sexta-feira, dezembro 21, 2007

Amanha...

... o destino e' este:


A partir de terca feira, o destino final:


Hawaii



Eu tinha dito que a saida tinha que ser em grande!

Ate' ao meu regresso!

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Amanhecer Branco

Por aqui o Inverno resolveu aparecer mais cedo. Apos uma noite de neve constante, o amanhecer foi mais ou menos assim:


Branco por todo o lado. Neve, muita neve. cerca de 30 cm. E frio, muito, a acompanhar. Estradas cortadas, carros enterrados na neve. O meu ficou assim:

E assim foi o amanhecer do dia em que perfeito, perfeito e' ficar em casa sem fazer nada!

terça-feira, dezembro 11, 2007

Pontas Soltas

Aqui ha dias, em conversa com uma amiga de longa data, falavamos acerca de como a vida pode ser inesperada e sobre como poucas vezes temos realmente controlo sobre o que nos acontece. A paginas tantas ela diz-me: "Sabes, as vezes parece-me que a minha vida e' uma coleccao de pontas soltas!". "Pontas soltas?" - perguntei. "Sim. Historias mal contadas, conversas inacabadas, razoes nunca explicadas, duvidas por esclarecer...". Na altura pareceu-me um bocado forcada esta ideia. O meu pragmatismo dizia-me que nao senhor, que nao era nada assim - se as pontas efectivamente estao soltas, e' porque nao se fez esforco para as atar - ou seja, so' depende de nos o esclarecimento daquilo que consideramos inacabado ou mal explicado.

Mas o que e' facto e' que dei comigo a pensar na expressao 'Pontas Soltas' e em toda aquela tematica e vejo-me cada vez mais obrigado a concordar. A' medida que nos vamos relacionando com os outros e vamos interagindo com eles, vamos tecendo as nossas teias, os nossos elos, vamos escolhendo os nossos pilares de sustentacao, certos de que vamos a caminhar no sentido correcto, que nos levara' progressivamente a' felicidade.... So que as vezes, fruto do imprevisto, de circunstancias improprias e de situacoes menos perfeitas, os fios que criamos com tanta estima vao comecando a perder a forca, vao esticando para alem da conta, revelando uma fragilidade incomum, ate que acabam por ceder, dando lugar as tais 'pontas soltas', que, por uma questao de comodidade, resolvemos guardar numa gaveta obscura das nossas mentes.

E' verdade. Nao ha como nega-lo. Todos nos as temos. E muitas vezes vem de situacoes ou pessoas de que normalmente nao esperariamos. Todos nos ja tivemos aquela conversa que acabou abruptamente e que nunca verdadeiramente se explicou. Todos nos ja tivemos um amigo de quem gostavamos muito e de quem hoje nem sabemos onde mora. Todos nos ja passamos por aquela sensacao de que se falou demais ou nao se disse o suficiente. Associada a muitas destas situacoes vem muitas vezes a desilusao, o descontentamento, o vazio. E e' assim que vamos acumulando estas pontas soltas. Vamos ficando acostumados com a sua presenca, aceitamo-las como inevitaveis e incuraveis. Vez por outra olhamos para elas e relembramos como foi que surgiu, como era antes, como poderia ter sido... Ficamos nostalgicos. Mas depressa regressamos a' rotina e acabamos por esquece-las por mais uns tempos.

O grande problema das pontas soltas e' que quando sao em demasia, prendem-nos o passo. Atam-nos a vida. Impedem de nos continuar a caminhar no sentido certo... Por isso, vez por outra, resolvemos acabar com elas. Procuramos explicacoes para as duvidas, perseguimos respostas as perguntas que foram silenciadas, buscamos o reatar de relacoes, pessoas ou passados. Tudo, para que nos possamos sentir aliviados. Completos. Mais felizes. Mas este nao e' um percurso simples. E tem um preco. Muitas vezes envolve reabrir feridas que ja se curaram, reavivar memorias que se apagaram, afastar a falsa tranquilidade que se criou. Vale a pena? Nao sei. Tudo depende da importancia que damos as coisas e da capacidade que temos de conseguir construir o nosso caminho futuro em cima do passado inacabado.

Eu, pessoalmente, acho que as pontas que devem ser atadas sao aquelas que podem condicionar a nossa felicidade futura e as que envolvem as pessoas que realmente queremos ter por perto... o que, se formos a ver bem, serao muito poucas. As outras, o melhor mesmo e' por-lhes um fim. Corta-las rente para nao incomodarem.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Ja tinha saudades disto...

Ja nao vinha aqui ha tanto tempo que ja pensava que isto estava cheio de teias de aranha. Mas nao, ainda funciona!... Ora deixa ca entao largar mais umas patacoadas...

Pois ca' estou, de volta aos States, depois de uma breve passagem por Portugal. Breve, mas como sempre muito intensa, preenchida e agradavel. Foi tempo para se matar saudades do caldo verde, dos pasteis de nata e do bacalhau. Foi tempo para esquecer a rotina, para deixar para tras o frio. Foi tempo para estar com os amigos de sempre, relembrar sorrisos, partilhar historias e aventuras. Foi bom. Obrigado!

Agora estou de volta ao trabalho, que continua frenetico. Assim que cheguei, levei logo com 2 dias de inventario, daqueles em que se conta cada pinchavelho que se possa encontrar. Correu bem, mas foi cansativo. O costume. Juntando-se o facto que anda tudo doido por eu estar quase de partida, a coisa anda animada. Sim, porque esta sera', como muitos de vos ja' sabe, a minha ultima jornada aqui por estas bandas. Estou de regresso ao velho continente ja' sem Janeiro. Mas nao regresso a Portugal. Uma nova aventura vai levar-me a terras alemas, onde vou ficar durante mais 1 ano. Sera' uma aventura com um pe' no Oriente, mais propriamente no Japao, pais terei que visitar com frquencia. Vai ser mais um desafio pessoal grande, mas se tudo correr como correu por aqui, nao me posso queixar. Ha em mim um misto de expectativa, receio e nostalgia, que ao mesmo tempo estimula e deprime, tudo ao mesmo tempo. A ver vamos no que vai dar.

Entretanto, e porque a minha estadia aqui nos States merece uma saida em grande, ando a preparar mais uma viagem, la para os dias do fim de ano. Estou a tentar fazer esticar os dolares, para ver se a coisa resulta. Nao vos digo ainda qual o destino, mas se se concretizar, so vos digo que vai valer a pena passar por aqui. Ah! Por falar em "passar por aqui", alguem ainda passa por aqui? Isto tem andado um bocado morto em termos de comentarios, pelo que nao sei quem por ca passa... Eu bem sei que os textos ja estiveram mais interessantes, mas isto de manter um blog nao e' tarefa facil e inspiracao e' coisa que as vezes falta.

Mas enfim, ca vou ficando, a' vossa espera!...

sábado, novembro 17, 2007

Encontros Imediatos dos Terceiro Grau

Esta historia ja tem quase dois meses, mas vale a pena ser contada. Passou-se a um sabado de madrugada, estilo 6 da manha, ia eu para mais um dia de inventario na fabrica. Ninguem na rua, como seria de esperar aquela hora. A' semelhanca do que tambem acontece em Portugal, a estas horas da manha, nem todos os semaforos estao a funcionar, o que faz todo o sentido. Tambem aqui, muitos deles estao em modo intermitente.

Ora, foi um destes sinais que, digamos, se atravessou no meu caminho. E, claro esta, fiz o que sempre faco... abrandei e, como nao vinha ninguem, segui caminho. Passado uns segundos (nao terao sido mais que 10), vejo as luzes inconfundiveis de um carro de policia atras de mim. Aqui, isto e' o sinal que indica que temos que enconstar a' primeira oportunidade. Assim fiz. E enquanto esperava que o policia viesse ter comigo, pensava ca' para comigo "O que foi que eu fiz de errado???" Para mim, a unica resposta possivel era 'excesso de velocidade' o que nao me parecia de todo possivel, porque, por acaso, ate' vinha devagar.

O policia la' se aproximou do carro, e de lanterna apontada a' minha cara, e depois de se apresentar, profere as palavras do costume: "License and registration, please!". Saquei da bela da carta (portuguesa) e do registo do carro. O homem la percebeu que eu nao sou daqui e depois de alguma conversa la' me pergunta: 'Sabe porque o mandei parar?' 'Nao, officer'. 'O sr. nao parou no sinal.' ' Mas o sinal nao estava vermelho'. 'Pois nao, mas estava vermelho intermitente, e isso equivale a um stop!'.

