quarta-feira, dezembro 27, 2006

Em casa...

Estar com a Familía. Jantar com os Amigos. Brincar com os meus gatos. Comer peixe. Pasteis de Nata e Tortas de Azeitão. Passear na Arrábida. Passar a ponte ao final do dia. Apreciar o azul do mar em dia de Inverno. Conduzir o Corolla. Falar português. Dormir num quarto gelado. Poder ir a pé para qualquer sítio.

Pequenas coisas que me dizem - Estou em casa!

sexta-feira, dezembro 22, 2006

O Regresso do Guerreiro...

Daqui a umas horas, estarei a bordo de um destes, rumo a casa.


1 mala, 14 horas de viagem, 6110 km de distancia, um Oceano pelo meio, uma escala em Amesterdao.

Esta quase!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Musicas - I

Esta coisa de falar sobre musica, a proposito do ultimo post, fez-me pensar que um dia destes havia de fazer o top 10 das musicas da minha vida. Mas depois pensei: 10? So' 10? Nao e' possivel, caramba! Nao cabem la todas! Nem pensar...

Entao resolvi fazer algo diferente. Porque acho que a musica vai marcando as diferentes fazes pelas quais a nossa vida vai passando e vai acompanhando os nossos humores e estados de espirito, resolvi partilhar convosco os 'Albuns da Minha Vida', assim uma especie de biografia musical, sendo que cada um dos albuns tera' uma historia que o torna mais ou menos especial e muito pessoal. Nao sera neles que necessariamente se encontram as minhas musicas preferidas, mas foram albuns que me marcaram, e que ainda hoje recordo com alguma nostalgia!

Comecemos pelo inicio. Tanto quanto me lembro, comecei a interessar-me por musica quando tinha ai' uns 10 anos (ate la' era mais carrinhos e desenhos animados). Estavamos entao em 1986, andava eu na primaria e as radio tocavam intensamente este album:


True blue, Madonna. Nos seus tempos de menina inocente ou politicamente correcta, se preferirem. Um pouco piroso, visto agora a' distancia. Mas a verdade e' que eu gostava imenso disto. Lembro inclusive de um programa que dava a' tarde, uma especie de top europeu (apresentado por um tipo estranhissimo) e eu esperava ansiosamente pelos primeiros lugares, onde sabia que figuravam normalmente as musicas deste album - True Blue, Papa don't preach, Live to Tell ou La Isla Bonita. Nao sei exactamente o que me chamou a atencao para estas musicas - talvez o ritmo (porque na altura eu nao percebia uma palavra de ingles), a melodia, ou simplesmente a sua simplicidade ou inocencia. A coisa fez tanto furor la em casa que ate' a minha mae queria aprender uns passos 'a la Madonna'. Nunca conseguiu, para grande pena dela. Ainda bem, digo eu!

Apreciem (e relembrem) a piroseira - das roupas, do cenario, da coreografia, dos penteados. Anos 80, esta tudo dito.

Outro disco incontornavel de 86 e' este:


Este chamou-me atencao simplesmente pelo teledisco (como se chamava na altura) de "Land of Confusion", ao qual achava muita piada e em que passava o tempo a tentar identificar as personagens famosas que por la figuravam, em versao boneco. Coisas de puto. Mas o que e' certo e' que ainda hoje gosto de rever o videoclip e acho que continua tao actual como ha 20 anos.

Curiosamente, nunca cheguei a comprar nenhum dos albuns. Na altura nao havia grandes orcamentos para estas coisas, pelo que a estrategia era pedi-los emprestados, gravar a bela da cassete e depois ouvi-la ate' a' exaustao, num walkman que gastava pilhas que era uma coisa louca.

Enfim, outros tempos.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Por estes dias...

...este disco:

Meus amigos, este disco e' uma maravilha! Pronto, ok "E' mais um disco dos Beatles", dirao voces. Sim e Nao. Sim, e' mais um disco com musicas dos Beatles, a juntar as centenas que ja foram lancados depois da separacao da banda. Mas este e' diferente - trata-se de uma incrível reinvenção de alguns clássicos dos Beatles onde se mantem as vozes dos artistas, aos quais se junta toda uma nova sonoridade. Ao todo sao 26 clássicos, que se misturam e se entrecruzam, sem pausas entre faixas, como se de um musical se tratasse. Logo a abrir temos 'Because' como nunca foi ouvido... e a partir dai ficamos absolutamente rendidos. Sao 78 minutos de sucessos - desde os mais obvios All you need is love ou Help!, passando pelas musicas mais experiementais (estilo I am the Walrus ou Octupus's Garden) e pelo eterno Sgt.Pepper's Lonely Hearts Club Band. Esta la tudo, ou melhor, quase tudo... E o melhor tudo... custou-me apenas 8 euros (esta parte era so para vos fazer um cadinho de inveja...).

Entretanto, acabei por descubrir que esta obra foi preparada para um espectaculo dos Cirque de Solei, em exibicao em Las Vegas. Vejam so esta amostra do show. Quem sabe, talvez consiga la dar um saltinho enquanto aqui estiver. Gostava muito. Mesmo muito.

Alguem quer vir comigo?

domingo, dezembro 17, 2006

O que e' que se passa no mundo?...

Nao, nao e' uma pergunta filosofica, e' mesmo uma pergunta de caracter jornalistico. O que e' que se passa no mundo por estes dias? Nao sei de nada!... Como esta o Iraque? O Socrates ainda manda ai'? A Rainha de Inglaterra ja' morreu? Houve mais algum ataque terrorista?...

Nao sei de nada. Parece incrivel, mas as noticias nao chegam aqui... ou melhor, ate chegam, mas nao estao massificadas. Na TV, os telejornais vao para o ar as 7 horas - uma hora fantastica, especialmente porque quem e' que esta em casa as 7 horas para ver as noticias? Muito poucos, parece-me. Eu sei que nao estou! Depois, ha uma coisa que eles chamam o "Late Night News", as 11 horas. Depressa tambem desisti de ver isto... porque? Porque so' passam noticias aqui da zona Metropolitana de Detroit. Tudo o resto e' paisagem... e depois sao noticias lindissimas estilo: "Homem assalta estacao de servico e faz 2 feridos; Marido rapta mulher!", e por ai' adiante... nem sequer noticias nacionais sao apresentadas - a nao ser as que sao relacionadas com o tempo, va-se la saber porque! Creio que o unico canal onde se pode recorrer em busca de noticias globais e' a CNN. Mas, confesso, acho chato estar a ver a CNN por mais do que 15 minutos seguidos... A radio tambem nao ajuda - os noticiarios existem (1 a 2 minutos, nao mais), mas tem o mesmo problema que a TV - sao demasiado restritos ao que se passa por aqui - so se aproveita mesmo e' a informacao metereologica.

Quanto a jornais, nunca comprei nenhum, por isso nao posso falar deles. Mas uma coisa da' para ver - nao acontece aqui o mesmo que acontece noutras cidades, em que em cada esquina ha uma banca ou lojeca onde se pode comprar o jornal. Aqui sao vendidos num regime de self-service e creio que so vi duas ou tres maquinas dessas.

Nao admira por isso que os americanos sejam um pais tao distante de tudo o resto. So interessa o que se passa aqui, e quanto mais perto do umbigo de cada um, melhor.

Assim, amigos, contem-me, o que se passa no mundo?

quarta-feira, dezembro 13, 2006

ATM's vs MB

Ir ao multibanco aqui nos States e' uma experiencia e tanto. Comparado com o nosso, o sistema americano e'... basico. As caixas de multibanco (ATM como lhes chamam por aqui) comecam por ser escassas, chegando a estar distanciadas umas das outras algumas milhas. Num centro comercial, estilo Vasco da Gama, se existir uma ATM e' muito. Porque? A razao e' muito simples - todo o americano paga tudo com cartao. Nem que seja para comprar um donut que custa 50 centimos. Por isso, ninguem recorre muito as maquinas. Viva o plastico!

Levantar de dinheiro tambem e' engracado. Caso levantem dinheiro numa maquina que nao pertence ao banco onde tem conta, levam com uma taxa de 2 dolares. Mai'nada! Espero que em Portugal nao se lembrem desta brilhante ideia. O problema e' que, como disse em cima, a ATM do vosso banco que esta mais proxima, pode estar a varias milhas de distancia. Ou seja, acabamos por levantar dinheiro na que esta mais perto e la' vao os 2 dolares. Um roubo!

Depois, as opcoes nas proprias maquinas nao sao muitas. Em Portugal faz-se quase tudo por multibanco, desde carregar o telele ate comprar bilhetes para ver o Quim Barreiros! Aqui nao... levanta-se dinheiro, ve-se o saldo das contas e pouco mais... As proprias maquinas sao austeras, pouco 'user friendly', estilo mono. As nossas sao bem mais giracas... uma questao de habito, dirao voces. Talvez!

