quinta-feira, junho 04, 2009

Boa Onda

Para terminar a semana em beleza! Som bem alto nessas colunas, phones, ou lá o que seja...


"Oh love don't let me go... Won't you take me where the street lights glow?... I can hear rain coming, like a serenade of sound... Now my feet won't touch the ground..."

Bom Fim de Semana!

sexta-feira, maio 29, 2009

Sobre o passar do tempo

Velhice. Chega normalmente sem ser convidada e instala-se devagarinho. Nao damos por ela, nao vemos os seus sintomas, tratamo-la como um virus ao qual somos imunes. Passados uns anos vamos vendo, aqui e ali, os primeiros sinais da sua presenca, as primeiras marcas do avancar do tempo. Cada traco conta uma história, cada cabelo branco relembra um momento duro, cada ruga traz à lembranca que nao somos imortais e que o tempo tambem já passou por nós. Nao ligamos, nao fazemos caso, tentamos provar a nos mesmos que ainda é cedo para se pensar nisso. E assim continuamos em frente.

Depois vêm os dias em que o físico deixa, aos poucos, de acompanhar a mente. Em que nos rendemos às evidencias de que ja nao podemos subir umas escadas sem perder o folego, de que nao podemos estar muito tempo de pé sem que os rins comecem a doer, ou simplesmente de que já nao conseguimos fazer algo tao simples como abotoar uma camisa. Mas nao damos parte de fracos. Fazemos ginastica, tomamos vitaminas, fazemos tratamentos de rejuvenescimento, tudo com o objectivo de retardar o natural percurso do passar do tempo. Resistimos com todas as forcas. Provamos a nos mesmos que nao é verdade. Arranjamos factos que nos garantam que ainda "estamos aqui para as curvas". E assim continuamos em frente.

E por fim, vem o tempo em que nos tornamos um resto do que fomos. Uma chama timida duma vela que ardeu quase por completo. Em que nos consciencializamos de que o fim esta proximo, e em que vivemos um dia de cada vez à espera do inevitavel. Em que nos deitamos cada noite apenas a esperar levantarmo-nos na manha seguinte. Em que nos tornamos, uma vez mais dependentes do cuidado dos outros... como se voltassemos a ser criancas, dentro de um corpo que usámos e que agora se vira contra nós... O tempo em que finalmente aceitamos que já nao ha como continuar em frente...

Admito que esta talvez seja uma visao pessimista deste assunto. Sei também que ha quem diga e pense que a idade está na mente! Que só é velho quem quer! Que a idade está "cá dentro", onde quer que isso seja! Que enquanto nos mantivermos activos seremos sempre capazes de afastar esse fantasma que é a morte. Sim, talvez. Mas a realidade que me rodeia mostra-me que isso sao mais frases feitas arranjadas para nos iludir e desviar a atencao do que outra coisa qualquer. E nao pensem que me assusta envelhecer. Nada disso. Acho algo normal e aceito-o sem qualquer tipo de preocupacao. E estou convicto de que envelhecer nao tem que ser algo triste e sombrio... Assusta-me sim o que nos tornamos quando deixamos de poder absorver o que nos rodeia ou de nos relacionarmos com que esta ao nosso lado. Assusta-me acordar um dia preso dentro de um corpo que insiste em resistir quando a mente partiu há muito. Assusta-me ficar com o olhar vago e distante, preso num tempo que só existe dentro de mim, numa realidade em que só eu sobrevivo...

E, acima de tudo, assusta-me o nao conseguir fazer uso das memorias e recordacoes que definiram a minha vida. Sem isso, o passar do tempo torna-se... inútil!


quarta-feira, maio 27, 2009

A Vida que Temos

Primeiro sao os sonhos. O que idealizamos para a nossa existencia futura. O que gostariamos de ser. Os ideais que pretendemos abracar e defender. Planeamos tudo, o que vamos fazer, como e com quem viver, o que nao vamos admitir que nos facam ou digam... Fervilhamos de energias, conceitos e ambicoes, cuidadosamente misturadas num conceito de que tudo é eterno e nada è impossível...