What? Pois. Aqui os sinais podem ser intermitentes quer em amerelo, quer em vermelho. Os primeiros sao iguais aos nossos, o segundos equivalem a stop's. Eu seja, na pratica, eu nao parei num stop. Estranho? Sim. Em especial para mim que ja ca estou ha um ano e nao fazia ideia de que os sinais podiam estar intermitentes no vermelho!!! Nem tao pouco reparei na cor - eram semaforos intermitentes, ponto!

E fui multado? Nao fui, nao senhor. O officer explicou-me tudo tim-tim por tim-tim e depois mandou-me seguir com um 'Drive carefully'! E pronto, foi assim. Safei-me de uma pesada multa... mas isto de ser um 'alien' tem as suas vantagens!

Thanks, officer! Now I know!!!...

Duas doses de cinema

Tenho andado um bocado atrasado nos posts, para dizer o minimo... entre o trabalho que parece estar a nascer nas arvores e os preparativos da viagem a Portugal, nao tem havido muito tempo para largar posts aqui no estamine'. Apesar disso, tem havido tempo para ir espreitar as novidades da 7 arte aqui por estas bandas.

A primeira sugestao que vos deixo aqui e', no minimo, imperdivel. Ora vejam o trailler, para verem do que vos falo:



Bee Movie - a nova aposta da Dreamworks, no dominio da animacao. E que dominio, meus amigos. Tudo neste filme e' bom - a animacao e' da melhor qualidade, o argumento (escrito pelo proprio Jerry Seinfeld) e' inteligente e actual e as vozes escolhidas para dar vida as personagens nao podia ser melhor. Escrito a partir de uma das milhentas piadas de stand up comedy de Seinfeld, o filme conta a historia de uma abelha inconformada com a vida de colmeia, que depois de conhecer o mundo humano, resolve por a humanidade em tribunal por ao longo dos tempos, esta se ter apoderado do mel que lhes pertence por direito. Apesar de ser um produto de animacao, esta' longe de ser um filme para criancas. O segredo para o apreciar verdadeiramente esta' nos detalhes, nas subtilezas dos dialogos, nas pequenas frases que por pouco nao passam despercebidas... Sao 90 minutos de pura animacao e muito boa disposicao. Facam o favor de nao perder isto, de preferencia na versao original.

A outra sugestao e' Michael Clayton, a nova producao de Steven Soderbergh e Anthony Minghella, com George Clooney a' frente de um grande elenco. O filme conta a historia de Michael Clayton, um advogado conhecido por resolver qualquer problema, por mais complicado que este possa parecer, quando este se cruza com o maior caso da sua carreira, com consequencias potencialmente destrutivas para todos os envolvidos. E' mais um thriller com a lei por fundo, que usa a velha receita de uma companhia poderosa e milionaria a querer passar impune por infringir a lei, ao mesmo tempo que da cabo da vida a uns quantos inocentes, sem qualquer remorco. E' um bom filme, com muito boas interpretacoes (em especial a da Tom Wilkinson no papel de Arthur) e uma historia (com imenso dialogo e personagens, que as vezes se torna complicado de seguir) verosimil e intensa. Tem so' o defeito de nao apresentar uma narrativa verdadeiramente inovadora. Mas vale a pena ver de qualquer forma. Aqui fica o trailler:


Red Wings on Ice

Aqui ha dias tive mais uma experiencia tipicamente americana. Daquelas que a' partida nao estariam na lista 'Coisas a fazer antes de me ir embora'. Mas como a oportunidade surgiu, o melhor mesmo e' embarcar sem expectativas e esperar para ver no que da'. Ora sucedeu entao que o meu chefe tinha dois bilhetes para um jogo de Hoquey no Gelo, que nao poderia usar, uma vez que a namorada estava doente. "Queres ir?" E eu: "Why not?". De borla, nao se diz que nao, pois nao? Nao! E la fui, com um colega la do trabalho. E' o que da' ter chefes do mais porreiro que ha... ainda para mais os bilhetes eram a meio do campo, quase na primeira fila, com direito a parqueamento mais ou menos vip e a um gorro para fazer claque! Nao se pode pedir mais, pois nao?...

O jogo opunha os Red Wings (equipa de Detroit), contra o Columbus. Para mim e', como devem imaginar, chines. O palco foi a arena Joe Louis Arena, a casa dos Red Wings, um local bem agradavel, bem no centro de Detroit. Mais uma vez (tal como quando fui ao baseball), fiquei com a nocao de que ir a um evento desportivo para os americanos e' mais do que ir ver um jogo - e' um acontecimento, um pretexto para comer e beber, uma ocasiao para estar com os amigos. O que da em muita animacao, tanto dentro como fora do campo.

O jogo em si, foi uma surpresa muito agradavel. Primeiro, porque e' diferente do que se ve na tv - o campo e' relativamente pequeno, mas a movimentacao que por la' vai e' absolutamente alucinante. A cada momento, cada equipa so' tem 6 elementos em jogo, mas as substituicoes permitidas sao ilimitadas... o que faz com que constantemente se assista a um entra e sai de jogadores em campo, como nunca tinha visto. Como nao ha 'foras', o disco esta em constante movimento, e as jogadas podem demorar muitos a fio sem interrupcao - sempre a grande velocidade, com os jogadores a demonstrarem uma mestria no dominio dos patins. La pelo meio, uns encontroes valentes contra as 'paredes' do campo, que nos leva a pensar como e' que aqueles tipos conseguem sair inteiros no fim do jogo... So nao consegui perceber e' se ha alguma estrategia no meio daquilo tudo... a mim pareceu-me ser mais a estrategia de 'Stickada pa' frente' e ja' ta'....

Na altura, nao sabia se estava a assistir a um Campomaiorense-Estrela da Amadora ou se a um Benfica-Sporting, mas o jogo pareceu-me muito bom. Os Wings ganharam 4-1, e mais tarde fiquei a saber que sao uma das melhores equipas da NHL... Outro aspecto curioso e' o silencio que se ouve quando se esta a assistir as jogadas... nao se ouve nada a' excepcao do som dos patins a deslizar no gelo e o barulho dos sticks a baterem no disco... a concentracao do publico no que se esta a passar e' tal que so' se ouve os 'Ahhhh' e 'Ohhh' quando o disco passa ao lado da baliza... Nos intervalos, em contraste, musica, animacao e videowalls com imagens do publico, fazem a festa!

Enfim, foi engracado. Venham mais bilhetes desses!!! Agora os proximos podiam ser para o basket, se nao for pedir muito!

terça-feira, novembro 13, 2007

1 ano

Fez no sabado um ano que aqui cheguei. 1 ano!!! Nunca 12 meses passaram tao depressa... ainda me lembro de quando cheguei... 2 malas enormes, um jet leg poderoso, alguma incerteza e inseguranca e muita, muita expectativa... Foi giro o reaprender uma serie de coisas, o descobrir uma cidade estranha, um pais novo, uma cultura diferente. Foi bom conhecer todas estas pessoas novas, que me marcarao para sempre de uma indelevel e positiva. Foi bom aprender a fazer toda uma serie de coisas que me eram inteiramente desconhecidas...

Dizem que quando estamos a gostar de algo, o tempo passa a voar. Concordo, agora mais do que nunca. Tentei aproveitar esta experiencia ao maximo, quer por conhecer pessoas novas, visitar novos lugares, viver novas experiencias. E foi tudo muito positivo, muito equilibrado, muito intenso. Agora que o fim se aproxima, comeco ja a sentir uma nostalgia muito grande, uma vontade imensa de ficar, de prolongar este sentimento de bem estar e de conforto.

Mas ficar ja nao e' opcao... foi-o durante algum tempo, mas depressa se desvaneceu essa possibilidade. Mais umas semanas, e estarei de partida para outra aventura, ainda maior e mais arriscada do que esta. Mas disso, meus amigos, falaremos noutra altura, quando nos voltarmos a ver.
Ja nao falta muito!

domingo, novembro 04, 2007

Rendition

Agora que se aproxima o fim do ano, as estreias cinematograficas aspirantes as nomeacoes oscarianas comecam a estrear em barda, assim umas atras das outras, a' razao de varias por semana (e' dificil ver tudo o que por ai' estreia). E se bem que ha umas propostas muito interssantes, no meio ha por la muito filme que ate' tem potencial, mas que se fica pelo mediano, por falta de mais garra no argumento ou na realizacao.

