terça-feira, abril 29, 2008

Amesterdao, Holanda

Foi bom regressar a Amesterdao, tantos anos depois. Continua tudo igual. A mesma atmosfera alegre e descontraida, o mesmo encanto em cada rua estreita à beira dos canais, a mesma sensacao de "melting pot" em versao reduzida.

Foi bom tambem visitar uma Holanda menos batida pelos turistas - o passeio pelos campos das túlipas e as visitas aos moinhos de vento deram um colorido diferente à viagem. Mais autentico. Mais natural.

Foi bom. A parte menos boa foi ter deixado a máquina fotográfica em casa (sim, eu sei, quem é que vai de passeio e deixa a máquina em casa?... só mesmo eu!). Lá tive que improvisar em grande estilo e recorrer às deploraveis maquinas descartaveis, cujo resultado estou curioso para ver... nunca 7 euros e 95 centimos foram tao bem empregues!... Desta vez, nao ha pois fotografias no sitio do costume... mas dentro em breve haverá mais passeios e, desta vez, prometo nao me esquecer de nada!!!!

sexta-feira, abril 25, 2008

32!



Uma vez mais, 8 anos depois...

sábado, abril 19, 2008

Japao - resumo fotografico

Como de costume, as fotos foram mais que muitas, nao sendo ainda mais porque isto nao foi bem uma viagem de passeio. Tambem como de costume, deixo-as aqui, no sitio do costume.

Nao sei para quando será o regresso a este país, mas cheira-me que será lá para o fim do Verao...

sexta-feira, abril 18, 2008

Coisas Estranhas...

Nao sabia que titulo havia de dar a este post, mas achei que este acaba por ser adequado. Porque no Japao, o que nao faltam, meus amigos, sao coisas estranhas (se pensavam que a cena das sanitas era estranha, ainda nao viram nada).

Caes

Ter um cao no Japao nao é ter um animal de estimacao – é como ter um filho. Sao tratados como verdadeiros aderecos de luxo, daqueles que se passeiam ao fim de semana, vestidos nas suas melhores fatiotas. Sim, aqui os caes so saem á rua vestidos – com camisolas, chapeus, calcas de ganga, etc... tudo com os mais novos modelos da coleccao canina da Armani. Nao se percebe.

 

O Ronaldo Canino...

 

Mas nao se resume a isto. Os penteados sao tambem autenticas obras de arte. Um corte de cabelo á maneira custa uma porrada de ienes, mas nao é isso que detem esta malta. E o resultado final é no minimo surpreendente. Mais surpreendente ainda, foi ter dado de caras com isto:

 

Um Bar Canino... 

 

Um “Dog Bar”. Em Portugal chamar-se-ia bebedouro. Mas Dog Bar é muito mais fino. Caso o bichano esteja de lingua pendurada a arfar violentamente, basta servir-lhe um copo, que é como quem diz dar-lhe de beber. Interessante.

 

Chocolate de Cha Verde

Vamos la a ver uma coisa. Chocolate é algo muito positivo. O cha verde, para quem gosta, tambem. Agora misturar os dois é coisa que me parece, lá está, estranha. Mas a verdade é que a Kit Kat resolveu fazer isso mesmo. E o resultado é este que se ve:

 

Kit Kat Verde...

 

Chocolate de Cha Verde. Ainda nao experimentei mas até tenho medo. Saberá a que? A cha ou a chocolate. Grande duvida.

Mas o uso de cha na comida nao se resume ao chocolate – ha tambem gelado de cha verde, bolo de cha verde, po de cha verde para temperar (estilo sal e pimenta). Cada um com a sua mania.

 

Mascaras

Já todos nos vimos vez por outra um japones a usar mascara. Confesso que a minha ignorancia pensava que o uso das mascaras se traduzia num comportamento do estilo “Deixa-me cá usar isto para prevenir que os germes desta gentalha toda afectem este meu rico sistema imunologico”. O que nao é nada verdade. Os japoneses usam mascara sim (e de que maneira – nunca vi tanta gente junta a usa-las... mais parecia um filme do Star Treck), mas é quando eles próprios estao doentes, para evitar que os seus microbios se espalhem aos outros. O que acaba por ser um acto bastante nobre, mais uma vez coerente com a natureza servil do povo.