A contrastar com isto tudo, ha por aqui uma ideia extremamente positiva. E' o conceito de 'ATM drive thru'. Ora, para quem nao sabe o que 'drive thru' quer dizer, eu passo a explicar. Estao a ver o McDonald's? Conhecem a possibilidade de usar o 'drive in' do McDonald's para comprar o belo do hamburger sem ter que sair do carro? Nem mais, e' a isso que se chama 'Drive Thru' - adquirir o que quer que seja sem sair do carro. Agora apliquem este conceito ao simples acto de ir ao multibanco levantar dinheiro. A coisa processa-se desta forma: algumas agencias tem a' disposicao dos seus clientes este servico, sendo que para tal basta apenas levar o carro um determinado sitio (estilo quando se vai tirar o ticket nas portagens). A caixa esta colocada a' altura da janela do carro e e' so' baixar a janela, introduzir o cartao e voila. Tudo sem sair do carro. O que, convenhamos, e' muito util, especialmente quando la' fora estao 10 graus negativos. Espaco tambem nao e' problema, porque e' o que mais ha' por aqui - para dar e vender. Para as senhoras (e nao so'!) que tem em dificuldade em acertar com o carro nas portagens, este servico nao e' de muita ajuda... perceberao porque!

Eu gostaria muito de acreditar que tal ideia se vai popularizar ai' em Portugal, mas nao me parece. A maior parte das agencias esta' alojada em predios, edificios sem muito espaco a' volta, o que torna a ideia inviavel... o que e' pena. Os comodistas como eu iam agradecer. Enfim, la teremos que continuar a manter a nossa rotina de ir ao multibanco - dar cinco voltas ao quarteirao a' procura de lugar para estacionar e, depois de nao o encontrarmos, la vamos estacionar em segunda ou terceira fila, ligamos os 4 piscas, saimos do carro a' pressa (se estiver a chover, tanto melhor, sempre apanhamos uma molha), levantamos o guito e voltamos ao carro. Com um bocado de sorte, a EMEL nao passou por ali e nao nos imobilizou o veiculo.

domingo, dezembro 10, 2006

M.

Este texto hoje e' dedicado a ti. Nao que exista uma razao especial para que tal aconteca. Sim, fazes anos hoje, mas nao e' essa a razao... Apeteceu-me, apenas! Acho que ha' coisas que devemos dizer quando as sentimos, mesmo que isso nao aconteca com a frequencia que desejariamos, ou mesmo que nao seja facil de as verbalizar.

Aqui ha dias, pediram-me que descrevesse alguem com uma so palavra... uma unica! Como e' possivel condensar alguem numa unica palavra, redutora e plana? Ninguem e' assim tao unidimensional que se consiga reduzir dessa forma. Penso nas pessoas que conheco e tento reduzi-las a um unico adjectivo e nao consigo. Sao todas grandes demais para terem apenas um titulo... E quando penso em ti, ainda se torna mais dificil... assim de repente lembro-me ai' de pelo menos umas 20 palavras que se aplicavam a ti na perfeicao... queres ver algumas?

Forte. Es, de facto, a pessoa mais forte que conheco. E a forca, deixa-me que te diga, nao se mede pela dimensao fisica, mas sim por aquilo que demonstramos que conseguimos enfrentar e ultrapassar. Contigo aprendi que todos os desafios sao transponiveis, por muito que isso nos custe aceitar. Mostraste-me que, por muito que pensemos que nao temos meios para enfrentar as dificuldades, ha sempre forma de irmos buscar aquela energia motora que nos impulsiona para a frente. Sempre me ensinaste que a vida nao e' facil, mas que tambem nao e' por isso que vamos deixar de a viver...

Sensivel. Embora sejas forte, nao es de ferro... longe disso. Quebras em choro ao menor estimulo... (ou muito me engano ou por esta altura os teus olhos ja estao marejados...). Nao que isso seja mau - mostra apenas que nao es indiferente ao que te rodeia, que sentes tanto o bom como o mau, que o expressas sem preconceitos, sem limitacoes, sem pudores. O teu choro (e o teu riso!) definem-te como pessoa, mostram a tua sinceridade, mostram que es genuina, fazem parte do que es.

Lutadora. Foram tantas as dificuldades pelas quais ja passaste e em todas elas nunca baixaste os bracos. Como foi possivel, ja pensaste? Nao que nao tivesses vontade... mas nunca deixaste que elas te vencessem. Sempre te admirei por isso, pela garra com que lancas aos novos desafios, pela maneira como te adaptas ao que a vida te traz e pela forma positiva como a enfrentas.

Amiga. A tua maior virtude. Sempre disposta a ajudar, a ouvir, a aconselhar. E' por ti que procuro quando a vida me desgarra os sentidos e me deixa sem saber o que fazer, quando preciso de orientacao, quando preciso de ajuda. E tu la' estas, sempre!... sempre pronta a acolher-me no teu colo, a estender-me o teu braco, a embalar-me com o teu olhar, sempre pronta a preencher o vazio.

E isso diz tudo, mais do que quaisquer outras palavras que pudesse encontrar para te definir.

Gosto muito de ti, sabias? Beijo Grande!

sábado, dezembro 09, 2006

O chamado 'Fosga-se'!!!!

Acabei de comprar a minha passagem para regressar aos EUA, em Janeiro... E, diga-se, foi cara, no minimo. Fosga-se. E' o que da' comprar bilhetes nesta altura do ano, onde toda a gente viaja para todo o lado. Os distraidos como eu, que estao sempre a arranjar desculpas de ultima hora para nao comprarem o dito bilhete a tempo e horas, deixam-se ficar para ultimo e depois, pimba - ou so' tem lugares em primeira classe ou ja' ta' tudo esgotado. Depois de muito procurar, depois de so' me aparecerem viagens na ordem dos 2000 euros e mais, la' consegui arranjar um mais baratito. De qualquer das formas, acabou por ser quase o dobro do que as tarifas normais.

Enfim, ja aprendi a licao.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Euros vs Dolares

Aqui ha' dias resolvi dar uma de americano e fui shopping. Ou melhor, fui 'window shopping', que e' como quem diz, fui ver as montras. Nao andava a procura de nada em particular (a' excepcao de um iPod), por isso fui vendo as lojas causalmente, mais ou menos sem rumo. Inevitavelmente ia reparando nos precos e, inevitavelmente tambem, ia mentalmente fazendo conversoes estilo "deixa la ver quanto e' que isto custa em Euros". E a' medida que ia fazendo as contas, o pensamento era sempre o mesmo - "Olha, nao ta' nada caro..." ou "Eh pa' isto ta' Barato!".

Efectivamente, assim e' - e o pensamento aplica-se a todo o tipo de coisas: roupa, sapatos, artigos de desporto, malas de viagem, fatos, you name it. Para ajudar a' festa, as lojas parecem ter sempre algum tipo de desconto... nao sei se aqui ha alturas especificas em que fazem os chamados saldos, mas la' que ha sempre uma reducao, isso ha'! E nao pensem que sao so' as roupas da treta e' que tem os precos mais baixos - as grandes marcas estilo Ralph Lauren, Boss, Calvin Klein ou Timberland, apresentam precos bastante acessiveis quando comparados com os que se praticam ai' na Europa, sendo inclusive vendidos nas grandes cadeias retalhistas estilo Sears, Macy's ou JCPenny.

Vejam alguns exemplos: comecemos por umas botas da Timberland, as mais classicas e conhecidas. O preco publicitado no site aqui nos States e' este. Em Portugal, e' este. Covertendo os valores para os podermos comparar, chagamos a' conclusao que a diferenca e' de quase 78 euros!!! Peguemos agora no iPod (que ja' ando a namorar...). Comprovem voces mesmos a diferenca de precos obscena entre os US e Portugal. Usem a conversao de 1 dolar = 0.67 euros e vejam a diferenca...bastante significativa, nao? So mais um exemplo - o IKEA. Apreciem o preco deste sofa em Portugal e aqui. Sem comentarios.

No meio disto tudo, so me apetece perguntar: como e' que isto e' possivel? Nos, os Tugas, somos uns tesos de primeira, ganhamos pior que todos os outros europeus, temos um nivel de impostos demasiado elevado, e ainda por cima levamos com precos altissimos, que nem sei como conseguimos suportar. Os Americas, que ganham bem mais que nos, tem estas benesses fantasticas!!! Nao sei se sera uma questao que se explicara apenas pelas regras economicas de mercado, ou se e' de proposito que as marcas colocam os seus produtos propositadamente mais caros na Europa...

Enfim, uma coisa vos garanto: eu, quanto a mim, vou aproveitar enquanto ca estiver! Se quiserem alguma coisa, aceito encomendas... desde que caibam na mala, ok?!

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Frase

"We don't love the people we love because they're beautiful... we love them because they are!"

sexta-feira, dezembro 01, 2006

A Corrida Mais Louca do Mundo

Aqui ha' dias viveu-se nos EUA um dia absolutamente unico. Nao, nao me refiro ao Dia de Accao de Gracas (Thanksgiving), comemorado todos os anos na quarta quinta-feira de Novembro. Esse e' apenas mais um feriado americanado, para comemorar algo que tem a ver com a chegada dos primeiros peregrinos ao pais. Enfim, para comemorar algo que aconteceu ha' 200 anos, que ninguem ja recorda muito bem o que foi, mas que se transformou em mais uma oportunidade para comer o belo do peru, estar com a familia e gastar dinheiro.

O dia a que me refiro acontece precisamente na sexta feira seguinte ao Thanksgiving, a chamada Black Friday. Neste dia, todas as grandes cadeias de lojas (sejam elas de roupas, materiais de construcao, material electronico, electrodomesticos, etc...) lancam uma campanha de saldos absolutamente extrema... a comecar pelos descontos, que sao no minimo de 50% e chegam a atingir os 80 em alguns items. A campanha publicitaria comeca uns dias antes, na TV, radios e jornais, pelo que todos sabem com antecipacao o que ira' estar em saldo, e qual o preco respectivo. Ate aqui, isto parece relativamente banal. O que nao e' nada banal e' a hora a que as lojas iniciam estes mega-saldos. Quase todas o fazem as 5 da manha. Sim, da manha. Madrugada. Quando o comum dos mortais esta' a fazer aquilo que se faz de noite - dormir!...