Exemplo disso e' o filme 'Rendition', que por aqui estreou ha umas semanas. Este drama politico conta a historia de um bem conceituado quimico, egipcio, a viver nos Estados Unidos ha 20 anos, que subitamente se ve 'raptado' pelo FBI, pelo simples facto de ter no seu telemovel chamadas de um terrorista. Depois de sequestrado, e' enviado para um lugar indeterminado para que, sob a influencia de praticas de tortura (que fariam a Inquisicao corar), possa revelar tudo sobre as suas hipoteticas ligacoes terroristas.


Segundo conta o filme, esta pratica, chamada 'Extreme Rendition' foi aprovada pelo Governo americano ha alguns anos, tendo-se tornado mais frequente apos o 11 de Setembro. Qualquer que seja a suspeita, por muito infima que seja, e' o suficiente para que se ponha em marcha o processo de sequestro e tortura, ficando assim esta pratica acima de qualquer intituicao juridica americana.

La pelo meio, vemos a mulher do prisioneiro em busca da verdade e fazendo tudo por tudo para libertar o marido, assim estilo 'Va la liberte-me o homem que eu tenho um filho para criar e outro na barriga!" Em paralelo, vemos o investigador responsavel pelo caso, que questiona se aquele e' o meio acertado para se obter as informacoes que se pretendem. No fim de contas, o homem parece inocente. E digo 'parece' porque este facto nunca e' muito bem explicado... ficamos sem saber se ele e' realmente inocente ou se e' apenas muito forte e, mesmo sob tortura, nao revela nada... O filme ate tem potencial - foca um assunto polemico, em especial nos dias que correm... as interpretacoes ate nem sao nada mas: o elenco e' interessante (Jake Gyllenhaal, Reese Witherspoon, Meryl Streep, Alen Arkin), embora um tanto ou quanto sub-aproveitado. A historia ate esta bem contada... mas o fim, que se esperaria crucial para o fecho da narrativa... e' chocho. Pobrezinho. Pouco ambicioso. Mata o resto do filme... enfim, fiquei desiludido.

Mas pronto, podem ir ver... nao esperem e' que seja um excelente filme. E' bonzinho. Aqui fica o trailer:


terça-feira, outubro 30, 2007

Fall Colours

Outono. E' para mim a estacao mais equilibrada do ano. E tambem a mais bela, requintada e misteriosa estacao do ano... Algures entre o bafo quente do Verao e os arrepios do Inverno, estao as belas tardes de Outono. Calmas, seguras, melancolicas. Tardes que passam devagar, tardes que nos dao tempo para pensar, tempo para estar e sentir.

No Outono tudo recomeca. As massas regressam ao trabalho, os estudantes regressam as aulas, regressa-se a' rotina depois meses de euforia e de descompressao. No Outono, ganhamos uma nova vida... repensam-se prioridades, estabelecem-se novos objectivos, tracam-se novos rumos. E, de repente, tudo volta a ser possivel.

No Outono, partimos em busca dos casacos grossos e das camisolas de la que ha muito haviam ficado esquecidas no fundo do armario. Ficamos mais caseiros, procuramos o quente da lareira e uma boa companhia para partilharmos os bons momentos. Relembramos o cheiro inconfundivel das castanhas e o sabor incontornavel da batata doce...

No Outono, a natureza mostra-nos que tudo se renova, tudo se transforma, tudo ganha uma nova vida, num ciclo que nunca termina, constante e confiavel... Aqui por estas bandas apreciar a passagem do Outono e' um verdadeiro espectaculo, daqueles a que nao se tem acesso todos os dias. As arvores revestem-se de uma paleta de cores indiscritivel, algures entre os verdes e os vermelhos, numa mistura quase perfeita, fazendo com que os 10 minutos que separam a minha casa do meu trabalho, se tornem num autentico prazer diario.

Estas sao as cores do meu Outono. Espero que gostem.












(Fotos tiradas este fim de semana no Kensington Metro Park)

sábado, outubro 27, 2007

Finalmente deu a' costa...

Chegou finalmente esta semana o belo do cheque com o reembolso do IRS de 2007, aqui do dos States. So' demorou 7 meses... coisa pouca. Se tivermos em conta que o tempo normal e' de, no maximo, 6 semanas, percebemos que algo correu definitivamente mal. Nunca pensei que receber um reembolso de IRS custasse e demorasse tanto!!! Mas a culpa, meus amigos, foi do meu nome. Ao que parece tenho um nome demasiado complicado para os padroes americanos.

Passo a explicar. Os americas sao um bocados basicos no que toca aos nomes. Tem dois ou, quanto muito, tres nomes. Um nome proprio, um middle name e um apelido. E pronto. Tudo muito facil. Quando se tem poucos nomes assim, nao ha confusao possivel - niguem troca, por exemplo, o ultimo com o primeiro nome... A coisa complica-se quando aparece um cromo como eu que tem 4 nomes - o que eles consideram uma aberracao. E, claro, quando estamos perante uma aberracao, quanto menos lidarmos com ela, melhor.

Apos ter entregue a minha declaracao, devidamente preenchida por um contabilista (nao tendo portanto qualquer erro), foi-me dito que o prazo normal para o reembolso seria cerca de 6 semanas. Pensei: 'Boa, ate' nem e' mau, tendo em conta que em Portugal nao sao menos de 3 ou 4 meses'. Estavamos entao no principio de Abril. Esperei o dito prazo e como nada chegava a' minha mailbox, resolvi consultar o site do IRS para ver como se enontrava a minha declaracao. Para meu espanto, o status da declaracao era 'Com Problemas'. Investiguei mais um pouco e apenas o que diziam era que 'o nome apresentado na declaracao nao coincidia com os registos da seguranca social'. Ai nao??? Ta' Boa! Entao e agora?

Va' de telefonar para o 1-800, que e' como quem diz a linha de apoio ao contribuinte. Depois de muito pesquisarem, la me disseram que tinha que ir corrigir os meus registos a' Seguranca Social... Um bocado a contra gosto, la fui. Tive de explicar a' senhora, tres vezes, que eu tenho 2 nomes proprios e 2 apelidos... 'Esta' a ver, esta aqui no Passaporte... Name and Surname'... Hummm, so funny!!! - dizia ela, como se estivesse a olhar para um palacio. Resolvido o problema, sai' de la' com o nome correcto, a coincidir com o passaporte e com o visto.... e com mais um periodo de espera de 5 semanas, ate que os sistemas do IRS fossem actualizados com a informacao da Seguranca Social.

Chegou o mes de Julho, e com ele a necessidade de marcar as ferias. E o reembolso nada de aparecer. La liguei mais uma vez para a linha de apoio... Desta vez, a conversa foi, no minimo, surreal... "Sim, o seu nome tinha aqui um problema, mas nos vemos que ja foi corrigido na SS". "E entao, ja posso receber o reembolso?" "Hummm, nao!" "Nao?! Porque nao?!" "Porque nao houve ninguem que tivesse processado o seu caso. Ele esta aqui numa seccao de declaracoes com problemas e ninguem tratou dele!" "Esta a brincar, nao esta'?" 'Nao, nao estou... e agora a resolucao do caso pode levar ate 8 semanas!!!" "What???!!!!".

Bonito servico. La perguntei ao funcionario se tinha que fazer mais alguma coisa para resolver esta questao. "Nao, esteja descansado, eu vou escrever aqui uma nota para que um colega seja assignado ao seu processo. Nao tem de fazer mais nada". Mais uma vez, restou-me apenas esperar... No inicio de Setembro, voltei a ligar (isto porque o status no site nao mostrava qualquer alteracao). "Ah, pois, nao estou a ver qualquer alteracao aqui no processo! Mas esteja descansado que eu vou escrever aqui uma nota para que um colega seja assignado ao seu processo". Outra vez a mesma historia... agora comeco realmente a questionar se algum dia vou voltar a ver a cor do meu dinheiro... nao e' que seja muito, mas e' meu e nao tem nada que la ficar com ele!!!

