domingo, abril 29, 2007

Mais uma foto de outros tempos...

Dado o furor que resultou do ultimo post (onde se bateu o record de comentarios - se bem que 5 foram da mesma pessoa...), resolvi partilhar mais uma foto minha quando crianca. Acho piada a esta foto, por varias razoes: primeiro pelo ar descontraido com que me encontro; depois pelo cabelo desgrenhado e meio sem rumo; pelo ar meio reguila com que olho para a camara; pela fatiota despretenciosa...


Que bom seria se pudessemos manter em adultos esta transparencia que so se tem quando se e' crianca. Seriamos todos bem mais sinceros e, por certo, bem mais felizes!

Esta foto (tirada, creio, num parque em Setubal) espelha tambem aquilo que foram os meus anos de infancia. Anos felizes, rodeados de familia e amigos queridos, cheios daquilo que e' essencial para se ser feliz. Nao tinhamos muito, mas tambem nao era preciso. Tinhamo-nos uns aos outros e isso bastava. Nem tudo foram rosas, mas tambem nao foi isso que impediu que me tornasse no que sou hoje...

quinta-feira, abril 26, 2007

Ha 31 anos, mais coisa menos coisa...

... eu era assim:



Gosto desta foto pela maneira como foi tirada... apenas um bebe, uma cama, uma chupeta. Gosto da simplicidade que encerra. Gosto da maneira como o olhar mostra confianca em quem esta do outro lado da maquina. Gosto de como as maos entrelacadas espelham o conforto que se sente quando se e' querido. Gosto.

Creio que esta foto representa o meu momento mais alto. Nunca outra fotografia me revelou de forma tao plena.

terça-feira, abril 24, 2007

Recordacoes de uma Geracao

(mais um post grande, para variar... mas este e' especialmente grande, por isso, take your time, sit down and enjoy...)

Os posts desta semana, por razoes mais ou menos obvias, sao dedicadas a recordacoes do passado. Mais propriamente, as recordacoes de crianca. As minhas! Todos nos sabemos que as recordacoes que conseguimos guardar de quando eramos criancas sao relativamente poucas, embora seja essa a altura em que estamos mais receptivos e alertas a todos os estimos que nos rodeiam. Mas ha sempre algo que fica e que nao sabemos explicar muito bem porque. Fica la guardado no subconsciente, numa gaveta escura, que de vez em quando e' aberta, voluntaria ou involtuntariamente, e que nos faz pensar do bom que foi ser crianca.

Uma das coisas que nos ficam guardadas de forma permanente sao os sons e as imagens que nos rodeiam. E enquanto criancas absorvemos tudo - as conversas, os barulhos, os diferentes sons que nos rodeiam. Se a isto juntarmos a influencia magica da televisao, acabamos por crescer e preservar nas nossas mentes sons e imagens que marcaram o crescimento de uma geracao, na qual eu (e muitos de voces) me incluo. Posto isto, achei que seria interessante aqui relembrar alguns desses sons e dessas imagens que ao longo de muitos anos. Nao que tenham sido estas as mais importantes. Sao apenas... recordacoes.

Comecemos com esta:




Meu Deus, como eu gostava (e ainda gosto) dos Marretas. Lembro de passar os sabados a' noite a ver esta mistura de bonecos de peluche animados, cujos gestos eram controlados por uns arames colocados estrategicamente nos bracos e pernas (e muito mal disfarcados, por sinal). Agora percebo como toda a nossa sociedade la estava retratada - havia um sapo enamorado (ou preso!) a uma porca (simbolizando as menos previsiveis aliancas), os dois velhos ranzinzas que passavam todo o tempo a dizer mal de tudo, uma criatura completamente louca chamada Animal, um cao artista, um urso com problemas exitenciais, uma coisa com um nariz grande, chamada Gonzo, que vivia com a mania da perseguicao... estava la tudo. Lembro-me de nao perceber tudo o que se passava, nem todos os pormenores do humor incisivo e mordaz (so muito mais tarde o entendi na sua inteireza), mas achava piada a todo aquele universo que, durante meia hora, me enchia de gargalhadas. Pena que as novas geracoes nao saibam sequer quem sao os marretas.

E esta?