E toda a gente as usa – pequenos ou grandes, novos ou velhos, o uso é tao aceitavel ou necessario como é para nós o uso dos oculos escuros em dia soalheiro. Ficam é todos assim com um ar um bocado "Darth Vader misturado com Servico de Urgencia".

Nada fashion.

quinta-feira, abril 17, 2008

O Japao “off the beaten track”...

O segundo dia de fim semana comecou mais frio e a ameacar chuva. Tinha-se decidido anteriormente que nao iamos fazer grandes viagens, ate porque o dia seguinte era dia de trabalho. Decidimos pois ir fazer uma incursao pelo Japao menos conhecido, longe das multidoes citadinas. Eu confesso que fui um bocado a contra-gosto, ca por mim tinha voltado a Tokyo e mergulhado mais uma vez na confusao.

 

Kamakura

Foi a zona escolhida. Conhecida por ser uma zona turistica, pode-se aqui apreciar a calma do Oceano Pacifico, fazer umas caminhadas pelo meio da floresta verdejante, ou visitar um dos n templos que por ali abundam. O tempo nao ajudou - estava a chover e a temperatura havia baixado, pelo que nao consegui tirar grande proveito do passeio. Mas pelo menos, deu para ter uma ideia do que é o Japao mais autentico, mais calmo, mais rural, longe da azafama e do corre-corre citadino... Aqui ficam algumas memorias fotograficas desse dia.

 

Vista Panoramica...

Templo

Figurinhas...

Amalgama urbana

segunda-feira, abril 14, 2008

Tokyo num dia...

Depois de uma semana de trabalho muito estranha, complicada e cheia de discussioes existenciais acerca de coisas que nao levaram a lado nenhum, eis que chegou finalmente o fim de semana. 2 dias inteirinhos para pensar em nada mais do que espairecer, relaxar e procurar sitios agradeveis para tomar o proximo Cappuccino (ou Caffe Latte, como eles preferem chamar). É claro que o destino que se impunha era Tokyo, a capital da nacao. Morada de milhoes de pessoas (a sua área metropolitana é uma das maiores do mundo, com cerca de 30 milhoes de habitantes), Tokyo é uma cidade muito interessante a todos os níveis. Mas eu sou suspeito porque gosto muito de cidades grandes.

Aqui ficam alguns dos highlights do passeio, para que possam julgar por voces mesmos.

 

Nakamura

O inicio da Primavera é uma época única no Japao. É precisamente nesta altura que, durante umas breves 2 ou 3 semanas, se pode apreciar o "Cherry Blossom", que é como quem diz, apreciar o belo espectaculo proporciondao pelas cerejeiras em flor. Estao por todo o lado, colorindo de um rosa palido as margens dos rios, ladeando avenidas ou simplesmente decorando um pequeno jardim.

Nos escolhemos a zona de Nakamura, onde as Cerejeiras marcam presenca numa zona muito tipica, com lojas, restaurantes e cafés, junto a um pequeno canal, que se estende por Kilometros. O espectaculo é muito belo e a sua beleza reside apenas na sua simplicidade. Ora vejam:

 

Cherry Blossom

 

Rappongi

Zona mais cosmopolita e movimentada, por aqui se espalham grandes arranha ceus, embaixadas, empresas de renome mundial. Lojas, muitas lojas. Pessoas, muitas pessoas. É o simbolo de Tokyo enquanto cidade do mundo, moderna, viva, pulsante.

Depois de uma paragem quase obrigatoria no Hard Rock Cafe para um belo almoco, eis que o passeio nos leva à Torre de Tokyo, uma estrutura metálica semelhante a uma Torre Eiffel mais pequena. Do alto, a vista prometia ser grandiosa, em especial porque o dia se apresentava incomummente claro, mas a fila era proibitiva. Resolvemos passar ao lado, caso contrario passariamos la o restante do dia.

