terça-feira, maio 27, 2008

O Portugal dos Pequeninos

Isto aqui no blog ha tempos que anda um bocado sem rumo... a imaginacao nem sempre se encontra nos melhores dias, e isto ultimamente mais tem parecido um blog de viagens do que outra coisa qualquer. Vamos la a ver entao se mudamos isto, que senao ainda perco os (poucos) leitores que cá param.

À falta de melhor tema, resolvi falar desse importante acontecimento que teve lugar no fim de semana passado e que todos os anos se reveste de um caracter altamente interssante do ponto de vista analitico - O Festival Eurovisao da Cancao.

Comecemos pelo contexto. Como guilty pleasure, confesso que durante uns bons anos fui espectador assiduo desse evento da musica ligeira... coisa que terminou aí há uns valentes anos - seguramente mais de 10 ou 15. Nao sei muito bem explicar porque, mas achava piada a todo aquele desfilar de musica pseudo-pirosa vinda de todas as partes da Europa. Isto ja para nao falar na "animada" parte em que o juri de cada país telefonava a dar os seus pontos as cancoes da sua preferencia... "Am puan pur le Peiii-Bas, dou puan pur L'itali, ..." e assim por diante. Era lindo, tinha um nao sei que de "cheiro a mofo" que viciava.

Escusado será dizer que durante todo esse tempo assisti a, de uma forma consistente, NINGUEM ligar pevide as musicas portuguesas... fossem elas boas ou nao, estivesse a interprete meia despida ou com botas da tropa. Nada feito. Ninguem, alem da Espanha e dos emigrantes, achava as nossas cancoes interessantes, facto que nos valeu termo-nos tornado no pais que ha mais tempo participa no festival e que nunca ganhou uma edicao.

Este fim de semana, resolvi acompanhar (enquanto fazia outras coisas ao mesmo tempo, para nao morrer estupido) o evento deste ano. A primeira coisa que reparei foi que a coisa mudou muito... a comecar pelos paises que participam... sao quase todos de leste, falam todos "asdrovnia zdenia iadnavi", mas cantam todos em ingles que é uma categoria! Nao interessa, da pontos! Depois, todos eles tem uma especie de estrategia comum de enviar mocas bonitas, com muita saude e energia, com cintos a servir de vestimenta, mas que de cantar, enfim, nao percebem muito. Nao interessa, da pontos! Ha tambem os que nao cantando em ingles, metem uma batida tecno-pop-metalica na melodia, que a malta ate se esquece que esta a ouvir cantar em romeno e comeca a abanar a cabeca. Tambem nao interessa, da pontos!

E Portugal? Bem, Portugal faz mais do mesmo: manda um camafeuzito a falar de ondas e da senhora do mar e tal e coisa... coisa que, nitidamente, NAO da pontos. A musica ate podia ter qualidade, a senhora podia ate cantar bem, mas eh pa, nao da!!! E ja muito conseguiu ela... Mas isto nao é de agora - é historico. Ja se mandou o Paiao a fazer Playback, a Dulce Pontes a falar de Paixao, a Sara Tavares a chamar a musica, a Lucia Moniz com o cavaquinho e até a Dina com as laranjas e o kiwi e as outras frutas todas e nao da, nao funciona! Portugal é pequeno demais para ter aspiracoes a ganhar aquela cena. Nao temos quem nos de votos, nao temos vizinhos que compartilhem connosco cumplicidades. Nao somos uma Russia que se partiu aos bocados e deu origem a 50 paises que insistem em dar pontos uns aos outros... Somos, e vamos continuar a ser, o Portugal dos pequeninos, que canta bem, tem boa musica e bons poemas (se excluirmos as letras da Rosa Lobato Faria), mas nao alegra ninguem...

Apesar disso, se os senhores da RTP quiserem continuar a insistir neste martirio que é todos os anos levarem para casa o trofeu do eterno-derrotado, eu deixo aqui a minha formula para a vitoria. Primeiro, nao insistam em cancoes com qualidade. Quem vota é o povo e o povo raramente sabe reconhecer o que é de boa qualidade. Segundo, esquecam o Portugues, cantem em Ingles - de preferencia escolham um cromo ou croma com ma diccao, para nao se perceber bem em que lingua estao a cantar e criar assim uma sencacao de falso exotismo. Terceiro, escolham assim uma melodia estilo "Apita o Comboio" que ponha toda a gente a abanar o capacete. E, por ultimo, se nao for pedir muito alguem que ajude a lavar a vista!...

Pode ser que assim tenhamos mais pontos do que essas potencias musicais que sao a Arménia, o Azerbeijao ou a Georgia.

quinta-feira, maio 22, 2008

Berlin, in still frames...

Mais fotos do passeio, no sitio do costume.

segunda-feira, maio 19, 2008

Berlin, in B&W

Um olhar diferente sobre Berlin.

A preto e branco.

As portas de Brandenburger

Uma praca a fazer lembrar Londres...

Figuras...

Em contra luz...

Die Mauer

domingo, maio 18, 2008

Berlin e o Muro da Vergonha

Falar de Berlin e nao falar do Muro é praticamente impossivel. Eu tinha apenas 13 anos quando se deu a queda, em 1989, pelo que talvez nao percebesse muito bem o que estava a passar. Atraves da televisao vi muita gente contente, a festejar a ocasiao, mas nao me lembro de ter percebido o verdadeiro siginificado de tudo aquilo. Hoje percebo que foi um virar de pagina para um povo, uma nacao, para a história.