Nao percebia nada do que se passava nesta serie (A Balada de Hill Street), nem o que retratava... mas esta musica tinha qualquer coisa que me deixava preso ao ecra. So depois de ver o generico era tempo de ir para a cama... Outros exemplos de series com musicas que ficaram sao estas:











Intemporais! Incontornavel e' tambem falar dos desenhos animados que marcaram a minha geracao. Podia falar da Heidi, do Bell e Sebastiao, do Calimero, dos Estrunfes, de tantos outros. Nao o vou fazer. Prefiro destacar uma serie que para alem de entreter, ensinava realmente coisas que valia a pena aprender - ora vejam la se se isto vos diz alguma coisa:





Bem bonito, sim senhor. So mais um, para terminar - nao sei ate que ponto se lembram disto, mas este produto a mim diz-me muito. Nao que o tenha usado, claro, mas tinha um avo que insistia em por esta cena todas as manhas. O resultado devo dizer-vos era do mais eficaz que existia - durante anos, nao conheci o meu avo com um unico cabelo branco (embora achasse estranho tal facto). Mas o pivete que isto largava era do pior que possam imaginar. E ainda por cima, era daqueles cheiros que se agarrava a tudo e mais alguma coisa - aos sofas, aos estofos do carro, as roupas, tudo. Nao sei bem porque, ele acabou por parar de usar isto, mas o cheio, esse, vou recorda-lo para sempre. Ora vejam la esta perola da publicidade dos anos 80:



E pronto, espero que tenham gostado. Mais recordacoes se seguirao.

Ja agora, e voces? Que outros sons/imagens vos marcaram enquanto criancas? Partilhem. Fico a' espera.

sexta-feira, abril 20, 2007

Reign Over Me

Imagem que, num piscar de olhos, perdem tudo o que vos e' mais querido. Nao falo de coisas materiais, falo de pessoas. Companheiro/a, filhos, pais... Tudo. Assim. De repente. O que fariam? Como reagiriam? O que fariam, quando a menor coisa, um gesto, uma imagem, um cheiro, vos trouxesse a' memoria tudo aquilo que perderam? Como lidariam com as recordacoes - as muitas recordacoes que ao longo da vida vamos acumulando?

Nao e' facil responder a estas questoes. A maioria de nos nao e' sequer capaz de se imaginar em tal situacao. Pois bem, este e' o ponto de partida basico para o novo filme de Mike Binder (nascido aqui em Detroit), 'Reign Over Me'.


'Reign over me' (cujo nome vem do belissimo tema dos The Who, 'Reign O'er me', que serve de banda sonora ao filme) conta a historia de dois amigos, Charlie Fineman (Adam Sandler) e Alan Johnson (Don Cheadle), que se reencontram por acaso numa rua de Manhattan, anos depois de perder o contacto que mantinham enquanto jovens. 5 anos apos perder a sua familia no 11 de Setembro, Charile, outrora um dentista de sucesso, retirou-se da sua vida por completo, barrando todo e qualquer contacto ou vestigio que lhe traga a' memoria a sua vida anterior, surpreendendo Alan pelas mudancas radicais que a sua vida tomou. Ao mesmo tempo, Alan, que deveria estar a aproveitar a sua vida, casamento e paternidade, sente-se sufocado pelas suas responsabilidades e por uma relacao que pouca margem lhe da para manter o seu proprio espaco. Este reecontro casual faz reatar uma amizade antiga, neste momento critico das suas vidas, e serve de pedra de toque para um filme muito comovente e ao mesmo tempo com umas pinceladas de humor muito bem incorporadas.

Os criticos tem martelado um pouco este filme, afirmando que e' mais um sobre o 11 de Setembro. Eu discordo. Sim, e' um filme que tem o 11 de Setembro a marcar a vida de uma das personagens. So what? O 11/9 marcou definitiamente a maneira como vemos o mundo e como vivemos nele. Mudou-nos enquanto espectadores. Marcou-nos enquanto pessoas. E nao estavamos la'. Nao conheciamos ninguem que la estivesse. Nao perdemos la' ninguem. Mas houve quem perdesse. E este filme e', acima de tudo, um filme sobre perda... e amizade. Perda porque lida com os sentimentos, emocoes e comportamentos de quem perde tudo... Amizade porque nos mostra como dois mundos tao distintos se podem completar de uma forma tao complexa.