Ora, paremos um pouco para pensar. Para se estar a' porta de qualquer uma destas lojas as 5 da manha, os interessados tem de la estar com alguma antecedencia, digamos, 1 hora. Certo? Errado. Para se conseguir comprar efectivamente o que se pretende, e' necessario "acampar" (literalmente) a' porta das lojas com muitas horas de antecedencia. Ha' quem va ocupar o seu lugar na tarde do dia anterior. Tudo isto porque o stock dos produtos em promocao e' limitado... muito limitado - so para terem um exemplo, numa determinada loja estava a' venda um computador portatil por 300 dolares. O problema e' que so havia 10 unidades por loja. Agora juntem isto tudo e pensem no que da'. Filas interminaveis, pessoas com todo o tipo de agasalhos e tendas (estamos em Novembro e as temperaturas descem aos negativos durante a noite), com musica, cartas, jogos, enfim, tudo o ques permita ocupar o tempo enquanto esperam.

O momento alto regista-se quando as portas se abrem. Ai' vale tudo menos arrancar olhos... bem, se arrancar um olho ao vizinho faz com que se consiga comprar a ultima peca em saldo, talvez ate' haja quem o faca. E' o salve-se quem puder! Correrias loucas em busca da almejada pechincha... A maluqueira deste dia acaba umas horas depois, embora as lojas afirmem que os saldos durem ate ao meio-dia. So que as 8 da manha ja nao ha nada que valha a pena comprar...

E se isto acontecesse em Portugal, sera que faziamos a mesma figura? Eu sou da opiniao que sim, a julgar pelo que aconteceu ha uns tempos com a venda dos bilhetes para o concerto dos U2. E eram apenas bilhetes para um espectaculo, agora imagine-se se fosse para comprar um plasma ou um computador a menos de metade do preco...

Apesar de tudo, isto tem a sua piada, visto de fora. Deixo-vos aqui um video que vos da uma ideia geral do que vos falo (encontrei-o no You Tube, que e' um pouco como a feira da ladra - tem tudo e mais alguma coisa, para todos os gostos!). Tirem as vossas conclusoes.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Sao e salvo!!!

Ja chegou, finalmente!!! Demorou duas semanas mas ja ca esta o belo do telemovel (ja podem ligar, mandar mensagens, whatever...) Nao posso e' deixar de pensar que duas semanas e' demasiado tempo para uma encomenda atravessar o Atlantico... sera que isto fica no fim do mundo, ou ha' algo errado com o Postal Service aqui do sitio? Pois nao sei... so' sei que ia levando uma tareia da senhora que me atendeu... tudo porque assinei o papel que me permitia levantar a encomenda antes de ir aos correios. Ao que parece, o dito papel tem de ser assinado a' frente do funcionario dos correios.

Gente estranha! Desconfiados ate' no mais simples acto.

terça-feira, novembro 28, 2006

Momentos quase perfeitos!

As vezes, aparecem momentos assim... simples, quase perfeitos! Uma voz, uma guitarra, uma letra universal. Musica, no seu estado mais puro.

Apreciem.

(Somewhere over the rainbow - Israel Kamakawiwo`ole)

segunda-feira, novembro 27, 2006

The Big D

Aproveitando os dias feriados que aqui se viveram neste ultimo fim de semana, resolvi passar umas horas em Downtown Detroit. Ja me tinham dito que nao havia grandes motivos para visitar esta parte da cidade, que poderia ser ate' um pouco perigoso, mas resolvi ir ver com os meus proprios olhos. Nada melhor do que tirarmos as nossas proprias conclusoes, depois de termos visto ou estado num determinado sitio.

Quando se pensa em Detroit, pensa-se necessariamente numa grande cidade. E o conceito de uma grande cidade tem encerrado em si a ideia de muito transito, magotes de gente a andar pelas ruas, a' pressa para entrar no emprego, para apanhar o autocarro, ou simplesmente a passear. Numa cidade grande esperamos movimento, pessoas, confusao... esperamos accao, com tudo acontecer ao mesmo tempo. Detroit e' uma cidade em que nada disto acontece. E' uma cidade profundamente triste, calada, sozinha. Enquanto passeava por aquelas ruas imensas, conseguia avistar apenas uma ou outra pessoa. Ruas houve que atravessei sem me ter cruzado com quem quer que fosse. Nao que me sentisse de algum modo inseguro (afinal, nao havia ninguem para me fazer mal), mas a sensacao de passear no meio de ruas desertas transmitia-me a sensacao de estar a passear por uma cidade abandonada, em que apenas os mais desfavorecidos ou desprotegidos ainda permanecem, contra vontade, simplesmente porque nao lhes foi estendida a hipotese de sair.

A propria arquitectura da cidade nao ajuda. Muitos dos predios que se alinham nas avenidas centrais estao abandonados, degradados ou mesmo a cair. Muito esta a ser feito no que toca a renovar e a revitalizar a cidade, mas nao sei porque, tenho a sensacao de que nao vai ser facil reconstruir uma cidade onde ja ninguem habita, em quem ja ninguem acredita.

Os unicos momentos em que a cidade acorda deste estado de 'dormencia' acontecem nos dias de jogo - basebol, football ou basket. Multidoes invadem as ruas e avenidas, pintando-as de cor, alegria e entusiasmo. Mas, passando o momento do jogo, a cidade volta ao seu estado de adormecimento, entregue apenas a si propria. E' uma cidade que se ve bem em 3 ou 4 horas. Tirando a zona ribeirinha e o Renaissence Center, efectivemente nao encontrei nada de muito interessante. Ha um ou outro museu que ainda irei visitar, mas nada mais.

Creio que o sentimento que melhor descreve Detroit (ou "The Big D" como e' chamada por aqui) e' Incomodo. Incomoda tanta solidao, tanto desinteresse, tanto abandono.

Apesar disso, ainda tirei algumas fotos, que aproveito para partilhar convosco:

So mais um a terminar. Encontrei no Tube este video (algo artistico, e' certo) que mostra uma visao realista da cidade - do bom e do mau que nela se pode encontrar. Vejam, e tirem as vossas conclusoes.

sábado, novembro 25, 2006

Gallons, Inches, Miles, Pounds, e tal.

Os americanos gostam de ser diferentes em muitas coisas. Esta-lhes no sangue, nao ha' nada a fazer. No comer, nos habitos, nos feriados que inventam e celebram. Tem prazer nessa diferenca, assumem-na com naturalidade. Orgulham-se dela. Esta presente nas pequenas coisas do dia a dia. Em coisas tao simples como as unidades de medida que usam, em tudo o que seja mensuravel. Vejamos alguns exemplos.

Comecemos por ir abastecer o veiculo. O preco indica-nos 2,29 $ o gallon (galao). E isso quanto e'? E' barato, e' caro? Enchemos o deposito, o carro levou 19 gallons. E' muito, e' pouco? Pois, nao sei, so fazendo as contas! Vamos agora ao supermercado. Ate' la chegarmos, fizemos 4 miles (milhas) e foi-nos imposto um limite de velocidade de 35 miles. E' muito, e' pouco? E' longe, e' perto? Nao sei, so fazendo as contas! Na seccao dos vegetais, os precos sao expressos aos pounds. Em Portugal seria ao Kg. Comprar um pound do que quer que seja e' muito ou pouco? Chega ou nem por isso? Nao sei, so fazendo as contas! E os liquidos? A mesma historia. Uma garrafa de agua tem 1,05 quarters. Quanto e' que isso da em litros? Da para matar a sede? E' melhor levar 1 ou 2? Nao sei, so fazendo as contas!...

Esta coisa das diferentes medidas tambem pode causar alguns embaracos sociais. Imaginem que a meio de uma conversa, alguem vos pergunta quanto medem (como ja me aconteceu). Voces respondem "1 metro e 8o" e de imediato tem uma audiencia a olhar para voces com ar de quem nao percebeu o que responderam. E nao perceberam de facto. Se reponderem 5'9" (le-se "five feet nine") ja percebem. No meu caso, tive que me levantar, colocar ao lado da pessoa que me fez a pergunta, para ela obter uma resposta aproximada a' sua pergunta. Whatever...

Ouvir o boletim meteorologico tambem envolve calculo mental. "Temperatura Maxima para hoje - 45". Farenheit, claro. Do que aprendi na escola, apenas recordo que 32 F correspondem aos nossos 0 graus centigrados. E que 212 F correspondem aos 100 C. Tudo o resto que fica no meio e' um grande desconhecido. Ao menos uma coisa e' igual: quanto mais baixo, mais frio.

Como se lida com tanta diferenca? Recorre-se a' internet e fazem-se as contas. Nao ha outra hipotese. Aos mais curiosos, deixo aqui um site que me tem ajudado bastante... para nao me perder, no meio de tantas medidas diferentes.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Fotos da Vizinhanca

Tal como vos tinha prometido aqui ha dias, aqui ficam umas imagens do complexo onde estou a viver... enjoy!

