terça-feira, setembro 30, 2008

Japan, once more

Comecou no Domingo mais uma jornada aqui por estas bandas do país do Sol Nascente. Desta vez, resolvi trazer a reboque o meu portatil pessoal, para poder estar ligado ao mundo, sem restricoes parvas. Mas isto de vir carregado com 2 portateis tem que se lhe diga... uma dor de costas brutal e um olhar desconfiado da senhora da seguranca no aeroporto ("Para que é que este cromo precisa de 2 portateis?")... A viagem foi mais uma vez uma aventura, a comecar pelos 150 euros que tive que largar pelo excesso de bagagem... foram apenas 5 kg, cobrados a 30 euros o kg!!!! Deu-me vontade de la deixar a mala, mas pronto, reconsiderei...achei que era capaz de precisar do que la vinha dentro... Ainda estou aos papeis com o jet leg, que vai durar mais 2 ou 3 noites, nada de novo!... mas enfim, ja ca estou, para mais uma estadia de trabalho... 3 semanas para arrancar com um projecto que já se arrasta em demasia.

Desta vez vim parar á bela localidade de Utsunomiya. Utsuo-que? Nomiya. Onde é que isso fica? No meio do nada... ou melhor, no meio de campos e campos de arroz. Mas nao pensem que se trata duma aldeola estilo Santa Comba Dao. Nao, esta "aldeola" tem meio milhao de habitantes e é uma cidade tao pujante como tantas outras aqui no Japao, situando-se a apenas 1 hora de Tokio, via Shinkansen (comboio ultra rapido, estilo TGV). Nao é propriamente turistica, mas tambem nao estou aqui propriamente para turismo... mas cheira-me que esta vai ser uma viagem interessante...

Prometo ir deixando aqui algumas nuances do que por aqui se passa... Por agora, é só mesmo Sayonara!

sexta-feira, setembro 26, 2008

Mamma Mia!

Este ano tem sido fraco em idas ao cinema. Isto de estar num país em que nao se entende patavina do que se diz, nao ajuda. Para já nao dizer que por aqui sao raros os cinemas que exibem os filmes na versao original. Assim sendo, resta-me matar o bichinho da setima arte em duas situacoes - ou quando vou a Portugal, ou num desses voos intercontinentais em que de vez em quando embarco.

Ora, sendo que o passado fim de semana foi passado em Casa, é claro que nao perdi a oportunidade para ver mais um filme. A escolha, desta vez, recaiu no mais ou menos óbvio filme do momento:

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Mamma Mia!, a adaptacao ao cinema do musical com o mesmo nome, que desde a sua estreia, em 1999 em Londres, cativou audiencias um pouco por todo o mundo. Quando o vi no Pavilhao Atlantico aqui há uns anos, gostei imediatamente da história e do conceito. Contar uma história APENAS com as musicas de uma banda, seja ela qual for, é obra. É obra torna-la interessante, divertida, facil de seguir e acima de tudo, que seja puro entretenimento. Ora, Mamma Mia! reune isso tudo e muito mais. Com uma banda sonora que todos mais ou menos conhecemos (nem que seja como "guilty pleasure" ja todos cantarolamos as musicas dos ABBA - admitam!), nao ha musica que nao de vontade de saltar para as alas da sala e abanar o capacete. O entusiasmo da senhora que estava á minha frente era tanto que as tantas pensei que fosse bater palmas no final... Dancing Queen, Super Trouper, One of Us, Waterloo, The winner takes it all, e muitas muitas mais - estao la todas, é so conferir.

O mais interessante nisto tudo é a maneira como a historia foi criada por forma a incorporar tanta musica aparentemente diferente e sem ligacao. O argumento (tirado a papel quimico do musical original) roda em volta de uma jovem que tem o desejo de conhecer o pai, que nunca conheceu. Aproveitando a ocasiao do seu casamento, resolve convidar 3 potencias candidatos para serem seus pais, que entretanto descobriu num velho diario da sua mae. De forma um pouco inesperada, todos decidem aceitar o convite... e está armado o circo para a confusao...