2 dias depois de ter feito este telefonema, recebo no correio uma carta do IRS. 'Porreiro, ja chegou o belo do cheque". Nada disso. Era uma carta a informar-me que o meu reembolso estava retido porque "o meu nome na declaracao nao coincidia com os registos da seguranca social". Nao tive outro remedio senao rir com toda a situacao, que ja era, no minimo, caricata. Pegando no ultima restia de paciencia que ainda tinha, tirei fotocopias de tudo e mais alguma coisa (BI, Passaporte, SS, Carta Conducao, tudo o que me lembrei), para provar que o meu nome estava correcto e corrigido, preenchi o formulario que me enviaram com a carta e mandei tudo para a sedo do IRS. E, mais uma vez, esperei.

Decorridos mais uns dias, descobri que o status do meu processo no site do IRS se tinha alterado para 'Desconhecido'. Pronto, agora e' que foi de vez! Ja' nao ha' dinheiro para ninguem... Resolvi deixar passar mais algum tempo, sempre a pensar qual seria o proximo passo que teria de dar nesta odisseia... Ate que finalmente o cheque apareceu esta semana... sem juros de mora, o que me parece injusto, ainda para mais porque a demora foi notoriamente culpa deles. Pelo sim, pelo nao, fui logo no dia a seguir ao banco deposita-lo. Nao fossem eles arrependerem-se.

Estas situacoes, vim a saber depois, nao sao assim tao invulgares. Uma pessoa com quem comentei as minhas aventuras disse-me que num determinado ano recebeu duas intimacoes para pagar, exactamente a mesma quantia. Tratava-se, claramente, de um erro informatico, mas os senhores obrigaram-na a pagar os dois documentos e so depois reclaramar. Foi o que ela fez... e a correccao do erro chegou... 2 anos e meio depois, tambem sem juros de mora. Bonito, nao e'? Lindo.

Nunca mais me vou queixar das financas portuguesas, que, comparadas com estas, estao a anos luz... para melhor!

quarta-feira, outubro 24, 2007

Gone, Baby!... Gone!!!

Os acontecimentos que rodeiam o desaparecimento de pequena Maddie, no Algarve, tem dominado o panorama informativo internacional. Nao sei muito bem como estao as coisas por ai', mas por aqui, de quando em vez, chegam aos noticiarios nacionais, os novos desenvolvimentos, que poe toda a gente a falar. Elaboram-se teorias, escolhem-se culpados, fala-se das novas descobertas de forma empirica. So' que, no fundo, no fundo, ninguem sabe o que aconteceu de facto... o que e' verdadeiro e real, dificilmente vira a lume! E e' engracado como as vezes a ficcao do cinema passa tao perto da realidade a que sociedade assiste no momento. E' o que se passa no primeiro filme realizado por Ben Affleck - Gone Baby Gone.


'Gone Baby Gone' conta a historia do desaparecimento de uma crianca de 4 anos, nos suburbios de Boston. Na sequencia desse acontecimento e com o intuito de ajudar a policia nas investigacoes, a tia da crianca resolve contratar um detective privado (interpretado por Casey Affleck), que juntamente com a sua namorada/parceira (Michele Monaghan), embarca numa busca que ira' mudar para sempre a sua vida. A mae da crianca e' uma personagem do piorio - agarrada a' bebida, a' coca e aos homens - esta longe de proporcionar um ambiente estavel a' sua filha... Isto e', em tracos gerais, o enredo do filme. Mas se estao a pensar que este e' apenas um thriller estilo 'jogo do gato e do rato', desenganem-se. Mais ou menos a meio do filme, surge o primeiro twist, mudando por completo a direccao dos acontecimentos, fazendo-nos pensar quem sao os 'bons' no meio daquilo tudo. Isto ja para nao falar no twist final, que rebenta com qualquer ideia que o espectador possa estar a conceber na sua mente.

O argumento (escrito pelo proprio Ben Affleck e baseado na obra do mesmo argumentista de Mystic River, um dos melhores argumentos dos ultimos anos) e' do melhor que ja vi este ano - para mim, inteiramente merecedor de uma nomeacao para o Oscar. E' daqueles argumentos que vai alimentando a accao com pouco de cada vez, apenas o necessario para prender o interesse... E' um argumento inteligente que nos poe a pensar durante horas - acima de tudo faz-nos ponderar o quao relativo e' o conceito de certo vs errado... e ensina-nos uma grande licao: nenhuma decisao e' facil e muitas vezes, qualquer escolha que facamos tem sempre boas e mas consequencias... e o que resta saber e' ate' que ponto a nossa consciencia consegue viver com essas mesmas consequencias...

No dominio das interpretacoes, o elenco conta ainda com Morgan Freeman e Ed Harris ao mais alto nivel. Todos tem desempenhos muito bons, em especial os actores secundarios (Amy Ryan no papel de mae e' uma revelacao) - a excepcao de Casey Affleck, que quanto a mim e' o mais fraquinho (talvez pela sua diccao arrastada, fiel ao sotaque de Boston...). A realizacao e' interessante, provando que o rapaz e' bem melhor atras da camera do que a' frente dela.
Enfim, facam-me um favor: nao percam este filme - vai chamar-se em portugues "Vista pela ultima vez" (pessima traducao) e estreia apenas em Janeiro (as coisas que eu sei...), por ter demasiadas semelhancas com o caso de Maddie. E' um bocado forte no que toca a liguagem, mas no fundo, retrata uma realidade e' que e' de facto muito dura... E, como em toda a boa obra de ficcao, qualquer semelhanca com a realidade tera' sido mera coincidencia!

Ora deem uma espreitadela ao trailler:

sábado, outubro 20, 2007

Musicas - IV

Ja que estou numa de musicas, resolvi partilhar mais um dos albuns que, de uma forma ou de outra, marcaram momentos criticos ou especiais do meu percurso. Um desses momentos, aconteceu ha precisamente 2 anos, a 17 de Outubro de 2005. Por forca de uma doenca rara e nem sempre bem aceite (por quem a tem) ou entendida (por quem esta de fora), vi-me obrigado a passar uma temporada no hospital. Foram os 10 dias mais dificeis da minha vida. Sempre fui muito 'maricas' com essas coisas de hospitais, agulhas, medicos e afins, pelo que a ideia de ter que me submeter a uma cirurgia que iria mudar para sempre o meu modo de vida, era no minimo aterradora. Mas nao era impossivel... e por isso aceitei o desafio de cabeca erguida... e coracao apertado.

Lembro-me da noite em que entrei... depois das despedidas da familia e depois de se ouvirem os eternos 'Vai correr tudo bem!' ou 'Isto e' para o teu bem!', ficamos so' nos e a imensidao e o branco frio do hospital. O tempo custa a passar, os minutos estendem-se largamente para alem dos sessenta segundos, os ponteiros do relogio nao avancam. Os pensamentos, esses passam todos e mais alguns pela mente, de forma abrupta, exagerada e precipitada - o que vai acontecer? Vou acordar amanha? Voltarei a ser o mesmo? Vai correr tudo bem? E se nao correr? Quem estara' por perto para apanhar os cacos?... Sao ideias que, a distancia, nos parecem absurdas. Mas sao reais e muito concretas, naquele momento...

No meio destes pensamentos todos, e enquanto bebia uma mistela horrenda, em preparacao para a operacao, o meu leitor de mp3 (que meses mais tarde seria roubado em Londres) tocava precisamente este album:



Nao sei porque. Moby nao e' dos meus musicos preferidos, embora goste bastante. As suas musicas nao sao propriamente profundas. Mas ha qualquer coisa neste album que fez com que me revisse nele, que encontrasse nas suas melodias uma sensacao estranha de bem estar. No meio das suas muitas musicas, afeicoei-me especialmente a esta, ja explico porque:





Ha nesta musica frases muito fortes... "Hold on to people, they're slipping away Hold on to this while it's slipping away (...) All that we needed tonight Are people who love us"... Nao ha nada de mais importante nestes momentos dificeis do que a presenca de quem nos quer bem. Muitas vezes pensa-se que uma pessoa em convalescenca nao precisa de visitas ou agitacao a' sua volta. Eu discordo. Todos aqueles que por la passaram para me visitar provavelmente nao sabem o significado que isso teve para mim, o quao importante foi... sabermos que somos queridos e amados pode ter resultados inesperados. E acima de tudo, mostra-nos que nao estamos sos. Ao mesmo tempo, isso fez-me ver a necessidade premente de nos achegarmos as pessoas, em especial as que nos estao proximas... o tempo foge-nos das maos a todo o instante, por isso temos que aproveitar cada minuto da melhor forma.