Apartamento 714... Home!

quinta-feira, novembro 23, 2006

Series em serie

America! Terra de todas as series, fonte de todas as ideias, exportadora de todo o entretenimento. Canais de televisao e' coisa que nao falta por aqui... eu tenho pelo menos 80 e isto nao e' nada... sei de quem tenha 500 ou mais! Enfim, 'e toda uma outra dimensao... A vantagem no meio disto tudo e' estarmos muito perto de onde tudo acontece e de nao termos que esperar sabe-se la quantos anos por mais episodios daquela serie que tanto gostamos de ver. Aqui e' quase tudo em tempo real, sendo os episodios emitidos poucas semanas depois de terem sido gravados.

E, deixem que vos diga, da-me um certo gosto ver em primeira mao, episodios novinhos em folha, das series que costumo acompanhar em Portugal - ER (Servico Urgencia), CSI, CSI Miami, CSI NY, House, Desperate Housewives (Donas de Casa Desesperadas), Cold Case (Casos Arquivados), Without a Trace (Sem rasto), Criminal Minds (Mentes Criminosas) e, claro, os Simpsons, entre outras. Com tanta variedade e quantidade, o que se torna bastante dificil e' ter que optar quando algumas destas series se sobrepoem... sim, porque aqui as series de qualidade passam todas em primetime, nao depois das 2 da manha, quando ja ninguem as pode ver... felizmente, muitos dos episodios sao transmitidos, de borla, nos sites das emissoras (CBS, FOX, ABC, NBC, etc...), o que me da sempre hipotese de rever os episodios que deixei para tras (escusam de ir la tentar ver, porque tanto quanto sei, este tipo de transmissao so e' valida para quem vive nos Estados Unidos). O dificil e' ter tempo para os ver a todos...

Outro fenomeno que se ve por aqui e' a proliferacao das respeticoes. Uma serie de sucesso, estilo CSI, passa em pelo menos 5 canais diferentes, em outros tantos horarios. E' claro que so a estacao oficial tem os direitos de transmissao dos episodios novos, mas todas as outras podem aproveitar o filao criado em volta destas series, e aumentar as suas audencias de uma forma simples. O mercado e' grande, chega para todos, nao ha exclusividades nem acordos de bastidores, que impedem a serie X de passar no canal Z. Quem beneficia com isto e' o espectador fiel, que pode rever (quantas vezes quiser) os seus actores preferidos, nas suas personagens de sempre.

Ja que estou numa mare' de tv shows, aproveito tambem para vos sugerir algumas series novas (aqui estrearam todas este ano), que me parecem que vao fazer furor quando chegarem a Portugal, pelos argumentos que apresentam e pelos excelentes elencos que as compoem.

A primeira serie de que vos quero falar chama-se Brothers & Sisters, e baseia-se num tema que para mim e' muito querido - a familia. A historia gira em torno dos irmaos e irmas Walker, que se aceitam e apoiam incondicionalmente uns aos aos outros, nestes dias instaveis e agitados, ao mesmo tempo que tentam reflectir nas suas proprias vidas, um tanto ou quanto imperfeitas, o modelo de vida, aparentemente perfeito, herdado dos seus pais, com todos os seus valores e principios. O elenco e' de luxo - Sally Field (grande, como sempre), Calista Flockhart (Ally McBeal - a propria), Rachel Griffiths (Six Feet Under), Ron Rifkin, Balthasar Getty (estes dois vieram da Vingadora), entre outros igualmente conhecidos. A producao e' de Ken Olin, que ja nos trouxe series como "Os Trintoes" ou "Vingadora". Para quem gosta de uma boa serie dramatica, aqui fica a sugestao.

Depois temos 3 Lbs (le-se 'Three pounds' - sempre quero ver como isto vai ser traduzido para portugues...). Esta vem mais na onda de "House", se bem que nao tao irreverente e comica.
Centra-se numa equipa de neurocirurgioes de elite e nas diferentes abordagens que tem para com os seus pacientes - uma mais voltada para os pacientes e para a envolvente emocional e psicologica da doenca, outra muito mais fria, tecnicista e calculista, onde o paciente nao e' importante, apenas o que esta no seu cerebro (enquanto orgao fundamental 'a vida) e' de real importancia e precisa ser tratado a todo o custo. Juntas, estas duas abordagens mostram-nos o quao delicado e' este orgao e simultaneamente quao poderoso e imprevisivel pode ser... Ainda so' foram emitidos 2 episodios, mas a coisa promete... Uma curiosidade - 3 lbs corresponde a 1,68 kg, aproximadamente o peso do cerebro humano.

Por ultimo, falta-me falar de Justice, a nova aposta de Jerry Bruckheimer, o senhor dos CSI's.
Passada em Los Angeles, mostra-nos como sao julgados os grandes casos mediaticos, num mundo completamente dominado pelos meios de comunicacao social. A accao baseia-se em 4 advogados brilhantes, que combinando as suas especialidades criminais e carisma com as mais poderosas tecnologias disponiveis na ciencia forense, conseguem levar a tribunal casos complicados, com impacto nacional. O que distingue esta serie de tantas outras series de advogados e' o final de cada episodio, onde o espectador e' levado a' cena do crime e tem a oportunidade de ver o que realmente aconteceu, e concluir por si mesmo se foi feita ou nao Justica.

Por agora fico por aqui. Vai comecar o Lost!...

terça-feira, novembro 21, 2006

Seguranca Social

O grau de desenvolvimento de um pais, mede-se pelo sistema de seguranca social que oferece aos seus residentes. Ou pelo menos, assim pensava eu, ate' fazer uma visita a' seguranca social, aqui nos States. Confesso que esperava um servico altamente eficiente, modernissimo, just in time e customizado a cada "cliente". Estava enganado, como vao perceber a seguir.

Sendo considerado um "alien" (um trabalhador estrangeiro), tenho necessariamente que me inscrever na Seguranca Social (SS) - alias, aqui ninguem e' ninguem se nao estiver inscrito na SS, nem sequer consegue abrir uma conta bancaria (chega a ser ridiculo, mas a nocao de BI e' muito pouco utilizada - ate a carta de conducao e' mais importante). Assim fiz, aqui ha' dias.
Segundo me diziam, aquilo fechava as 4. Logo aqui comecei a fazer conjecturas... as 4? "Fogo, isso e' pior que em Portugal, onde se pode ir ate a' SS nas lojas do cidadao, pelo menos ate as 7, ja para nao falar ao sabado", pensei. Bem, nao sabendo o que ia encontrar, resolvi sair as 2 e meia, pensando "Pode ser que nao esteja la ninguem"... como se isso fosse possivel em qualquer SS de qualquer pais deste mundo. Anyway... la' cheguei 20 minutos depois. 'A porta estavam estacionados 4 ou 5 carros... Menos mal.

Entrei. La dentro, logo a' entrada, juntamente com um sinal ameacador que pedia para que desligassemos os telemoveis, estava uma seta de cartao, pendurada no tecto, que dizia "Please check in", apontando para um computador, estilo Pentium 2, quase tao antigo como o meu velhinho Spectrum. No ecra (a preto e branco) estavam uma serie de opcoes possiveis. La' escolhi a que mais se adequava e esperei, para ver o que acontecia.... trick-trick-trick-trick... isto e' o barulho da impressora (se nao era de agulhas, imitava muito bem)... o belo do papel la' saiu, anunciando o meu numero - 51. Olho para o placard electronico (a unica coisa moderna que la encontrei), marcava 45. Boa! 6 pessoas apenas, isto vai ser um fininho.

Pois, estava enganado. 1 hora depois - sim, uma hora - la' chegou a minha vez. "Number 51, window A, please". Fui atendido por uma senhora (sim, tambem aqui quase so ha' senhoras a atender - deve ser uma coisa mais ou menos universal), adequadamente simpatica e gorda... muito gorda... como eu nunca tinha visto (este comentario nao tem nada a ver com o resto da historia, mas tinha que partilhar isto convosco). O processo em si foi muito simples, fotocopia para aqui, passaporte para ali, mais assinatura, menos assinatura e voila'... o cartao ira para casa dentro de 2 a 4 semanas. Mas demorei os mesmos 10 minutos que os outros demoraram... a burocracia, tambem aqui, ocupa espaco e tempo na vida quotidiana.

Pelo meio, enquanto esperava, assisti a uma cena irreal, que mais parecia retirada de um filme. Um velhote resolveu, inocentemente, atender o telemovel enquanto a sua mulher estava a ser atendida. No preciso instante em que atende o telefone, salta da cadeira o seguranca em direccao a ele, grintando e gesticulando freneticamente: "You can't use the phone here, please switch it off". O pobre senhor so' disse a quem estava do outro lado que nao podia falar e que ligava mais tarde... e' mesmo a' americanos, sempre paranoicos com a seguranca. Estava com medo do que? Que o velhinho fosse um gangster disfarcado e fosse sacar do telemovel uma bomba hi-tec, capaz de explodir tudo, num raio de 100 km?... Se o homem se esticasse um pouco mais na conversa tinha apanhado um tareao. No minimo.

Resumindo e concluindo: vim de la' mal impressionado. E' certo que ir a' SS, seja em que pais for, e' sempre um atraso de vida e acontece sempre algo de estranho, nao ha como evita-lo. Mas... 6 pessoas atendidas numa hora? Ate a loja do cidadao das Laranjeiras tem uma media melhor que esta. E pelo menos, tem placards electronicos altamente sofisticados, com senhas que preveem tempo de espera (sempre errado, mas nao interessa), onde se pode falar ao telemovel livremente. E sempre se pode ir buscar a senha de manha, ir as compras, almocar e voltar a tarde, e ainda ter 30 pessoas a' espera. E ainda dizem que este e' o pais mais desenvolvido do mundo.

