À noite, devorei as imagens vezes sem conta, vi e revi opinões, escutei teorias. Estava como que dormente, incrédulo com o que se estava a passar. E já passaram 5 anos! Parece que foi ontem! Hoje, multiplicam-se os documentários, exploram-se teorias mais ou menos recambolescas, acusam-se até os próprios EUA de terem causado todo aquele aparato por motivos económicos. Hollywood junta-se á festa, aproveita o grande potencial humano que envolveu os ataques do 11 de Setembro e lança cá para fora um filme brutal - O Voo 93.

Fui ve-lo na sexta-feira e saí de lá com a sensação de ter estado num avião prestes a despenhar-se num sítio qualquer. Sem apostar na lamechice, no fácil e no imediato, Paul Greengrass, o realizador, mostra-nos um relato fiel do que aconteceu ao único avião que não atingiu o seu alvo. Fazendo da câmera os nossos olhos, durante cerca de 2 horas, vemos em simultâneo a desorientação de uma nação que se mostrava impotente para perceber o que se estava a passar e para tomar medidas para evitar o pior, e o horror vivido pelos passageiros do voo 93 da United Airlines. Realista, forte e intenso, o filme, a meu ver, prima por não fazer uso dos cliches habituais neste tipo de filme. As cenas iniciais que nos mostram os pequenos nadas que fazem o início de cada um dos nossos dias, fazem com que sintamos que antes de se tornarem herois, aquelas pessoas são reais, não uma mera abstracção cinematográfica.
Honesto, este relato deverá ser visto por duas razões: para nos assegurar que os acontecimentos daquele dia não serão esquecidos e para nos lembrar que no meio de tanto horror e tragédia, há sempre lugar para um pouco de heroísmo.
Decididamente, um filme a ver!
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