 

Torre Eiffel colorida...

Paragem estrategica no Starbuck’s mais proximo para retemperar forcas e eis que é tempo de embarcar na linha Yamamote, que nos levaria até junto do mar, permitindo observar a majestosa Sky Line de Tokyo.

 

 Cidade...

Odaiba

Praia. Roda Gigante. Estatua da Liberdade. Centros comerciais. Tudo isto e muito mais é o que se pode encontrar nesta zona á beira mar, uma pequena ilha plantada bem á frente da cidade. Por aqui ficamos até anoitece, até porque queriamos apreciar o desenhar da cidade no horizonte ao cair da noite. E nao fomos decepcionados. A sky line estende-se por quilometros e quilometros de arranha-ceus, tradicionais ou mais modernos e audazes.

A vista da roda gigante (incluida no Guiness por ser a mais alta do mundo, com cerca de 150 metros de altura) é tambem bastante convidativa, embora curta (cerca de 15 minutos).

 

Tokyo by night

Shibuya

É a “Times Square” lá do sítio. Local perfeito para se terminar um dia especialmente longo. É um local que estimula os sentidos de uma forma muito violenta e constante. Poderosos video walls projectam todo o tipo de informacoes, acompanhados de sons tambem eles muito estimulantes. As pessoas que por ali andavam eram aos milhares, literalmente. Mais uma vez em grande ordem, no meio do caos aparente.

A paginas tantas, demos connosco no meio de um cruzamento de 3 avenidas, onde pudemos apreciar o que é aquelas massas de gente a atravessar uma estrada. É algo que nao consigo descrever, só mesmo vendo. Por muitas palavras que pudesse usar, nao iria conseguir transmitir o que se sente perante tal espectaculo. Aqui deixo uma imagem, que para mim define de uma maneira unica, o que é este país:

 

Massas de Gente...

domingo, abril 13, 2008

Aventuras Gastronómicas

Sempre que falava com alguém acerca da minha viagem ao Japao, o tópico "comida" era incontornável. "Ah e tal, já pensaste no que vais comer por lá? Aquilo sao só coisas esquisitas!" foi frase que ouvi nao sei quantas vezes. Ouvi histórias escabrosas de pessoas que lá tinham ido e passaram fome, pessoas que diziam que para além de sushi o que se pode comer é nada, pessoas que juraram "para nunca mais"! Nao sabia muito bem o que pensar, mas nestas coisas há que manter um espírito positivo. Quanto mais nao seja, deve sempre haver por perto um McDonald's ou pizzaria, para o desenrasca. O resto, logo se ve!

Logo na primeira noite, o jantar foi pizza - bem boa, por sinal. Bom comeco. Logo ao lado, ficava o restaurante "Outback", um dos meus preferidos enquanto estive nos Estados Unidos. Pensei cá para mim que isto da comida ia ser canja. É claro que ir com alguém que conhece bem a zona facilita muito e nesse aspecto o meu colega foi uma ajuda preciosa. Para além disso, quase todos os restaurantes tem uma ementa com figuras, pelo que a escolha é feita nao por ENTENDER o que se vai comer, mas com base no "Eh pá, vou apostar nisto porque PARECE ter bom aspecto!". De modo que nao tive grandes problemas e nao passei fome!

O almoco era tomado na cantina do German Trade Center, onde fica a sede da empresa. Como é um local frequentado por muitos ocientais, a comida é bastante aceitavel. Ajaponesada, é certo, mas comestivel. Uma coisa que ajuda muito é o facto de todos os pratos estarem em exposicao á entrada da cantina, pelo que sempre se podia ver quais as opcoes disponiveis. Assim sendo, nao era preciso saber ler o menu, uma vez que este se tornava real para nós de uma forma visual. Desde esparguete à bolonhesa até carne guisada, passando por uns gordurosos panados de porco, comi lá de tudo. Sempre com arroz, claro. Muito arroz. Daquele peganhento, que se cola todo um ao outro, estilo bola. Versao "argamassa" como lhe costumamos chamar. Mas saboroso.