Meu rico Portugal!

segunda-feira, novembro 20, 2006

Domingo - Dia Simpsons

Os Simpsons sao, e sempre foram, uma das minhas series preferidas. Nao so' pela originalidade que a propria serie encerra (a comecar pelo facto de os personagens serem... amarelos), mas acima de tudo, pelo facto de como retrata de uma forma fiel (mordaz e ate' sarcastica) a sociedade em que vivemos, em especial, a americana. Cada personagem retrata um esterotipo, combinando uma serie de caracteristicas, que todos reconhecemos, senao em nos proprios, naqueles que nos rodeiam. Senao, vejam:

Homer, chefe de uma familia disfuncional, gosta de cerveja e de nao fazer nenhum. E' insensivel aos desejos da mulher e incapaz de compreender a filha do meio e de lidar com as traquinices do filho; Marge, a mulher do penteado mais vertical da historia da aminacao, e' a rocha da familia, forte, decidida e ponderada, sempre pronta a anular-se em prol dos seus; Bart, o puto traquina, meio burrinho, sempre pronto a fazer das suas na escola ; Lisa, filha do meio, o genio da familia com uma sensibilidade acima do comum dos mortais, e' uma incompreendida que se ve forcada a refugiar-se no seu saxofone; e por fim, Maggie, a pequena bebe que nunca cresce nem deixa de rastejar, e a sua chupeta que a acompanha ha' anos. Juntos fazem a familia mais famosa da America, sempre original, sempre actual, sempre em cima do acontecimento.

Estao no ar ha' 18 anos, sempre com invejaveis niveis de audiencia. Aqui nos States passa em primetime, Domingo a' noite, 8 horas. Isto seria impossivel em Portugal, com o tipo de televisao de guerrilha que se pratica por ai'. Hoje, domingo, passou mais um episodio, divertido como sempre. No intervalo, tal como aconteceu a semana passada, voltou a passar o novo trailler do filme "The Simpsons Movie" que tem estreia marcada para 27 de Julho do proximo ano. Como provavelmente ainda nao tiveram oportunidade de o ver, aqui fica o link:

http://www.youtube.com/watch?v=6_lUHyC4F9c

Promete! Repararam na subtileza final do Homer estar "Stuck between a rock and a Hard place", a fazer lembrar a musica dos Rolling Stones? Lindo!

Ja' agora, aproveitem tambem e vejam parte da entrevista dada ao Conan O'Brian por dois dos actores que fazem as muitas vozes da serie - Dan Castellaneta e Harry Shearer. Hilariante.

http://www.youtube.com/watch?v=UCxmuuc4JIk

So' mais um para terminar. Caso um dia os Simpsons ganhassem vida, ja' imaginaram como eles seriam? Pois, houve quem ja' pensasse nisso. Ora vejam:

http://www.youtube.com/watch?v=pdvR--LKE5s

E e' por isto que os Simpsons tem o sucesso que tem. Porque sao genuinos, porque nos fazem rir, porque nos dao meia hora de puro entretenimento, em que tudo e' possivel. Basta deixarmo-nos levar!!!

domingo, novembro 19, 2006

A minha primeira sopa

Estou contentissimo! A minha primeira sopa foi um sucesso! A serio, foi mesmo! Segui as indicadoes preciosas da minha mae, a' risca! Sopa de espinafres e grao! Pronto, os ingredientes nao sao exactamente os que usamos ai' em Portugal (as batatas tem uma cor estranha, as cenouras sao gigantes - com uns 40 centimetros no minimo - e os alhos sao minimos), mas a coisa resultou muito bem. OK, ficou um pouco espessa, mas nada que um pouco mais de agua nao resolva... os espinafres tambem agarraram ligeiramente (repito: ligeiramente!) ao fundo da panela... mas tirando isso esta' um must. Ate' ficou boa de sal e tudo! Outra coisa gira e' que ela deve dar ai' para 3 semanas, tal era o tamanho da panela... e' o que da' quando se mete um leigo como eu na cozinha, sem perceber nada do assunto... das duas uma: ou mal da para uma pessoa, ou chega para alimentar 5 ou 6 esfomeados.

Diga-se tambem que esta coisa de ter que cozinhar todos os dias e', no minimo, chato! Agora compreendo as 'lamurias' que tenho ouvido de muitas mulheres, quando se queixam de ter que fazer comer todos os dias... e nao e' so' faze-lo. Ha' tambem a parte de pensar o que fazer. Ter o cuidado de ver o que ha' disponivel, se esta' ou nao descongelado, se chega para uma refeicao, etc, tambem cansa. E, para quem nao esta' habituado, ha' sempre uma altura em que nao se deixou nada a descongelar, nao ha nada que se possa meter no microndas e nem sequer ha' sopa... resultado - pega-se nas chaves do carro e vai-se ali ali a' esquina comer qualquer coisa (a' esquina e' como quem diz, porque isto ali fica tudo longe de tudo!).

Por falar nisso, ontem fui, de proposito, jantar fora. Comer o que?, perguntam voces. Peixe... outra coisa rara por estas bandas! Nao havia grande escolha... ou melhor ate' havia, mas metia quase tudo marisco (blahg!). La' tive que optar por um salmao, que se revelou delicioso. O restaurante estava a' pinha, como e' normal por aqui. Os americanos comem muitas vezes fora, especialmente ao jantar. Os restaurantes (pelo menos os bons) estao sempre cheios e quem chega depois das 7 e meia (como foi o meu caso ontem) ja' nao consegue encontrar mesa. Em contrapartida, a partir das 9 estao vazios, alguns dos quais ja' com a cozinha fechada. Enfim, habitos diferentes!!!

Ah! Agora lembrei-me de uma coisa... voces e' que me podiam deixar aqui umas sugestoes culinarias... nada de muito complicado, que eu sou ainda um aprendiz. Fico a' espera!

sábado, novembro 18, 2006

O que e' Nacional e' bom!!!

Uma das primeiras coisas que procurei fazer quando aqui cheguei foi ir as compras. Nao, nao fui a correr gastar dinheiro nos Malls que aqui abundam!!! Fui mesmo comprar comida. Food. Tinha o frigorifico vazio e nao ha' nada de mais deprimente e desconsolador do que ter um frigorifico vazio. E assim foi... meti-me no carro, dei umas voltas, nao encontrei nada, resolvi parar num estamine' e perguntar. La' me indicaram um supermercado, estilo Continente, onde se pode encontrar tudo e mais alguma coisa. So far, so good.

Os problemas comecaram ja' la' dentro. O que escolher? O que comprar? Sim, porque marcas conhecidas e' mentira! Fui a' seccao dos sumos - onde estao os sumos da compal? Seccao dos iogurtes - onde estao os Ioggy? Seccao das massas - onde esta o esparguete da Nacional? Seccao dos congelados - onde estao os congelados da iglo? A resposta e' simples: nao estao. E outra coisa nao seria de esperar... Mas nao deixa de ser estranho, estar ali no meio daqueles corredores imensos e nao saber o que comprar... que marca escolher... cada produto a comprar, depois de comparadas 5 ou 6 marcas diferentes, era avaliado numa base "Este nao e' demasiado barato nem demasiado caro, portanto deve ser bonzinho!". E foi assim... umas compras que em Portugal se faziam numa hora, aqui demorei 3. E' nesta altura que damos valor as pequenas coisas que consideramos como certas e que nos lembramos que o nosso pais ate' tem umas coisas boas e de qualidade, no que toca ao comer.

Depois, ha outra coisa engracada: tudo o que faz bem existe em pequenissimas quantidades, numa seccao escondida, numa prateleira junto ao chao, na qual ninguem repara. Acreditam que demorei que tempos a encontrar azeite? Ja' para nao falar no preco... quase 10 euros uma garrafa! Em contrapartida, tudo o que e' mau para a dieta (estilo Ketchup) existe em doses industriais, filas e filas deles, com n marcas diferentes, ao preco da chuva... E ainda se admiram de 50% da populacao ser obesa.

De resto, nao ha muitas diferencas... as senhoras das caixas sao iguais em todo o lado, arrumam-nos as compras em sacos de plastico iguais aos nossos (ainda nao vi nenhum daqueles sacos de papel que se ve nos filmes...), e la' vamos nos a' nossa vida. Ate' voltarmos, uns dias depois, e repetir o processo one more time.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Conduzir nos States

Conduzir nos Estados Unidos e' uma experiencia, no minimo, interessante!!! A comecar logo pelos carros que andam na estrada. Ja' ca' estou ha' uma semana e os unicos carros que me pareceram familiares foram um Ford Focus e um Audi A6... todos os outros sao absolutamente estranhos, diferentes e... grandes - estilo banheira familiar onde cabe tudo e mais alguma coisa: os filhos, as compras, as malas, o cao, tudo ao mesmo tempo. E, claro, todos com mudancas automaticas... e' virtualmente impossivel encontrar um carro que tenha mudancas manuais... o que tambem me faz confusao ao conduzir - estou sempre a' procura da manete das mudancas... aquilo que encontro e' sempre um espaco vazio. Mas acho que ja' me habituei. O truque e' esquecer que temos pe' esquerdo... podemos encolhe-lo, sentarmo-nos em cima dele, nao interessa, nunca o iremos usar. Uma vez aprendido isto, o resto e' facil.

