quinta-feira, março 13, 2008

Balanço

Parecendo que não, já lá vão quase dois meses desde que embarquei nesta aventura arriscada. Mais uma vez, dou por mim a constatar como o tempo passa depressa. Depressa demais. É um lugar comum dize-lo, eu sei. Mas é real. Depois de um começo complicado e desmotivante, creio que já estou a encontrar o meu lugar aqui no país estranho. Já me sinto mais eu, mas confortável comigo mesmo, mais convicto de que sou capaz de ultrapassar mais este desafio.

Custou chegar aqui, não pensem. Custou ter que provar a mim mesmo que afinal todas as coisas têm um lado positivo e que nem tudo é tão mau como parece. Custou ter que dar provas diárias daquilo que sou capaz de fazer. Custou ter que fazer parecer que está tudo bem, quando na verdade o que apetece é apanhar o primeiro avião dali para fora... Mas tal como em tudo, é preciso saber dar a volta por cima. Acima de tudo, viver um dia de cada vez e saborear cada passo em frente (por muito pequeno que seja), construindo uma âncora interior de confiança e segurança.

As últimas semanas não foram particularmente fáceis a nível pessoal. Estar longe do que é importante quando as coisas não correm bem é particularmente doloroso. Mói. Arranca-nos um pouco de tudo. Tira-nos o chão. Mas felizmente a nuvem negra resolveu partir para longe, abrindo as portas para uma jornada mais tranquila...ou, pelo menos, assim se espera. Talvez tenha tambem sido essa a razão da minha ausência. Tenho consciência de que tenho estado mais egoísta, no sentido de procurar preservar mais tempo para mim e para os meus, sem ligar muita importância aos outros... desculpem-me, mas às vezes, é preciso.

Quanto aos dias vindouros, encaro-os com naturalidade e alguma descontracção. Já mudei para um apartamento maior (já me sinto mais em casa), já me consigo rir com as minhas tentativas de me fazer entender, já não me chateia tanto não conseguir ver cinco minutos de televisão. É notável a capacidade de adaptação que o ser humano tem...

Agora seguem-se uns dias de descanso em Portugal, e a promessa de fazer destes meus discursos, uma actividade mais regular.

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