Depois vem a realidade. Aquilo em que nos tornamos. Aquilo a que nos acomodamos. Aquilo a renunciamos em prol das mudancas que nao queremos fazer. Vêm os momentos em que dizemos SIM, quando na verdade nos apetece dizer NAO, os lugares em que nao queremos estar mas aos quais estamos confinados por uma razao ou outra mais ou menos inexplicável, as pessoas com quem nao quermos conviver, mas às quais nos colamos por forca das circunstâncias...


Esta é a dicotomia de todas as nossas vidas: a vida que temos vs a vida que gostariamos de ter. Embora muitos o neguem, poucos sao os que vivem verdadeiramente a vida que gostariam de viver... Tudo isto, vem a propósito do último filme de Sam Mendes (o mesmo senhor de American Beauty) que tive oportunidade de ver ha dias, algures enquanto sobrevoava a Russia, a caminho do Japao. Nao ha muito a dizer sobre este filme, a nao ser que é muito bom.



Tem uma história muito simples, passada nos anos 50, mas curiosamente muito actual, centrada nas esperancas e aspitacoes do casal Wheeler. Ela vive angustiada pelo seu papel redutor enquanto uma dona de casa de suburbios e ele abomina o emprego que o arrasta para a cidade todos os dias. Esta situacao de desconforto leva a que se auto-destruam aos poucos, criando uma amargura entre os dois, aparentemente invisivel a quem os rodeia. Quando uma oportunidade surge para quebrar com toda esta "monotonia da vida quotidiana", decidir mudar é bem mais díficil do que parece, mesmo quando se vive uma vida de que nao se gosta.


Kate Winslet está muito bem (melhor do que em "O Leitor"), Leonardo diCaprio (de quem nao sou grande fa) também nao vai nada mal. O argumento é bom e a realizacao excelente. Eu, se fosse a voces, dava uma espreitadela. Quanto mais nao seja para nos por a reflectir que a Vida que Temos nao tem, necessariamente, que ser tudo o que há!...



sexta-feira, maio 22, 2009

De molho... no Oriente!

24 horas de viagem. Um jet leg poderosissimo. Ar condicionado por todo o lado. Uma garganta que ja vinha a arranhar de Portugal. Resultado: uma brutal constipacao, daquelas em que parece que nos caiu um peso de 50 kilos na cabeca e por la ficou, a espera de melhores dias. Isso e mais um nariz que insiste em estar entupido o dia todo e que me deixa com uma voz igual a do Leonard Cohen (mas sem o talento artistico). No escritorio pergunto: "Ah e tal, um medico que fale uma lingua que se perceba, arranja-se?" Respondem-me: "Pois, nao, so no hospital. Mas nao devem falar ingles. E estao todos muito ocupados por causa da flu... pode demorar 2 ou 3 horas." Bonito. "E drogas, ha por ai alguma coisa?". "Vou comprar, ja volto!" Foi simpatica, a colega. Voltou com isto:



Suspeito, mas ja estou por tudo. Aproveito para ler a bula, que vem traduzida em ingles - muito positivo. Parece que e um composto de n cenas q fazem bem. Ate vitaminas contem, para compensar as que se perdem durante uma constipacao. E' muito a frente. Tomo 3 conforme indicado.

Se nao e uma bomba para la caminha. Ao fim de uma hora ja respirava melhor e as dores eram menores. Acho mas e' que vou ali tomar mais uma dose... Nao ha nada como estar doente num pais estrangeiro.
As melhoras!

terça-feira, maio 12, 2009

Perfeito

Ando há dias a ouvir isto na rádio, com grande insistência.

Amália, a grande senhora da música portuguesa, recauchutada nas vozes contemporâneas de Sónia Tavares (Gift), Fernando Ribeiro (Moonspell) e Paulo Praça. São canções de sempre, com um estilo absolutamente novo e uma qualidade acima da média. O fado, como como nunca o ouvimos. Porque, no fundo, Amália era uma artista Pop.