Depois, temos as regras, que sao diferentes das europeias - o que tambem nao espanta, os yankees tem de ser diferentes em tudo. Para comecar, nos sinais luminosos e' possivel voltar a' direita, mesmo que o sinal esteja vermelho, desde que nao venha ninguem, claro (o que ate' e' bastante conveniente). O voltar a' esquerda tambem e' permitido com o sinal vermelho, desde que este esteja a piscar. Os sinais, esses, sao colocados do outro lado da estrada, ou quanto muito no meio do cruzamento, suspensos em cabos... sem comentarios. Em questao de prioridades, quando nao ha sinalizacao, a regra da direita nao vale... o que vale e' a regra "Eu cheguei primeiro, sou eu que passo!!!"... uma vez mais, sem comentarios!

E o que dizer dos sinais??? Enquanto os nossos sao essencialmente graficos, com cores e simbolos, estes aqui sao quase todos escritos, portanto nao ha' que enganar... e' so' le-los. Tirando o STOP e o "Aproximacao de Estrada com Prioridade" nao reconheci mais nenhum... Querem uns exemplos? Ora vejam (a' esquerda tem os sinais americanos e a' direita os correspondentes europeus):





Percebem agora o que eu quero dizer? Nao vale a pena memorizar se o azul e' proibido ou obrigatorio, se o redondo significa obrigacao ou informacao... nada disso. Basta ler e cumprir!

Falta apenas mostrar-vos o meu carro... ou melhor, o meu veiculo. Sim, porque isto nao e' um carro... tambem nao e' uma carrinha... e' assim uma coisa estilo monovolume, mas em versao XL. Trata-se de um Dodge Caravan, azul e e' mais ou menos parecido com isto:



A' parte de nao ter vidros electricos, nao ter fecho centralizado nem alarme ate e' porreiro de conduzir. Vamos mais ou menos no primeiro andar, e podemos levar os amigos todos connosco.

Pena e' que os amigos estejam em Portugal. Quando resolverem aparecer, pelo menos tenho onde vos levar... posso e' nao ter onde vos deitar!

quinta-feira, novembro 16, 2006

Home - parte II

Aqui estao elas, as fotos que faltavam...

Sala:Mesa de refeicoes (sim, nao se pode chamar a isto uma sala de jantar):

Cozinha:
E pronto, e' isto! Um destes dias, mostro-vos umas fotos do exterior.

Home

A todos os que me perguntaram, antes de vir para os Estados Unidos, "Entao, e ja sabes onde vais morar?", eis a resposta: meus amigos, eu moro aqui.

Giro, nao e'? Pois, pois e'. Isto parece uma especie de condominio privado, com cancela e guarda... tudo a' maneira! Parecendo que nao, da' uma sensacao de seguranca porreira... nao e' facil ca entrar! Para alem disso, esta cheia de coisas engracadas para fazer - tem piscina, coberta e ao ar livre, ginasio, sauna, jacuzzi, campos de tenis, sala de jogos e de convivio. Nao e' mau, faz-me lembrar as ferias que passei no Algarve durante muitos anos.

O meu apartamento nao e' muito grande, mas chega perfeitamente para uma pessoa: tem uma sala, um quarto, um WC, uma cozinha, uma arrecadacao e uma casa das maquinas (aqui todas as casas tem uma coisa destas). Ficam aqui algumas pictures do Apt. 714(carregem nas fotos para as ampliar):

Quarto...








Mais quarto...


Sala...

Nao sei porque mas o blogger esta a boicotar o meu upload de fotos... tenho mais umas mas o tipo nao esta para ai' virado. Vou tentar amanha...

quarta-feira, novembro 15, 2006

Finalmente!...

Ja ca' estou!!! Sao e salvo!!! Estou e' sem acentos, o que me causa algum stress... como e' possivel escrever sem acentos??? Faz-me uma certa confusao... Anyway... Cheguei na sexta feira, mas so hoje tive net em casa... no trabalho ainda nao me sinto muito a' vontade para andar na net, pelo que nao me aventurei muito.

Nao foi complicado ca' chegar. Isto se nao contarmos com as quase 20 horas de viagem, desde que sai' de casa, ate' chegar ao destino final. As malas tambem vieram (as 2), nao perdi nada, o que so' por si e' inedito! So' que nao podia correr tudo bem, certo? Pois, pois nao... e nao correu! O meu telemovel portugues ficou em casa! Sim, em Portugal! "Quem e' que deixa o pais sem a ferramenta mais importante para comunicar com o resto dos mortais", perguntam voces? So' mesmo eu, quem mais? E digo-vos, estar sem telemovel nestas circunstancias, e' no minimo um desconsolo...nao se pode falar com ninguem, nao se pode mandar mensagens, tirar fotografias, nada! Uma tristeza. Ja' para nao falar do stress que foi ter que andar 'a procura de uma cabine publica para telefonar. Enfim, nunca pensei que fosse sentir tanto a falta do meu telele! Pedi a' minha mae que mo enviasse... deve chegar amanha ou depois!

Para quem ainda nao sabe, nao se lembra ou simplesmente tem dificuldades em fixar o que quer que seja, eu estou no Estado do Michigan, perto de Detroit (a uns 35 km), na cidade de Novi. Ah, e quem nao sabe onde fica, pode tirar todas as duvidas aqui.

Tenho montes de coisas giras para vos contar, mas por hoje fico-me por aqui. Amanha estou de volta!

Bye for now!

quarta-feira, novembro 08, 2006

Tá quase!!...

Muito tem acontecido nos últimos dias!!!!.....

Finalmente consegui acabar de fazer as malas!!! Estava a ver que não!... Já ando nisto há dias... ora tira calças, ora mete camisas, ora põe coisas quentes, ora põe coisas frescas... irra! Nunca pensei que fosse tão complicado escolher o que levar! Sim, disse bem: "escolher" é a palavra certa, porque inflizmente não vou conseguir levar tudo o que queria... para que tal fosse possível era bem capaz de precisar aí de umas 10 malas (sem exageros)... assim, tenho só duas, a rebentar pelas costuras, com, digamos, o suficiente! Para a próxima levo mais umas coisas...

Também já tenho visto! Depois de muito penar, lá foi aprovado. Não sem antes preencher não sei quantos formulários, enviar para a América todos os meus certificados de habilitações e cursos frquentados, referênciar todos os meus empregos anteriores e respectivos chefes e indicar todos os países que já visitei nos últimos 10 anos, entre muitas coisas altamente importantes acerca da minha pessoa. A isto junta-se um dossier de não sei quantas folhas elaborado pela empresa para onde vou trabalhar, e enviado para o Departamento de Imigração Americano, que lá considerou que eu estava apto para requer o visto em Portugal!!! Depois foi ir à embaixada, largar 85€, fazer mais uma entrevista e já está! Ufa!!!! Até tou cansado só de contar... Tudo isto demorou aí mês e meio, dois meses! Os Yankees não brincam em serviço... andam paranóicos com a segurança.

A Carta de Condução também já cá canta! A carta dos tugas só é válida por 3 meses (como se ao fim de 3 meses se deixasse de saber conduzir!), pelo que lá tive que desembolsar 40 € e tirar a Licença de Condução Internacional. Parace que assim, com este documento, já sei conduzir por mais tempo... o curioso é que esta licença é muito parecida com a nossa carta, mas está em n línguas diferentes...

Last but not least, obrigado a todos os que, ao longo destes últimos dias, se dispuseram a estar comigo para as despedidas!!! E tantos que foram... foi tão bom rever-vos e matar saudades!!! Grande abraço a todos!!!!

Agora é só esperar o dia da partida!!! Calmamente... ou talvez não...

domingo, novembro 05, 2006

Ponto Final

Antes de mais, desculpem a ausência. Isto de mudar de emprego tem muito que se lhe diga. Parece que nestas alturas toda a gente se lembra que tu existes... e, como tal, procuram-te freneticamente com dúvidas existenciais, altamente urgentes e importantes... fazem-te as mesmas perguntas às quais já respondeste n vezes, e querem que tu, em questão de minutos, lhes resolvas todos os seus problemas... e tu, embuído de um espírito tipo "OK, eu no fim do mês até me vou embora!" atendes a todos os pedidos, por mais estranhos, chatos ou repetitivos que possam parecer. Resultado: em vez de os últimos dias serem relativamente calmos, como seria desejável, passei o tempo embrenhado em todas estas coisas. Juntando-se a isso os preparativos da mudança, não houve grande tempo para aqui passar.

Mas há sempre algo estranho em deixar um emprego. Sempre que o faço (não que o tenha feito muitas vezes), sinto-me incrivelmente nostálgico. Parece que há uma parte de nós que lá fica, algo que não voltamos a recuperar, um sentimento de deixarmos pessoas de quem nos habituamos a gostar e compreender, com quem compartilhamos gargalhadas, almoços e lanches, com quem discutimos, com quem construímos cumplicidades, com quem crescemos juntos e com quem enfrentamos os maus momentos (que neste caso até nem foram poucos e deixavam um amargo de boca que demorava dias a passar... argh!). E, na passada quinta-feira, foi precisamente isso que senti... enquanto fechava o computador pela última vez, enquanto desligava as luzes do meu escritório pela última vez, enquanto me despedia dos corredores pela última vez, ou enquanto picava o ponto e saía porta fora pela última vez, milhares de imagens e situações passavam pelos meus olhos... cada canto trouxe á lembrança uma história, um acontecimento, uma discussão...

