outras, chegando a ser um pouco angustiante em alguns momentos. Ha cenas que nao trazem nada de relevante a' historia, as ligacoes entre as varias historias sao as vezes fracas, mas esta mantem-se boa ate ao final. As interpretacoes sao muito boas (destaco Brad Pitt e Adriana Barraza, a ama). Em minha opiniao sera um filme com muitas nomeacoes aos Oscares, mas nao sei se vingara.
Se forem ver algum destes, depois digam-me de vossa justica.
domingo, janeiro 07, 2007
Ano Novo...
...Vida Nova, la diz o povo. Pegando nesta maxima, resolvi lavar a cara aqui ao estamine! O outro estava... como direi... um pouco esverdeado demais. Este tem agora mais luz, esta mais suave e mais agradavel, espero. O conteudo, esse, continua o mesmo!
Estou de volta aos States. O tempo passado em Portugal, apesar de curto, foi muito bom. Cada vez mais acredito que so quando nao temos presentes aquelas coisas que damos por garantidas, podemos apreciar verdadeiramente o seu valor. So assim damos o devido valor a estarmos com a familia e os amigos, as pequenas coisas que nos fazem sentir bem. Senti isso desta vez - um desejo imenso de aproveitar cada momento, saborear cada sorriso, guardar todas as imagens. Bom, muito bom. Em Marco ha' mais.
Entretanto, mudamos de ano. Multiplicam-se por estes dias os desejos de 'Bom Ano', enquanto o comum dos mortais tenta acreditar que este ano e' que a coisa vai ser melhor que no ano anterior. Mas, pensemos bem. 365 dias e' muito tempo. Passa depressa, e' certo. Mas cabe la' muita coisa, pode acontecer tanto nesse espaco de tempo, que dificilmente conseguiremos antever o que se vai passar. Vejam o que se passou em 2006 - Cavaco foi eleito, nevou em Lisboa, caricaturas polemicas puseram os islamicos com os nervos em franjas, Portugal nao ganhou o Mundial, o sistema solar e' reduzido a 8 planetas (Platao foi despromovido para a divisao de honra), Schumacher finalmente deixa a F1, morrem Saddam, Pinochet, James Brown e Mario Cesariny. Quem imaginaria tudo isto em Janeiro de 2006? Ninguem! Sera' 2007 um bom ano? Nao sabemos. So quando chegarmos ao fim poderemos avaliar.
Por falar em avaliar, e' tambem costume nesta altura fazer-se um balanco. Revemos tudo o que nos aconteceu, pesamos cada acontecimento e depois chegamos ao veredito - positivo ou negativo. Pessoalmente, acho que foi um ano nem bom nem mau... foi melhor que 2005, mas tambem nao seria muito dificil de isso acontecer. Foi um ano mediano - nem tudo correu como esperava, mas teve bons momentos. Acima de tudo, foi mais um ano, o que indica que ainda ca estamos. Que assim seja por muitos mais!
Estou de volta aos States. O tempo passado em Portugal, apesar de curto, foi muito bom. Cada vez mais acredito que so quando nao temos presentes aquelas coisas que damos por garantidas, podemos apreciar verdadeiramente o seu valor. So assim damos o devido valor a estarmos com a familia e os amigos, as pequenas coisas que nos fazem sentir bem. Senti isso desta vez - um desejo imenso de aproveitar cada momento, saborear cada sorriso, guardar todas as imagens. Bom, muito bom. Em Marco ha' mais.
Entretanto, mudamos de ano. Multiplicam-se por estes dias os desejos de 'Bom Ano', enquanto o comum dos mortais tenta acreditar que este ano e' que a coisa vai ser melhor que no ano anterior. Mas, pensemos bem. 365 dias e' muito tempo. Passa depressa, e' certo. Mas cabe la' muita coisa, pode acontecer tanto nesse espaco de tempo, que dificilmente conseguiremos antever o que se vai passar. Vejam o que se passou em 2006 - Cavaco foi eleito, nevou em Lisboa, caricaturas polemicas puseram os islamicos com os nervos em franjas, Portugal nao ganhou o Mundial, o sistema solar e' reduzido a 8 planetas (Platao foi despromovido para a divisao de honra), Schumacher finalmente deixa a F1, morrem Saddam, Pinochet, James Brown e Mario Cesariny. Quem imaginaria tudo isto em Janeiro de 2006? Ninguem! Sera' 2007 um bom ano? Nao sabemos. So quando chegarmos ao fim poderemos avaliar.
Por falar em avaliar, e' tambem costume nesta altura fazer-se um balanco. Revemos tudo o que nos aconteceu, pesamos cada acontecimento e depois chegamos ao veredito - positivo ou negativo. Pessoalmente, acho que foi um ano nem bom nem mau... foi melhor que 2005, mas tambem nao seria muito dificil de isso acontecer. Foi um ano mediano - nem tudo correu como esperava, mas teve bons momentos. Acima de tudo, foi mais um ano, o que indica que ainda ca estamos. Que assim seja por muitos mais!
Subscrever:
Mensagens (Atom)