É claro que vir ao Japao implica sempre experiencias gastronómicas estranhas. A comecar pelo Sushi. Para efeitos de contexto, eu ja tinha experimentado sushi uma vez e só nao o cuspi por delicadeza às pessoas que estavam comigo. Mas toda a gente me dizia que aqui no Japao nao tinha a ver com o sushi da Europa e mai´nao sei o que, pelo que resolvi fazer mais um test drive. Lá fomos a um típico Sushi Bar, daqueles em que nos sentamos ao balcao e os pratinhos vao andando à roda, permitindo que a malta se vá servindo à vontade. Logo assim que entrei, o cheiro a peixe nao cozinhado era mais do que evidente. Tentei nao pensar nisso. Servi-me de chá verde (nao se acompanha com Sake, ao contrario do que se pensa), que aqui acompanha muitas refeicoes, e pus-me a olhar os pratos que passavam, de modo a escolher um que parecesse menos mau, isto enquanto os meus colegas se atracavam ao belo do peixe cru como se nao houvesse amanha.

Depois de uns valentes minutos a olhar para os pratos, lá me decidi a seguir a sugestao de um colega e escolhi um peixe menos forte (segundo eles) - salmao. Ao meter o dito cujo na boca, a reaccao foi um "deja vu" - só nao cuspi aquilo por respeito. Mas desta vez, a coisa foi acompanhada de uma vontade louca de vomitar... depois de algumas lagrimas, la foi para baixo, e escusado sera dizer que as experiencias ficaram mesmo por ali. A noite resumiu-se a 2 pratos de salada de atum e um prato de ovo com arroz - foi o que se conseguiu encontrar que nao contivesse peixe cru. Mas enfim, valeu a experiencia. A nao repetir, porem.

Outra experiencia verdadeiramente japonesa, mas bastante mais positiva, foi a ida a um restaurante de Yakatori. O conceito é semelhante ao das tapas espanholas ou dos petiscos portugueses. Basicamente, trata-se de umas mini-espetadas, umas mais tradicionais contendo frango, carne, vegetais ou cogumelos, outras mais audazes contendo pele de frango, rim, figado ou outras cenas que nao se sabe muito bem de onde vieram. Pedem-se umas quantas, faz-se "uma vaquinha" bem à portuguesa e o resultado final é muito aceitavel.

2 notas interssantes acerca dos restaurantes nipónicos - a primeira é que todos distribuem umas toalhitas húmidas para limpar as maos antes de comecar a comer. Pelo visto, por lá, o conceito de ir lavar as maos à casa de banho antes de comer é coisa que dá muito trabalho. Uma toalhita é bem mais prática e eficaz - assim pensam. O outro aspecto é o facto de alguns restaurantes nao terem talheres - só pauzinhos. O resultado é uma refeicao a durar 3 vezes mais do que seria normal (porque se tem que andar à cata da comida) e uma dor inexplicavel nas maos no dia seguinte.

A terminar, e já que se fala de comida, quem pensava que McDonald's se escrevia da mesma maneira em todo o mundo, desengane-se:

 

Um McD diferente

sábado, abril 12, 2008

Hotéis e Casas de Banho Japonesas

Hotéis é coisa que nao falta por esta terra. Pequenos, grandes, baratos, caros, ha-os para todos os gostos e bolsas. Nós ficamos sempre em hotéis standard, estilo 3 ou 4 estrelas - nada a reclamar, excepto do pequeno almoco, que deixa muito a desejar (caro e sem grandes opcoes). Confortáveis qb, cumprem bem a funcao que um hotel tem quando se esta em trabalho - passar a noite e nada mais. Mas no meio de  uma coisa tao comum como um quarto de hotel, encontramos algumas coisas que sobressaem, pelo facto de serem incomuns.