É claro que há também a parte do alívio... alívio por não ter que voltar a ver as usuais ovelhas negras, alívio por não ter que voltar a passar pelas mesmas situações embaraçosas, alívio por não voltar a ter o mesmo chefe que nunca percebia o que se lhe tentava explicar, alívio por não ter que lidar com os mesmo problemas contra os quais durante meses se tentou lutar e não se conseguiu. E, garanto-vos, não há nada melhor que esse alívio...

Acima de tudo, saio com a consciência tranquila, por um trabalho bem feito, com objectivos cumpridos! Levo comigo o que de novo aprendi e as pessoas que conheci! Estou pronto para começar de novo, from square one.

A vida é feita disto mesmo: de conclusões e de recomeços, de conclusões que se querem felizes e de recomeços que nos fazem crescer.

Este foi só mais um exemplo disso.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Gatos à Solta!


Fui ontem ver o 'Cats' e, numa palavra, foi Fabuloso! Aquele que é por muitos considerado o melhor musical do mundo (já visto por mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, ao longo de mais de 20 anos), merece bem a fama que tem.

Os motivos para tanto sucesso são simples, a começar pela história. Baseado na obra de T.S.Eliot “Old Possum’s Book of Practical Cats”, este musical tem a assinatura de Andrew Lloyd Weber e conta a história de vários felinos, pertencentes á tribo 'Jellicat', que se reúnem uma vez por ano no baile Jellicat, onde Old Deutoronomy, o seu velho e sábio líder, anuncia qual o gato que terá o privilégio de renascer numa nova vida Jellicat. A isto, junta-se um excelente elenco, com notáveis dançarinos e cantores, um deslumbrante guarda-roupa, encenação, coreografia e trabalho de luzes. As músicas são também elas inesquecíveis, a começar pelo tema "Memory" popularizado por inúmeros cantores e que para sempre ficará ligado à voz de Barbra Streisand (este é talvez o momento alto do espectáculo, quando esta música é cantada por uma voz poderosissíma, que nos deixa completamente arrepiados).

Os bilhetes, naturalmente, não são baratos, mas quanto a mim, valem cada cêntimo. Para miúdos e graúdos, Histórias de Gatos, para ver e apreciar, até 28 de Outubro, no Coliseu.

Miau!

sábado, outubro 14, 2006

É oficial: sou deficiente!

É isso mesmo, amigos... a partir de hoje o Estado Português conferiu-me o estatuto de Deficiente! E porquê, perguntam vocês? É o que dá ter uma doença crónica e ter passado as passas do Algarve, aquando da minha operação, o ano passado. Não pode ser tudo mau, há que tirar algum benefício da coisa... Segundo a tabela dos senhores da Junta Médica, tudo somado (a doença, a idade, a operação, etc...) dá-me 68% de incapacidade. E não tive que me esforçar muito - levei os meus exames, sentei-me em frente a 3 marmelos, que os leram cuidadosamente (aí durante uns 90 segundos), entreolharam-se 4 vezes, falaram baixinho não sei o que, e por fim, abanaram a cabeça, afirmativamente, em simultâneo. A única pergunta que me fizeram foi: "Sabe quais são os benefícios que este estatuto lhe confere?". E eu à espera de um interrogatório duríssimo, com médicos mal encarados, a tentar a todo o custo não conceder benesse nehuma. Não, nada disso. Todo o processo terá levado uns 4 minutos, não mais. E pronto! Agora é aproveitar... pagar menos de IRS, não pagar selo do carro, não pagar imposto sobre os juros de dinheiros a prazo, entre outras coisas positivas, e tudo isto durante 8 anos!

Parece-me bem! Só há uma coisa que me está a deixar inquieto: exactamente que parte (ou partes) do meu ser é deficiente? É que 68% é muita coisa que não se aproveita... mas, pensando bem, no fim de contas, até é capaz de não andar muito longe da verdade!

quinta-feira, outubro 05, 2006

"Então mas isto não tem intervalo?..."

11 da noite... de uma noite que teria tudo para ser como todas as outras noites banais aqui no bairro, não fosse o facto de a escassos 100 metros de minha casa, estar acontecer O acontecimento do momento em Portugal - o assalto á dependência do Espírito Santo do Bairro do Liceu, em Setúbal.

Chego nesse momento a casa e deparo-me com algo nunca antes visto... um trânsito só igualavel em hora de ponta... carros por tudo quanto é sítio, para a frente e para trás, tudo por causa do corte da avenida onde tudo se está a passar. Resultado: tenho o tráfego de uma das mais movimentadas avenidas de Setúbal a passar-me á porta de casa. Lugar para estacionar, é mentira. Está tudo ocupado pelos mirones, que vieram de toda a cidade apreciar a cena. Estacionamentos em segunda e terceira fila... Carros em cima do passeio... Carros em cima das árvores... Um stress! Depois de muito procurar, lá encontrei um lugar numa praceta refundida e pouco iluminada, aqui nas traseiras.

Pego nas minhas coisas, deixo o carro estacionado no buraco escuro (pensando: "Hummm, esperemos que ainda estejas inteiro amanhã") e dirijo-me a casa. Por mim passam casais, jovens, famílias, homens, mulheres... todos em direcção ao local da acção. Assim como quem vai passear até ao café numa noite de Verão. Imagino a cena: "Ah, vamos ali beber uma bica e já agora vamos ver que tal tá a coisa!".

Não resisto. Pego na minha curiosidade jornalística e vou até lá. À medida que me aproximo, vou reparando nas faces e nas conversas das pessoas com quem me cruzo. As faces, eram absolutamente banais... como se tivessem saído do cinema, depois de terem visto um filme do Manoel de Oliveira, do qual não perceberam (ou não gostaram) do argumento. Agoras as conversas!... Nem sei o que vos diga! Umas autênticas pérolas... "Ainda hoje à tarde estive aqui e a polícia já nessa altura não nos dizia nada"... Pois não minha senhora, já pensou que os polícias estão aí para manter a ordem e não para servirem de 118? "Pensei que aqui se visse alguma coisa, mas afinal não se vê nada"... vê amigo, mais valia ter ficado em casa a ver a novela. "Se isto começa a demorar muito, vão ter que entrar por aí aos tiros"... Tiros, minha senhora??? "É pá, já viste tar ali dentro fechado aquele tempo todo. Será que podem ir à casa de banho?" Sem comentários...

Aproximo-me mais da coisa e junto-me ao povo que estacionou debaixo da varanda do primeiro andar, onde as 3 estações de televisão montaram o aparato tecnológico. "Ali deve-se ver bem, tá lá tanta gente", pensei. Pois, enganei-me! Não se vê nada... rien, nothing, népia, nicles! Chego á conclusão que aquela malta toda se juntou para ver... 3 carros de polícia estacionados numa avenida, e uns quantos polícias espalhados por ali... esperam, em vão, que algo mais animado aconteça, não sei bem o quê! Se calhar, que o homem desate aos tiros ou que faça explodir o prédio. Mas conversam animadamente... afinal, amanhã até é feriado, a malta pode dormir até mais tarde, e na TV não passam coisas tão emocionantes.

A páginas tantas, há um iluminado, que se sai com a frase que, para mim, recebe o prémio da noite: "Então mas isto não têm um intervalo? É que já me começam a doer as pernas!..." Lindo!Solto uma gargalhada, volto costas e vou para casa.

Decididamente, cada vez compreendo menos as pessoas.

terça-feira, outubro 03, 2006

Desabafo!...

Será que é pedir muito que as coisas corram bem apenas uma única vez? Será que é pedir muito que a probabilidade de as coisas correrem mal, por muito pequena que seja, não se concretize? Será que é pedir muito que quando nós mais precisamos, o resultado possa ser o que esperamos? Eu acho que não é pedir muito...

Porque é que há pessoas que passam pela vida sem ter Problemas (problemas com P grande, não as banalidades do dia a dia) e há outras a quem acontece tudo e mais alguma coisa? Não me parece justo... Dizem-me: "Enfrentar Problemas torna-nos mais fortes, mais preparados para vida, encaramo-la de maneira diferente...". Sim, e depois? O que é que isso me interessa?

Porque é que toda a gente me diz: "Vais ver, vai correr tudo bem, não te procupes, tens de ser forte"? É mentira! Não me mintam, não vai nada correr bem. Sejam realistas, digam-me antes: "Esperemos que corra tudo bem!" Não me dêem falsas esperanças... Eu não sou a pessoa forte que vocês pensam que eu sou!

Tenho a cabeça vazia... estou farto disto!

quinta-feira, setembro 28, 2006

World Trade Center - O Filme

Fui vê-lo no Domingo. Oliver Stone decidiu fazer um filme sobre o 11 de Setembro, o dia mais negro da história americana. Ao invés de pegar nos eventos mais terríveis desse dia, resolveu fazer um tributo ao "every-men", o comum dos mortais. E fá-lo sem recorrer a teorias da conspiração políticas ou económicas, optando por contar a história do ponto de vista de quem milagrosamente sobreviveu aos acontecimentos daquele dia.

A história, real, é muito simples - John MacLoughlin, sargento da Autoridade Portuária de NY, reúne uma equipa de 5 homens, para juntos subirem à torre 1 para ajudarem nas operações de salvamento. Não tiveram tempo. A primeira torre cai-lhes em cima, deixando-os encurralados nas galerias subterrâneas da praça central. A partir deste ponto o divide-se em 3 histórias distintas, mas complementares - a história dos 2 homens que ficaram subterrados e que tentam manter-se conscientes a todo o custo, para assim se manterem vivos; a história da angústia e desespero dos familiares; a história da mobilização de centenas de homens que se juntam para resgatar aquelas 2 almas do meio de uma pilha irreal de restos do que outrora tinham sido 2 dos edifícios mais altos do mundo.

