sexta-feira, abril 11, 2008

Primeiras Impressoes

O facto de estar num hotel para onde me tinha que dirigir todas as manhas para ir trabalhar, permitiu "viver" como um japones, pelo menos durante uns dias. Ha muito que, para mim, o processo de me deslocar para o trabalho, nao envolvia tanto esforco. Primeiro, uma caminhada até à estacao de Ebina. 10 minutos a apreciar o ar fresco das manhas de Primavera no Japao. Depois de um primeiro comboio que nos levava até à estacao de Machida, toca de embarcar ate mais uma ligacao, até ao destino final - Kamoi. Daí ao escritório, mais 15 minutos a penantes, à beira de um rio, ladeado por cerejeiras em flor, que acabavam por dar uma cor muito agradavel a todo o percurso. Ao longe, o Monte Fuji. Imponente e distante, marcava presenca no horizonte. Ao todo eram cerca de 1h15, para cada lado, que se fazia com alguma facilidade e sem muito tempo morto. Mas acabava por ser demasiado tempo, o que nos fez mudar de hotel a meio da estadia, para poupar algum tempo.

 

Mas todo o processo de ter que andar de transportes publicos no Japao é muito interessante. A comecar pela massa de gente que nos acompanha. Esquecam Marques de Pombal, Oriente ou Rossio em hora de ponta. Esquecam Picadilly ou Times Square. É isso tudo junto e muito mais. Eu nunca vi tanta gente junta a movimentar-se para todo o lado como formigas, de uma forma muito precisa, sem atropelamentos, sem confusao, sem barulho. Numa cadencia ritmada, ou, se preferirem, mecanica e robotizada... Comprar um bilhete é um acto simples, bastando para tal saber onde se esta e para onde se vai. Aqui pagam-se distancias, baseando-se no principio de quanto maior a distancia, maior o preco. Mas, no geral, é bastante barato - entre 1 a 3 euros na maioria dos trajectos que fiz.

 

Uma estacao... vista do comboio

 

Nas plataformas, enquanto se espera pelo comboio correcto (que nunca é mais do que 5 ou 10 minutos, mesmo á noite ou fim de semana), reina mais uma vez a organizacao. No chao estao desenhados os sitios exactos onde o comboio para e onde as portas abrem, pelo que todo o japones espera calmamente, em fila indiana, em frente a uma dessas marcas. O comboio chega, sai quem tem que sair, entra quem tem que entrar, com uns funcionarios ferroviários a dar uma ajudinha quando as massas nao cabem - va de empurrao e ja está. Tudo isto demora segundos e mais uma vez é feito com a maior das precisoes!

 

Gente, muita gente...

 

E este mesmo cenário repete-se á noite, durante o fim de semana ou às 8 da manha de um sabado ou domingo - hora em que nao se esperaria ver tanta gente na rua. Um dos dias fomos até um bar e quando regressamos ao hotel, já passava da meia noite, parecia estarmos em autentica hora de ponta. Impressionante!

 

Mais gente...

 

Impressionante é também a facilidade com que nos podemos perder uns dos outros, quando vamos em grupo. Numa questao de segundos, e se um de nós ficava mais para tras, era muito muito fácil deixarmos de nos ver, tal eram as multidoes que se interpunham entre nós. Aqui é bastante conveniente ser-se alto, uma vez que altura média dos japoneses deve rondar o metro e 65. Ver acima de todos os outros é fundamental, quando nos podemos perder tao depressa.

 

O ponto alto de todo o percurso era, sem dúvida, o pequeno almoco, tomado todas as manhas na pastelaria "Vie de France", uma autêntica pérola no Oriente. Os bolos eram do melhor, todos estilo francês, sendo o best-seller um croissant de chocolate de comer e chorar por mais. Indiscritivel. Um pequeno almoco dos meus tinha normalmente este aspecto fantástico:

 

Muitoooooooo bom!

Vai deixar saudades.

1 comentário:

Alfacinha de Portugal disse...

Unham! Quero esse croassaint!
E os preços dos bilhetes? É mais barato que andar em Lisboa. Só não gostaria de andar num comboio em que é preciso empurrar as pessoas para as portas fecharem. Prefiro a frequência idêntica do metro de Londres, mas sem a massa japonesa!