"Open to everything happy and sad / Seeing the good when it's all going bad / Seeing the sun when I can't really see / Hoping the sun will at least look at me" . Esta foi outra coisa que esta experiencia me ensinou - que temos que estar abertos as coisas positivas, mas tambem as negativas. Que e' preciso vermos o bom quando tudo a nossa volta parece cair aos bocados. Que e' preciso usarmos a nossa forca e nunca perder a esperanca de que as coisas vao melhorar no futuro... Falar e' facil, e isto nem sempre se consegue do pe' para a mao... mas vale a pena tentar. Aprendi a relativizar muita coisa, a nao dar imporancia aos pequenos nadas, a nao perder tempo com situaoes e pessoas que nao merecem. Porque, no fundo, o que interessa, e' que nunca percamos o 'Focus on everything better today'!

2 anos depois, de cada vez que oico esta musica, e' inevitavel nao pensar em todo este contexto. Mas nao com um sentido melancolico, pelo contrario. Oico-a com bastante prazer, faz-me sentir muito bem. 2 anos depois, felizmente nao tenho 'restos' do problema que deu origem a esta experiencia. 2 anos depois, estou onde nunca sonhei estar. E por tudo isso, 2 anos depois, sinto cada vez mais prazer nesta viagem atribulada e nem sempre segura, a que chamamos 'Viver'.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Genesis, in concert

1992. 22 Julho. Quarta-feira. Estadio de Alvalade. 60000 mil pessoas na assistencia. Foi assim, ha' 15 anos - Genesis ao vivo em Lisboa, um concerto integrado na tournee 'I can't dance'. Esta data tera sempre um significado especial para mim, uma vez que foi precisamente nesse dia que assisti ao meu primeiro concerto. Eu e mais a minha companheira de guerra da altura (C., lembras-te?) tivemos que convencer os nossos pais que eramos responsaveis o suficiente para irmos ate Lisboa sozinhos para assistirmos a um concerto. Nao foi facil, mas la conseguimos...

Vivia-se em Portugal, na altura, a onda dos grandes concertos, onde toda a gente e mais alguma vinha tocar ao nosso pais, muitos deles no velhinho estadio do Sporting. Lembro-me que a experiencia foi em crescendo desde que chegamos ao estadio e deparamos com um palco brutal, com uma multidao de gente sem precedentes, um ambiente festivo... era tudo novo, estava tudo por descobrir, por experimentar. Ha hora marcada, o concerto la comecou, a banda entra em palco e deslumbra a assistencia com musicas deste e de outros tempos. O nosso lugar era optimo, na relva (nao havia dinheiro para mais), bem junto do palco. Lembro-me de alguns momentos altos, lembro-me das vozes a entoar, em coro, alguns dos refroes, lembro-me dos isqueiros a iluminar a noite quente de verao...

Ha dias, tive oportunidade de reviver algumas dessas emocoes, embora com um distanciamento de 15 anos. Muita coisa acontece em 15 anos. Vive-se tanto em 15 anos, muda-se tanto, cresce-se tanto... Mas ha coisas que ficam imutaveis, como que conservadas no tempo, congeladas nas nossas memorias... Desta vez, o concerto nao foi em estadio, foi no Palace of Auburn Hills, casa dos Detroit Pistons. Um recinto que leva bem a vontade umas 25.000 pessoas, encheu a 30 de Setembro, para ver os Genesis naquela que sera provavelmente a sua ultima digressao - a Turn it on again Tour. Um palco igualmente poderoso, estudado cuidadosamente para servir de elemento fulcral no espectaculo. Bancadas cheias, com publico de todas as idades - novos, velhos, trintoes, homens, mulheres, criancas. 15 anos depois, os isqueiros deram lugar aos telemoveis para iluminar o escuro do recinto. Mas enfim, estava entao montado o cenario para 3 horas de muita musica e boas recordacoes.


O alinhamento comecou em grande ritmo com 'Duke' e 'Turn it on Again'. Seguiram-se as primeiras palavras de Phil Collins (com o seu bom humor habitual) e partiu-se para uma epoca mais recente na historia do grupo com 'No son of mine' e 'Land of Confusion'. A viagem ao passado mais remoto fez-se com 'In the Cage', 'The cinema show', 'Duke's Travels' e 'Afterglow', em versao medley. Depois, uma das minhas preferidas, 'Hold on my heart', a puxar ao sentimento.

Um dos momentos altos da noite veio com 'Home by the sea' e 'Second home by the sea', com um poderoso show de bateria. Sons mais calmos em 'Follow you, follow me' e 'I know what I like', abriram espaco para 'Mama', 'Ripples' e 'Throwing it all away'. Com 'Domino', iniciou-se mais uma sequencia de muita bateria, que acaba com um dueto entre Collins e Chester Thompson.

Tal como ha 15 anos, 'Tonight, Tonight, Tonight' e 'Invisible Touch' encerraram o alinhamento principal, havendo lugar a fogo de artificio (devidamente controlado) que surpreendeu tudo e todos nos ultimos acordes de Invisible Touch. Para o encore final, tambem como ha 15 anos, foi deixado 'I can't dance' e a fechar 'Carpet Crawlers', a cancao que talvez melhor descreve aquilo que os Genesis sao:




Enfim, foi muito bom. Todo o espectaculo esta mecanicamente montado, sem falhas, numa engrenagem muito bem oleada, em que luzes, efeitos sonoros, imagens projectadas no video wall gigante - tudo esta harmoniosamente estudado para dar a' musica a intensidade, a transparencia e o protagonismo que merece. Mesmo sendo um grupo que ja conta com de 40 anos de historia, os Genesis continuam com a mesma frescura do inicio (embora mais grisalhos), ha semelhanca de outros que por ai' ainda mexem...

E de concertos, para ja, e' tudo. A proxima experiencia musical (se nada surgir entretanto) sera' uma novidade para mim... Opera.

Vamos ver no que da'.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Suzanne Vega, in concert

Depois da maratona que foi escrever sobre as ferias, ha que por em dia uns posts que andam seriamente atrasados. Resolvi comecar com o relato do fim de semana mais musical dos ultimos tempo - o ultimo de Setembro, em cujas noites tive a oportunidade de desfrutar de dois concertos fantasticos. O primeiro, foi o desta senhora:


Suzanne Vega. Ha ja bastante que aprecio muito a sua musica. A voz, suave e doce, a sonoridade, tao depressa experimental, tao depressa simples, as letras, profundas e tocantes, fazem com que escuta-la seja um daqueles prazeres que se prolonga no tempo, ao longos dos anos. Nao e' uma artista de massas, claramente. Nao tem albums que sejam exitos brutais de vendas. Nao da concertos megalomanos... Poucos sao os que realmente a conhecem... mas quem gosta, quase sempre gosta muito. Costumo compara-la a' nossa Mafalda Veiga, com as devidas distancias. Ambas desprovidas de qualquer pretensao, apenas precisam de uma guitarra e musicas que nos enchem a alma, para nos servir uma noite muito bem passada.

Fui ve-la a' cidade de Ann Arbor, na sala de espectaculos mais intima que ja visitei - The Ark. Nao seriamos mais de 200 pessoas, dispersas a volta do palco. A proximidade era tal, que nao devo ter ficado a mais de 3 metros do palco. Com uma acustica fantastica (nao sei como, numa sala tao pequena), estava criado um ambiente para que, no meio de muitas cancoes, Suzanne Vega abrisse espaco para contar pequenas historias relacionadas com o 'porque?' de algumas cancoes, para interagir com o publico, para responder a questoes.