O leque de actores é muito rico, a comecar com Meryl Streep, Colin Firth e Pierce Brosnan, todos eles com intrepertacoes muito simples, mas que funcionam muito bem. Todos se aventuram a cantar, uns mais que outros. Streep faz grande parte do trabalho de cantorias (e sai-se muito bem) sendo que Brosnan e Firth nao se arriscam muito, e a malta agradece, uma vez que os seus aparelhos vocais nao sao, digamos, potentes... Tambem nao deixa de ser interessante ver uma das melhores actrizes de todos os tempos, ja nao tao nova como isso, aos saltos que nem uma maluca em cima de uma cama, coberta de plumas ou envergando uns catitas trajes dos anos 70, com umas boots a condizer.

As paisagens sao lindissimas, ou nao fosse a accao passada numa das muitas ilhas gregas. As coreografias sao simples, mas entreteem, e no fundo, é isso é que interessa. Enfim, sao 100 minutos que valem os 5 euros e 30 centimos do bilhete. Para quem ainda tem duvidas, aqui fica um cheirinho:

quarta-feira, setembro 24, 2008

Aterrar em Lisboa

Aterrar em Lisboa é sempre uma experiencia unica. Por um lado, mais ou menos obvio, porque é um sinal de que nos estamos a aproximar da nossa casa, do nosso país, onde nos sentimos verdadeiramente mais perto do que é importante. Por outro lado, aterrar em Lisboa é algo que dificilmente é igualado noutro aeroporto qualquer. Seja de dia ou de noite, Lisboa vista de la bem de cima é uma cidade fantastica, linda, que se espalha por km e km ate se perder de vista. E depois, o facto de o aeroporto estar bem no meio da cidade, causa aquela sensacao estranha, mas ao mesmo tempo unica, de quase tocarmos o topo dos predios ou de aterrarmos bem no meio da 2 Circular ou da CRIL. Nos ultimos anos, nao foram poucos os aeroportos que conheci por esse mundo fora, mas nenhuma aterragem tem um encanto como a de Lisboa...

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No passado fim de semana, em mais um fugaz regresso a casa, voltei a sentir o mesmo. Só que ao mesmo tempo, aterrar em Lisboa nos tempos que correm, significa aterrar num aeroporto que mais parece um palco de guerra ou coisa parecida... escavacoes, buracos, maquinaria pesada, desvios forcados e rotundas improvisadas combinam esforcos para nos dar a sensacao que aterramos num  qualquer país sub-desenvolvido, tal é a deselegancia do ambiente que nos rodeia. Aquilo ja deve andar assim há uns tempos, mas confesso que nao tenho reparado ultimamente... mas desta vez, observei com atencao. E pus-me a pensar o que pensará um turista que pela primeira vez venha ao nosso pais e aterre no meio de tal "granel". "Eh la... qué isto pá?? Onde é que eu vim parar?!"

A chegada ao terminal nao contribui nada para mudar esta primeira impressao... la dentro, tudo parece ter parado algures nos anos 80. A decoracao, o mobiliario, os placards electronicos, o chao... tudo cheira um pouco a mofo, para nao dizer pior. Eles la inauguram mais uma ala de vez e quando, com umas lojecas todas bonitas e uns cafezinhos fashion, para ver se a coisa disfarca... mas o mofo continua la, agarrado a tudo o que nos rodeia...

Mas o cumulo da experiencia de aterrar em Lisboa está mesmo encerrado na recolha das bagagens... a minha experiencia diz-me que o tempo de espera está directa e proporcionalmente relacionado com a distancia a que o aviao foi estacionado. E em média estamos a falar de 30 minutos de espera, num dia bom. Num dia mau, já cheguei a esperar 1h e 15 minutos pela bagagem (que as vezes nao chega de todo, mas isso sao outros pormenores). A coisa é de tal forma caricata, que quando falo aqui com colegas alemaes que ja foram a Portugal, o que eles se lembram do aeroporto é que é pequeno (o que nao é necessariamente mau) e que se perdem horas à espera da bagagem...

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Assim sendo, e embora goste muito de aterrar na Portela, acho que a nossa capital merece uma melhor "primeira impressao" para quem vem pelos ares... é claro que, com a mania das grandezas, de certeza que o novo aeroporto vai ser de tal forma extraordinario e megalomano, que o vamos andar a pagar durante os proximos seculos. No minimo!

quarta-feira, setembro 10, 2008

Yokohama by night...

A última viagem ao Japao, como diria o meu amigo D., foi turbulenta, no minimo. Ossos do ofício. No meio de todo o stress, confusao e angustia, nao houve tempo nem disposicao para grande coisa. A desmotivacao do trabalho nao deixou espaco para que houvesse grande vontade de procurar novos lugares e exprimentar novas sensacoes.