Sobre as interpretacoes, Adam Sandler esta finalmente num papel que mostra todo o seu potencial como actor e o distancia dos papeis mais ou menos patetas com que nos tem brindado. Don Cheadle esta muito bem, como sempre, afirmando-se cada vez mais como um actor polivalente e consistente. Nota positiva tambem para Liv Tyler, que tambem deixou os papeis de 'menina-namorada-de-um-tipo-heroi/mafioso' e aqui aparece como psicologa, muito soft e profissional; para Donald Sutherland, que aparecendo apenas 10 minutos, enche o ecra de talento de uma forma grandiosa; e para a actriz que faz de recepcionista do consultorio (cujo nome nao sei), protagonista das cenas mais hilariantes do filme. A realizacao e' muito simples, mostrando-nos a cidade de uma forma curiosa e algo diferente.
Para vos abrir o apetite, aqui fica o trailer:





Em suma, vao ver (creio que estreia em Portugal em Agosto). Vale bem a pena. Acima de tudo, porque 'Reign over me' tem o bom senso de dizer que ha situacoes na vida em que nao vai ficar 'tudo bem'. Apenas reconhece que, no fim de contas, ainda ha esperanca. E de esperanca, todos nos precisamos!

quarta-feira, abril 18, 2007

Toronto - mais fotos...

... aqui!

Have fun!

terça-feira, abril 17, 2007

Toronto - Influencia Tuga

Toronto, para alem de ser tudo o que ja' referi no post anterior, e' tambem uma cidade com uma forte influencia Tuga, tal e' o tamanho da comunidade de Portugueses que por la vive. Tal como muita cidade norte-americana, tambem por aqui os 'bairros tipicos' sao bastante populares - que mais nao sao do que certas zonas da cidade com uma forte influencia italiana (Little Italy), Grega (Greektown), Mexicana (Mexican Town) ou Portuguesa. A nossa zona em Toronto foi simpaticamente batizada de 'Portugal Village', com direito a placas na rua que nao deixam espaco para duvida:

Por aqui abundam os estabelecimentos com cartazes informando 'Falamos Portugues'. Olhando com um pouco mais de atencao, descobrimos ementas em portugues (onde nao faltava o bacalhau, claro), letreiros em portugues, anuncios ao cafe Delta, supermercados onde se ouve mais falar portugues do que ingles. Alguns exemplos:


Por falar em supermercados, nao resistirmos a entrar num deles e ver ate que ponto os produtos nacionais moravam por aqui. E nao que moram mesmo? Agua do Luso, Cafe Delta e claro, o belo do Bacalhau, fazem-nos acreditar que afinal nao estamos assim tao longe de casa. Ate a empregada da caixa era portuguesa. Algo nao invulgar, ao que parece.

Almocamos, claro esta, num restaurante portugues - o Leao D'Ouro - onde marchou um belo 'Bacalhau a' Gomes Sa', um pouco americanizado e' certo, mas com todo o sabor portugues. Para a sobremesa, fomos em busca do icone mais portugues de todos. E eis que o encontramos, numa pastelaria com ar bastante nacional... ora aqui esta' ele:

Ninguem me convence de que nao ha nada mais portugues do que o Pastel de Nata. Compramos logo meia duzia (mesmo a' tuga), que nos fizeram as delicias nos dias seguintes.

Tambem na TV a influencia portuguesa se faz notar. Creio que no domingo de manha, estavamos a prepararmo-nos para sair para o pequeno almoco, eis que o meu zapping da' de caras com um programa falado em portugues. Ao que me pareceu, e' especialmente dedicado a' comunidade portuguesa da regiao, salientando os momentos altos da semana, relatando o que mais de importante se passou. Ideia interessante, pensei. Mas depressa mudei de opiniao. Porque? Porque todo o programa nao podia ser mais bimbo! Os convidados sao bimbos a falar, a vestir (mas quem e' que se veste assim, o' meu Deus!), as entrevistas, os penteados... tudo do mais bimbo possivel. Agora percebo o porque da imagem camponia e provinciana que os portugueses tem junto dos canadianos - pudera, com aberracoes destas na TV, nao admira. Ainda bem que isto passa ao domingo de manha, altura de baixas audencias. Muito baixas, esperemos... Se acham que estou a exagerar, espreitem isto, uma amostra do programa de que vos falo - Gente da Nossa. Reparem bem na letra e em toda a dinamica bimba (e pimba!) que premeiam estes 5 minutos:




Gostaram? Lindo, nao e'?
E pronto, assim termino o relato destas mini-ferias canadianas. Vou tentar colocar mais fotos on-line, para que tambem voces possam viajar um pouco. Proxima aventura - Chicago, The Windy City... Mas isso sera' la' mais para o mes que vem.