Para ouvir com atenção!

segunda-feira, maio 11, 2009

Prazer Recente

Sempre fui amante de café. Para mim, beber um café é o perfeito estimulo sensorial – os aromas, as cores, os sabores, o quente da chávena… desde que me conheço por gente adulta que me revejo no hábito de beber o belo do cafezinho, em especial a seguir a um bom almoço. Confesso que nunca fui muito esquisito em relação ao tipo de café – sou daquelas pessoas que bebe qualquer surrapa, desde que tenha ar de café, mas tenho ficado ultimamente mais exigente. Tudo muito por culpa destes senhores:

nesp

Para os mais distraídos que não estão a ver muito bem do que se trata, falo-vos da Nespresso, essa bela marca que está em grande no mercado português como fornecedora de cafés de alta qualidade, num sistema de máquinas especificamente projectadas para as cápsulas mágicas. Aquelas do Clooney, ‘tão a ver? Pois, essa mesmo! Isto já cá anda há alguns anos em Portugal, embora exista há 10 na Suíça, o país de origem, mas o meu primeiro contacto com a marca foi no ano passado, em Paris, quando fui visitar o meu amigo D., e resolvemos ir beber o belo do expresso na Loja dos Champs Elysees. Largamos a módica quantia de 4 euros por café, mas a coisa era realmente muito boa! Fiquei fã desde esse momento… E depois, estando rodeados de um requinte a todos os níveis, é difícil resistir ao charme e glamour que a marca faz transparecer.

Mas apesar de ter ficado fã, pensei – ok, isto é só café, e então? A Delta e a Nicola também são boas e fazem o mesmo efeito. Com o tempo, cheguei à conclusão que sim, as outras marcas de café também são boas, mas não são Nespresso – é um bocado como os leitores de mp3: são todos iguais, mas o IPod é o IPod e o resto é conversa… No mundo dos cafés, a Nespresso é sinónimo de Café e o resto é paisagem… Depois, a forma como a marca se posiciona no mercado – as lojas não são lojas, são boutiques, os empregados não são empregados, são consultores – está muito bem conseguida, porque cativa e atrai qualquer amante do bom gosto!

Mas este meu prazer recente resume-se mesmo só ao café – todos os outros milhentos produtos da marca (açúcares, colheres, chávenas, máquinas XPTO) acho demasiado exagerados e over-priced. Onde é que já se viu um pacote de 2 biscoitos custar 19 euros? Não, a mim não me convencem… fico-me pelo café!

quarta-feira, abril 29, 2009

França - Um Domingo numa Cote D'Azur quase perfeita...

A visita ao sul de França - mais propriamente a Nice e ao Mónaco - fez-se já quase em fim de passeio. Um Domingo fantastico, cheio de um ceu azul imenso e de um sol daqueles que aquece a alma em dias de Inverno. Deu-me a sensaçao que quase toda a cidade saiu à rua naquela manha, para fazer desporto, para comprar algo no mercado semanal, ou simplesmente para passear junto ao Passeio dos Ingleses a apreciar o azul do Mediterraneo que, nesse dia, se mostrava especialmente esverdeado.

Foi uma boa maneira de acabar o longo passeio de mais ou menos 10 dias. 6000 e tal kilometros de muita estrada, 8 paises e muitas, muitas memorias! Como sempre, para mais tarde recordar.


(cliquem em cima da foto para verem o resto)

domingo, abril 26, 2009

Italia - oh, la bella Italia

É sempre um prazer voltar à Itália. É seguramente um dos países com mais motivos de interesse em toda a Europa. É bonita, é emocional (nao fosse ela latina), é verdadeira. Desta vez, optei por uma zona ainda desconhecida para mim, a Liguria, que tem em Génova a sua capital, encaixada entre o mar da Liguria e as montanhas Apennine. Génova em si nao será muito atraente - embora geograficamente seja muito interessante, uma vez que se estende por uma estreita de faixa de terra, entre o mar e as montanhas, com pelo menos 30 km. Isto confere-lhe uma geografia acidentada, com ruas estreitas e muito movimentadas, com subidas e descidas pronunciadas, fazendo, aqui e além, lembrar Lisboa.


(cliquem em cima da foto para verem o resto)

Apesar disso, Génova tem uma posicao privilegiada para se visitar o ponto alto desta zona - uma área chamada Cinque Terre, que como o nome indica, é composta por cinco cidades "excaixadas" (literalmente) entre o mar e as encostas extremamente pronunciadas da Riviera Italiana - Monterosso al Mare, Corniglia, Vernazza, Manarola e Riomaggiore.