 

Comecemos por uma coisa chamada Yukata, uma espécie de robe de algodao, muito leve, que é deixado em cada quarto. É, por assim  dizer, a roupa de trazer por casa, uma vestimenta usada tanto por homens como por mulheres, proporcionando ao mesmo tempo liberdade de movimentos e conforto. A isto juntam-se uns chinelos de quarto (em alguns hotéis vêm em versao descartável), e está composta a figura de uma verdadeira fatiota japonesa. Qualquer coisa como isto:

 

Vestimenta

 

Devo dizer que sim, experimentei o belo do conjunto e tenho-vos a dizer que é, de facto confortável. Nao seria algo que gostasse especialmente de ter em casa, mas o conceito até é engracado. Nao há japones que nao use isto - é bastante comum ve-los a passear pelos corredores assim vestidos.

 

Passemos agora para a casa de banho e falemos de... sanitas. Se ha coisa que nós pensamos que nao muda muito de país para país sao as sanitas. Sim, é certo que podem ser mais altas ou mais baixas, mais inclinadas ou mais direitas, mas uma sanita é sempre uma sanita. As japonesas nao sao excepcao - sao iguais a tantas outras. Agora o que faz toda a diferenca é o que se poe em cima da sanita, vulgo "tampa". Ora reparem nesta maravilha tecnologica:

 

Sanita, versao High Tech 

 

Se olharem com cuidado, verao que o tampo que serve esta sanita nao é um tampo qualquer, como poderia parecer á primeira vista. Em primeiro lugar, tem um sistema, regulado pelo utilizador, que permite aquecer o rabo enquanto lá estamos sentados. O que, convenhamos, em dias de frio, é confortável. A primeira vez que me sentei numa coisa destas, dei por mim a pensar: "Eh pá, o tipo que esteve aqui antes saiu há muito pouco tempo e estava a arder em febre!". Depressa percebi que este pensamento se repetia vezes demais para ser estatisticamente possivel. Nao foi preciso muito tempo para confirmar que a quentura vinha, afinal, do tampo.

 

Japan 101

 

Mas estes tampo fazem mais do que aquecer. Tambem lavam. Pois. Podem ver na foto acima, onde mostro um pormenor da consola (apropriadamente chamada de "washlet") de tal maravilha tecnologica. O utilizador tem á escolha a versao "Salpico" ou a versao "Esguicho", qualquer uma das duas cumprem o mesmo objectivo. Nao sei até que ponto isto é suposto suprimir a utlizacao do papel higiénico, mas o que é facto é que nao gostei da experiencia. É uma questao de uso, dirao. Talvez. Mas foi funcionalidade que nao voltei a usar.

 

E o que dizer dos lavatórios? Sao incomuns apenas pela altura a que estao instalados. Sendo o povo japones versao "rodinhas baixas" é claro que nao podem estar instalados a grande altura. Mas alguns deles, entre os quais os dos hoteis em que fiquei, estao mesmo muito baixos - mais ou menos á altura do meio do fémur. Para quem é alto como eu, tem literalmente que se curvar sobre o dito cujo. Uma tarefa ardua, em especial porque é feita várias vezes ao dia...

 

Uma coisa boa sao os espelhos. Por certo ja passaram pela situacao chata de tomar um banho quente e depois querer dar uma olhadela no espelho, no meio de tanto embaciamento. Por muito que se esfregue, com toalhas, papel ou com o que quer que seja, a coisa nao resulta. Por bem, por lá vi uma solucao muito prática para esse problema. Os espelhos das casas de banho contem uma área que por e simplesmente nao embacia, por muito quente que esteja o ambiente. Corresponde mais ou menos a altura do tronco e da cabeca e é o suficiente, por exemplo, para se fazer a barba em condicoes depois do banho. Muito positivo!