domingo, abril 15, 2007

Toronto - The Big T Dot


Toronto (ou T Dot como e' muitas vezes chamada pela faixa mais jovem) e' uma cidade cosmopolita. E grande. Assim como se ve no cinema. Com arranha-ceus por tudo quanto e' sitio, tao grandes que para lhes vermos o topo, quase que nos temos que deitar no chao. Foi a primeira vez que estive tao perto de tais estruturas e confesso que o sentimento e' avassalador. Nao so' por pensar que sao magnificas obras de engenharia, mas pela imagem que criam em nosso redor... e e' inevitavel sentirmo-nos como umas formigas a passar pelas ruas (relativamente estreitas) de downtown Toronto. Embora prefira as cidades europeias, com os seus seculos de historia e edificios antigos, estas cidades de metal tambem despertam em mim uma certa curiosidade, se bem que nao tem um encanto de cidades como Praga, Paris ou Lisboa.

Embora seja uma grande cidade, senti-me bastante seguro nas ruas, mesmo ate de noite (o mesmo nao se pode dizer aqui de Detroit, onde ate' de dia nao gosto de passear). As pessoas sao em geral simpaticas e cordiais, nas lojas, cafes ou restaurantes. Locais de interesse, ha' bastantes:

* A zona da universidade, com os seus muitos edificios antigos, cuidadosamente preservados; faz-nos lembrar um pouco as cidades europeias e curiosamente estes edificios, mais pequenos e mais antigos, co-existem muito bem com os monstros de metal;

* o distrito financeiro, dominado pelos gigantescos arranha-ceus, que rasgam a paisagem de uma forma imponente, criando uma belissima silhueta (ou skyline, se preferirem); sedes de bancos, grandes empresas, hoteis, todos contribuem para formar este interassante conjunto;

* CN Tower, o exlibris da cidade, o maior edificio do mundo, onde em dias de ceu limpo se consegue ter a percepcao da curvatura da terra; a vista la' de cima e' fantastica e a subida e' feita por um elevador que, em 55 segundos, nos leva a uma altitude de 300 e muitos metros;

* a Casa Loma, uma mansao estilo palacio medieval, outrora propriedade de um magnata local, cuja riqueza se perdeu no inicio do seculo passado;
* a zona cultural, com os seus teatros, concert halls, opera houses, onde tambem podemos encontrar o Passeio da Fama canadiano (semelhante ao que podemos ver em Hollywood).

Muitas destas atraccoes sao pagas e os precos, devo dizer, podem ser um pouco elevados. Mas ferias sao ferias e ha que nao pensar nestas coisas. Mas sitios que se podem visitar de borla como Chinatown, muito viva, muito colorida, com muitas lojas onde se vende de tudo um pouco, ao preco da chuva (um pouco a' semelhanca do que se ve em Portugal);

E' tambem em Toronto que nasce a rua mais longa do mundo, a Yonge Street, com cerca de 1900 km, ou pelo menos assim querem pensar os autoctones. Sendo ou nao a mais longa do mundo, a parte que fica em Toronto e' bastante animada - com os seus restorantes, teatros e comercio - e' la' que fica o Eaton Centre, o mega mall que tem de tudo um pouco... ate' a Zara la' mora.

Para combater o frio, Toronto construiu uma autentica cidade underground. Uma serie de tuneis labirinticos, recheados de lojas, restaurantes e locais de descanso que ligam as principais ruas da baixa (com acessos directos ao metro e aos principais edificios) e que acima de tudo estao aquecidos... permitindo andar a pe' de um lado para o outro sem que congelemos. PATH (que em ingles significa 'caminho') e' o nome deste sistema, do qual fiquei fa, em especial devido ao briol que se fazia sentir la' fora.

Um ponto negativo a salientar. Como toda grande cidade, Toronto e' tambem afectada pelo drama daqueles que outrora tiveram onde viver, mas que hoje se veem obrigados a pernoitar na rua, enrolados num saco cama, estrategicamente colocado sobre as condutas que libertam o ar quente vindo dos tuneis subterraneos. Ok, sem abrigo ha-os em todo o lado, o que e' que isso tem de especial, pensam voces. Concordo. Mas confesso que me perturbou aquilo que vi. Nao so' pelo frio gelido que se fazia sentir, mas pelo facto de estas pessoas estarem literalmente no meio do passeio, estendidas no chao (muitas vezes nao se consegue distinguir se estao mortos ou apenas a dormir). E ao que parece, ficam ali todo o dia, bem no meio do distrito financeiro, no meio de multidoes que por eles passam diariamente, embrenhadas nos seus afazeres. Enfim...

