sábado, abril 12, 2008

Hotéis e Casas de Banho Japonesas

Hotéis é coisa que nao falta por esta terra. Pequenos, grandes, baratos, caros, ha-os para todos os gostos e bolsas. Nós ficamos sempre em hotéis standard, estilo 3 ou 4 estrelas - nada a reclamar, excepto do pequeno almoco, que deixa muito a desejar (caro e sem grandes opcoes). Confortáveis qb, cumprem bem a funcao que um hotel tem quando se esta em trabalho - passar a noite e nada mais. Mas no meio de  uma coisa tao comum como um quarto de hotel, encontramos algumas coisas que sobressaem, pelo facto de serem incomuns.

 

Comecemos por uma coisa chamada Yukata, uma espécie de robe de algodao, muito leve, que é deixado em cada quarto. É, por assim  dizer, a roupa de trazer por casa, uma vestimenta usada tanto por homens como por mulheres, proporcionando ao mesmo tempo liberdade de movimentos e conforto. A isto juntam-se uns chinelos de quarto (em alguns hotéis vêm em versao descartável), e está composta a figura de uma verdadeira fatiota japonesa. Qualquer coisa como isto:

 

Vestimenta

 

Devo dizer que sim, experimentei o belo do conjunto e tenho-vos a dizer que é, de facto confortável. Nao seria algo que gostasse especialmente de ter em casa, mas o conceito até é engracado. Nao há japones que nao use isto - é bastante comum ve-los a passear pelos corredores assim vestidos.

 

Passemos agora para a casa de banho e falemos de... sanitas. Se ha coisa que nós pensamos que nao muda muito de país para país sao as sanitas. Sim, é certo que podem ser mais altas ou mais baixas, mais inclinadas ou mais direitas, mas uma sanita é sempre uma sanita. As japonesas nao sao excepcao - sao iguais a tantas outras. Agora o que faz toda a diferenca é o que se poe em cima da sanita, vulgo "tampa". Ora reparem nesta maravilha tecnologica:

 

Sanita, versao High Tech 

 

Se olharem com cuidado, verao que o tampo que serve esta sanita nao é um tampo qualquer, como poderia parecer á primeira vista. Em primeiro lugar, tem um sistema, regulado pelo utilizador, que permite aquecer o rabo enquanto lá estamos sentados. O que, convenhamos, em dias de frio, é confortável. A primeira vez que me sentei numa coisa destas, dei por mim a pensar: "Eh pá, o tipo que esteve aqui antes saiu há muito pouco tempo e estava a arder em febre!". Depressa percebi que este pensamento se repetia vezes demais para ser estatisticamente possivel. Nao foi preciso muito tempo para confirmar que a quentura vinha, afinal, do tampo.

 

Japan 101

 

Mas estes tampo fazem mais do que aquecer. Tambem lavam. Pois. Podem ver na foto acima, onde mostro um pormenor da consola (apropriadamente chamada de "washlet") de tal maravilha tecnologica. O utilizador tem á escolha a versao "Salpico" ou a versao "Esguicho", qualquer uma das duas cumprem o mesmo objectivo. Nao sei até que ponto isto é suposto suprimir a utlizacao do papel higiénico, mas o que é facto é que nao gostei da experiencia. É uma questao de uso, dirao. Talvez. Mas foi funcionalidade que nao voltei a usar.

 

E o que dizer dos lavatórios? Sao incomuns apenas pela altura a que estao instalados. Sendo o povo japones versao "rodinhas baixas" é claro que nao podem estar instalados a grande altura. Mas alguns deles, entre os quais os dos hoteis em que fiquei, estao mesmo muito baixos - mais ou menos á altura do meio do fémur. Para quem é alto como eu, tem literalmente que se curvar sobre o dito cujo. Uma tarefa ardua, em especial porque é feita várias vezes ao dia...

 

Uma coisa boa sao os espelhos. Por certo ja passaram pela situacao chata de tomar um banho quente e depois querer dar uma olhadela no espelho, no meio de tanto embaciamento. Por muito que se esfregue, com toalhas, papel ou com o que quer que seja, a coisa nao resulta. Por bem, por lá vi uma solucao muito prática para esse problema. Os espelhos das casas de banho contem uma área que por e simplesmente nao embacia, por muito quente que esteja o ambiente. Corresponde mais ou menos a altura do tronco e da cabeca e é o suficiente, por exemplo, para se fazer a barba em condicoes depois do banho. Muito positivo!

 

Ao todo, passei por 3 hoteis diferentes, todos eles com as mesmas caracteristicas. Em todos, algo sempre presente - a simpatia com que somos tratados é acima da média. Claramente. Aqui sente-se que o cliente TEM efectivamente razao e o staff desfaz-se em possiveis e impossiveis para satisfazer todas as exigencias dos seus hospedes.

 

"Servir" é o mote que faz toda esta máquina mexer.

1 comentário:

Alfacinha de Portugal disse...

Sempre quis conhecer o Japão...