 

Ao todo, passei por 3 hoteis diferentes, todos eles com as mesmas caracteristicas. Em todos, algo sempre presente - a simpatia com que somos tratados é acima da média. Claramente. Aqui sente-se que o cliente TEM efectivamente razao e o staff desfaz-se em possiveis e impossiveis para satisfazer todas as exigencias dos seus hospedes.

 

"Servir" é o mote que faz toda esta máquina mexer.

sexta-feira, abril 11, 2008

Primeiras Impressoes

O facto de estar num hotel para onde me tinha que dirigir todas as manhas para ir trabalhar, permitiu "viver" como um japones, pelo menos durante uns dias. Ha muito que, para mim, o processo de me deslocar para o trabalho, nao envolvia tanto esforco. Primeiro, uma caminhada até à estacao de Ebina. 10 minutos a apreciar o ar fresco das manhas de Primavera no Japao. Depois de um primeiro comboio que nos levava até à estacao de Machida, toca de embarcar ate mais uma ligacao, até ao destino final - Kamoi. Daí ao escritório, mais 15 minutos a penantes, à beira de um rio, ladeado por cerejeiras em flor, que acabavam por dar uma cor muito agradavel a todo o percurso. Ao longe, o Monte Fuji. Imponente e distante, marcava presenca no horizonte. Ao todo eram cerca de 1h15, para cada lado, que se fazia com alguma facilidade e sem muito tempo morto. Mas acabava por ser demasiado tempo, o que nos fez mudar de hotel a meio da estadia, para poupar algum tempo.

 

Mas todo o processo de ter que andar de transportes publicos no Japao é muito interessante. A comecar pela massa de gente que nos acompanha. Esquecam Marques de Pombal, Oriente ou Rossio em hora de ponta. Esquecam Picadilly ou Times Square. É isso tudo junto e muito mais. Eu nunca vi tanta gente junta a movimentar-se para todo o lado como formigas, de uma forma muito precisa, sem atropelamentos, sem confusao, sem barulho. Numa cadencia ritmada, ou, se preferirem, mecanica e robotizada... Comprar um bilhete é um acto simples, bastando para tal saber onde se esta e para onde se vai. Aqui pagam-se distancias, baseando-se no principio de quanto maior a distancia, maior o preco. Mas, no geral, é bastante barato - entre 1 a 3 euros na maioria dos trajectos que fiz.

 

Uma estacao... vista do comboio

 

Nas plataformas, enquanto se espera pelo comboio correcto (que nunca é mais do que 5 ou 10 minutos, mesmo á noite ou fim de semana), reina mais uma vez a organizacao. No chao estao desenhados os sitios exactos onde o comboio para e onde as portas abrem, pelo que todo o japones espera calmamente, em fila indiana, em frente a uma dessas marcas. O comboio chega, sai quem tem que sair, entra quem tem que entrar, com uns funcionarios ferroviários a dar uma ajudinha quando as massas nao cabem - va de empurrao e ja está. Tudo isto demora segundos e mais uma vez é feito com a maior das precisoes!

 

Gente, muita gente...

 

E este mesmo cenário repete-se á noite, durante o fim de semana ou às 8 da manha de um sabado ou domingo - hora em que nao se esperaria ver tanta gente na rua. Um dos dias fomos até um bar e quando regressamos ao hotel, já passava da meia noite, parecia estarmos em autentica hora de ponta. Impressionante!

 

Mais gente...

 

Impressionante é também a facilidade com que nos podemos perder uns dos outros, quando vamos em grupo. Numa questao de segundos, e se um de nós ficava mais para tras, era muito muito fácil deixarmos de nos ver, tal eram as multidoes que se interpunham entre nós. Aqui é bastante conveniente ser-se alto, uma vez que altura média dos japoneses deve rondar o metro e 65. Ver acima de todos os outros é fundamental, quando nos podemos perder tao depressa.

 

O ponto alto de todo o percurso era, sem dúvida, o pequeno almoco, tomado todas as manhas na pastelaria "Vie de France", uma autêntica pérola no Oriente. Os bolos eram do melhor, todos estilo francês, sendo o best-seller um croissant de chocolate de comer e chorar por mais. Indiscritivel. Um pequeno almoco dos meus tinha normalmente este aspecto fantástico:

 

Muitoooooooo bom!

