Segunda feira, final de tarde, 28 graus. Pego no carro e rumo a sul, ate' a' cidade de Toledo, no estado vizinho de Ohio. Objectivo? Ver Sheryl Crow ao vivo, pela primeira vez. Ha muito que sou fa do rock melodico e da voz quente desta senhora, que insiste em nao passar por terras portuguesas em concerto. Assim sendo, esta era uma oportunidade que nao podia perder...
O espectaculo teve lugar no Anfiteatro do Zoo de Toledo, um espaco verdadeiramente agradavel. Em primeiro lugar por ser ao ar livre, permitindo aproveitar a noite quente de verao que se fazia sentir. Depois, porque esta' integrado num Jardim Zoologico, com a bicharada toda ali ao pe, transmitindo-nos uma estranha sensacao de bem estar e conforto. O ambiente que por la se sentia era bastante diverso - homens, mulheres, casais, jovens, velhos, trintoes, pessoal dos 'entas', criancas - havia de tudo um pouco, formando uma moldura humana muito interessante. Isto porque uma das coisas que se pode dizer das musicas de Crow e' que agradam a quase toda a gente - e' facil de ouvir, entretem e tem uma qualidade de alto nivel.
Os americanos, desta vez, estavam mais apropriadamente vestidos para o evento - talvez por ser ao ar livre, estavam todos numa desportiva, embora aqui e ali se visse um ou outro vestido como se fosse para uma festa de gala. Nao se percebe. Adiante. As habituais barracas de comes e bebes tambem marcaram presenca. Em portugal temos a bifana, por aqui reinam os hot dogs, os chicken tenders e os pretzels. Vai dar tudo ao mesmo - o que interessa mesmo e' a bela da cerveja.
Vamos ao concerto propriamente dito. A primeira parte foi assegurada por um desconhecido (para mim) - Joshua Radin - que me surpreendeu pela positiva. Cancoes dominadas pelos sons acusticos, sons vocais calmos e limpidos, agradaveis de se ouvir. E' aquele estilo de musica ambiente que se ouve quando estamos na companhia de alguem, envoltos numa boa conversa. O seu album chama-se 'We were here' e e' capaz de valer a pena dar uma vista de olhos.
As 8 e meia em ponto (consideravelmente cedo para os nossos padroes portugueses), Ms. Crow entra em palco a cantar A Change Would do You Good. Muito simples, comunicativa e com um grande a' vontade em palco, esta senhora, ja com 45 anos (nao parece nada, digo-vos), proporcionou-nos um desfilar de exitos durante os 90 minutos que se seguiram. Exitos como ' My Favorite Mistake', 'Leaving Las Vegas', 'Steve McQueen', 'The First Cut is the Deepest', 'All I Wanna Do', 'Soak up the Sun' , 'Everyday is a Winding Road', 'Picture', 'Strong enough' ou 'If it makes you Happy', puseram toda a gente a cantar e a dancar, a' medida que a noite caia lentamente sobre o plateau. A terminar, um encore poderoso com Rock And Roll, dos Led Zepplin, tocado com uma pujanca fora do comum.
No global, foi um espectaculo muito muito bom (va' N. e S., roam-se de inveja!!!), em que o som da guitarra (ora acustica, ora electrica) reinou por completo e que so' pecou por nao ter um pouco mais de duracao e por nao ter incluido para mim um tema fundamental (embora nao tenha tido grande sucesso, e' dos que mais gosto depois de My Favorite Mistake, sem duvida a minha preferida) - Light in Your Eyes, que aqui vos deixo (nao havendo videoclip disponivel, foi o que se pode arranjar):
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