A excepcao ocorreu apenas na última noite... em que se descomprimiu toda a contencao acumulada ao longo de 10 dias. Saí do escritório com uma vontade imensa de me atracar a um bife com batatas fritas! Ali por aquelas bandas, nao sao muitos os sítios em que se podem satisfazer tao simples desejo... por isso, saí em direccao ás luzes brilhantes do Porto de Yokohama, onde sabia existir o lugar perfieito para passar a noite (já cá faltava, certo :-) ? ).

Pelo caminho, tempo para captar as imagens que se seguem e que representam as unicas memórias boas desta jornada.

No fim do mes, estou de regresso...

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domingo, setembro 07, 2008

10 Anos

7 de Setembro de 1998. Faz hoje precisamente 10 anos que comecei a trabalhar. Acabadinho de sair da faculdade, sem experiencia nenhuma, e depois de ter tido um verao quente de muitas entrevistas, testes psico-tecnicos e provas de grupo, lá fui parar a uma empresa até aí desconhecida para mim, para desempenhar uma tarefa que eu nao fazia sequer ideia que existia - a de ser Consultor SAP. Verdade seja dita que eu nem sabia o que SAP era. Lembro-me perfeitamente quando comecei o processo de recrutamento para este emprego, tive a sensacao que o tipo que me estava a entrevistar me estava a vender o emprego e nao a avaliar se eu estava capacitado ou nao para o desempenhar. "Isto é giro, quero formar uma equipa jovem, com vontade de trabalhar, para lancar uma unidade nova dentro da empresa" dizia ele. Com condicoes salariais muito acima da média e com uma descricao muito, muito poética do que era o SAP, lá me convenci a assinar contrato, convencido de que "Isto até pode ser giro".

Depois de conseguir o emprego, comecou a dificuldade, que ainda hoje se mantem, em explicar ás pessoas o que faco. Conversas como esta repetiram-se incontaveis vezes ao longo destes 10 anos:

  • - Sou consultor SAP.
  • - Ah.... SAP, o que é isso?
  • - É um ERP que as empresas usam para suportar os seus negócios.
  • - ... (silencio)
  • - É um Sistema de Gestao Integrado.
  • - ... (mais silencio).
  • - É um software.
  • - Ah, entao trabalhas com computadores, é isso?
  • - Pois, é mais ou menos isso - digo, já mais ou menos em desespero de causa.
  • - Ainda bem que dizes isso, é que eu tenho um problema com o meu computador la de casa, nao sei se me podes ajudar....

Pronto. A partir daqui é inutil qualquer explicacao adicional, porque ninguem vai mesmo perceber o que é ser um Consultor SAP. Ás vezes, confesso que nem eu ja percebo...

Mas voltemos entao 10 anos atras. O primeiro dia, bem como as primeiras semanas, foi passado em formacao, ali para os lados do Restelo. Eramos ao todo 30 os que embarcaram nesta jornada, sem saber muito bem o que esperar. Juntamo-nos aos 10 colegas que já tinham integrado a mesma area de negócio, mas 6 meses antes. Todos com experiencias e backgrounds diferentes - uns casados, outros solteiros, uns com anos de experiencia profissional, outros como eu, inexperientes da cabeca aos pes.

Depois dos meses iniciais sem grande actividade no escritório, comecaram os projectos, por esse Portugal fora - Lisboa, Porto, Funchal. A mim calhou-me Agueda, essa bela localidade, onde pouco ou nada acontecia depois das 8 da noite. Foram 9 meses muito intensos, em que se aprendeu muito - nao so profissionalmente, mas tambem a nivel pessoal. Aprendeu-se a partilhar vidas, sentimentos, vivencias diarias. Aprendeu-se a rir, a chorar e a sofrer em equipa. Aprendeu-se com os muitos erros cometidos, aprendeu-se a lidar com emocoes até aí desconhecidas. Depois do esforco, veio o sentimento de dever cumprido, com o primeiro arranque, a sensacao de que se tinha posto de pé um arranha-ceus, que finalmente ganhava forma e sentido.