Vai deixar saudades.

terça-feira, abril 08, 2008

4 Paises, 2 Continentes, 9 Fusos Horarios, 15 horas em Avioes… tudo em 48 Horas!!!

Domingo, 23 Marco, 15h30 – Lisboa, Portugal

Apos uns dias de relax e de muitas actividades para recarregar baterias, é tempo de voltar á rotina e partir para novas batalhas. Assim sendo, de malas feitas e de almoco tomado, la me pus a caminho da Portela. Destino, Amesterdao (a viagem para la foi substancialmente mais barata do que ir via Alemanha). Para tras ficam mais uma vez boas memorias, uma temperatura de quase 20 graus e a certeza de um tempo muito bem passado.

Domingo, 23 Marco, 20h00 – Amesterdao, Holanda

Voo sem complicacoes, on time, com as malas a chegar sem problemas. Paragem estrategica para um Whooper no Burger King e vá de apanhar o shuttle para o parking onde tinha deixado o bolide. Depois de largar 85 euros para pagar o parque (arggggh!), la me fiz á estrada, com destino a Osnabrueck. É uma viagem relativamente fácil de se fazer, sempre com a ajuda preciosa da minha amiga do GPS. Por aqui, nesta altura, a temperatura rondava os 2 negativos e nevava como se nao houvesse amanha. Mas nem por isso se tornou numa travessia menos agradavel. No I-Pod, os mais recentes de David Fonseca, James Blunt e Suzanne Vega fizeram a banda sonora das próximas duas horas e meia.

Domingo, 23 Marco, 23h00 – Osnabrueck, Alemanha

A viagem decorreu sem incidentes. Esta coisa de ter GPS é um mimo, nao ha como a malta se perder. É so introduzir o destino, e a senhora diz-nos o que fazer, onde virar, qual o destino a seguir. Mesmo que nao se cumpram as instrucoes, ela nao se chateia, antes trata logo de procurar um caminho alternativo para chegarmos em condicoes. Conheco muito boa gente a quem uma geringonca destas fazia muita falta... Mas, adiante. A neve fez companhia durante parte do percurso, mas desapareceu ao atravessar a fronteira alema.

Ao chegar a casa, tempo para os telefonemas da praxe, um banho quente e 11 horas de sono, que so terminaram na manha (quase tarde) seguinte.

Segunda, 24 Marco, 16h00 – Osnabrueck, Alemanha

Depois de arrumadas as ultimas coisas, eis que chega a hora combinada para me encontrar com um colega que me acompanharia na viagem ao fim do mundo, que é como quem diz, ao Japao. Objectivo: reunioes, reunioes, mais reunioes, na tentativa de por alguma ordem num projecto que nao tem ido a lado nenhum nos últimos tempos. Quem trabalha com SAP sabe do que estou a falar... vamos com o proposito de alertar uma vasta equipa para o que deles se espera nos proximos tempos... nao vai ser facil, mas logo veremos o que conseguiremos alcancar.

A partida faz-se do Aeroporto de Muenster/Osnabruck, com destino primário em Frankfurt. A nós junta-se mais uma colega, que aproveita a nossa companhia para tambem ela passar uma semana inteira de reunioes e muitos ficheiros de excel.

Segunda, 24 Marco, 19h00 – Frankfurt, Alemanha

Detesto o aeroporto de Frankfurt. É feio, velho, confuso, pouco pratico. Ja por ca passei inumeras vezes e tenho sempre esta sensacao. Alem disso, as lojas nao sao nada de jeito. O tempo demora a passar por aqui. Felizmente a espera nao foi muito grande. Houve apenas tempo para um Cappuccino demorado antes do embarque. Pela frente estavam quase 12 horas de voo, em classe turistica, na companhia ANA, que se revelou uma muito agradavel surpresa. Os avioes sao confortaveis, a comida aceitavel, o servico de grande qualidade, ou nao fosse ela uma companhia japonesa. O "on-flight entertainment" era aceitavel, ajudou a passar o tempo... que insiste em passar muito, muito devagar. Dormir é coisa dificil quando o espaco nao é muito, por isso nao me restou grande alternativa do que ocupar o tempo de outras formas.