Interssante tambem e' a influencia portuguesa que se pode ver na cidade. Mas disso falarei na proxima cronica.

quinta-feira, abril 12, 2007

Niagara Falls - Uma força da Natureza

Finalmente! Este sera' o primeiro post de varios cujo objectivo principal e' relatar os pontos altos da minha visita ao pais vizinho, mais propriamente as Cataratas do Niagara e a Toronto. Primeiro, ha' que descrever o contexto em que a viagem se desenrolou. Nao podia estar mais frio - foi o fim de semana mais frio de Abril, nos ultimos 25 anos. De tal modo que as temperaturas rondavam os 5 a 7 graus negativos, com um vento gelido que insistia em soprar com alguma forca. Qualquer saida a' rua tinha que ser obrigatoriamente acompanhada pelo belo do gorro, cachecol e luvas. Como os hoteis estavam marcados e pagos ha' muito, nao nos restou alternativa senao partir, apesar do frio. A viagem e' relativamente curta, 5 horas de carro, sempre em autoestradas, que por aqui sao de borla, mas com alguns buracos a mais.

Feito o enquadramento, falemos entao da viagem. A primeira paragem foi em Niagara Falls. Na verdade, existem duas cidades chamadas Niagara Falls - uma de cada de lado da fronteira. As cataratas sao tambem duas - uma do lado canadiano (conhecidas como Horseshoe Falls) e outra do lado americano, mais pequena e nao tao impressionante (conhecidas como American Falls). Qualquer que seja o angulo que se escolha para observar este fenomeno da natureza, a reaccao e' sempre a mesma - espanto!!! Pela forca, pela beleza, pela imensidao... pelo barulho. E que barulho!!! Do quarto do meu hotel, no 30 andar, conseguia perfeitamente ouvi-las, qual um rugido constante que nos embalava sem darmos conta.

Por forca do tempo, nao consegui dar uma voltinha no Maid of The Mist, o barco tipico das Falls, que nos leva ate bem perto do local onde as cataratas se despenham no rio. Acabei por fazer a Journey Behind the Falls, que nos leva ate as profundezas das cataratas atraves de estreitos canais e nos permite ver bem de perto a forca das aguas, ao mesmo tempo que nos da a conhecer um pouco da historia e de alguns factos das cataratas. Bem bonito, sim senhor.

Visitar as Falls e' tambem sinonimo de ficar molhado. Muito molhado. E com o frio que se fazia sentir, a coisa custava um pouco. Mas o espectaculo compensa todos os esforcos. Bonita tambem e' a vista da Skylon, a torre pontiaguda que nos leva bem alto, permitindo ter uma vista panoramica das Falls. Foi tambem la que assisti, ao inicio da noite, ao espectaculo das Falls by night - que basicamente se traduz num espectaculo de luz e cor, que dao uma magia diferente a um fenomeno ja por si unico.

A cidade de Niagara propriamente dita nao se resume so' as Falls. Ha muito para ver e fazer, na cidade e nos arredores - um aquaparque coberto (aberto todo o ano), museus (estilo Guiness World of Records), uma Estufa de Borboletas (com mais de 2000 especimens), ou a bela Niagara-on-the-Lake, uma bela e pequena cidade que nos remete para o conceito de 'viver devagar'.

Em resumo, vale bem a pena uma passagem por estas bandas. Para vos agucar o apetite, aqui ficam umas fotos:


Horseshoe Falls

American Falls

Falls by night


Mais fotos - aqui.

Proxima cronica - Toronto.

Tax Season

No proximo dia 15 termina por estas bandas o prazo para entrega da declaracao de rendimentos as financas ca' do sitio - IRS (Internal Revenue Service). Todos os cidadaos americanos, bem como os trabalhadores nao americanos (chamados aliens) devem reportar as autoridades os montantes auferidos no ano anterior. As penalizacoes por nao efectuar a declaracao sao pesadas, sendo que no caso dos 'aliens' (como eu) a multa e' simples - nao declarou, fica proibido de entrar no pais novamente. A coisa aqui pia fino! Nao e' facil fugir as financas... eles veem atras (literalmente) de quem o tenta fazer.

Assim sendo, e como eu tenciono voltar a estas bandas, la tive que tambem que 'do the taxes' como aqui se diz. Mas como este vosso amigo so percebe dos impostos tugas, nao me restou outra alternativa senao recorrer a um especialista fiscal recomendado por um amigo de um amigo de um amigo de um colega.