Construido em 1961, o muro tinha 155km de comprimento e separava Berlim Ocidental (ocupada pelos Ingleses, Franceses e Americanos) e Berlim Leste (ocupada pelos sovieticos). Em redor do muro foi construida uma faixa deserta, de cada um dos lados, estilo "terra de ninguem", mais tarde apelidada de "faixa da morte". Isto facilitava o avistar de possiveis fugitivos e era um campo de tiro aberto, onde as ordens de "atirar a  matar" podiam ser mais facilmente executadas.

Hoje pouco resta do muro original. Muitas parecelas foram doadas, roubadas ou simplesmente destruidas para sempre. Para os turistas resta apenas uma extensao de cerca de 500 metros, que foi conservada e re-pintada por artistas internacionais do graffiti, denominada "East Side Gallery". As pinturas estao um pouco mal tratadas, o que acaba por dar um ar mais rustico à coisa...

Nao sei muito bem o que pensariam as pessoas que viveram na Berlin dividida, mas nao pude deixar de pensar o quao triste devia ser esta cidade...

Aqui ficam algumas imagens.

 

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sábado, maio 17, 2008

Berlin, Alemanha

Aproveitando a embalagem de mais um fim de semana prolongado, eis que dou comigo a fazer planos para o passar aqui por estas bandas, mais propriamente na Capital - Berlin. Há muito que toda a gente me recomendava a visita a esta cidade, que se apresentava cheia de motivos interessantes. A juntar a tudo isso, um tempo raro por estas terras. Ceu azul, muito sol, temperaturas nos vinte e muitos, enfim, Primavera ao mais alto nível.

A Berlin do século XXI é claramente uma cidade cosmopolita, comparavel a Londres ou Paris a todos os níveis. A Berlin triste que se conhece, do periodo do pos segunda guerra ou da "guerra fria" ja ficou para tras. Hoje, é uma cidade renascida apos a reunificacao da Alemanha, que tem prazer em receber turistas e em mostrar todo o seu esplendor (que é bastante).

É claro que as visitas que fiz passaram naturalmente pelos elementos historicos da cidade - o Reichstag, as portas de Brandenburger, o Muro, o Dom, o Rotes Rathaus ou o Check-point Charlie, so para mencionar alguns... todos eles cheios de historia e significado. Aqui ficam algumas impressoes.

 

Reichstag

Edificio sede do Parlamento alemao desde a reunificacao, em 1990. Sofreu bastante durante os mais de 100 anos em que esta de pé, em especial durante a segunda guerra. A sua cupula foi refeita totalmente por Norman Foster ha pouco mais de 10 anos. A frente, um belo jardim, onde muitos (entre os quais eu!) aproveitam para descansar um bocado e apreciar a vista.

 

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Brandenburger Tor

É talvez o monumento mais reconhecido nesta cidade, e certamente um dos mais fotografados. Representa uma antiga "porta da cidade", durante o seculo XVIII, quando foi erigida. Foi tambem um ponto fulcral aquando da queda do muro em 89, pois foi aqui que se reuniram massas de gente a celebrar o acontecimento. Durante os 28 anos em que o muro esteve de pé, este monumento belissimo esteve como que apagado, uma vez que se encontrava na "faixa da morte" que separava a cidade, nao sendo acessivel de nenhum dos lados.

 

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Checkpoint Charlie

"Charlie" foi o nome dado pelas tropas aliadas a um dos poucos pontos de passagem entre Berlin Leste e Berlin Ocidental. Foi tambem palco de muitas tentativas (algumas bem sucedidas) de fuga em busca de um mundo melhor. Hoje, uma pequena cabine foi reconstruida foi apenas para fins turisticos, e para relembrar ao mundo o que significa viver numa dividida.

 

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Berliner Dom

Maior catedral de Berlim, cujo estilo foi copiado da Basilica de Sao Pedro, no Vaticano.

 

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Museu Pergamon

Este museu faz parte da "Museum Island", uma area de Berlin que reune 5 museus, cada um dedicado a um tema especifico. Eu optei por visitar o Pergamon Museu, dedicado a arte grega e babilonica. O ponto alto deste museu é a reconstrucao, em tamanho real, do Altar de Pergamo, uma obra de arte da antiguidade. Impressionante:

 

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Charlottenburg

Maior palácio de Berlin, diz-se ter sido inspirado no Palacio de Versalles. Os jardins que o cercam valem uma visita prolongada.

 

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Estadio Olimpico

Fiz questao em fazer aqui uma paragem. Acima de tudo, nao porque goste especialmente de visitar estadios, mas porque este tem uma importancia histórica relevante. Foi precisamente aqui que, em 1936, em plena ascensao da propaganda nazi, que decorreram os jogos da 11a Olimpiada. O estadio foi todo ele decorado com a cruz suastica (algumas deixaram marcas ainda visiveis) e foi palco de alguns acontecimentos notaveis, como as 4 vitorias do negro Jesse Owens no Atletismo. Isto, perante o olhar reprovador do senhor do bigode, cujo nome me recuso a escrever aqui... Hoje é um estadio igual a tantos outros, com funcoes identicas e algo desinteressantes...

 

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"Entao e o Muro?", perguntam!

Vem já a seguir... esse merece um post proprio, por razoes obvias...

quinta-feira, maio 08, 2008

Fim de Semana prolongado

Na capital.


Ceu azul. 25 graus. Primavera.

Parece-me bem.