Segunda, 25 Marco, 16h00 – Tokyo (Narita), Japao

Chegados ao destino, seguem-se os tramites normais de alfandega. Passaporte, formularios, impressoes digitais, foto. Processo muito simples e rapido, ao contrario do que acontece, por exemplo, nos Estados Unidos. Resgatada a bagagem, passagem por mais um ponto de controle, onde sao feitas buscas aleatorias à bagagem. Nao foi necessário. Necessário sim, era ir à casa de banho, porque depois de tanta hora, nao há quem resista.

Mas apesar de estarmos já em terras japonesas, ainda nao estavamos propriamente no fim da viagem. O nosso hotel ficava em Ebina, nos suburbios de Yokohama, a duas horas e meia de Narita, onde se encontra o aeroporto internacional de Tokyo. Assim sendo, lá tivemos que embarcar num autocarro até Sagami-Ono, onde depois apanhariamos o metro até ao hotel.

Este troco da viagem foi bastante confortavel, para alem de permitir recolher as primeiras imagens de uma nacao totalmente diferente do que conhecemos e aceitamos como "normal". Passar pelo sono foi inevitavel, mas aqui e ali pude ir acordando para poder apreciar a envovencia da noite que entretanto ia caindo. Num desses momentos estavamos a passar ao largo de Tokyo, onde se pode observar uma magnifica "skyline", comparavel a muitas cidades americanas. Daqui a uns post poderao ver do que vos falo...

Segunda, 25 Marco, 20h00 – Sagami-Ono, Japao

Por esta altura, estavamos ja debaixo de um jet-leg poderossimo. A diferenca horária para Portugal sao 9 horas (a mais) e, uma vez que se viaja para Este, tem um efeito fisico que se sente com mais intensidade. As forcas tambem ja comecavam a faltar, pelo que a decisao unanime de apanhar um táxi nao foi surpresa.

Surpresa sim, foi a viagem em si, para mim uma das mais estranhas e alucinantes de sempre. O taxista parecia ter vindo da Quinta Dimensao. Falava connosco ora em Japones ora Ingles, por vezes misturando as duas numa estranha lingua que so ele entendia. O taxi devia ter ai uns 20 anos, com as portas a fazer um valente "pum’ ao fechar. As malas nao cabiam todas na bagageira, mas isso nao deteve o senhor... nao da para fechar, mas da para atar cum um cordelinho... Por momentos (que se voltaram a repetir mais tarde) pensei que estava na China.

O meu colega (que ja ca viveu durante 6 meses) fez-lhe companhia no banco do pendura, quando nos os dois iamos trocando olhares cumplices de riso e alguma estranheza, perante tal cenario. Uma maneira interessante de acabar um dia muito, muito longo...

Segunda, 25 Marco, 20h30 – Ebina, Japao

Finalmente, o hotel. Era tudo o que mais se desejava. Tempo para check in, um duche rapido, e de partir em busca de um jantar rapido. Uma pizzaria uns metros mais á frente veio mesmo a calhar. Seria a primeira de muitas interessantes e ricas experiencias gastronomicas de que vos falarei mais tarde...

O dia seguinte seria palco da primeira prova de fogo profissional e avisinhava-se tambem ele muito longo. Por isso, dormir era imperativo. Ao enconstar a cabeca na almofada, nada mais pude que pensar do que "Finalmente, vou poder descansar"!

segunda-feira, abril 07, 2008

Ora cá estamos...

... de volta! Ainda aos papeis com o jet-leg, mas pronto para vos mandar com uns valentes posts detalhados sobre mais uma longa, longa viagem...

É já a seguir.