quarta-feira, outubro 17, 2007

Genesis, in concert

1992. 22 Julho. Quarta-feira. Estadio de Alvalade. 60000 mil pessoas na assistencia. Foi assim, ha' 15 anos - Genesis ao vivo em Lisboa, um concerto integrado na tournee 'I can't dance'. Esta data tera sempre um significado especial para mim, uma vez que foi precisamente nesse dia que assisti ao meu primeiro concerto. Eu e mais a minha companheira de guerra da altura (C., lembras-te?) tivemos que convencer os nossos pais que eramos responsaveis o suficiente para irmos ate Lisboa sozinhos para assistirmos a um concerto. Nao foi facil, mas la conseguimos...

Vivia-se em Portugal, na altura, a onda dos grandes concertos, onde toda a gente e mais alguma vinha tocar ao nosso pais, muitos deles no velhinho estadio do Sporting. Lembro-me que a experiencia foi em crescendo desde que chegamos ao estadio e deparamos com um palco brutal, com uma multidao de gente sem precedentes, um ambiente festivo... era tudo novo, estava tudo por descobrir, por experimentar. Ha hora marcada, o concerto la comecou, a banda entra em palco e deslumbra a assistencia com musicas deste e de outros tempos. O nosso lugar era optimo, na relva (nao havia dinheiro para mais), bem junto do palco. Lembro-me de alguns momentos altos, lembro-me das vozes a entoar, em coro, alguns dos refroes, lembro-me dos isqueiros a iluminar a noite quente de verao...

Ha dias, tive oportunidade de reviver algumas dessas emocoes, embora com um distanciamento de 15 anos. Muita coisa acontece em 15 anos. Vive-se tanto em 15 anos, muda-se tanto, cresce-se tanto... Mas ha coisas que ficam imutaveis, como que conservadas no tempo, congeladas nas nossas memorias... Desta vez, o concerto nao foi em estadio, foi no Palace of Auburn Hills, casa dos Detroit Pistons. Um recinto que leva bem a vontade umas 25.000 pessoas, encheu a 30 de Setembro, para ver os Genesis naquela que sera provavelmente a sua ultima digressao - a Turn it on again Tour. Um palco igualmente poderoso, estudado cuidadosamente para servir de elemento fulcral no espectaculo. Bancadas cheias, com publico de todas as idades - novos, velhos, trintoes, homens, mulheres, criancas. 15 anos depois, os isqueiros deram lugar aos telemoveis para iluminar o escuro do recinto. Mas enfim, estava entao montado o cenario para 3 horas de muita musica e boas recordacoes.


O alinhamento comecou em grande ritmo com 'Duke' e 'Turn it on Again'. Seguiram-se as primeiras palavras de Phil Collins (com o seu bom humor habitual) e partiu-se para uma epoca mais recente na historia do grupo com 'No son of mine' e 'Land of Confusion'. A viagem ao passado mais remoto fez-se com 'In the Cage', 'The cinema show', 'Duke's Travels' e 'Afterglow', em versao medley. Depois, uma das minhas preferidas, 'Hold on my heart', a puxar ao sentimento.

Um dos momentos altos da noite veio com 'Home by the sea' e 'Second home by the sea', com um poderoso show de bateria. Sons mais calmos em 'Follow you, follow me' e 'I know what I like', abriram espaco para 'Mama', 'Ripples' e 'Throwing it all away'. Com 'Domino', iniciou-se mais uma sequencia de muita bateria, que acaba com um dueto entre Collins e Chester Thompson.

Tal como ha 15 anos, 'Tonight, Tonight, Tonight' e 'Invisible Touch' encerraram o alinhamento principal, havendo lugar a fogo de artificio (devidamente controlado) que surpreendeu tudo e todos nos ultimos acordes de Invisible Touch. Para o encore final, tambem como ha 15 anos, foi deixado 'I can't dance' e a fechar 'Carpet Crawlers', a cancao que talvez melhor descreve aquilo que os Genesis sao:




Enfim, foi muito bom. Todo o espectaculo esta mecanicamente montado, sem falhas, numa engrenagem muito bem oleada, em que luzes, efeitos sonoros, imagens projectadas no video wall gigante - tudo esta harmoniosamente estudado para dar a' musica a intensidade, a transparencia e o protagonismo que merece. Mesmo sendo um grupo que ja conta com de 40 anos de historia, os Genesis continuam com a mesma frescura do inicio (embora mais grisalhos), ha semelhanca de outros que por ai' ainda mexem...

E de concertos, para ja, e' tudo. A proxima experiencia musical (se nada surgir entretanto) sera' uma novidade para mim... Opera.

Vamos ver no que da'.

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