No geral, o filme parece-me bom. Confesso que estava à espera de um filme mais polémico, vindo de quem vem. Mas não. Oliver Stone narra apenas uma história, sem tecer juízos de valor, nem chocar o espectador. O filme tem momentos de realização muito bons (as cenas iniciais, do começo do dia em NY, por exemplo), mas o final confesso que me fez lembrar um pouco os telefilmes dramáticos que fazem toda a gente chorar baba e ranho. Agradeço também o facto de Stone não ter usado as imagens batidas dos aviões a chocarem contra as torres ou das torres a cair - já toda a gente as viu, para quê mostra-las outra vez? Antes, WTC faz uso do som para nos dar a ideia da tragédia, o que a meu ver resulta muito bem.

Uma última nota para a representação. Estão boas, apesar de não deslumbrarem. Nenhum dos actores me conseguiu impressionar verdadeiramente. Excepção feita para Maggie Gyllenhaal (a mulher do policia Jimeno), de longe, a interpretação mais forte!

No geral, acho que vale a pena ir ver.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Sucesso


Nunca tinha visto a coisa deste prisma... mas ás tantas até é verdade!

segunda-feira, setembro 11, 2006

9/11

5 anos! Como o tempo voa! Lembro-me bem do que estava a fazer quando o desastre se deu... estava a almoçar com uns colegas, ali para os lados de Sintra. Estupfactos, sem preceber muito bem o contexto em torno das imagens, assistiamos ao espectáculo dantesco que eram as torres a arder. Lembrei-me de pensar: "Vai ser complicado apagar aquele fogo". Nem por um instante pensei que as torres fossem cair. Mas cairam. As 2. Como se de um castelo de areia se tratasse, não foi preciso mais do que alguns segundos para que tudo virasse pó. E com elas, cairam 2749 pessoas. Mães, pais, filhos, maridos, mulheres, companheiros... sem olhar a quem nem a porquê, todos foram ceifados, sem preconceito, sem aviso.

À noite, devorei as imagens vezes sem conta, vi e revi opinões, escutei teorias. Estava como que dormente, incrédulo com o que se estava a passar. E já passaram 5 anos! Parece que foi ontem! Hoje, multiplicam-se os documentários, exploram-se teorias mais ou menos recambolescas, acusam-se até os próprios EUA de terem causado todo aquele aparato por motivos económicos. Hollywood junta-se á festa, aproveita o grande potencial humano que envolveu os ataques do 11 de Setembro e lança cá para fora um filme brutal - O Voo 93.


Fui ve-lo na sexta-feira e saí de lá com a sensação de ter estado num avião prestes a despenhar-se num sítio qualquer. Sem apostar na lamechice, no fácil e no imediato, Paul Greengrass, o realizador, mostra-nos um relato fiel do que aconteceu ao único avião que não atingiu o seu alvo. Fazendo da câmera os nossos olhos, durante cerca de 2 horas, vemos em simultâneo a desorientação de uma nação que se mostrava impotente para perceber o que se estava a passar e para tomar medidas para evitar o pior, e o horror vivido pelos passageiros do voo 93 da United Airlines. Realista, forte e intenso, o filme, a meu ver, prima por não fazer uso dos cliches habituais neste tipo de filme. As cenas iniciais que nos mostram os pequenos nadas que fazem o início de cada um dos nossos dias, fazem com que sintamos que antes de se tornarem herois, aquelas pessoas são reais, não uma mera abstracção cinematográfica.

Honesto, este relato deverá ser visto por duas razões: para nos assegurar que os acontecimentos daquele dia não serão esquecidos e para nos lembrar que no meio de tanto horror e tragédia, há sempre lugar para um pouco de heroísmo.

Decididamente, um filme a ver!

Should I stay or should I go?

Esta foi, sem dúvida, a pergunta que mais me desgastou a mente durante os últimos tempos. Vou tentar explicar porquê.

Há certas alturas na vida em que somos confrontados com a necessidade de mudar, quer porque estamos fartos do dia a dia rotineiro que nos remete a um estado de semi-adormecimento, quer porque as situações que se nos deparam nos obrigam a isso. E mudamos! Que remédio temos nós!... Com mais ou menos tentativas lá nos adaptamos ás novas realidades, esforçando-nos sempre ver o lado positivo da coisa. O pior é quando nós até gostamos da vida que levamos e nos sentimos confortáveis com ela, sem alimentarmos a necessidade emergente de mudar, e uma decisão medonha se coloca bem à nossa frente... assim como quem vai numa estrada num qualquer fim de mundo e, de repente, surge uma bifiurcação estupida que nos obriga a virar á direita ou á esquerda, quando o que nos apetece mesmo é... seguir em frente.

Pois foi precisamente uma coisa dessas que me caiu à frente há uns dias. Assim, no meio do nada, perguntam-me: "Queres ir trabalhar para os EUA?". E eu: "Quê?". "Sim, gostamos do teu trabalho, achamos que podes usar as tuas capacidades ao serviço da nossa empresa nos States". Bem, perante isto, começa-se logo por ficar lisongeado com o facto. Depois, surge a questão: Ir ou não ir? A partir daqui, entra-se num processo altamente desgastante que é DECIDIR! Começamos por olhas para as coisas boas: a ideia até era gira - ir conhecer coisas novas, novas pessoas, novas culturas, novos modos de pensar e de trabalhar... já para não falar na parte monetária, que ajuda sempre. Ao mesmo tempo, porém toda uma série de razões para não ir surgem na nossa mente: familia, amigos, o medo e o desconforto causados pelo desconhecido, a solidão de estar longe... E nesse momento começa uma luta incansável entre os prós e os contras, em que cada um deles é pesado escrupulosa e detalhadamente, como se de um bem precioso se tratasse. Perdem-se noites de sono, o ritmo cardiaco altera-se, fala-se com 30 pessoas diferentes, fazem-se contas à vida, ouvem-se opiniões para ir e para ficar... e depois, por fim, chega o acto solitário de se decidir, em que somos nós, e apenas nós, que ficamos cara a cara com o momento da verdade...

E eu decidi: Vou! Mergulhar de cabeça. Partir rumo ao desconhecido. Consciente de que esta é talvez a decisão mais dificil que alguma vez tive que tomar.

Estou de partida em Novembro. Já sinto saudades vossas!

quarta-feira, setembro 06, 2006

Pronto, já tá!

Depois de muito ler sobre blogs e depois de ler muitos blogs, dei por mim a pensar: "Porque não?"... Afinal, um blog mais não é do que um escape do dia a dia frenético, confuso e rotineiro. Uma maneira fácil e confortável de deitar cá para fora aquilo que apetece dizer. E porque há sempre coisas que não se conseguem dizer, ou que ficam por dizer quando a ocasião, o estado de espírito ou o medo não o permite, achei piada à ideia e meti mãos à obra.

O processo de criação do blog, como muitas das coisas que me acontecem, não foi fácil. "O quê? Isso não custa nada!", pensam vocês. Pois, é verdade, mas eu sou um gajo complicado... até o mais simples eu consigo fazer com que seja a tarefa mais árdua do mundo - é uma coisa que leva anos a aperfeiçoar e não vale a pena lutar contra ela. Bem, os problemas começaram logo pela escolha do título. Queria uma coisa do tipo "xanaaaaaaaaaa!!!!!", que impressionasse e despertasse o interesse assim que se pusesse a vista em cima. Veio-me tudo à cabeça, menos algo interessante: "As minhas estórias", "Reflexos", "Impressões Digitais"... (eu tinha avisado que não eram interessantes!). Andei que tempos de volta do título e achei que já chegava! Piroso por piroso, escolhi este - Discurso Directo. Achei apropriado - aquilo que aqui vão ler mais não são do que discursos (de qualidade mais ou menos duvidosa, é certo!) contados na primeira pessoa, de forma directa. Pelo menos, é essa a ideia! A ver vamos quanto tempo isto vai durar.

O próximo passo foi registar o blog... Andei em 35 sites diferentes para escolher onde criar o belo do blog... Toda a gente usa (bem não é toda a gente, há uns 3 ou 4 que não usam) o Blogger... Pensei: não deve ser mau! Todo contente lá fui, preenchi n campos de informação redundante e quando chega á parte de dar o nome ao bébe, este nosso amigo responde "that name is not available. Please select another one". Ai não tá disponível???? Depois de tanto tempo a escolher o raio do nome, não o posso usar???? Fiquei podre! Curioso, fui visitar o blog que me estava a estragar todos os planos (discursodirecto.blogspot.com) - do piorio! Algum tóto lembrou-se de fazer um teste, em 2003, e nunca mais publicou o que quer que seja!!! Rai's partam!... Ao menos que fosse algo de interessante... Frustrado, lá tentei outro nome - emdiscursodirecto.blogspot.com... desta vez a coisa funcionou, sem problemas.

E assim, cá estou, na Bloggosfera, a bloggar, a postar comentários (isto é todo um mundo novo de palavras estranhas...medo!). Deixem-me também os vossos comentários, nem que seja para dizer - Olá!

Espero aqui por vocês. Isto sozinho não tem piada nenhuma.