Os mesmos momentos voltaram-se a repetir, noutros lugares, com outras pessoas, ao longo dos anos seguintes. Foram 10 anos em que conheci gente incrivel, em que fiz amigos que ainda hoje guardo com bastante carinho, em que tive a oportunidade de aprender e trabalhar com profissionais da mais alta competencia e qualidade. Foram 10 anos muito cheios, em que aprendi tudo o que sei e que hoje uso na minha vida profissional. É claro que nem tudo foram rosas. Tambem nestes 10 anos houve momentos menos bons: a vontade de desistir, os momentos de falta de confianca em nós proprios, o sentir-se injusticado, o desacreditar em promessas incumpridas Mas também isso acaba por ter o seu lado positivo. Torna-nos fortes, mais cautelosos.

Entretanto, é claro que, em 10 anos, as vidas profissionais trespassaram as suas fronteiras e depressa estavamos a partilhar lanches e jantares intimos nas casas uns dos outros, a presenciar casamentos, assistir ao nascimento dos filhos, ou simplesmente a apoiar emocialmente e em silencio quem entretanto se decidiu divorciar. Passamos incontaveis horas ao telemovel a escutar quem precisava de uma "orelha amiga" para os maus momentos, a rir uns dos outros, a partilhar pedacos de nos ... ou, simplesmente, a deitar conversa fora, como diz uma amiga minha. Tudo em prol de relacionamentos que cresceram mais sólidos, dia apos dia.

10 anos. Fogo, como o tempo passa. Parece que foi ontem... Eu sei que isto parece saudosismo barato, mas acho que entrei numa fase da minha vida em que há demasiadas coisas que ja aconteceram há pelo menos 10 anos. Será mau sinal? Nao sei. No fundo, acho que nao... é apenas sinal de que estou cada ano mais velho, mais experiente (assim se espera) e de que a lei normal e natural da vida está a tomar o seu curso... Quanto ao futuro... bem, nao sei muito bem o que trarao os proximos 10 anos, nem estou muito preocupado com isso. Mas... se nao for pedir muito, que sejam tao bons como estes ultimos foram.

Em 2018 voltamos a falar no assunto.

sábado, setembro 06, 2008

"Arbeit Macht Frei"

Marco de 1933. Abre em Dachau, uma pequena cidade nos arredores de Munique, aquele que seria o primeiro campo de concentracao do regime Nazi. Com este evento, estava posto em marcha um sistema que, durante os 12 anos que se seguiram, se iria espalhar a muitas outras partes da Europa. Um sistema usado pelos Nazis para suportar o deu idealismo, baseado em métodos tiranicos, através do qual os membros da SS torturaram milhoes de pessoas inocentes.

Entrada

Dachau tornou-se como que o campo "modelo" que serviu de inspiracao aos outros campos. Era tambem aqui que estava instalado o centro de treino e instrucao da SS, onde os jovens recrutas eram convertidos na mais negra doutrina de tortura, humilhacao e morte de prisioneiros, que marcou a história do século XX.

 

Visitar o Campo de Concentracao em Dachau é, acima de tudo, uma licao de história. Daquelas que dificilmente se esquece, pelas imagens que ficam, pelos relatos que se leem  ou simplesmente pelos sons que nao se ouvem, mas que se imaginam, ao percorrer as muitas áreas que hoje estao abertas ao publico, integradas num Memorial desde 1965. É dificil descrever o que se sente ao visitar um sitio como este. Ja se viram muitos filmes e documentarios sobre esta temática, mas poder percorrer todos estes lugares, dá às ideias preconcebidas e ao conhecimento que ja temos, toda uma outra dimensao. Uma dimensao mais humana, mais real, que ajuda a visualizar em concreto o que significa ter passado por um campo de concentracao, algo que filmes ou documentários dificilmente conseguem...

Separados da liberdade por um fragil arame...

Sem querer fazer uma descricao exaustiva de tudo o que la se pode ver e sentir, aqui ficam alguns destaques que a mim me marcaram mais.

 

"Arbeit Macht Frei" - "O Trabalho Liberta-vos".  Era com esta inscricao, desenhada no portao principal, que os prisioneiros eram recebidos em Dachau... naquilo que julgavam ser um campo de trabalhos forcados.

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Bunker (prisao) - centro do terror praticado no campo. Continha centenas de celas de punicao e isolamento, onde se praticaram incontáveis sessoes de chicoteamento, e execucoes sumárias.