La fui. Marquei uma 'consulta fiscal' e no dia combinado la estava com todos os meus documentos - que se resumiam a 1 passaporte, 1 cartao de seguranca social (base de todo o sistema) e a declaracao de rendimentos emitida pela empresa. Isto vai ser simples, pensei. O pior e' que o fiscalista nunca tinha feito nenhuma declaracao de um alien portugues, pelo que andou a' pesca de legislacao aplicavel. A coisa ainda demorou um pouco. Resultado - nao existe. Ha uma serie de normas que regulam situacoes especificas, mas para o geral nao ha nada. Bonito. Depois de muito procurar, la encontrou um artigo que talvez se aplique - tudo depende da interpretacao que o IRS lhe der. Esperemos que seja a mesma que ele lhe deu, pois isso significaria que ia receber tudo o que me retiveram (porque trabalhei menos de 180 dias). A ver vamos.

So' sei e' que em menos de uma hora, o tipo cobrou-me 85 dolares (cerca de 64 euros). Mai'nada! Tenho que mudar de profissao. Ainda por cima, por ser um alien, nao posso enviar a declaracao em formato electronico. Basicos! Tive que usar a bela da carta registada, e confiar no US Postal Service para fazer chegar a declaracao ao seu destino. Por ser alien tambem nao me vao emitir o reembolso numa semana, como acontece com os cidadaos americanos (que bom seria que isto fosse assim em Portugal) - tenho que esperar pelo menos 1 mes, sem fazer o minimo de ideia de quanto vou receber. Bem, desde que nao pague ja nao e' mau, digo eu.

Bom, Bom seria poder fazer isto:

Vale a pena pelo menos tentar!

quarta-feira, abril 11, 2007

Hoje...

... esta musica:



Ain't no sunshine when she's gone
It's not warm when she's away
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long
Anytime she goes away
Wonder this time where she's gone
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home
Anytime she goes away

And I know, I know, I know, I know,
I knowI know, I know, I know, I know
I know, I know, I knowI know, I know,
I know, I know
Hey, I ought to leave the yound thing alone
But ain't no sunshine when she's gone,
Only darkness everyday
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home anytime
She goes away

Nao gosto nada ter que me despedir das pessoas... mas enfim, life goes on. Pelo menos, foi bom enquanto durou.

segunda-feira, abril 09, 2007

So para dizer que...

... estou de volta.

Foi bom. Muito bom. E frio tambem. Algum vento e temperaturas a rondar os 5 negativos. Bom, nao e'? E'! O tempo ideal para se passear... ou talvez nao!


Cronicas completas (e ilustradas) dentro de dias... Stay tunned.

quarta-feira, abril 04, 2007

Nos proximos dias...

... vou estar aqui.

E aqui tambem.

Depois conto como foi.
Com detalhes.
E fotos. Muitas.

segunda-feira, abril 02, 2007

Ausencia

Tenho andado fugido. E' verdade. Por varias razoes, mas nao por querer. O trabalho e' mais que muito, tudo a acontecer ao mesmo tempo, em multiplas direccoes. Mal da tempo para respirar, nem para responder brevemente as mensagens que me chegam por MSN. Isto quando me consigo ligar. Coisa estranha esta, do tempo passar mais depressa do que desejamos. Insiste em nao nos dar margem para relaxarmos, para pararmos nem que seja para ver a chuva que cai la fora. Enfim, aprendemos a viver com esse facto e tentamos fazer o melhor possivel. Como dizia um slogan aqui ha anos - 'O Tempo e' o que fazemos com ele'.

Mas esta minha ausencia nao e' so' causada pelo trabalho. O facto de agora estar acompanhado (por muito pouco tempo que seja) faz toda a diferenca. Faz com que quando se chega a casa haja alguem com quem conversar. Faz com que se queira mostrar tudo o que aqui ja se viu. Faz com que se queira fazer tudo outra vez como se fosse a primeira. Faz tambem com que se tenha menos tempo para escrever e para partilhar - dai' a ausencia. Uma ausencia nao forcada, mas gostosa - confesso.

Mas no meio desta ausencia, houve alguem que me mandou um poema que me fez sorrir, bastante. Gosto muito de poesia e este define bem o meu estado actual, a maneira como encaro a vida nos dias que correm. Esperemos que assim continue. Aqui fica.

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não me esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-me um autor da própria história. É atravessar desertos fora de mim, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da alma. É agradecer a Deus, todas as manhãs, pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo... "
(Fernando Pessoa)
P.S - Tenho saudades vossas. Ate' ja'.