A tournee que a faz presentemente passear pelo pais e pelo mundo esta' baseada no seu mais recente album - Beauty & Crime - um trabalho dedicado a' dualidade existente na cidade de Nova Iorque, cidade de onde a cantora vem (um album muito bom, aconselho; podem ouvi-lo aqui). Mas la pelo meio houve tambem lugar aos exitos de sempre. Comecando o concerto com um 'Tom's Diner' cantado a' capela, seguiram-se 'Marlene on the Wall' (dedicado ao poster de Marlene Dietrich que ela tinha na parede do quarto), '99.9 F', 'Caramel', Gypsy, 'Left of the Center', 'Blood Makes Noise', '(I'll never be your) Maggie May', 'In Liverpool' e claro, 'Luka'. O concerto terminou 2 horas depois, com dois encores, por onde passaram 'Rosemary' e 'Small Blue Thing', a fechar. Para mim, so ficou mesmo por tocar o 'The Queen and The Soldier'...

Gostei muito - pela simplicidade, pela forte presenca em palco, pela musica. Pela calma que transmitiu, pelo prazer que proporcionou. Pelo sentido de humor apuradissimo... Deixo-vos com aquela que e' a minha musica favorita das muitas com as quais me relaciono no reportorio de Vega - Gypsy (so peco desculpa pela piroseira das imagens, mas foi o que se conseguiu):



No dia seguinte, la estava eu, pronto para mais um concerto, desta vez para relembrar as emocoes de ha 15 anos...

quarta-feira, outubro 10, 2007

New York, factos e fotos

Nova Iorque e' daquelas cidades a que nao se fica indiferente - ou se gosta muito, ou nao se gosta nada. Por isso, em jeito de conclusao, ha uma pergunta que se impoe... Mas afinal, gostei ou nao de Nova Iorque?! A resposta a esta pergunta, podendo parecer facil, nao e'. O que faz com que seja dificil responder e' o facto da cidade apresentar tantos contrastes... no meio de tanta coisa gira para ver e fazer, no meio de tanto marco universal, no meio de tanta intensidade... existe uma Nova Iorque suja, mal-cheirosa, barulhenta, com um estilo de vida a 100 a' hora, em que tudo tem de ser feito a correr, numa perseguicao constante nao se sabe muito bem do que... Mas talvez seja isso mesmo que a faz uma cidade unica e entusiasmante - a combinacao destes vectores tao distantes uns dos outros, que juntos, fazem com que a queiramos descobrir mais e mais. Por isso, a resposta e' 'Sim, gostei muito de NY'. Nao gostaria de la viver (ao contrario de Chicago, por exemplo, que considero uma cidade muito mais equilibrada), mas para visitar de vez em quando, sim senhor.


Mais umas notas curiosas... falei aqui sobre o facto de a cidade ser suja e mal cheirosa. Creio que grande parte, este mal e' causado por isto:



Isto, meus amigos, e' apenas uma amostra do que TODOS OS DIAS, se ve, em especial ao final da tarde, um pouco por todo o lado. Os Nova-Iorquinos simplesmente livram-se do lixo, deixando-o a' porta, a espera que os senhores responsaveis o venham buscar... A foto em cima foi tirada a' uma da tarde... e sabe-se la quando a recolha acontece... provavelmente de noite. Agora imaginem este tipo de cenarios em zonas de restaurantes... nada agradavel, posso dizer-vos.

Outro aspecto interessante e' conduzir em Manhattan. De todas as grandes cidades onde ja conduzi, nada se compara a esta. Por duas razoes: primeiro, pelo facto da maioria das ruas ser sentido unico, o que dificulta um bocado a coisa... senti-me um pouco estilo jogo de computador em que sempre que eu queria virar, nao era permitido... tinha que virar nao sei quantos blocos mais a' frente, voltar para tras e mais nao sei o que. Um stress! A segunda razao sao estes senhores:


Dao um colorido bonito a' cidade, os Yellow Cabs... mas sao uns doidos a conduzir. Vale tudo menos arrancar olhos - passar pela direita, fazer ziguezagues, razias, travagens bruscas, atravessadelas perigosas so para nao perder um cliente, enfim, ve-se de tudo. So sei dizer que ao fim de 5 minutos, ja estava a conduzir como eles... caso contrario era positivamente cilindrado!!! Quando estacionei o carro, aquilo que senti foi... alivio!

So mais uma para acabar. No meio da Broadway, sem estarmos muito a' espera, damos de caras com isto:


La' esta'... e' uma cidade de contrastes... tudo em volta (a' excepcao da igreja adjacente) sao arranha-ceus. Engracado.

A terminar, como de costume, ficam imagens e sons de NY. No dominio da 7 Arte, e' impossivel mencionar os filmes que la foram feitos... sao tantos, que muitos posts nao chegariam... deixo-vos esta amostra, do filme Manhattan, orquestrado pelo senhor que mais vezes filmou em NY e que a sabe filmar como ninguem... Woddy Allen:




No dominio da musica, escolhi 3 musicas: 'New York, New York' de Ryan Adams, por ser uma musica que ainda hoje tem um profundo significado para a cidade (vejam o video para perceberem porque); 'Leaving New York', dos REM, porque descreve bem o sentimento que sente ao deixar para tras uma cidade como esta; e 'New York, New York', de Moby, pela parodia que faz a' maluqueira citadina que por la' se vive.












E foram assim, as ferias 2007... as de verao, porque o ano ainda nao acabou. Ainda ha tempo para, em Dezembro, ir passar o fim de ano a qualquer lado... dizem que a Florida e' agradavel nessa altura...


Talvez. Logo se ve.

Ah, ja me esquecia das fotos - aqui.

terça-feira, outubro 09, 2007

New York, Central Park Area


Situado a norte da cidade, e com um tamanho duas vezes superior ao principado do Monaco, encontramos o pulmao da cidade - o Central Park - uma autentica mancha verde, com 4 km de extensao, compreendida entre a 59 e a 110 rua. E' o marco mais relevante da Upper Manhattan e divide esta zona em Upper East Side e Upper West Side.

Nao adianta tentar descreve-lo - e' grande, muito grande. Fazendo uma comparacao grosseira, a extensao deste parque e' comparavel apenas a' maior avenida portuguesa, a Av da Boavista, no Porto. Ou seja, e' gigantesco! Escusado sera' dizer que apenas umas horas nao sao suficientes para se ver e apreciar tamanha imensidao, mas da para nos sentirmos um pouco nova-iorquinos enquanto por la passeamos.



Recheado de imensos caminhos, pastos, arvores e lugares de repouso, o Central Park e' um lugar muito procurado. Para se estar, passear, fazer desporto, passear o cao, relaxar, ouvir musica... ou dancar. Isso mesmo! Enquanto por la deambulavamos e apreciavamos o quao a vida corre devagar por ali, tropecamos numa serie de casais a dancar o tango! Estavam a aprender e' certo, mas nao deixa de ser bastante ilucidativo das multiplas actividades que la se podem desfrutar num dia banal. Passear de carruagem puxada a cavalo, visitar um dos muitos museus que ladeiam o parque ou andar de barco num dos muitos lagos, sao tambem alternativas muito procuradas.

Pode dizer-se que e' um lugar mais ou menos magico, uma vez que nos transporta para lugares idilicos, sem no entanto sairmos da grande cidade que e' NY. Um dos locais de que gostei particularmente foi o Sheep Meadow, uma area verde, semelhante a um pasto, onde as ovelhas pastaram ate aos anos 30. Hoje, as ovelhas sao outras, mas o pasto continua igualmente verde.


Relativamente perto do Central Park, encontramos outros motivos de interesse. Um deles e' a 5 Avenida, a avenida mais famosa de NY. Famosa pela excentricidade, famosa pelas belas mansoes, famosa por ser uma das mais caras do mundo... e famosa sobretudo pelas lojas: de alta costura, joalherias famosas (Tiffany's), ou simplesmente por serem absolutamente originais (exemplo da loja da Apple, cuja entrada e' um gigante cubo de vidro). Passear na 5 Avenida e' sentimo-nos grandes, chiques e... snobs. Nao, nao comprei nada por la... digamos que nao houve muito "tempo".


No lado oposto a' 5 Avenida, encontramos a Columbus Circle, uma movimentada rotunda dedicada a Cristovao Colombo. Uma fonte, um globo, e uns potentes edificios, sede da Time Warner, completam a zona.



Umas ruas mais abaixo, encontramos uma salas de espectaculos mais classicas da cidade - o Carnegie Hall. Dedicada a' musica classica e do mundo, este vai ser o palco por onde vai passar a nossa Mariza, no proximo dia 12. Um bonito edificio que passa um tanto ou quanto despercebido no meio de tanto cimento...