Chegar até estas cidades é, por si só, uma aventura, nao para os fracos de coracao. O acesso faz-se por estradas estreitissimas, com dois sentidos, onde só passa um carro de cada vez. Em cerca de 4 kilometros, desce-se o equivalente a 750-1000 metros, gerando uma inclinacao nada meiga. Agora imaginem fazer isso com um carro absolutamente atascado até ao tecto e com um pavimento longe de estar seco. Agora que penso nisso, muita sorte tive eu em nao ter uma surpresa desagradavel... mas vale bem a pena o esforco. O que lá se pode encontrar (em qualquer destas cidades) é um aglomerado de casas (entre o caótico e o organizado), com ruelas estreitissimas e uma paleta de cores absolutamente cativantes. Tudo isto, abracado por um mar verde e agitado, faz desta zona uma pequena pérola a nao perder.


A poucos quilómetros, situa-se a elegantérrima Portofino, tornada famosa pelos ricos e poderosos. Aqui encontramos lojas de renome, restaurantes finos e um parque de estacionamento onde se pagam 10 euros à hora. Pois, o chique paga-se caro. Mas é mais uma sereia à beira mar plantada.



Vejam as fotos e tirem as vossas conclusoes...




(Cliquem em cima da foto para verem o resto)



Próximo destino - a snobish Cote D'Azur, apreciada num Domingo de Inverno, com um céu azul e um sol imenso, que fizeram com que a vontade de partir fosse pouca, ou quase nenhuma...

sábado, abril 25, 2009

Suica - neutra, elegante e doce (humm... belos chocolates...)...

A passagem pela Suica mereceu a paragem em tres cidades - Berna (a capital), Zurique (a capital económica) e Basileia (só porque ficava estrategicamente colocada entre as duas primeiras). A primeira vez que visitei a Suica foi no longinquo ano de 1991 e tinha-me ficado apenas por Geneva. Já na altura tinha ficado com a ideia de que este era um país muito próprio, muito voltado para si mesmo, demasiado cool para se relacionar com o resto da Europa ou do mundo. A sensacao voltou a repetir-se agora, de uma forma mais reforcada. É efectivamente um país que tem orgulho em estar netro perante tudo e todos - o que por um lado é bastante positivo, pois uma atitude "tou-me a borrifar", nestes dias, vem bem a calhar. Berna é uma cidade que nem parece capital - pouco cosmopolita, pouco movimentada e muito típica; Zurique, por seu lado, tem tudo para ser rainha do país - é aqui que vivem os negócios, a agitacao, a cultura que se espera encontrar numa capital. Aqui respira-se riqueza - nao admira que esta seja considerada uma das cidades com maior qualidade de vida no mundo; Basileia, mesmo encostada a Franca, funciona como o polo industrial do país. Com menos motivos de interesse que as outras duas, merece uma visita breve, em especial junto á zona beira rio.

Aqui ficam umas pequenas amostras.

(Berna - cliquem na foto para verem o resto)

(Zurique - cliquem na foto para verem o resto)



(Basileia - cliquem na foto para verem o resto)

As waffles foram vistas (e saboreadas) pela última vez por estas bandas, até se chegar a Portugal... com muita pena minha. Próximo destino: ainda mais a sul, até às margens do Mar da Liguria... aqui mudou-se de iguaria - passou-se para a bela pizza! A verdadeira!

Luxemburgo - a prova de que o Alentejo tambem podia ser país...

Luxemburgo foi a próxima paragem. Bem no centro da Europa, entalado entre meia dúzia de países, é uma nacao que quase passa despercebida... se nos descuidamos muito, upss, já passamos por ela e nao demos por nada. Segundo parece, terá cerca do tamanho do Alentejo... A capital (com o mesmo nome do país - que falta de imaginacao) ve-se em meia hora (ok, tou a exagerar... ve-se em 45 minutos) mas tem a sua piada uma vez que ainda mantem muito do seu estilo meio medieval. Uma waffle (sim, também por aqui as há) e um café depois, lá se continuou a viagem rumo a sul, ao país natal de um prazer descoberto recentemente (e que terá direito a um post próprio um destes dias...)

Apreciem.

(cliquem em cima das fotos para verem o resto)