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Área de "Chamada" - aqui eram reunidos todos os prisioneiros do campo, de manha e à noite, fossem quais fossem as condicoes climatéricas. O objectivo era fazer a "chamada", por forma a verificar a presenca de todos os prisioneiros. Caso algum deles faltasse, a tortura podia arrastar-se por horas a fio.

Camaratas - havia ao todo 34, hoje apenas restam duas, incluidas na exposicao. Desenhadas para albergarem 200 prisioneiros, ja perto do final da guerra, cada uma delas estava catastroficamente sobrelotada com cerca de 2000 prisioneiros. Por muito que tente, nao consigo imginar como cabiam ali 2000 pessoas...

3 destas barracas eram reservadas para as horrificas experiencias médicas, que o regime nazi realizava nos prisioneiros, em especial a partir de 1942.

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Crematório - construido em 1940, devido ao aumento constante do numero de mortos, primeiro como forma de se desfazerem dos corpos. Depressa o uso que se deu a estas instalacoes foi mudando, tornando-se o centro de morte em massa, preconizado pelos "duches" de gas.

Crematório

 

E, em jeito de sumário, aqui fica uma frase que resume bem o que se sente depois de se visitar Dachau, e que se pode ver à saída da exposicao..

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Mais imagens - aqui.

Para mais informacao sobre o campo, visitem o site oficial.

Salzburg e Innsbruck - a Áustria ali tao perto...

Uma das vantagem de se passar uns dias a viajar no sul da Alemanha, em especial na zona dos Alpes, é que num curto espaco de tempo, temos ao nosso alcance as belas cidades austriacas, em especial Salzburgo e Innsbruck. Da última vez ue tinha estado na Austria tinha-me ficado apenas por Vienna, pelo que, desta vez, decidi por-me a caminho e visitar estas duas magnificas cidades.

Comecemos entao por Salzburgo - a cidade de Mozart. É uma cidade muito acolhedora e simpática, sendo que o centro - a Altstadt - fica encaixado entre o rio Salzach e a Fortaleza Hohensalzburg, que domina uma das colinas envolventes.

Fortaleza Hohensalzburg

Passear nas ruas antigas da cidade é como voltar ao século XVIII. Nao é preciso muita imaginacao para nos colocarmos naquele mesmos lugares, mas há 200 anos, entre principes e princesas, entre edificios da Idade Média ou do Periodo Barroco. Lugares como a Getreidegasse - uma via pedonal considerada a principal rua comercial da cidade - o Palácio de Mirabell - com os seus imensos jardins e estatuas - ou a soberba vista do cimo do Mönchsberg, sao razoes suficientes para fazerem de Salzburgo um lugar a visitar. A melhor maneira de o fazer é a pé, uma vez que todos os lugares mais interessantes se situam relativamente perto uns dos outros (o que pode ser enganador, porque eu fartei-me andar, de tanta voltinha que por ali dei!!!).

GetreidegasseVista sobre a Catedral

 Palacio Mirabell

Ah, e sendo o lugar de nascimento de Mozart, o que por aqui nao faltam sao lugares alusivos á vida do musico. A casa onde nasceu, a academia que frequentou, a residencia onde morou, o jardim onde passeava, a gaiola do piriquito, etc. Usa-se e abusa-se do nome e da imagem do senhor, levando-se a coisa ao extremo, havendo uma casa de chocolates que SÓ vende bombons com a caracoila do homem la escarrapachada. 

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O outro estandarte da cidade, para alem de Mozart, é o facto de aqui ter sido filmado o famoso "Musica no Coracao". Podem-se percorrer os lugares que a familia "Von Trapp" habitavam, bem como optar por diversas visitas guiadas para ver o sitio onde a moca cantou a famosa musica "the hills are alive, with the sounds of music...". Interessante, mas nao é bem o meu género.

 

Innsbruck - a capital do Tirol - foi visitada debaixo de uma potente carga de agua, já perto do final do dia. Daquelas que nos fazem pensar se devemos ou nao sair de dentro do carro. Depois de grande ponderacao, la nos fizemos à chuva, que felizmente acabou por parar. E valeu bem a pena. Aqui a visita foi mais curta, cingindo-se à zona pedonal do centro da cidade, tambem ele com bastantes motivos de interesse. Aqui ficam algumas imagens.

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O resto das memórias fotográficas, podem ve-las aqui.

sexta-feira, setembro 05, 2008

Os Alpes, a Heidi, as Vaquinhas e muito, muito Verde...