E pronto!... Estes foram alguns dos destaques da 'minha' NY... havia tanto mais para ver e fazer, mas 5 dias souberam a pouco. A semelhanca do que disse de Chicago, a primera vez que la' fui, esta e' uma cidade a que tenciono voltar... brevemente! A ver vamos se e' possivel...

segunda-feira, outubro 08, 2007

New York, do SoHo a Chinatown

A zona central de Manhattan esta repleta de bairros tipicos, que dao a' cidade um carisma internacional, bem como um ar de 'melting-pot', numa mistura de culturas, gostos e tradicoes. Confesso que esta foi a zona em que passei menos tempo, e onde gostaria de voltar um dia destes... a ver vamos se isso e' possivel.

SoHo

O SoHo e' uma zona que fica entalada a sul da Rua Houston (por oposicao ao NoHo, que fica a norte) e a norte da Canal Street. E' a zona mais in da cidade, preferida pelos artistas e pelas galerias de arte. Foi tambem aqui que comecou a moda dos 'lofts', os grandes armazens abandonados convertidos em luxuosas casas de habitacao. Passear por esta zona, em especial ao fim de semana, e' divertido - tal e' a multidao de gente na rua. Restaurantes finos, lojas de alto gabarito (entre as quais um Bloomingdale's carissimo, onde so entramos mesmo para ver...) e com um ar muito modernaco conferem a zona um carisma unico.

Chinatown

Chinatown e'... Chinatown. Igual a tantas outras, pejada de orientais, cheia de lojas em que se pode encontrar tudo e mais alguma coisa, desde o falso Calvin Klein ultimo modelo, aos frutos mais estranhos... tudo no mesmo espaco de 20 metros quadrados. Ja para nao falar nas incontaveis chinesas que andam com um catalogo de malas Louis Viton e semelhantes, para que as madames possam escolher. Assim escusam de ter que montar e desmontar a banca todos os dias, passam facilmente despercebidas pela policia e nao correm tanto perigo de serem apanhadas. No fundo, e' tudo uma estrategia financeira - menos investimento, mais lucro.

A area e' bastante animada, com imensa gente na rua a fazer compras ou simplesmente a conviver. Passeamos por la na manha de Domingo, antes de regressarmos e, para um domingo de manha, era impressionante a quantidade de gente que por la andava.

Little Italy

Como o nome indica, esta e' a zona da cidade dedicada as raizes italianas. Pelo menos, assim devia ser... o que e' facto e' que com a diversificacao da cidade, poucas ja sao as influencias italianas que se encontram por aqui. E' certo que os restaurantes italianos ainda la moram (alguns), mas estao talvez demasiado americanizados, como tudo o que foi parar aos Estados Unidos. As placas a indicar o nome das ruas bem que fazem referencia a esta 'Little Italy', mas de Italia, aquilo que vamos vendo aqui e ali sao apenas as cores da bandeira nacional...



Flatiron Building

O Flatiron Building e' um dos edificios mais curiosos de Manhattan. Encaixado entre a 5 Avenida, a Broadway e a 23 rua, e' um edificio triangular, bastante estreito, de 22 andares. Visto de frente e' de uma estreiteza quase surreal e visto de lado, parece mais achatado que uma tabua. Visto do alto do Empire State Buiding, tem este aspecto:



Curiosamente, passei por ele varias vezes ate reparar de que edificio se tratava. Isto e' tambem uma constante em Manhattan - a' altura dos olhos pouco ou nada se deslumbra... ha que olhar la bem para cima para ver o que a cidade tem para oferecer...

A ultima area a destacar engloba o pulmao da cidade e uma das zonas de relax preferidas dos nova-iorquinos...

domingo, outubro 07, 2007

New York, da Broadway a Times Square

Midtown Manhatten e' uma das zonas mais movimentadas de NY. Delimitada pela 42nd Street a sul e pela 57th Street a norte, e' la que se encontram alguns do mais procurados pontos turisticos da cidade. E e' tambem aqui que se pode ter uma verdadeira nocao do que e' viver em NY - a azafama, o transito (aqueles taxistas sao loucos!), a pouca paciencia, o jaywalking... tudo a acontecer ao mesmo tempo, e em todas as direccoes. Passear nesta zona da' um gozo brutal - nao so por nos encontrarmos perto dos locais que reconhecemos do cinema, mas tambem pela boa onda que nos rodeia: muita animacao, lojas, teatros... e acima de tudo, muitas, muitas luzes.

Mas vamos la' entao ao que interessa...

Times Square

Times Square e'... o maximo! E' Las Vegas em ponto pequeno. E' o Picadilly Circus londrino em ponto grande. E' pequena o suficente para ser acolhedora (e' mais pequena que as famosas pracas europeias, por exemplo) e e' grande o bastante para entreter... A imagem de marca desta praca (que se estende por varios quarteiroes da Broadway e da 7 Avenida) sao as centenas de anuncios digitais, projectados em ecras de tamanho gigante, que enviam as suas luzes e cores para a rua, como que hipnotizando quem passa.


Repleta de lojas (muitas delas de souvenirs), restaurantes e teatros, esta zona e' particularmente agitada a' noite (onde ganha outro encanto). Mas de dia tem tambem os seus motivos de interesse. Por sorte ou coincidencia, numa das muitas incursoes que fizemos por esta zona, fomos brindados com uma feira plantanda no meio da rua, onde se vendia de tudo um pouco - para alem dos comes e bebes tipicos, via-se tambem artesanato, T-shirts, artigos de contrafaccao a 25 dolares e muita, muita animacao e musica.

Foi engracado, no meio de uma cidade tao grande como esta, ver algo tao simples e basico como uma feira...

Grand Central Station

Grand Central Station e' o ponto nevralgico dos transportes nova-iorquinos. E' para aqui que convergem as principais rotas de entrada na cidade e por ali passam milhares de passageiros em cada dia. Tive oportunidade de passar por la em plena hora de ponta e de observar o 'corre-corre' constante dos passageiros apressados, que cruzam os 4 cantos do atrio principal a' procura do seu destino. E' interessante subir ao alto de uma das escadarias e observar todo aquele mundo, com o distanciamento de quem esta de ferias... e e' tambem inevitavel pensar que, outrora, tambem eu ja fiz aquela figura...

O atrio principal da estacao e', por si so', uma obra de arte incrivel - grande, quase todo ele em marmore, com amplas janelas e tectos altos belamente decorados com candelabros antigos. Faz lembrar um grande salao de festas, num dos muitos palacios da realeza europeia. Um pequeno centro comercial e alguns restaurantes e cafes, fazem da Central Station um lugar que tem tanto de classico como de moderno.

A Sede das Nacoes Unidas

The UN Headquarters fica no extremo este da 42nd Street e e' um imponente edificio rectangular e espelhado, que serve de casa a ONU. Curiosamente, esta uma area em que outrora se situavam os matadouros que serviam a cidade... o que nao deixa de ser curioso, para uma organizacao que se auto proclama como o bastiao da paz no mundo...

Nao sendo especialmente interessante, o edificio alberga algumas obras de arte curiosas, que fazem com que a visita valha a pena, quanto mais nao seja, por fora (uma vez que as visitas guiadas tem que ser marcadas com antecedencia)...



Broadway

Com os seus 17 km de extensao, a Broadway e' uma das maiores avenidas de Manhattan, cortando a ilha de norte a sul na diagonal, desde o Battery Park ate ao coracao do Harlem. Famosa por ser a sede do Theater District, e' aqui que encontramos os teatros que albergam os musicais mais famosos, as pecas de teatro mais recentes ou os espectaculos veteranos, em cena ja por decadas.


O Empire State Builing e o Chrysler Building

Se ha coisa que nao falta em NY sao arranha-ceus. Ha-os de todas as formas e feitios, mais ou menos pequenos, mais ou menos impressionantes. Construidos, muitos deles, para servirem de sede a poderosas corporacoes, dao a' cidade uma silhueta unica no mundo, e fazem com que passemos parte do tempo de nariz apontado ao ceu, para os podermos apreciar em toda a sua grandeza.