Visitar os Alpes é como regressar á infancia, ás tardes passadas em frente ao televisor, a ver a Heidi e mais o seu amigo de cujo nome nao me lembro, a passear por enormes pastos verdes, com muitas casinhas pequeninas de madeira e muitas, muitas vacas! Para onde quer que se olhe, o que se ve sao montanhas imponentes, com os cumes salpicados de neve, lagos esverdeados onde apetece mergulhar, casas tipicas em madeira que convidam a entrar e, sobretudo, muito verde. De todas as tonalidades, combinadas numa aguarela perfeita.

Comecou-se a exploracao desta tao bela área por uma visita ao Palacio Neuschwanstein, que, segundo dizem, serviu de inspiracao a Walt Disney para criar o palacio da Bela Adormecida. Se é verdade, nao sei, mas as semelhancas estao la todas, é certo! E é uma bela obra, idealizada por um rei alemao, semi louco, que gastou toda a fortuna dos cofres publicos para financiar tamanha construcao. Conta a historia que morreu em circunstancias misteriosas, tendo vivido apenas uns meses no seu belo palacio, que permace inacabado até ao dia de hoje.

Neuschwanstein

Outro lugar pitoresco é a cidade de Garmisch-Partenkirshen, um lugar onde o tempo corre devagar, sem atropelos. Encaixada num amplo vale, ladeado por montanhas majestosas, é um lugar  com uma atmosfera agradavel e simpatica, onde as tradicoes locais sao mantidas intactas. Repleta de turistas "green", so se ve malta a fazer desporto, andar de bicicleta ou a passear sossegadamente, apreciando o sol fraco de verao. Recomendo vivamente, em especial se o que procuram sao "sopas e descanso".

Garmisch

Dali até ao lago Eibsee é um pulo. Devo dizer-vos que este deve ter sido um dos pontos altos de toda a viagem. Considerado um dos mais bonitos lagos existentes nos Alpes, fica bem no sopé da montanha mais alta da Alemanha, o Zugspite. A calma que ali reina é aboslutamente envolvente. E estar ali, á beira daquelas águas limpidas, calmas e revigorantes, a observar a paisagem que á nossa frente se estendia, num fim de tarde ensolarado, era tudo o que se podia desejar. Ora vejam:

Perfeito

Eisbee

Perfeito. Ficava ali indefinidamente, se pudesse... mas nao, era preciso continuar a jornada, que no dia seguinte nos levou ao cimo do tal Zugspite, a 2962 metros de altitude. Ora, quando se fala de altitude, fala-se sempre de frio e de tempo instável. Desta vez, apesar de a neve ainda marcar presenca, o frio até era suportavel. Agora as mudancas bruscas de tempo é que resolveram pregar uma partida. Apenas uns minutos depois de ter chegado la bem ao cimo, aquilo que se podia ver era mais ou menos isto:

Nuvens, só nuvens

Ou seja, nao se via puto. So branco. Nuvens, nevoeiro, nublina, o que lhe queiram chamar. O meu guia diz que a vista é lindissima e mais nao sei o que... nao vi nada. Só sei que paguei um horror de dinheiro e só vi branco all around. Mas pronto, valeu o esforco. A viagem de regresso foi feita num telesférico panoramico, que compensou a falta de cor do topo. Vistas como estas valeram bem a pena:

Eisbee visto do alto 

Outro ponto alto ali bem perto de Garmisch-Partenkirshen, foi a caminhada de cerca de 1,5 km, conhecida como Partnach Gorge, um desfiladeiro fantastico, considerado Monumento Natural, que encanta com os seus rapidos barulhentos, paredes rochosas de mais de 50 metros de altura e cascatas vistosas. A caminhada foi efectuada debaixo de uma chuva miudinha, o que deu um ar muito mais aventureiro á coisa...

Gorge 

Mas, melhor mesmo do que descrever tudo isto, é poder ver com os vossos proprios olhos. Tirem as vossas conclusoes, Aqui.

A viagem segue dentro de momentos...

quinta-feira, setembro 04, 2008

Munique, Alemanha

Ora vamos lá entao falar das férias. Já cá faltava, mais um relato interminável de lugares e imagens, como forma de imortalizar momentos e recordacoes. Faz parte aqui do estaminé, fazer o que? O destino escolhido este ano foi o sul da Alemanha. "Ah e tal, mas tu nao estás a viver na Alemanha?", perguntam voces. Pois, é verdade! "Mas isso entao é como viver em Portugal e ir passar férias ao Algarve!!!" E depois? É mau, querem ver?!!! Adiante.