No meio de tanto cimento, metal e vidro, ha dois edificios que se destacam - o Empire State Building e o Chrysler Building. O Empire e' agora o edificio mais alto da cidade, desde 2001, e a subida ao seu observatorio, no 84 andar, proporciona-nos uma vista absolutamente brutal de toda a cidade. Vale bem a espera (que ate nem e' muito longa - cerca de meia hora). O Chrysler e' o segundo edificio mais alto, e o seu estilo art-deco tentou reproduzir alguns elementos que eram usados nos carros da marca, na altura em que o edificio estava a ser construido. E' considerado por muitos o edificio mais elegante de toda a cidade.


Rockefeller Center

O Rockefeller Center e' talvez mais conhecido pelo seu ringue de patinagem no gelo ou pela arvore de natal que todos os anos e' la plantada. Mas esta praca, cujo elemento dominante e' a estatua de Prometheus, e' um local bem acolhedor, com as suas esplanadas, as centenas de bandeiras, os pequenos parques e os seus muitos edificios que a delimitam.

Um desses edificios e' o Radio City Music Hall, uma sala de espectaculos com mais de 75 anos, onde toda a gente que e' gente do espectaculo ja tocou um dia...


Para a proxima, viajamos ate' a zona central de Manhattan...

sábado, outubro 06, 2007

New York, New York

Depois de Washington, seguiu-se Nova Iorque, a ultima jornada das ferias 2007. A chegada fez-se por um dos muitos aeroportos que servem a cidade - o JFK International Airport. Depois de recolhidas as malas (nenhuma se perdeu no meio de tanta viagem... nem parece meu...), chegou a altura de avaliar qual a alternativa que nos levaria a' cidade. Havia a hipotese de ir de Limousine, de taxi, autocarro ou metro. Nestas coisas, confesso que o que me interessa e' chegar - nao importa muito bem como. E como o preco acaba por falar mais alto, optamos pelo metro, que por apenas 14 dolares nos levou aos 2 ate ao nosso hotel.

A primeira impressao que se tem do metro e': 'Meu Deus, o que e' isto?'. Sim, porque o metro em NY e', como direi... do piorio! Velho (nao sei quantos anos tera', mas e' muito velho), nao tendo por isso escadas rolantes (a excepcao das estacoes mais centrais e modernas), sujo, um tanto ou quanto mal cheiroso, e sobretudo, muito, muito quente - estilo sauna! Eu sei que estavamos no verao, mas as temperaturas nao estavam assim tao elevadas... e andar nas carruagens sem ar condicionado era melhor que uma sessao de sauna num spa requintado - e mais barato. Mas, apesar de tantos defeitos, o que e' facto e' que o metro funciona! Leva-nos a todo o lado de uma forma rapida, nao temos que esperar muito e e' barato - um bilhete diario, com viagens ilimitadas, custa cerca de 5 euros.

Depois de cerca de uma hora de viagem (e ter que andar com a mala as costas, a subir e descer as escadas nao-rolantes das estacoes), la' chegamos ao nosso hotel, bem no coracao de Downtown, mais propriamente a dois passos de Wall Street, onde ficamos os 5 dias que aqui passamos. Muito central, com o metro a dois passos e um Starbucks na esquina (como bons portugueses, um cafe e' logo das primeiras coisas que se procura...). E foi daqui que demos inicio as aventuras nesta cidade.

A cidade de NY esta dividida em 5 grandes zonas - Manhattan, Brooklyn, Queens, Bronx e Staten Island. Juntas, albergam uma populacao de 8,5 milhoes, sendo a cidade mais densamente populada da America do Norte. De todas elas, Manhattan, a ilha, e' onde se concentra todo o interesse turistico. Esta dividida em 4 grandes zonas - Downtown (ou Lower Manhatten), Midtown, Central Manhatten e Upper Manhattan. E ha tanto para ver e para fazer por aqui, que desconfio que nem uma vida inteira chega para conhecer esta cidade por dentro e por fora.

Vejamos entao alguns destaques. Comecemos pela zona de Downtown.

Wall Street e o Distrito Financeiro


A zona de Wall Street e' conhecida em especial pela NYSE, a bolsa de NY. Mas ha muito mais por aqui. Edificios gigantes que servem de morada a muitas corporacoes internacionais e executivos nos seus fatinhos cinzentos fazem desta zona o coracao financeiro da cidade. E, tal como em quase toda a cidade, o ritmo a que as coisas se sucedem e' avassalador. Andar na rua e' quase um desafio - para nao se ser arrastado pelas multidoes apressadas - tal e' a velocidade a que as pessoas andam...


Uns quarteiroes mais acima encontramos o fantastico Woolworth Building e a' sua frente o City Hall - a camara municipal la do sitio. Um edificio simples, numa praca triangular, tambem ela simples. Mais a frente, encontramos o tribuinal da cidade, algo semelhante com o que ja tinha visto em Washington.

Ground Zero e a memoria do 11 de Setembro

Incontornavel depois dos atentados do 11 de Setembro, a zona do Ground Zero e'... um grande buraco. Com obras. Com camioes de cimento. Com gruas. E com muito barulho. Mas continua a atrair gente como se as torres ainda la estivessem. E' dificil imaginar que um dia 2 torres gigantes ali moraram e que cairam, mudando para sempre o coracao da cidade. E e' interessante observar como e' que nao cairam mais predios ali ao redor, tal a proximidade e concentracao de estruturas naquela zona...

Visitar o Ground Zero e', acima de tudo, uma experiencia mental. E' imaginar o que foi aquele dia e os dias que se seguiram. E' imaginar os rostos de quem assistiu a tudo e quem (sobre)viveu a tal experiencia. E' imaginar a nuvem de poeira monumental que se levantou e manteve durante semanas... Uma das coisas que nos ajuda nesse processo mental de reconstrucao de factos e' a Exposicao 'Tribute WTC 9/11' que nos mostra minuto a minuto o desenrolar dos acontecimentos, bem como nos da a conhecer as historias pessoais dos que por la perderam a vida, mostrando-nos objectos e memorias resgatados dos escombros. Particularmente tocante e' um muro onde estao inscritos as fotos e todos os nomes das vitimas do 9/11.

Liberty Island e a estatua mais famosa do mundo

Liberty Island e' a ilha que serve de morada a' famosa Estatua da Liberdade, situada na juncao dos dois rios que banham a cidade - o East River e o Hudson River. Para la chegar e' preciso atravessar um sistema de seguranca que e' um verdadeiro suplicio. Instalado depois dos ataques do 9/11 e tendo custado milhoes de dolares, obriga-nos a passar por detectores de metais por duas vezes, uma a' entrada do ferry, outra a' entrada da estatua. Isto ja para nao falar nas restricoes de 'Nada de comer, nada de beber, nada de mochilas no acesso a' estatua'. Excessivo? Sim, em minha opiniao, mas afinal de contas estamos na America, onde tudo se justifica. Adiante.

A estatua em si e' aquilo que se ve no cinema. Imponente, feita de cobre (a cor verde resulta da oxidacao deste metal), simboliza a independencia americana e esta muito ligada aos imigrantes vindos de paises distantes, uma vez que este era o primeiro marco que viam ao chegar a terras americanas, dando inicio ao sonho americano. A vista que se tem da cidade e' magnifica, com a skyline a desenhar-se la na outra margem, grandiosa e cativante. A subida a torre faz-se apenas ate' a base, uma vez que ja nao e' possivel subir-se ate' a' coroa. Vale a pena a visita, embora a vista nao seja muito melhor do que a que se ve ca de baixo.

Um pouco mais a frente encontramos a Ellis Island, onde desembarcavam os emigrantes durante a primeira metade do seculo XX, e onde eram sujeitos a inspeccoes medicas e mentais, antes de entrarem no destino final. Nao visitei por dentro, apenas apreciei a vista do barco...


Brooklyn e a sua Ponte

Talvez um dos landmarks mais famosos da cidade, a Ponte de Brookyn, e' uma estrutura aberta tanto a veiculos como a peoes, tendo sido construida em 1883. Do outro lado, Brooklyn, um mundo muito diferente de Manhattan - mais familiar, mais habitacional, menos atraente. Atravessar a ponte a pe' e' uma experiencia que recomendo a todos, em especial se o fizerem no sentido Brooklyn - Manhattan. A vista que se tem sobre a silhueta da cidade e' fantastica e permite ter uma nocao muito concreta de quao grande ela e'. Cuidado apenas com os ciclistas que tambem por la andam, que nao sao nada meigos nas velocidades...


Para a proxima, vamos ver o que Midtown Manhattan tem para nos oferecer...