A primeira paragem foi em Munique - a capital da Baviera. Tal como é conhecida aqui na Alemanha, é a cidade que fica mesmo á beirinha dos Alpes. Fiquei com uma impressao muito positiva acerca desta cidade - é elegante, combina elementos de uma metropole moderna e sofisticada, ao mesmo tempo que mantem o ar acolhedor de uma simples aldeia, simbolizado na perfeicao pelos muitos beer garden que se podem ver um pouco por toda a parte.

 

Marienplatz

 

A zona central é dominada pela Altstadt, ou se preferirem, a Cidade Velha. No centro, está a pitoresca Marienplatz, pejada de turistas, que se aglomeram a cada hora, para ver funcionar o Glokenspiel, um animado relógio com figuras de época pendurado no Neues Rathaus, que é como quem diz Camara Municipal, ca por estas bandas.

 

Rathaus

 

Ali bem pertinho esta o Viktualienmarkt, um mercado bem à alema, com tudo muito arrumadinho, como se o tivesse sido feito por uma decoradora profissional, ordenando os pepinos e as berigelas por tamanho, cor e qualidade. So de olhar, dá gosto!

 

Virtualienmarkt

 

Interessante também é a Neuhauser Straße, a rua da baixa, bem ao estilo da Rua Augusta, mas sem a calcada portuguesa. Lojas, muitas, de tudo e mais alguma coisa. Pessoas, muitas, aos magotes, a aproveitar os restos dos ultimos saldos. Curioso como há coisas que nao mudam, onde quer que nos encontremos. La bem no fim da rua, encontramos a Karlstor, uma especie de entrada teatral para toda aquela área. Confesso que fiquei á espera de ver aparecer um cavaleiro ao estilo dos Cavaleiros da Tavola Redonda... mas nao, nada.

 

Karlstor

 

Ali pelo meio fica tambem a Frauenkirche, ou seja, a Igreja das Senhoras. Imponente, domina esta zona, seja qual for o sitio de onde a vejamos. Prespegado numa das fachadas, encontra-se um curioso relogio solar, que nao cheguei a perceber como funcionava... mas confesso que tambem nao investi muito tempo nisso. Preferi antes explorar o interior de um dos muitos bares e restaurantes que por ali moram...

 

Frauenkirche

 

Outro ponto alto da cidade é o Englischer Garten, o Jardim do Ingles. Imenso demais (se nao estou em erro é um dos maiores parques publicos da Europa), encontra-se la de tudo um pouco (estilo feira da ladra, mas em versao ambiental). Tipos a fazer surf nas correntes fortes do rio Eisbach, malta a fazer pic-nics, a beber uma cervejinha e a comer pretzels no Beer Garden junto à Chinese Tower, a andar de bicicleta ou simplesmente a apanhar banhos de sol (quando ele resolvia aparecer).

 

Englischer Garten

 

Dali, resolvi ir procurar o Schloss Nympherburg, uma antiga morada dos monarcas da Baviera. O guia dizia que a estacao mais proxima era a X, mas esqueceu-se de dizer que depois da estacao havia um monte incontavel de metros que era preciso palminhar. Muitos metros... demasiados... eu bem que devia ter desconfiado que um palacio nao podia ficar ja ali ao virar da esquina, no meio da cidade. Fica isso sim, num buraco escondido la mesmo no fim do mundo. Mas vale a pena a visita. Os jardim sao bonitos e tem uns bancos à maneira para descansar á vontade depois do esforco feito.

 

Schloss Nympherburg

 

Muitos outros pontos de interesse, fazem de Munique uma cidade bastante atractiva - o Residenz, o Königsplatz, o Nationaltheater ou a Ludwigstraße merecem tambem que passemos por lá, para os apreciar e sentir. Para terminar, como já vai sendo costume, aqui ficam mais umas fotos da jornada, desta vez alojadas num sitio novo. Apesar de estarmos em Julho, o tempo esteve uma treta durante toda a viagem, pelo que as fotos nao ficaram por aí alem...

Mas a viagem nao ficou por aqui... os Alpes foram o destino seguinte...